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Capítulo: 11? Capítulo

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Capítulo 11


 


O inverno mostrou toda a sua força durante o mês de fevereiro. Chegou um ponto em que Dulce precisou abrir caminho de casa até a oficina. Ela ficou feliz por causa desse trabalho braçal. O inverno era um tempo longo e tranqüilo, que lhe dava muita oportunidade para pensar.


Usando-as, Dulce chegou a algumas conclusões descon­fortáveis. Sua vida, até onde sabia e pelo que tudo indicava, jamais seria a mesma. E no que se referia à sua arte, Dulce sentiu que os meses de concentração com arroubos de excitação melhoraram a qualidade de seu trabalho. Na verdade, Dulce constantemente usava suas jóias para esquecer do que estava acontecendo a ela e ao seu redor. Quando isso não fun­cionava, ela usava o que estava ocorrendo a ela, e ao seu redor, no trabalho.


O entendimento repentino de que sua saúde, até mesmo sua vida, estavam em perigo fizeram com que Dulce alterasse do seu tradicional olhar pragmático sobre a vida. Isso fez com que ela apreciasse as pequenas coisas da vida, que sempre achara normais. Acordar numa cama quente, observar a neve caindo enquanto o fogo crepitava na lareira atrás dela. Dulce aprendeu que cada segundo na vida era essencial.


Ela já estava até pensando em tirar um dia para dirigir até Nova York e encaixotar o que considerava importante. Mais do que encaixotamento, seria um momento de tomada de decisões o que manteria, o que jogaria fora, tudo isso, de algum modo, refletiria as mudanças que Dulce aceitara em si mesma.


Tanto o contrato do apartamento quanto o da oficina sobre a butique precisavam ser renovados. Dulce deixaria que os contratos perdessem a validade. Em vez de viver sozinha, ela teria a companhia e a responsabilidade sobre os velhos empre­gados do seu tio. Embora antes ela estivesse determinada a ser responsável apenas por si mesma e pela sua arte, Dulce fizera esta escolha sem hesitar. Ainda que vivesse na cidade, na correria, na multidão, ela se isolara. Não mais.


E tudo isso estava permeado por Christopher.


Em poucas semanas, o que eles haviam desfrutado estaria terminado. O longo inverno que eles compartilharam seria algo para ser pensado nos outros invernos. Enquanto se preparava para uma nova e diferente vida, Dulce prometia a si mesma que não se arrependeria. Mas não conseguia parar de ter desejos. As coisas já estavam mudando.


A polícia viera, e quando chegaram houve mais perguntas. Tudo na oficina tinha de ser firmemente trancado depois que escurecia, e não havia mais caminhadas solitárias pela floresta depois de uma nevasca. Andar por toda a mansão verificando portas e janelas que antes eram ignoradas tornou-se um ritual de todas as noites. Quando voltava da oficina, Dulce constante­mente via Christopher a observando da janela do quarto. Isso devia dar a ele uma sensação de conforto e segurança, mas Dulce sabia que ele estava esperando que alguma coisa acontecesse. Ela sabia, tanto quanto conhecia Christopher, que ele queria que algo acontecesse. A falta de ação estava fazendo mal a ele.


Desde que voltara a Nova York para lidar com a invasão do seu apartamento, Christopher estava distante, com uma impaciên­cia que o incomodava o tempo todo. Embora os dois entendessem que era o correto deixar que patrulhassem a casa, eles não se sentiam à vontade.


Christopher e Dulce não se sentiam satisfeitos com a investigação policial. Todos os familiares tinham álibis para um ou mais dos incidentes. Até agora a investigação parecia ter chegado ape­nas a conclusões dúbias. Desde que a polícia fora chamada, nada mais havia acontecido. Não houve mais telefonemas anônimos, vultos na floresta ou telegramas falsos. Como Dulce previra, os ânimos se exaltaram. Ela teve de atender a um telefonema furioso de tio Bustamante, que insistia que eles estavam usando a investigação numa tentativa de invalidar o testamento.


Em seguida houve a desarticulada carta de Angelique, que resol­veu passar a idéia de que a mansão Revertti era mal-assombrada. Christopher conversou por dois minutos com Fagundes, que resmun­gou algo sobre assuntos de família, exagero e falta de bom senso. Guillermo, no seu estilo, enviou-lhes uma mensagem curta.


Policiais e ladrões? Parece que vocês estão passando trotes um no outro.


De Xavier eles não tiveram notícia.


O laboratório da polícia confirmou a análise particular que eles tinham feito no champanhe. Herrera estava avançando penosamente com a investigação, com seu jeito minucioso e tranqüilo. Christopher e Dulce faziam exatamente o que estavam fazendo há semanas: esperando.


