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Capítulo: 5? Capítulo

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Capítulo 5


 










C




om esmero, lentamente, Dulce completou o colar de esmeraldas. Quando terminou o trabalho, ela estava feliz por julgá-lo perfeito. Este veredicto a deixou especialmente contente porque partia da sua crítica mais rigorosa: ela própria. Dulce, normalmente, não se sentia emocionalmente apegada ou criativamente satisfeita a cada jóia que fazia. Em relação a este colar, sentiu ambas as coisas. Examinou o colar com a lente de aumento, segurou-o contra a luz, examinou milímetro a mi­límetro, sem encontrar falhas. Dulce o concebera a partir da sua imaginação e, graças à sua habilidade, criara o colar. Com uma espécie de arrependimento, ela guardou o colar num estojo forrado de feltro. Ele já não lhe pertencia mais.


Com o colar terminado, Dulce olhou em volta para sua oficina, sem inspiração. Ela investira muito naquela peça espe­cífica: sua concentração, emoção, habilidade. Dulce não fizera nenhum plano para seu próximo projeto. Impaciente, querendo trabalhar, pegou um bloco e começou a desenhar.


Talvez brincos, pensou. Algo audacioso, exagerado e cheio de ornamentos. Dulce queria mudar depois do trabalho fino e elegante ao qual devotara tanto do seu tempo. Círculos e triângulos, imaginou. Algo geométrico e absurdamente moderno Nada romântico como aquele colar.


Romântico, refletiu, desenhando linhas fortes, bem definidas Dulce estivera trabalhando em uma jóia romântica. Talvez por isso tivesse agido como boba em relação a Christopher. Suas emoções estavam alinhadas com seu trabalho, e seu trabalho era, naquele momento, leve, feminino e romântico. Fazia sentido, concluiu satisfeita. Agora Dulce trabalharia com algo mais forte, impe­tuoso e arrogante. Isso deveria resolver o problema.


Para começar, não deveria haver problema. Rangendo os den­tes, ela virou a página e começou novamente. Seus sentimentos por Christopher sempre tinham sido muito bem definidos. Intole­rância. Se você não tolera alguém, não há sentido em se sentir atraída por ela.


De qualquer modo, não era uma atração verdadeira. Era mais uma espécie de... curiosidade perversa. Sim, curiosidade. Esta palavra a satisfazia completamente. Dulce era curiosa por natureza, bastante para mencionar a vida sexual de um homem que ela conhecia desde criança. Curiosa — mais uma vez, naturalmente — para querer saber o que havia em Christopher Uckermann que atraía todas aquelas modelos capas de revista. Dulce descobriu.


Então, ele tinha um modo de fazer uma mulher se sentir profundamente feminina, intimamente envolvida, desejosa. Não era algo que lhe acontecera antes, nem algo que Dulce estivesse procurando. Pelo que tinha visto, era uma espécie de dom de Christopher. Dulce pensava que ele cultivava aquele dom meticulosamente, como se fosse um artesão. Embora achasse difícil culpá-lo por isso, ela não queria ser mais um na multidão. Se Christopher soubesse, ou até mesmo suspeitasse que Dulce sentira a mesma coisa que — ela imaginava — dezenas de outras mulheres já haviam sentido, ele se vangloriaria por um mês. Se ele cogitasse que Dulce, de tempos em tempos — Ou mesmo por um instante — , queria que Christopher pensasse nela do mesmo modo que ele pensava nessas dezenas de outras mulheres, ele se vangloriaria pelo dobro do tempo. Dulce não lhe daria tal


A individualidade fazia parte de sua máscara. Ela não queria ser mais uma das mulheres dele, mesmo que pudesse. Agora que sua curiosidade fora satisfeita, eles conviveriam pelos próximos cinco meses sem nenhuma outra... complicação.


Só porque Dulce descobrira que ele era um ser humano quase aceitável, quase tolerável como companhia, isso não tornava as coisas mais simples. Isso, no máximo, serviria para fazer o inverno passar um pouco mais rapidamente.


