Fanfics Brasil - Capitulo 1 Coração Arrependido.

Fanfic: Coração Arrependido. | Tema: Trendy


Capítulo: Capitulo 1

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AQUILO NÃO era bom.
Como ex-centro defensivo, Jogador Mais Valioso e capitão do time dos New York Scorpions, Alfonso Herrera era um dos mais queridos heróis do esporte da cidade. Sua carreira no hóquei sempre fora um sucesso.
Até esse dia.
Ele olhou pela janela da sala de conferências do escritório de seu advogado, em Manhattan, onde já estava fazia uma hora e meia, com as mãos nos bolsos da calça jeans, observando o tráfego do final da tarde ao longo da Park Avenue. O sol do início de junho batia com uma intensidade ofuscante nas janelas do prédio do outro lado da rua, e as calçadas estavam entupidas com pessoas que seguiam sua rotina diária. Empresários pegando táxis, mães empurrando carrinhos. Três semanas atrás ele tinha sido um deles, andando pela vida sem saber que seu mundo de repente viraria de cabeça para baixo.
Um acidente sem sentido roubara sua única família. Agora seu irmão, Christopher, e sua cunhada, Maite, estavam mortos, e suas sobrinhas gêmeas, orfãs. Poncho cerrou os punhos, lutando contra a raiva e a injustiça daquele acidente, mas o que ele queria mesmo era socar o vidro fumê.
Ele ainda tinha suas sobrinhas, lembrou. Embora tivessem sido adotadas, as gêmeas não poderiam ter sido mais amadas por Christopher e Maite. Agora, elas estavam sob a responsabilidade de Poncho, e ele estava determinado a fazer o que era certo para elas, queria dar-lhes o tipo de vida que seu irmão desejava que tivessem. Devia aquilo a Christopher.
– Então, o que você achou da última? – perguntou-lhe Christian Chávez, seu advogado.
Ele se sentou à mesa de conferência, procurando os formulários e tomando notas das candidatas a babá que eles haviam visto naquela tarde. Alfonso virou-se para Christian, incapaz de esconder a frustração.
– Eu não confiaria nela nem para tomar conta de um hamster.
Assim como todas as outras três mulheres que os dois haviam entrevistado naquele dia, a última candidata pareceu mais interessada na carreira de Alfonso do que nas gêmeas. Ele reconhecia facilmente aquele tipo de mulher. De saia curta e blusa decotada, a mulher estava na verdade procurando um marido famoso. No passado, ele teria apreciado aquela atenção, e provavelmente teria aproveitado a oportunidade, mas agora aquilo apenas o irritava. Não estava sendo visto como o guardião de duas meninas preciosas que perderam seus pais, mas como um pedaço de carne. Ele havia perdido seu irmão há duas semanas, e nenhuma das candidatas a babá sequer oferecera seus pêsames.
Depois de dois dias e uma dúzia de entrevistas igualmente improdutivas, ele começava a pensar que talvez nunca fosse encontrar a babá certa.
Sua governanta, que o tinha ajudado a contragosto com as gêmeas, já havia ameaçado se demitir se ele não encontrasse alguém para cuidar delas.
– Eu realmente sinto muito – disse Chris. – Acho que deveríamos ter previsto que isso poderia acontecer.
Talvez Poncho devesse ter seguido o conselho de Christian e usado uma empresa. Mas ele não acreditava que pessoas estranhas pudessem escolher a melhor babá para cuidar das gêmeas.
– Eu acho que você vai gostar dessa próxima – afirmou Christian.
– Ela parece qualificada?
– Muito. – Christian entregou o formulário a Poncho. – Pode-se dizer que eu estava guardando a melhor para o final.
Dulce María Espinosa Saviñón, 26 anos. Enfermeira formada, Dulce trabalhava atualmente na área de enfermagem pediátrica. Poncho piscou, e então olhou para Chris.
– É isso mesmo?
Ele sorriu e acenou com a cabeça.
– Fiquei surpreso, também.
Ela era solteira e sem filhos, e sua ficha, totalmente limpa. Dulce não tinha nem mesmo multa por estacionar em local proibido! Em teoria, parecia perfeita.
– Existe alguma coisa errada com ela, afinal?
Christian deu de ombros.
– Talvez não. Ela está esperando no saguão. Pronto para conhecê-la?
– Vamos lá – disse ele, sentindo-se esperançoso pela primeira vez desde que aquela
confusão havia começado.
Christian pediu à recepcionista que a mandasse entrar.
Um minuto depois, a porta se abriu e uma mulher entrou. Imediatamente, Poncho pôde ver que ela era diferente das outras. Ela estava usando um uniforme de enfermeira – calça azul e blusa branca com os personagens da Vila Sésamo – e sapatos confortáveis. Não era uma roupa típica de uma pessoa que se apresenta para uma entrevista de emprego, mas muito melhor do que os trajes sumários de suas antecessoras. Ela era de altura e peso medianos.. passaria despercebida. Mas aquele rosto não era nada comum.
Suas íris eram de um castanho tão escuro que pareciam pretas, e uma leve inclinação nos cantos dos olhos dava a ela uma aparência asiática. Seus lábios eram carnudos e sensuais, e, embora não usasse nenhuma maquiagem, ela parecia não precisar de nenhuma. Seus cabelos ruivos eram longos e brilhantes, e estavam presos em um rabo de cavalo um pouco solto.
