Fanfic: Little Numbers - Adaptada AyD | Tema: Portiñón

Segunda - 9 de Fevereiro​

​- Mensagem Portiñón -

​(15:04)​

Pensamento aleátorio, talvez nem tão aleatório. Eu acordei com isso na cabeça, a até agora, meu dia provou que estou certa e não é nem Terça-feira.

​(15:05)​

Quando alguma coisa não funciona da maneira que elas querem, algumas pessoas simplesmente dão a volta e saem, ao invés de procurar uma solução ou mudar alguma coisa elas mesmas pra fazer com que dê certo.

​(15:10)​

​Bom.​

​(15:11)​

​Desculpa, isso deve ter suado estranho.​

​(15:16)​

​Não tem problema em deixar as coisas para atrás.​

​(15:17)​​

Não, eu sei. Mas as vezes essa é a coisa fácil a se fazer. É preguiçosa. E pra mim, eu sou sempre a que tem que juntar os pedaços e fazer todo mundo trabalhar junto.

​(15:25)​

Mas e se não for? E se você sabe que não há nada a ser feito? Aí deixar acabar, admitir a derrota, é a melhor opção. Não é algo preguiçoso - é tudo menos isso. É a coisa mais díficil.

​(15:26)​

E o que você sabe? Você não pode olhar dentro da cabeça das pessoas. E se elas tiveram um bom motivo para fazer o fizeram? E por que você teria que mudar as coisas, de qualquer jeito? Você não teria que mudar as coisas se estivessem tudo bem.

​(15:28)​

​Eu... Era só um pensamento. Um dos meus pensamentos aleátorios bobos. Desculpa.​

​(16:15)​​

Está estranhamente ensolarado para Fevereiro. O Bradshaw está triste pela neve dele ter ido embora, mas eu poderia tomar meu café do lado de fora amanhã.

​(16:17)​

​Está frio.​

​(16:18)​

​É, mas o sol é legal, não é?​

​(16:19)​

​Aquecimento global não é legal, Dulce.

​(16:20)​

​Isso...​

​(16:41)​

​Ok​

​Quarta - 11 de Fevereiro​

​(12:23)​

​Eu fiz alguma coisa errada?​

​(12:29)​​

​Foi por causa da besteira de falar sem parar, não foi?​

​(13:05)​

​Desculpa. Você sabe que eu não consigo manter a minha boca fechada.​​

​(13:12)​​

​Eu me enrolo.​

​(13:13)​

​Ahhh, me pare.​

​(13:14)​​

​Você realmente tem que me parar.​

​(13:55)​

​Só me dê um sinal de que eu não te irritei.​

​(13:59)​

​Não? Ok.​

​Quinta - 12 de Fevereiro

​(18:01)​

Dulce.

​(18:15)​

​Oi estranha!​

​(18:16)​

​É isso que eu faço.​

​(18:18)​

​O quê?​

​(18:19)​

Quando eu não sei o que dizer ou o que fazer... Sempre que estou brava comigo mesma... Ao invés de explicar, eu desconto nos outros. Não é certo, mas é o que eu faço. E agora você sabe.

​(18:20)​

​Me desculpe.​

​(18:21)​​

​...O que está acontecendo?​

​(18:23)​

​Nada.​

​(18:23)​

​Você tem estado estranha a semana inteira.​

​(18:24)​

​Quinta-feira não é `a semana inteira`. Não seja ridícula.​

​(18:25)​​

Você está fazendo aquela coisa em que você desconta nos outros ao invés de se explicar?

​(18:25)​

​Não use isso contra mim.​

​(18:26)​​

​Não estou usando.​

​(18:27)​

​Só estou preocupada.​

​(18:28)​

​Ok. Vou explicar isso.​

​(18:30)​

​Só... Não por enquanto.​

​(18:30)​

​Por favor.​

​(18:31)​

​Ok.​

​Segunda - 16 de Fevereiro​

​- Ligação Portiñón -

​(16:45)​

"Ai meu Deus, Zoraida para de me ligar. Eu te falei que daqui a pouco estarei aí. Cinco minutos, ok? Você pode esperar mais cinco minutos. Eu est- Zoraida? Alô?"