Christopher não entendia como Dulce podia agüentar. Cami­nhando pela trilha estreita que ela fizera na neve, ele se pergun­tava como ela podia se manter tão calma quando ele, Christopher, estava prestes a dar um soco na parede. Foram necessários uns poucos dias para que Christopher, encurralado pelo ócio, percebesse que era pior quando nada acontecia. Aguardar que outra pes­soa fizesse o próximo movimento era a mais dolorosa forma de tortura. Até ter certeza de que Dulce estava segura, ele não podia relaxar. Até que pusesse as mãos no pescoço de alguém Christopher não ficaria satisfeito. Ele estava preso numa armadilha de inatividade que aos poucos o estava deixando louco. Parando do lado de fora da oficina de Dulce, olhou em volta.


A casa parecia enorme e feia, com gotas de gelo perduradas nas calhas e nas janelas. Ele pensou que aquela imagem pertencia a algum livro melancólico, sombrio e extravagante. Um conto de fadas, do tipo repugnante. Talvez um dia ele mesmo escrevesse uma história que se passasse naquele lugar. Mas, por hora, era sua casa.


Com as mãos nos bolsos, Christopher observava a fumaça saindo da chaminé. Por mais bobo que parecesse, ele sempre gostara daquilo. Quanto mais tempo morava naquela casa, mais certeza Christopher tinha de estar fazendo a coisa certa. Mas ele estava longe de saber ao certo como Dulce receberia sua decisão de permanecer na casa depois que as exigências de prazo do testa­mento terminassem.


Seu último roteiro para a temporada estava pronto. Era o único episódio a ser filmado antes que o programa entrasse em recesso até o outono. Christopher podia, como sempre fizera, pegar algumas semanas no início da primavera e ir para uma praia quente e barulhenta. Ele podia pescar, relaxar e curtir a paisagem com mulheres em minúsculos biquínis. Mas Christopher sabia que não iria a lugar algum.


Nos últimos dias, ele estivera brincando com uma história para um filme futuro. Christopher já havia pensado nessa história antes, mas de algum modo alguma coisa sempre o atrapalhara. Ele sabia que podia escrever o roteiro ali, na mansão. Ele podia completar a história ali, com Dulce produzindo suas jóias por perto, criticando o trabalho dele a fim de que ele ficasse ainda mais determinado em melhorar o que estava fazendo. Mas Christopher estava esperando. Esperando que algo acontecesse, esperando descobrir quem estava usando o medo e a intimidação para tentar afastá-los. E, mais importante: Christopher estava esperando por Dulce. Até que ela confiasse totalmente nele, por vonta­de própria, e até que ela lhe desse seu coração irrestritamente, Christopher tinha que continuar esperando.


Ele fechou a mão num soco, depois relaxou. Christopher queria ação.


Ao tentar abrir a porta, ficou feliz porque Dulce cumprira com sua palavra e a trancara por dentro.


— Dulce?


Christopher bateu com os nós dos dedos. Ela abriu a porta com um. alicate nas mãos. Depois de olhar para o rosto enrubescido dela e para os cabelos desgrenhados, Christopher levantou as mãos espalmadas.


 — Estou desarmado.


 — E eu estou ocupada. — Mas ela fez um biquinho. Havia um raio de prazer nos seus olhos. Christopher achava fácil perceber esses pequenos detalhes.


 — Eu sei. Eu fiquei entretido trabalhando durante horas, mas vim aqui por uma boa causa.


 — Você está deixando o frio entrar — Dulce reclamou. Antigamente, ela poderia fechar a porta no rosto dele sem pen­sar duas vezes. Mas agora Dulce fechou a porta depois que Christopher entrou.


 — Não está muito mais quente aqui.


 — É bom assim quando estou trabalhando. E eu estou tra­balhando agora.


 — Culpe Glaucia. Ela me mandou comprar mantimentos e insistiu para que eu leve você junto. — Ele olhou calmamente para Dulce. — "Aquela menina fica enfurnada no jardim-de-inverno tempo demais. Ela precisa pegar um pouco de sol. "


 — Eu pego muito sol — retrucou Dulce. Mesmo assim, a idéia de ir até a cidade a atraía. Não faria nenhum mal conversar com o joalheiro do pequeno shopping center. Dulce estava co­meçando a pensar que podia alcançar novos horizontes, fora do circuito das grandes cidades. — Acho que devemos aceitar o que ela diz, mas quero terminar o que estava fazendo primeiro.


 — Não tenho pressa.


— Bom. Em meia hora, então. — Dulce se afastou para trocar o alicate por um torno de joalheiro. Como não ouvira a porta se abrir e se fechar, ela se virou e viu Christopher a observando no esmerilho. — Christopher — Dulce chamou, um pouco mais
que irritada.


 — Continue, leve o tempo que for preciso.


 — Você não tem nada para fazer?


 — Nada — disse ele, inocentemente.


 — Nenhuma perseguição de carros para escrever?


 — Não. Além do mais, eu nunca a vi trabalhando.


 — Platéias me deixam nervosa.


— Amplie seus horizontes, meu amor. Finja que sou um aprendiz.


— Eu não sei se isso é ampliar os horizontes.


Sem medo, Christopher apontou para a mesa de trabalho dela.


— O que é isso?