Quando se pegou dando os últimos retoques num desenho do rosto de Christopher, Dulce ficou alarmada. Os contornos eram reais e bastante fortes. Ela não tivera dificuldade para capturar a arrogância ao redor dos olhos, nem a sensibilidade próxima à boca. Estranho! Dulce percebeu que o desenhara de modo que parecesse inteligente. Ela arrancou a folha do bloco, fez uma bola e a jogou no lixo. Sua cabeça estava nas nuvens, era só isso. Dulce pegou o lápis outra vez, largou-o, e então resgatou o desenho do lixo. Afinal, arte era arte, disse a si mesma enquanto alisava o rosto de Christopher.


 


Christopher não estava tendo muito sucesso em seu trabalho. Ele se sentou na escrivaninha e bateu na máquina de escrever por cinco minutos. Então, ficou olhando imóvel para a folha por 15 minutos. Christopher não era assim. Quando trabalhava, trabalhava com disciplina, competência e capricho até que a cena estivesse pronta.


Recostando-se na cadeira, ele pegou um lápis e o correu por entre os dedos. O que quer que digam as estatísticas, Christopher jamais deveria ter deixado de fumar. Era por isso que estava tão irritado. Impaciente, Christopher se afastou da escrivaninha e cami­nhou até a janela. Dali ficou olhando para baixo, para a oficina de Dulce. Parecia um lugar animado sob a fina camada de neve, não mais espessa do que poeira. As janelas estavam vazias.


Era por isso que Christopher estava tão irritado. Dulce não era o que ele esperava. Era mais macia, mais doce. Mais cálida Era divertido conversar com Dulce, mesmo quando ela estava discutindo, dando palpites ou o irritando, e mesmo quando ela estava calma e cheia de compaixão. Não havia uma enxurrada de conversas triviais com Dulce. Não havia conversas repetitivas. Dulce mantinha a mente de Christopher trabalhando, ainda que fosse para se defender da próxima ferroada.


Não era fácil admitir que ele realmente apreciava a companhia dela. Mas as semanas que estiveram juntos na mansão Revertti passaram muito rápido. Não, não era fácil admitir que ele gostava de estar com ela, mas Christopher recusara um convite bem interessante da sua assistente de produção porque... porque, admitiu Christopher, respirando fundo, ele não queria passar a noite com uma mulher sabendo que seus pensamentos estariam em outra.


Mas como é que ele iria lidar com essa atração indesejada e inesperada por uma mulher que preferia vestir luvas de boxe e lutar alguns assaltos em vez de caminhar sob a luz da lua?


Mulheres românticas sempre o atraíram porque ele era, sem vergonha alguma, um homem romântico. Christopher gostava de luz de velas, música tranqüila e longas e solitárias caminhadas. Ele cortejava as mulheres à moda antiga. Isso não interferia nada com o fato de Christopher ter sido, desde a faculdade, um feminista convicto. O romantismo e as opiniões sociológicas eram mundos à parte. Ele não tinha nenhum problema em contrabalançar a igualdade de salários para funções iguais e a oferta de um passeio de carruagem pelo parque.


Mas Christopher sabia que se enviasse uma dúzia de rosas brancas para Dulce ela reclamaria dos espinhos. Ele a desejava. Christopher era um homem emotivo demais para fingir o contrário. Quando queria alguma coisa, trabalhava por isso por um ou dois dias. Primeiro, planejava a melhor investida, depois dava um passo por vez, manobrando com sutileza. Quando isso não funcionava, Christopher ignorava a sutileza e agarrava o que queria com as duas mãos. Só que ele era muito mais bem-sucedido com a primeira tática do que com a segunda.


Até onde sabia, Dulce não reagiria à paciência e poses. Ela também não ligaria se lhe beijassem os pés. Com Dulce, Christopher poderia ter de ignorar suas duas abordagens tradicionais e inventar uma terceira.


Era um desafio interessante, pensou, com um sorriso. Não havia nada que Christopher gostasse mais do que preparar e adaptar viradas nas histórias e mudanças de pontos de vista. E ele não pensara sempre que Dulce daria um personagem fascinante? Por isso, Christopher lidaria com ela como se estivesse escrevendo um roteiro.


Herói e heroína vivendo sob o mesmo teto, começou. Atraídos um pelo outro, mas relutantes. O herói é inteligente, charmoso. Tem uma tremenda força de vontade. Ora, ele não tinha parado de fumar — cinco semanas, três dias e 14 horas atrás? A heroí­na era teimosa e temperamental, e com freqüência confundia arrogância com independência. Aos poucos, o herói romperia o frágil escudo da heroína, para o prazer de ambos.


