Fanfic: Um Filho Teu | Tema: vondy adap.

— Vou ficar no Hilton durante três dias. Depois voltarei a meu apartamento.

— Seu apartamento? Achava que o contrato vencia neste mês.

— Renovei.

Tinha renovado o contrato. Aquelas palavras permaneceram sem sentido para Christopher durante instantes. Depois, compreendendo de repente o que significavam, toda a esperança que ainda lhe restava se desvaneceu. Dulce não acabava de tomar uma decisão, fazia só duas horas que tinha saído do banco. O que significava que...

—Jamais pensou permanecer em minha casa, casada comigo, não é verdade? — perguntou Christopher tratando de engolir a intensa dor de seu peito —. Foi só uma decisão temporária para... Para que? Se não era por dinheiro, então, para que?

—Achei que funcionaria — contestou Dulce voltando a sentar-se na cama, enlaçando as mãos baixo o ventre e olhando pela primeira vez a Christopher aos olhos com tristeza —. Tínhamos uma profunda amizade, e estava segura de que entre nós teria paixão, tal e como você disse... Mas não posso continuar vivendo assim, Christopher — explicou voltando a se pôr em pé e se dirigindo à janela —. Não me basta. Jamais sonhei em ter um casamento e uma família para valer, mas você me fez desejar e... — Dulce sacudiu a cabeça e depois a levantou para olhar o teto. Estava a ponto de chorar —. Não posso competir com um fantasma. Eu nunca serei Wendy. E se alguma vez encontrar alguém que possa lhe dar o que ela lhe dava, não quero estar aqui para ver. Não quero ser um obstáculo em seu caminho. Não suportaria.

Christophervolhou-a atônito. Estava dizendo o que queria, o que esperava, o que rogava que dissesse?

— Dul... — disse dando um passo para ela.

— Não — o deteve ela com um gesto do braço. Christopher parou —. Não. Compartilharemos as meninas, prometo. Não irei a nenhuma parte, nem lhe negarei tempo para estar com elas. Estará tanto quanto eu. Poderá...

— Dulce! — Christopher disse quase a gritos, uma vez mais. Em dois passos esteve a seu lado. O coração batia freneticamente no peito. Com dedos trêmulos agarrou-a pelos ombros e obrigou-a a se virar. Dulce estava chorando. christopher sentiu-se terrivelmente ferido ao comprová-lo, mas a esperança e a alegria cresciam com força em seu interior —. Dul... Está dizendo que...? — Christopher respirou fundo. Equivocava-se, se não era verdade o que tinha acreditado entender, todo seu mundo, toda sua vida teria acabado —... Ama-me?

Os olhos de Dulce eram como dois poços profundos de esmeraldas, brilhantes por causa das lágrimas. Dulcenassentiu. Christopher não podia acreditar. Exalou o ar retido, que nem sequer sabia que estava contendo, e disse:

— Sabe quanto tempo tenho estado lhe amando? Sabe quantos anos tenho estado lhe desejando?

Dulce ficou olhando-o nos olhos, hipnotizada pela intensidade de seu azul, sustentando seu olhar.

— Você... me ama?

— Amo você. Amei você sempre — repetiu Christopher sacudindo-a muito suavemente.

— Mas jamais me disse... — insistiu Dulce incapaz de acreditar nele.

— Jamais mostrou interesse em me escutar — explicou Christopher com calma, com o eco de uma antiga dor em sua voz.

— Mas quando voltei a Boston você já tinha casado. Aquilo me deixou... Atônita. E magoada...