 — Isso — ela disse, com firmeza — é um pingente. Com um efeito de cascata feito com um abrasivo e alguns pedaços de prata que sobraram de um bracelete.


 — Sem desperdício— ele murmurou. — Prática, como sempre. Então, qual é o próximo passo?


Respirando fundo, ela refletiu que seria mais simples aceitar o jogo do que mandá-lo embora.


— Eu estava terminando de ajustar as pontas dos fios. Eu uso comprimentos e espessuras diferentes, que dão à peça uma impressão de fluidez. Os pedaços de prata que cortei e inseri servem para aumentar os pingentes. Agora vou soldá-los na
ponta dos fios.


Dulce aplicou o metal fundido, virando-se um pouquinho para que Christopher pudesse vê-la. Depois de colocar um quadra­dinho de solda ao lado de cada fio, ela usou um maçarico para aquecer a liga até que ela derretesse. Com talento e paciência, repetiu o processo, até que todos os pingentes estivessem pre­sos.


— Parece fácil — ele arriscou.


— Até uma criança de cinco anos consegue.


Christopher ouviu o sarcasmo e deu uma gargalhada, ao mesmo tempo em que pegava as mãos de Dulce.


 — Você quer ser elogiada? Há poucos minutos, eu via uma pilha de metal. Agora vejo um ornamento intrincado. Exoticamente decorado.


 — É para ser exótico — respondeu Dulce. — Jessica Wainwright vai usá-lo no filme. É para ser o presente de um velho amante. A condessa disse que ele era um príncipe turco.


Ele examinou o colar novamente.


 — Muito apropriado.


 — Será um conjunto de latão e prata enrolados um no outro. O pingente mais baixo deverá estar próximo da cintura dela. — Feliz, mas sabendo que não se deve tocar o metal antes que a solda esfrie, Dulce lhe estendeu um esboço. — A senhorita Wainwright foi muito específica. Ela não queria nada ordinário, nada clássico. Tudo o que ela usar deve acrescentar certa mística ao personagem.


Dulce largou o esboço e cobriu as ferramentas. Ela soldaria os arcos e poliria o colar quando voltasse da cidade. Então, se houvesse tempo, começaria um novo projeto. Um broche folhea­do a ouro em forma de pavão, com uma cauda de 7 centímetros que a manteria ocupada por quase duas semanas.


— Esta ferramenta tem potencial como arma — tentou Christopher, pegando um polidor para examinar a ponta curva de aço.


— Desculpe?


Ele gostava do modo como Dulce dizia aquilo, como se, mesmo de costas, ela estivesse prestando muita atenção.


— Para uma história.


— Deixe minhas ferramentas fora das suas histórias. — Dulce pegou o polidor das mãos de Christopher e o guardou. — Vai me pagar um almoço na cidade? — Ela tirou o avental e vestiu o casaco.


— Eu ia lhe perguntar a mesma coisa.


 — Eu perguntei primeiro. — Dulce trancou a oficina e deu boas-vindas ao frio. — A neve está começando a derreter.


 — Em poucas semanas, as sessenta árvores que tio Martim plantou na sua fase de jardinagem começarão a dar flores.


 — Narcisos — disse Dulce, baixinho. Pareceu-lhe impossível quando sentiu o ar e viu os montes de neve, mas a primavera estava próxima. — O inverno nem pareceu tão longo.


 — Não, não mesmo. — Ele pôs um braço sobre os ombros de Dulce. — Eu nunca imaginei que seis meses pudessem passar tão rápido. Achava que um de nós já teria tentado cometer um assassinato.


Rindo, Dulce acompanhou os passos ao dele.


 — Nós ainda temos um mês para o término da exigência.


 — Então agora precisamos nos comportar — Christopher a lem­brou. — O tenente Herrera está de olho em nós.


 — Acho que perdemos a oportunidade. — Dulce se virou para abraçá-lo. — Houve momentos em que eu quis atacar você com uma faca cega.


 — A recíproca é verdadeira — disse Christopher, abaixando-se para beijá-la. Seus lábios estavam frios e trêmulos.


Na janela lateral, Glaucia abria a cortina.


— Veja isso! — Gargalhando, ela fez um sinal para Pascoal.
— Eu lhe disse que daria certo. Em algumas semanas estaremos
decorando um bolo de casamento.


Quando Pascoal se juntou a Glaucia na janela, viu Dulce pegar um punhado de neve e jogar no rosto de Christopher.


— Não conte com os ovos — resmungou.


Num movimento desesperado para evitar uma retaliação, ela correu para a garagem. Pouco antes de a neve se espatifar contra a porta, Dulce conseguiu se esconder.


— Você ainda está sem mira, primo. — Abrindo a porta, ela se arrastou para dentro do carro de Christopher. Satisfeita consigo mesma, Dulce se ajeitou no banco. Ela tinha certeza de que Christopher não iria afetar o imaculado interior do carro com uma bola de neve. Ele abriu a porta, sentou-se ao lado dela e depositou a neve sobre a cabeça de Dulce. Ela ainda estava gritando quando Christopher ligou o carro.