Christopher se inclinou para trás na cadeira e riu. Ele poderia escrever uma peça de teatro. A ação toda seria improvisada, claro, mas Christopher tinha uma trama principal. Contente, e já pensando na cena inicial, ele voltou ao trabalho com um novo ímpeto.


Duas horas se passaram, Christopher trabalhando sem parar. Ele respondeu às batidas na porta com um resmungo.


— Com licença, senhor Uckermann. — Pascoal, quase sem fôlego
por ter subido as escadas, estava parado na porta.


Bufando, Christopher parou de escrever um parágrafo.


 — Sim, Pascoal?


 — Telegrama para o senhor.


 — Telegrama?


Intrigado, ele girou a cadeira. Se houvesse um problema em Nova York — como sempre havia pelo menos uma vez por semana   o telefone seria o melhor meio de se resolver as coisas.


 — Obrigado. — Ele pegou o telegrama, mas apenas o deixou ficar na palma da sua mão. — Dulce ainda está na oficina?


 — Sim, senhor. — Feliz pela oportunidade de descansar Pascoal se alongou um pouco. — Glaucia está um pouco brava porque a senhorita Saviñon perdeu o almoço. Ela pretende servir o jantar dentro de uma hora. Espero que esteja na sua agenda.


Christopher sabia muito bem que, quando o assunto era Glaucia não convinha causar problemas.


— Eu estarei lá.


— Obrigado, senhor. E, se me permite dizer, eu gosto do seu
programa de televisão imensamente. O episódio desta semana
foi especialmente eletrizante.


— Agradeço por isso, Pascoal.


 — Era um hábito do senhor Saviñon assistir ao programa todas as semanas na minha companhia. Ele jamais perdia um episódio.


 — Provavelmente, não haveria nenhum Logan`s Run se não fosse por Martim — refletiu Christopher. — Sinto falta dele.


— Todos nós sentimos. A casa parece muito quieta. Mas eu...


— Pascoal enrubesceu um pouco, como se o que estava por dizer
tivesse passado dos limites.


— Diga, Pascoal.


— Eu gostaria que o senhor soubesse que tanto eu quanto Glaucia estamos felizes por continuarmos trabalhando para o senhor e para a senhorita Saviñon. Ficamos contentes por Martim ter deixado a casa como herança para os senhores. Os outros...


— Ele endireitou-se e resolveu arriscar. — Eles não seriam tão bem aceitos, senhor. Tanto eu quanto Glaucia pensamos em pedir demissão caso o senhor Saviñon tivesse optado por deixar a mansão Revertti para um dos outros herdeiros. — Pascoal entrelaçou os dedos de suas mãos esqueléticas. — O senhor deseja algo mais antes do jantar?


— Não, Pascoal. Obrigado.


Com o telegrama em mãos, Christopher deitou-se assim que Pascoal saiu. O velho mordomo o conhecia desde a infância. Christopher capaz de se lembrar perfeitamente de quando Pascoal parou de chamá-lo de mestre Uckermann. Ele tinha 16 anos e estava de visita na mansão Revertti durante os meses de verão. Pascoal o chamara de senhor Uckermann, e Christopher se sentiu como se tivesse deixado de ser criança e adolescente, e já fosse um adulto.


Era estranho perceber como grande parte da vida de Christopher estava ligada à mansão Revertti e às pessoas que faziam parte dela. Pascoal lhe servira a primeira dose de uísque — com orgulho, se não aprovação, em seu aniversário de 18 anos. Anos antes, Glaucia lhe dera sua primeira palmada. Os pais de Christopher jamais se importaram em corrigi-lo e seus tutores nunca ousariam tal coisa. Christopher ainda se lembra de ter se sentido parte de uma família, depois que a dor abrandou.


Durante sua adolescência, Dulce fora, ao mesmo tempo, sua ruína e fantasia. Isso, aparentemente, não mudara tanto quanto Christopher pensava. E Martim. Martim foi seu pai, seu avô, seu amigo, filho e irmão.


Martim era Martim, e Christopher não falou menos do que a verdade quando confessou a Pascoal que sentia falta do velho. Em al­guns aspectos da sua vida, sempre haveria de sentir falta de seu tio. Pensando em outras coisas, porém, Christopher abriu com um movimento brusco o telegrama:


 


Sua mãe gravemente doente. Médicos sem esperança. Voe para Palm Springs imediatamente. L. J. KEYSER.