​"...Merda...Anahi. Alô?"​

​- Mensagem Dulce e Angel -

​(16:47)​

​Por que o identificador de chamadas foi inventado se eu nunca o uso mesmo?​

​(16:47)​

​Você é desastrosa.

​(16:48)​

​Pare de ser tão gentil e prestativa, Angel, é demais.​

(16:48)​

Não é tão difícil, Dulce. Talvez qualquer dia a gente possa ter outra aula de `Como usar um celular`; ja faz um tempinho...

​(16:49)​​

​Então eu tenho que passar pela bagunça da minha vida sozinha agora?​

​(16:50)​

​Se isso envolve não checar seu identificador de chamadas? Sim, senhora.​

​(16:50)​

​Arrrrrrrrrgh.​

​(16:51)​

​:)​

​- Mensagem Portiñón -

​(17:01)​​

Hey, me desculpa por aquilo. Eu não sabia que era você até checar o nome na tela.

​(17:01)​

​O que eu deveria ter feito *antes* de atender, eu sei.​

​(17:04)​

E agora você não atende... Só... Quando você ver isso, me liga? Ou... Estou ocupada agora, mas vou tentar de novo mais tarde. E quando eu tentar, não desliga de novo, ok?

​(17:10)​

​Ou desliga. Quer dizer, você não tem que falar comigo.​

​(17:21)​

​Talvez você tenha me ligado por acidente, então...​

​(17:23)​

​Mas você pode me ligar se quiser. Qualquer hora.​

​- Mensagem Dulce e Angel -

​(19:12)​

Sabe, devido ao incidente do identificador de chamadas de hoje cedo e agora o meu vômito de palavras... Talvez você estivesse certa. Talvez devamos tirar meu telefone de mim. Ou destruí-lo.

​(19:14)​

​Tem alguma Montanha da Perdição em New York?​

​(19:15)​

O seu celular não é o Um Anel, Saviñón, não interessa o quanto você acha que ele seja precioso.

​(19:15)​

Angeel.

​(19:16)​

​O Empire State Building serve?​

​(19:17)​

​Talvez de noite quando as luzes podem ser interpretadas como lava.​

​(19:18)​

​Você está falando essas coisas pra mais alguém além de mim?​

​(19:20)​

​Não.​

​(19:21)​

​Que bom.​

​(19:21)​

​Por quê?

​(19:22)​

​Não quero que te internem.​

​(19:23)​

​~gesto obsceno~​

​(19:23)​

​Adorável.​

​- Mensagem Portiñón -

(23:23)​

​Oi.​

​(23:25)​

​Oie.​

​(23:25)​

​Você ainda está acordada?​

​(23:26)​​

​Estou respondendo, não estou?​

​(23:27)​

​Quero dizer... É, não estou com sono ou algo do tipo.​

​(23:27)​

​Venho treinando muito, então...​

​(23:28)​

​Treinando?​

​(23:28)​

​Música.​

​(23:31)​

​Posso te ligar?​

​(23:31)​

​Claro.​

​- Ligação Portiñón -

​(23:32)​

​"Oi..."​

​"Me desculpa por hoje mais cedo."​

​"Me desculpa você."​

​"Eu devia ter dito alguma coisa ao invés de simplesmente desligar na sua cara."​

​"Então aquilo foi deliberado, hã?"​

​"Não... Não exatamente. Eu entrei em pânico."​

​"Entrou em pânico?"​

​"Dulce... Eu preciso te contar uma coisa."​

​"...Certo?"​

​"..."​

​"Tá tudo bem; você pode me contar qualquer coisa, Anahi. De verdade."​

"Isso é diferente. E difícil. Eu não achei que seria tão difícil. E... Eu pensei em não te contar, não por enquanto, mas eu não posso falar com você sem te contar e aí você ficaria imaginando o que há de errado e-"

"Shhhh, hey. Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum. ...Eu poderia ficar no telefone a noite toda e esperar até que você esteja pronta, se é isso que você precisa."

​"Para com isso."​

​"O quê?"​

​"Para de ser tão... compreensível."​

​"Você quer que eu te force a falar?"​

​"Não... Dulce?"​

​"Sim?"​

"Eu terminei com a minha namorada...Ex-namorada. Maria. Eu... Eu terminei com a Maria."