— Sou melhor de perto.


Dizendo coisas confusas, Dulce limpou a neve. Como ela ha­via gostado do que Christopher fizera, foi difícil parecer ofendida.


 — Pensei que um homem que dirige um carro tão chique seria mais cuidadoso com seu bem.


 — Ele só é chique e é comprado para demonstrar status.


 — E, claro, você não o comprou por isso.


 — Eu o comprei porque ele é terrivelmente econômico. — Quando Dulce bufou, Christopher se virou para rir. — E porque ele parece ótimo com uma ruiva dentro dele.


 — E louras e morenas.


 — Ruivas — ele a corrigiu, enrolando um cacho dos cabelos dela ao redor dos dedos. — Eu adquiri esta preferência.


Isso não deveria ter feito Dulce sorrir, mas fez. Ela ainda estava sorrindo quando eles começaram a descer a longa estrada cheia de curvas.


 — Não dá para reclamar do pessoal da manutenção da es­trada — disse Dulce. — Exceto por aquelas duas semanas no mês passado, a entrada esteve bem limpa. — Ela olhava para os montes de neve que as máquinas da limpeza fizeram ao lado da estrada.


 — Pena que eles não limpem a entrada da nossa casa.


 — Você sabe que adora pilotar aquele tratorzinho. Tio Martim sempre dizia que aquilo o fazia se sentir forte e másculo.


 — Por isso é que ele corria com o trator de um lado para o outro, feito um louco, por todo o quintal.


Ao se aproximarem de uma curva, Christopher reduziu a marcha e pisou no freio. Dulce se inclinou para a frente, ligando o som do carro.


 — A maioria das pessoas tem um aparelho deste tipo no gabinete de trabalho.


 — Eu não tenho um gabinete de trabalho.


— E você não tem um rádio para colocar nele também — lembrou Dulce. — Ou uma televisão.


Christopher deu de ombros, mas mentalmente fez uma lista do que perdera no roubo ao seu apartamento.


— O seguro me ressarcirá.


 — A polícia está cuidando do caso como se tivesse sido uma invasão normal. — Dulce mudava as estações. — Pode ter sido mesmo.


 — Ou talvez tenha sido uma cortina de fumaça. Eu queria que nós... — Ele se interrompeu ao se aproximar de mais uma curva. Christopher pisou no freio de novo mas, desta vez, o pedal desceu inutilmente até o chão do carro.


 — Christopher, se você está tentando me impressionar com sua habilidade ao volante, não está dando certo.


Instintivamente, Dulce se segurou na porta enquanto o carro se aproximava em alta velocidade da próxima curva.


Segurando o volante com uma só mão, Christopher puxou com força o freio de mão. O carro continuou a andar. Ele pegou no volante com ambas as mãos e lutou para conseguir fazer a pró­xima curva.


— Sem freio.


Dizendo isso, Christopher olhou para o velocímetro. Estavam a mais de 100 km/h. Dulce segurou-se com mais força.


 — Não chegaremos até o fim sem os freios. Christopher não pensou em mentir.


 — Não.


Os pneus cantaram quando fizeram a curva seguinte. As ro­das tocaram as pedras e o carro perdeu o controle. Um barulho de riscado foi ouvido quando o pára-lamas atingiu a mureta de proteção.


Dulce olhava para a estrada que rodava à sua frente. Sua visão ficou turva, depois clareou. A placa antes da curva em Glaucia dizia que a velocidade máxima era de 50 km/h. Christopher fez a curva a 120 km/h. Dulce fechou os olhos. Quando os abriu novamente, viu um banco de neve à frente e gritou. O carro rodou. E flocos de neve voaram quando o carro derrapou na direção dele.


Com os olhos vidrados, Christopher olhava para a estrada à frente, tentando se antecipar a cada curva. Ele suava. Christopher conhecia a estrada, e isso o amedrontava. Em menos de 5 quilômetros a estrada, que já era inclinada, ficaria ainda mais íngreme. Em alta velocidade, o carro iria passar direto pela mureta de proteção e cairia no abismo. O jogo que tio Martim começara terminaria de modo violento.


Ele experimentou o gosto do seu próprio medo, e então o engoliu.


— Só há uma chance. Temos que conseguir virar na estradinha que leva ao velho hotel. Ela vai surgir depois daquela curva. — Christopher não conseguia tirar os olhos da estrada e olhar para Dulce. Seus dedos se agarravam no volante. — Segure-se.


Ela estava prestes a morrer. Sua mente ficou chocada diante deste pensamento. Dulce ouviu os pneus cantarem quando Christopher virou o volante. O carro tremeu e quase capotou. En­quanto o carro deslizava pela escorregadia pista, Dulce viu árvores passando próximas. Por um instante, os pneus pareciam que se agarravam às pedras sob o carro. Mas a curva era acentua­da demais, e o carro corria em alta velocidade. Sem controle, rodou para as árvores.


