Fanfic: Um Lindo Homem (vondy)

Qualidade de vida?

Horários regulares?

Amor?

Carinho?

Felicidade?

Essas coisas?!

Médico – Olhe, eu sei que está abalada...

Dul – Não estou abalada.

médico – Sei que está com medo...

Dul – Não estou com medo.

Médico – Dulce, essa é uma reação normal após saber de uma notícia dessa, mas volto a falar sobre um tratamento, não é a cura, mas garanto que ele pode alongar seu tempo de vida.

Dulce jogou os cabelos lisos e sedosos para trás, deixando seus exames em cima da mesa do médico. Qualidade de vida. Porque aquelas malditas palavras não saiam de sua cabeça?

Dulce – Nada de tratamentos, drogas, ou internações... - Disse mais uma vez com aquela mesma voz serena, tranqüila, como se estivesse dizendo ao médico que estava contente por seus exames anuais estarem em dia. Ou simplesmente dizendo a Nice, sua secretária, que poderia lhe trazer o café da manha, de preferência com aqueles pãezinhos de queijo adoráveis!

Levantou-se para a total surpresa do Médico, com a postura elevada sobre os sapatos mais caros da nova linha Jimmy Choo.

Alisou o vestido perfeitamente alinhado com suas curvas na cor preta e suas mãos por um segundo pararam por cima do colar de pérolas que levava aquela amanha.

Dul- Acho que o assunto está encerrado, não?

Médico – Escute Dulce, eu gostaria que não se fosse agora, temos coisas a conversar sobre...

Dul – Pelo amor de Deus, Rubéns! O que há de ser dito sobre a morte? Acontece não é mesmo? São circunstâncias da vida, o chamado de Deus, ou seja lá do que vocês a chamam!

O médico deixou a caneta cair sobre a mesa, sinal claro que desistia de lutar contra aquela mulher, Dulce Torredo era impossível e indiscutível!

Médico – Escute, é melhor que venha para voltarmos a nos falar quando estiver mais calma, é normal esse choque, essa reação após uma notícia dolorosa, torno a dizer... Quer que eu chame alguém para vir lhe buscar? - Dulce o olhou de uma maneira tão fria que Rubéns fez um gesto de impaciência com as mãos, dizendo que realmente desistia de manter diálogo com a paciente mais impossível e teimosa que havia visto em vida. - Deixe o cigarro, deixe a bebida, deixe os coquetéis até o último horário da madrugada, deixe essa vida cheia de qualidades que julga viver com felicidade.

O semblante de Dulce se contraiu e o Doutor soube que aquela era a primeira emoção que ela havia realmente demonstrado.

Médico – É uma fatalidade que isso tenha acontecido com uma moça tão jovem, bonita e especial como você. Dulce, quer que eu chame alguém?

Dul – Não, não tenho a quem chamar... - conseguiu dizer antes que pegasse sua bolsa exclusiva da Prada, e se dirigisse a saída do consultório.

Médico – Sua mãe? Quer que eu chame sua mãe? - Dulce fechou os olhos antes dos mesmos arderem em lágrimas, logo se recompôs daquele surto de fragilidade.

Dul – Não, não quero que chame minha mãe, quando for hora eu mesma o faço.