​"..."​

​"... Essa é a parte em que você fala alguma coisa. Qualquer coisa."​

​"Eu... Eu não sei o que dizer. ...Você está bem?"​

​"..."​

​"Esse foi um suspiro bem explicativo."​

​"Não, é... Ainda tá muito fresco, mas... Estou lidando com isso."​

​"Você tem pessoas pra conversar, né?"​

​"Tenho."​

"Ok, bom. ...Tem alguma coisa que eu posso fazer? Quer dizer... Isso pode ser um pouco estranho, mas.. Você é minha amiga, então... Eu... Jesus Cristo, eu não estou fazendo um bom trabalho aqui, estou?"

​"Tudo bem. Eu não espero que você faça nada."​

​"Posso perguntar por que?"​

​"Por que o que?"​

​"Por que você terminou?"​

​"..."​

​"Você não tem que responder."​

​"Não, eu quero. Honestidade, lembra?"​

​"Uhum."​

"Eu te falei sobre ela. Sobre como ela era a pessoa mais forte que eu já conheci. E... Espera, antes de continuar, eu preciso te falar outra coisa."

​"Ok."​

​"Nada disso é culpa sua. É tudo entre mim e ela, ok?"​

​"Aham..."​

​"Dulce."​

​"Sim."​

"Quando eu contei pra ela sobre nós - sobre as nossas mensagens, nossa amizade - eu pensei que estávamos bem. Ela não ficou animada e teve um silêncio estranho entre nós, mas melhorou e nós conversamos sobre isso. Ela disse que estava tudo bem e eu acreditei nela. Pensando melhor, eu sei o quanto isso foi idiota - o quanto eu fui idiota e cega."

"Ela somou dois mais dois na cabeça dela e eu acho que ela começou a olhar com outros olhos algumas coisas que aconteceram nos últimos dois meses. E aí não importava mais se eu mandava mensagem para Maite ou pro meu pai ou pra outra pessoa - era sempre pra você, na cabeça dela. Ela te via em todo lugar, em tudo-"

​"Isso é meio que mi-"​

​"Não, me deixe terminar."​

​"Ok."​

"Eu acho que eu queria ignorar isso, ignorar os sinais, porque fingir que estava tudo bem era mais fácil."

​"Anahi, o que eu disse antes... Aquele dia... Aquilo não era sobre você."​

​"Eu sei. Tá tudo certo."​

​"Que bom. Continue."​

"E aí, um dia, ela desabou. Ela desabou completamente e... Eu nunca tinha visto ela daquele jeito antes. Nunca. Saber que era minha culpa... Que ela... Que eu estava fazendo aquilo com ela... Foi como um tapa na cara e caralho, como eu precisava daquele tapa. Aquilo me acordou."

​"E aí... você terminou com ela?"​

​"Sim. É que... Era a única coisa que eu poderia ter feito.. Dulce?"​

​"Merda... Sim?"​

"Dulce, tem... Tem outro lado pra essa história, é claro que tem, e eu sei o que estou deixando de mencionar. Eu só posso imaginar o que você deve estar pensando agora, mas eu-"

"Hey, não. Eu não estou... Eu não estou esperando nada. É bom que você tenha me contado sobre isso, mas eu não estou esperando nada."

"Eu sei que não é meu direito pedir... Na verdade, é uma coisa horrível a se pedir, agora, depois de tudo isso, mas-"

​"Mas você pode."​

​"... Tudo bem se eu tirar um tempo?"​

​"Pra pensar?"​

​"É."​

"Claro. Você pode tirar todo o tempo que precisar. E quando você tiver terminado, eu estarei aqui e poderemos conversar sobre isso. O que quer que `isso` seja."

​"Obrigada."​

​"Obrigada por ser tão aberta sobre isso. E Anahi?"​

​"Sim?"​

"Eu sou bem mais forte do que você pensa. Nós somos bem mais fortes. Vai ficar tudo bem."

​"...Ok. Eu... Eu vou-"​

​"Shhhh. Quando você estiver pronta."​

​"...Boa noite, Dulce."​

​"Boa noite, Anahi."​