— Eu amo você — ela sussurrou, abraçando-se a Christopher antes de desmaiar.


Christopher recobrou a consciência lentamente. Estava doendo, e por um momento não entendeu por quê. Havia barulho. Aos poucos, Christopher se virou na direção do alvoroço. Quando abriu os olhos, viu um menino de olhos arregalados e cabelos negros olhando atônito pela janela.


— Senhor, ei, senhor. O senhor está bem? — Tonto, Christopher abriu a porta.


— Vá procurar ajuda — conseguiu dizer, lutando para não desmaiar novamente. Ele respirou profundamente, seguidas vezes, Para tentar clarear a mente, enquanto o garoto saiu correndo por entre as árvores. — Dulce. — Em meio à névoa, sentiu medo Em poucos segundos, Christopher estava deitado sobre ela.


Seus dedos tremiam quando ele procurou pela pulsação no pescoço de Dulce. Mas, por fim, Christopher notou que o coração dela ainda batia. 0 sangue escorria do corte na testa de Dulce sobre o rosto dela e as mãos de Christopher. Pressionando o ferimento com os dedos, abriu o porta-luvas, à procura de um kit de primeiros-socorros. Ele conseguiu deter o sangramento e estava verificando se havia ossos quebrados quando Dulce gemeu. Christopher teve de se conter para não puxá-la para perto e abraçá-la.


— Calma — murmurou, quando ela começou a acordar.


— Não se mova. — Quando Dulce abriu os olhos, eles estavam nebulosos e desfocados. — Está tudo bem. — Cuidadosamente ele amparou o rosto de Dulce com as mãos e continuou a tranqüilizá-la. Aos poucos, os olhos de Dulce recuperaram o foco. Ela procurou pela mão de Christopher.


 — Os freios...


 — É. — Ele descansou o rosto contra o dela por um momento.


— Foi uma viagem dos infernos, mas parece que conseguimos
sobreviver.


Confusa, Dulce olhou ao redor. O carro havia parado, todo torto, contra uma árvore. Foi a neve funda e lamacenta que diminuiu a velocidade do carro o suficiente para evitar que o impacto fosse fatal.


 — Nós... Você está bem? — Ela começou a chorar quando se esticou para pegar o rosto de Christopher nas mãos, como ele havia feito antes. — Você está bem?


 — Ótimo. — Seu pulso latejava como uma britadeira e sua cabeça doía incrivelmente, mas ele estava vivo. Quando Dulce começou a se mexer, Christopher a segurou. — Não, não se mova. Eu não sei se você está muito machucada. Tem um menino. Ele foi procurar ajuda.


 — É só a minha cabeça. — Dulce pegou a mão de Christopher e viu sangue. — Ah, Deus! Você está sangrando. Onde? — Antes que pudesse começar uma busca desesperada, Christopher agarrou a mão dela.


— Não sou eu. É você. Sua cabeça tem um corte. Você, provavelmente, teve uma concussão.


Trêmula, Dulce ergueu a mão e tocou o curativo. O ferimen­to doía, mas ela achou bom. Se doía era porque ela realmente estava viva.


 — Eu achei que tinha morrido. — Dulce fechou os olhos, e lágrimas escorreram pelo seu rosto. — Eu achei que nós dois tínhamos morrido.


 — Estamos bem. — Eles ouviram uma sirene soando na subida da montanha. Christopher ficou em silêncio até que Dulce abrisse os olhos novamente. — Você sabe o que aconteceu?


Sua cabeça doía muito, mas estava límpida.


— Tentativa de assassinato.


Ele assentiu, mas não se virou quando a ambulância encostou na enlameada pista.


— Eu estou cansado de esperar, Dulce. Eu estou cansado
de tudo isso.


 


O tenente Herrera encontrou Christopher na sala de emergência. Ele tirou o cachecol, desabotoou o casaco e se sentou no banco duro de madeira.


 — Parece que você teve um probleminha.


 — Imenso.


Herrera concordou ao ver o curativo no pulso de Christopher.


— Grave?


 — Só uma torção. Alguns cortes e arranhões e uma forte dor de cabeça. E da última vez que o vi, meu carro parecia uma sanfona.


 — Nós estamos examinando seu carro. Devemos procurar por algo específico?


 — Os cabos dos freios. Parece que não tinha freio quando eu comecei a descer a montanha.


 — Quando você usou o carro pela última vez? — Herrera tinha seu bloco de anotações nas mãos.


 — Há dez dias, ou duas semanas. — Cansado, Christopher coçava a cabeça. — Eu fui até Nova York para conversar com a polícia sobre o assalto ao meu apartamento.


 


 — Onde você guardou o carro?


 — Na garagem.


— Trancado?


— A garagem? — Christopher mantinha um olho no corredor, de onde Dulce já havia sido removida. — Não. Meu tio instalou um desses sistemas de controle remoto há alguns anos. Nunca funcionou, a não ser que a televisão estivesse ligada. De qualquer modo, ele mandou retirar o negócio e nunca trocou a fechadura. O carro de Dulce está lá — lembrou-se Christopher de repente.