Uma coisa estava clara. Essa mulher não era uma tiete.
– Muito prazer , srta. Saviñón – disse Christian, levantando-se e apertando a mão da candidata.
– Eu sou Christian Chávez, e este é Alfonso Herrera.
Poncho acenou, mas ficou parado perto da janela.
– Eu peço desculpas por minha roupa – disse ela, com uma voz levemente rouca. – Vim direto do trabalho.
– Sem problemas. – Christian apontou para uma cadeira. – Por favor, sente-se.
Ela sentou-se, colocando sua bolsa na mesa ao lado. Alfonso ficou em silêncio, observando-a enquanto Christian começava a ladainha de perguntas que ele fazia a cada candidata. Ela respondeu eficientemente a cada uma delas, lançando olhares para Alfonso de vez em quando, mas mantendo sua atenção em Christian. As outras candidatas haviam tentado envolver Alfonso na conversa, mas a srta. Saviñón não tinha o mesmo olhar sonhador; não havia flerte nem insinuações. Na verdade, ela parecia evitar o olhar dele, como se a sua presença a deixasse nervosa.
– Você precisa saber que este é um cargo em que será responsável pelas gêmeas o dia inteiro, todos os dias da semana, e das 11h às 16h nos domingos. A cada quatro finais de semana, a partir das 8h do sábado, até as 20h do domingo, você terá uma folga, para usar como quiser – disse Christian.
Ela assentiu com a cabeça.
– Compreendo.
Christian se virou para Alfonso.
– Você tem alguma coisa a acrescentar?
– Sim, tenho. – Ele abordou Dulce María diretamente. – Por que você deixaria um emprego como enfermeira pediátrica para ser babá?
– Eu amo trabalhar com crianças... obviamente – afirmou ela com um sorriso tímido;
um belo sorriso. – Mas o trabalho na unidade de terapia intensiva neonatal é muito estressante. É emocionalmente desgastante. Eu preciso mudar meu ritmo. E não posso negar que a oportunidade de dormir no trabalho me parece atraente.
De repente, algo pareceu estranho no ar.
– E por que você pensa assim?
– Meu pai está doente e incapaz de cuidar de si mesmo. O salário que você está oferecendo, junto com a oportunidade de não ter que pagar aluguel, possibilitaria que eu o colocasse em uma instituição de alto nível. Na verdade, há um lugar em Jersey que está sendo inaugurado esta semana, então o momento não poderia ser melhor para colocar esta ideia em prática.
Essa era a última coisa que ele esperava que ela dissesse, e por um momento ficou
sem palavras. Alfonso não conhecia muitas pessoas que sacrificariam uma grande parte de seu salário para cuidar de alguém da família. Até mesmo Christian parecia um pouco surpreso.
Ele lançou um olhar a Alfonso, que parecia perguntar: “O que você acha?”
Da maneira como as coisas estavam, Poncho ficou tentado a contratá-la na hora, mas ele não queria agir precipitadamente.
– Eu gostaria que você voltasse aqui amanhã e conhecesse minhas sobrinhas – disse
ele.
Ela olhou para ele, esperançosa.
– Isso significa que consegui o emprego?
– Quero vê-la interagir com elas antes que eu tome a decisão final, mas, para ser sincero, você é de longe a candidata mais qualificada que já vimos até agora.
– Amanhã é meu dia de folga, então posso vir a qualquer hora.
– Por que não combinamos às 13h, após o almoço das meninas? Eu sou um novato
nessa coisa de ser pai, então, costuma demorar um pouco mais que o normal para que elas fiquem prontas.
Ela sorriu.
– O horário está ótimo.
– Eu moro no Upper East Side. Christian lhe dará o endereço.
Chris anotou o endereço de Poncho e o entregou a ela. Dulce pegou o pedaço de papel e colocou-o em sua bolsa.
Chris levantou-se, e Dulce também. Ela pegou sua bolsa e a colocou no ombro.
– Só mais uma coisa, srta. Saviñón – disse Alfonso. – Você gosta de hóquei?
Ela hesitou.
– Hum... Este por acaso é um pré-requisito para o trabalho?
Ele sentiu um leve sorriso surgir nos lábios.
– De modo algum.
– Então, não, na verdade não. Não gosto muito de esportes. Mas meu pai, até recentemente, era um grande fã de hóquei.
– Quer dizer que você sabe quem eu sou?
– Existe alguém em Nova York que não saiba?
Provavelmente não.
– Mas isto não será um problema, certo?
Ela inclinou um pouco a cabeça.
– Não estou entendendo o que você está querendo dizer.
A confusão dela fez com que ele se sentisse um perfeito idiota. Ele estava tão acostumado à bajulação das mulheres que começava a só esperar isso vindo delas. Talvez ele não fosse o tipo dela, ou talvez ela tivesse um namorado.
– Nada, deixe para lá.
Dulce se virou para sair, então parou e se voltou para ele.
– Eu queria dizer... Sinto muito por seu irmão e sua cunhada. Sei como é difícil perder alguém que se ama.
A compreensão naqueles olhos escuros o fez sentir um nó na garganta. Poncho ficava irritado quando outras pessoas mencionavam aquilo, mas quando ela o fez, ele não ficou desconfortável. Talvez porque ela parecesse realmente sincera.
– Obrigado – disse ele. 