— Se...


— Vamos verificar — disse Herrera, calmamente. — A senhorita Saviñon estava com você?


— Sim, ela está com o médico. — Pela primeira vez em semanas Christopher se percebeu ansioso por um cigarro. — Ela teve um corte na testa. — Ele olhou para suas próprias mãos e se lembrou delas cobertas de sangue. — Eu vou descobrir quem fez isso, tenente. E então eu vou...


— Não diga nada para mim que possa ser usado mais tarde — advertiu Herrera. Havia pessoas que faziam ameaças como um meio de aliviar a raiva ou a tensão. O tenente não queria que Christopher fosse uma delas. — Deixe-me fazer meu trabalho,
senhor Uckermann.


Christopher olhou para ele demorada e friamente.


— Alguém está se divertindo, fazendo brincadeiras mortais, com uma pessoa muito importante para mim. Se você estivesse no meu lugar, ficaria tamborilando numa mesa, esperando?


Herrera sorriu, mas só um pouco.


— Sabe, Uckermann. Eu nunca perco sua série. Muito divertida. E este caso todo se parece com um dos seus episódios.


— Como um episódio — Christopher repetiu, lentamente.


— O problema é que as coisas não funcionam na vida real como na televisão. Mas eu lhe garanto que é um prazer assistir. Aí vem sua moça.


Christopher se levantou e dirigiu-se a Dulce.


— Estou bem — disse, antes que ele pudesse perguntar.


 — Não totalmente. — Atrás dela um jovem médico, num jaleco branco, estava em pé impacientemente. — A senhorita Saviñon teve uma concussão.


 — Ele deu alguns pontos na minha cabeça e quer me manter prisioneira. — Dulce sorriu docemente para o médico, dando o braço para Christopher. — Vamos para casa.


 — Só um minuto. — Mantendo-a ao seu lado, Christopher se di­rigiu ao médico. — O médico quer que você fique no hospital.


 — Christopher...


 — Cale a boca.


— Qualquer pessoa que sofre uma concussão deve permanecer em observação. A senhorita Saviñon seria inteligente se passasse a noite sob os cuidados de um profissional.


 — Não vou ficar num hospital porque levei uma pancada na cabeça. Boa tarde, tenente.


— Senhorita Saviñon.


De nariz empinado, ela olhou mais uma vez para o médico.


 — Agora, doutor...


 — Barnhouse.


— Doutor Barnhouse — começou. — Eu vou aceitar seu conselho, em parte. Vou descansar, evitar o estresse. Ao primeiro sinal de náusea ou tontura, venho correndo para cá. Posso lhe assegurar, agora que você convenceu Christopher de que sou uma
inválida, serei devidamente mimada e cuidada. Você deve ficar satisfeito com isso.


Longe de estar satisfeito, o médico se dirigiu a Christopher.


— Eu não posso obrigá-la a ficar, claro. — Christopher franziu a testa.


— Se o senhor acha que eu posso, tem muito a aprender sobre
as mulheres.


Frustrado, Barnhouse se virou para Dulce:


 — Eu quero vê-la em uma semana. Ou antes, se algum dos sintomas sobre os quais conversamos surgirem. A senhora deve ficar em repouso por 24 horas. Isso quer dizer deitada.


 — Sim, doutor. — Dulce lhe estendeu a mão, que o médico aceitou de mau humor. — Você é muito gentil. Obrigada.


Ele torceu a boca.


 — Uma semana — repetiu, antes de desaparecer no corre­dor.


 — Se eu não a conhecesse — disse Christopher — , diria que ele queria mantê-la aqui apenas para admirá-la.


 — Claro. Eu estou deslumbrante com sangue escorrendo pelo meu rosto e com um buraco na cabeça.


 — Eu acho.


Christopher a beijou no rosto, mas aproveitou o gesto para olhar o ferimento mais de perto. Os pontos eram pequenos e bem-feitos, e desapareciam sob os cabelos de Dulce. Ao contar seis pontos, Christopher ficou ainda mais determinado.


 — Vamos para casa para eu poder mimar você.


 — Eu os levo — disse Herrera, apontando a porta. — Eu po­deria também dar uma olhada enquanto estiver na mansão.


 


Glaucia cacarejou como uma galinha poedeira e conseguiu que Dulce se deitasse coberta na cama cinco minutos depois de ter passado pela porta principal da mansão. Se estivesse com forças, Dulce teria brigado energicamente. Mas, em vez de criar confusão, ela se deixou ficar sob o cobertor, depois tomou sopa e bebeu um chá doce. Embora o médico a tivesse tranqüilizado de que era perfeitamente seguro dormir, Dulce se lembrou da história das velhas viúvas e lutou para se manter acordada. Armada com um bloco de anotações e um lápis, ela passou o tempo desenhando. Mas, quando começou a se cansar disso, pôs-se a pensar.


Assassinato! Aquilo não fora senão uma tentativa de assas­sinato. Assassinato por dinheiro, refletiu, uma coisa que ela era incapaz de entender. Antes, Dulce dizia que sua vida estava em perigo, mas isso de algum modo parecia distante. Ela precisou apenas tocar no ferimento em sua testa para admitir como isso havia se tornado evidente.


Um tio, um primo, uma tia? Quem queria tanto a fortuna de tio Martim a ponto de matar por dinheiro? Não pela primeira vez, Dulce desejou tê-los conhecido melhor, entendido todos melhor. Ela percebeu que simplesmente seguira o conselho de Martim e os ignorara, dizendo que eram entediantes.


E isso era verdade, Dulce se assegurava. Ele esteve em uma ou duas festas com todos eles. Fontes ralharia, Guillermo se envai­deceria, Angelique conversaria infantilidades e assim por diante. Mas, chatos ou não, nenhum deles jamais ultrapassara a linha do comportamento civilizado. E agora eles estavam propensos a fazer justamente isso para passar por cima dela. Lentamente, de memória, Dulce começou a desenhar cada um de seus parentes. Talvez assim ela visse algo guardado em seu subconsciente.


Quando Christopher entrou no quarto, os desenhos estavam lado a lado sobre a colcha.


— Quase uma coleção de animais selvagens.


Ele vinha diretamente da garagem onde, junto com Herrera, encontraram fluido de freio ainda molhado no concreto. E não era tudo. Quem quer que tivesse mexido no fluido do freio dei­xara um pouco no carro, de modo que o veículo pudesse reagir normalmente nos primeiros quilômetros. E, então, nada. Christopher já concluíra que a polícia descobriria que havia um buraco sob o carro. Assim como eles descobriram um buraco no carro de Dulce, a fim de confundir com a mancha escura sob o veículo. Era um estrago tão letal quanto o que fora feito no carro dele.


Christopher não estava preparado para contar a Dulce que alguém que tentara matá-los esteve na garagem há um ou talvez dois dias apenas. Em vez disso, ficou olhando os desenhos.


— O que você vê? — ela perguntou.


— Que você tem um talento imenso e que deveria pensar seriamente em pintar.


— Quero dizer, nos rostos. — Impaciente, ela cruzou as pernas. — Não há nada neles. Nenhum detalhe, nenhuma pista que me diga que um deles é capaz de matar.


 — Qualquer pessoa é capaz de matar. Ah, é — ele acrescentou, quando Dulce abriu a boca para discordar. — Qualquer um! Basta que o motivo combine com a personalidade, as circuns­tâncias, a necessidade. Quando uma pessoa se sente ameaçada, ela mata. E para alguns basta que a vida de alguém que amam seja ameaçada.


 — Isso é totalmente diferente.


 — Não. — Christopher sentou-se na cama. — Há diferenças. Algumas pessoas matam porque suas casas estão ameaçadas, ou suas posses. Outras, porque algo que desejam está sob ameaça. Riqueza, poder, estes desejos poderosos.


 — Então, uma pessoa comum, totalmente ordinária, pode matar para realizar um desejo.


Ele apontou para os desenhos.


 — Um deles tentou matar. Tia Ninel, com sua carinha redonda e olhos míopes.


 — Você não pode acreditar mesmo que...


 — Ela é devota de Fagundes, de um jeito obsessivo até. Ela nunca se casou. Por quê? Por que sempre cuidou dele.


Christopher pegou outro desenho.


— Ah, temos o próprio Fagundes, corpulento, insensível, durão. Ele achava que Martim era maluco e desvairado.


 — Todos eles achavam isso.


 — Exatamente. Bustamante, bem-aprumado e sem humor algum. E o único filho vivo de Martim.


 — Ele tentou contestar o testamento.


 — Está trilhando o caminho normal. Assim mesmo, ele sabia que seu pai era astuto, talvez mais do que qualquer outra pessoa. Que garantia temos de que ele não exigiria seus direitos de um modo mais... direto? Guillermo... — Christopher riu ao olhar o desenho. Dulce o desenhara exatamente como ele era. Egoísta.


 — Eu não consigo imaginá-lo sujando as mãos.


 — Por uma fatia dos 150 milhões? Eu consigo. Angelique, lindinha. Alguém é capaz de se perguntar se ela pode mesmo ser tão doce e estúpida quanto parece. E Xavier. — Dulce o desenhara com os músculos dos braços flexionados. — Ele se contentaria com uns poucos milhares de dólares quando poderia ter milhões?


 — Não sei... Este é o ponto. — Dulce misturou os desenhos. — Mesmo quando eu os coloco alinhados à minha frente, não sei.


 — Alinhados — murmurou Christopher. — Talvez esta seja a resposta. Eu acho que é hora de termos uma agradável festa em família.


 — Festa? Você não está mesmo pensando em convidá-los para cá.


 — É perfeito.


 — Eles não virão.