Poncho certamente já havia passado por algumas perdas. Primeiro seus pais, quando ele tinha 12 anos, e agora Christopher e Maite. Talvez esse fosse o preço que teve de pagar pela fama e pelo sucesso.


Alfonso desistiria de tudo, venderia sua alma se isso fosse necessário para trazer seu
irmão de volta.
Depois que ela saiu, Christian perguntou-lhe:
– Então, você realmente acha que ela é a pessoa certa?
– Ela é sem dúvida qualificada, e parece que precisa mesmo do emprego. Se as meninas gostarem dela, está decidido.
– E é um colírio para os olhos, também...
Alfonso olhou para Christian.
– Se eu conseguir encontrar uma babá que valha a pena contratar, você acha que eu
arriscaria estragar tudo ao me envolver fisicamente com ela?
Christian sorriu.
– Posso ser sincero?
Tudo bem, um mês atrás, talvez isso acontecesse. Mas tudo mudara desde então.
– Eu prefiro as loiras – afirmou Alfonso. – E que não tenham maiores expectativas... Além disso, cuidar das meninas – da forma como Christopher e Maite gostariam era sua prioridade. Alfonso devia isso ao seu irmão. Quando seus pais morreram, Christopher tinha apenas 18 anos, mas ele colocou a própria vida em segundo plano para criar Alfonso. E Alfonso não havia facilitado, a princípio. Ele estava prestes a se tornar um delinquente juvenil quando a psicóloga da escola disse a Christopher que Alfonso precisava de algo para extravasar sua raiva. Ela sugeriu um esporte, e então Christopher o colocou no hóquei.
Alfonso nunca fora muito atlético ou interessado em esportes, mas gostou de jogar imediatamente, e embora tivesse entrado em um time em que os garotos já jogavam desde muito pequenos, ele logo ultrapassou a todos. Dentro de dois anos ele já estava viajando para jogar e se transformou na estrela do time. Aos 19 anos foi contratado pelos New York Scorpions.
Uma lesão no joelho, há dois anos, havia interrompido sua carreira, mas investimentos inteligentes – de novo, graças à insistência de seu irmão – o tornaram mais rico do que ele poderia ter imaginado vir a ser. Sem Christopher, e os sacrifícios que ele fez, isto nunca teria sido possível. Agora Alfonso ganhava a chance de recompensá-lo. Mas ele não podia fazer isso sozinho. Não sabia nada sobre cuidar de crianças, muito menos duas de uma só vez.
Até quinze dias atrás, nunca havia trocado uma única fralda em sua vida. Sem sua governanta para ajudar, ele estaria perdido.
Se a srta. Saviñón fosse a pessoa certa para o trabalho – e ele tinha a sensação de que era – ele nunca arriscaria estragar tudo dormindo com ela.
Dulce Saviñón estava fora de cogitação.



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Autor(a): vondy_trendy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 21



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  • annie_candy Postado em 05/06/2015 - 00:05:45

    Fic perfeita, pena que tu parou de postar :'(

  • jaahvondy Postado em 08/03/2015 - 14:29:17

    postaaaaaaa mais, adorando essa fic <3

  • jujuba_rbd Postado em 28/02/2015 - 11:40:17

    Cah, eu já desistir de ir atrás do livro, por favor não me mordar, estou lendo ela e, amando, sim, eu sei. Ficar de mal de mim, caso te abandone? Quem te disse que vou te abandonar? Hahaha, você ficou tentada? Ainda bem, que você só leu, até o capitulo oito, não é? Você ia ler até o final? Hahaha... Não estou gostando... Estou AMANDOOO!! Coontinua por favor Cah *-*

  • candylicia_trendy Postado em 23/02/2015 - 21:31:11

    Postaa mais urgenteee

  • candylicia_trendy Postado em 23/02/2015 - 21:21:33

    To amando <3

  • candylicia_trendy Postado em 23/02/2015 - 21:20:21

    Se eu to gostando?

  • jaahvondy Postado em 23/02/2015 - 14:38:40

    rsrsrs estou simplismente amando essa fic Cah! Legal os nomes são lindos continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa rsrs

  • jujuba_rbd Postado em 22/02/2015 - 20:11:04

    Olha eu aqui!! Nossa, a fanfic mal começou, e estou amando... Vou em buscar desse livro. Coontinua Cah! Besos

  • sasha_trendy Postado em 22/02/2015 - 18:30:23

    Posta maiss pliss

  • sasha_trendy Postado em 22/02/2015 - 18:29:56

    Ta sei q to exagerando um pouco mais idai né? Kkkkkkkk


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