 — Ah, sim, virão. — O pensamento de Christopher já estava na frente. — Você pode apostar. Ao menor sinal de que as coisas não estão indo bem por aqui, eles saltarão sobre a carniça se dermos um empurrãozinho. Você vai ver o doutor em uma semana. Se ele lhe der alta, vamos começar nosso próprio joguinho.


 — Que joguinho?


 — Em uma semana — repetiu, pegando o rosto dela em suas mãos. Era um rosto fino, dominado pela cabeleira vermelha e pe­netrante olhar afiado. Não bonito, mas especial. Demorou algum tempo para que Christopher admitisse. — Um pouco pálida.


 — Eu sempre fico pálida quando tenho uma concussão. Você vai me mimar?


 — No mínimo. — Mas o sorriso de Christopher desapareceu assim que Dulce o puxou para perto. — Ah, Deus, eu achei que tinha perdido você.


O desespero na voz dele exigia que Dulce o acalmasse.


— Nós dois estaríamos perdidos se você não tivesse conseguido controlar tão bem o carro. — Ela se recostou no ombro dele. Era real e forte, como aquele ombro no qual certa vez ela se imaginara deitando a cabeça. Não faria nenhum mal, só desta vez, fingir que Christopher sempre estaria lá. — Eu nunca pensei que sobreviveríamos a isso.


 — Mas sobrevivemos. — Christopher a afastou para poder olhar para ela. Dulce parecia cansada, mas ele sabia que a força de vontade dela era mais forte do que nunca. — E agora você vai conversar comigo sobre o que disse antes do acidente.


 — Eu não estava gritando?


 — Não.



 — Se eu critiquei sua habilidade de dirigir, me desculpe. Christopher apertou o rosto de Dulce.


 — Você disse que me amava.


Ela observou sua boca se abrir, surpresa. Alguns homens po­deriam dizer que Dulce se sentira ofendida. Christopher agradecia aos céus por ter senso de humor.


— Aquilo podia ser, tecnicamente, uma confissão à beira da morte.


Dulce tinha dito aquilo? A única coisa de que se lembrava era de procurar por ele nos últimos segundos, sabendo que es­tavam prestes a morrer juntos.


 — Eu estava histérica — disse, tentando se afastar.


 — Para mim aquilo não pareceu um delírio.


 — Christopher, você ouviu o que o doutor Barnhouse disse. Eu não posso ficar estressada. Se você quer ser útil, traga-me um pouco de chá.


 — Eu tenho algo melhor para relaxar os músculos e acalmar os nervos. — Christopher a deitou sobre os travesseiros, deslizando sobre ela. Com doçura e ternura, ele acariciou com os lábios os contor­nos do rosto de Dulce. — Eu quero ouvir de novo, aqui.


 — Christopher...


 — Não, deitada. — E as mãos dele, calmas e afetuosas, a imobilizaram. — Eu preciso tocar você, apenas tocar. Há tempo de sobra para descansar.


Christopher era tão bom, tão paciente! Mais de uma vez ela se perguntou como um homem tão incansável e irascível podia ter mãos capazes de consolá-la tanto. Tirando apenas os sapatos, Christopher deitou-se na cama ao lado dela. Ele a segurou nos braços e a acariciou até ouvir um suspiro de alívio.


— Eu vou cuidar de você — sussurrou. — Quando você estiver bem, nós vamos cuidar um do outro.


— Estarei melhor amanhã.


Dulce disse isso com uma voz rouca, sonolenta.


— Claro. — Ele a manteria na cama pelas próximas 24 horas mesmo que tivesse de acorrentá-la. — Você não me disse de novo.
Está apaixonada por mim, Dulce?


Ela estava tão cansada, tão exausta! Parecia que era incapaz de lutar contra qualquer coisa.


 — E se estiver? — Dulce conseguiu inclinar a cabeça para trás, a fim de olhar para Christopher. Ele acariciava sua cabeça com cuidado, suavizando o toque ao menor sinal de dor. — Pes­soas se apaixonam e deixam de se apaixonar o tempo todo.


 — Pessoas. — Christopher abaixou a cabeça, de modo que pudesse apenas tocar nos lábios dela com sua boca. — Não Dulce. Isso a deixa furiosa, não é?


Ela queria olhar, mas em vez disso fechou os olhos.


— Sim. E eu vou fazer o meu melhor para reverter esta situação.


Christopher se aconchegou a ela, feliz, por enquanto. Dulce o amava. Ele ainda tinha tempo para fazê-la gostar dessa idéia.


— Conte como isso funciona — ele disse, embalando-a até que ela pegasse no sono.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Gente eu estava querendo postar uma serie de 12 livros, mas queria saber a opinião de vcs! a serie q eu queria postar é a serie Mavericks, é uma otima serie envolvendo grandes autores como Laurie Paige, Sandra Marton, Jackie Marritt, Rebeca Daniels, Helen R. Myers, Racheel Lee, Cathie Lins e muitos outros autores consagrados por livros romanticos! ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 400



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  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:45:00

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:58

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:56

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:09

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:43:44

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:43:39

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:53

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:47

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:36

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:30

    lindo!!!


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