 


Christopher ficou olhando fixamente para o telegrama por quase um minuto. Não era possível! Sua mãe jamais esteve doente. Ela até considerava isso uma espécie de falha social. Por um fomento, Christopher não acreditou; depois ficou em choque. Antes mesmo de se recompor, correu para o telefone.


Quinze minutos mais tarde, quando Dulce entrou em seu quarto, ela o viu jogando roupas dentro de uma mala. Com a testa franzida, Dulce se apoiou no umbral da porta e pigarreou.  — Indo a algum lugar?


 — Palm Springs. — Ele jogou o kit de barbear dentro da mala.


 — Mesmo? — Agora Dulce cruzara os braços. — Em busca de um clima mais ameno?


— É minha mãe. O marido dela mandou um telegrama.
Imediatamente ela desfez a pose sarcástica e arrogante e entrou no quarto.


 — Ela está doente?


 — O telegrama não dizia muito. Mas não parece nada bom.


 — Ah, Christopher, sinto muito. Posso fazer alguma coisa? Ligar para o aeroporto?


 — Já fiz isso. Vou pegar um vôo em algumas horas. Terei de fazer escalas em uma dúzia de cidades, mas foi o melhor que consegui.


Sentindo-se inútil, Dulce o observou fechar a mala.


 — Posso lhe dar uma carona até o aeroporto, se você quiser.


 — Não. De qualquer modo, obrigado. — Christopher passou a mão nos cabelos e se virou para olhar para ela. Dulce demonstrava estar preocupada, embora só tivesse se encontrado com a mãe dele há dez, talvez 15 anos. A preocupação, inesperadamente grave, era por ele, Christopher. — Dulce, vai levar quase toda a madrugada para que eu chegue até Palm Springs. E eu não sei... — Ele se interrompeu, incapaz de imaginar sua mãe com uma doença séria. — Talvez eu não consiga voltar a tempo. Não em 48 horas.


Dulce balançou a cabeça.


— Não quero que você pense nisso. Eu vou ligar para Franco e explicar a situação. Talvez ele consiga fazer alguma coisa. Afinal, é uma emergência. Se não puder, paciência.


Christopher estava tomando uma decisão que podia tirar milhões de dólares da mão de Dulce. Milhões de dólares e uma casa que ela adorava. Emocionado, Christopher se aproximou e colocou as mãos sobre os ombros de Dulce. Ela era tão magrinha! Ele tinha se esquecido de como uma mulher tão frágil podia ser ao mesmo tempo tão forte.


— Desculpe, Dulce. Se houver outro modo...


— Christopher, eu lhe disse que não queria o dinheiro. Eu estava falando sério.


Ele a examinou por um instante. Sim, ali é que estava sua força, na resistência e na bondade que ele freqüentemente su­bestimava.


— Acredito em você — murmurou.


— Quanto ao resto, bem, vamos ver. Agora vá, antes que perca seu vôo. — Dulce esperou até que ele pegasse sua mão e o acompanhou até o corredor. — Ligue-me se puder para me dizer como está sua mãe.


Christopher assentiu, começou a descer as escadas e parou. Sol­tando a mala, voltou e a puxou para perto de si. O beijo foi duro e longo, com lampejos de fogo malcontidos. Christopher se afastou também repentinamente.


— Até mais.


— Sim — disse Dulce, engolindo em seco. — Até mais. —
Ela ficou onde estava até ouvir a porta da frente se fechar com um baque.


 


Dulce teve muito tempo para pensar no beijo, durante o jan­tar solitário e as horas em que tentou ler perto da lareira na sala de estar. Era como se houvesse mais paixão concentrada naquele contato breve do que ela jamais experimentara em qualquer um de seus relacionamentos cuidadosamente estruturados. Será que era por que Dulce sempre foi capaz de direcionar sua paixão I para o trabalho ou para o modo como se comportava?


Poderia ser porque Dulce estava solidária, e Christopher, dis­traído. Emoções tinham o poder de alimentar outras emoções. Mas, pela segunda vez, ela se viu sozinha na mansão e, para sua surpresa, solitária. Era uma besteira, porque o fogo reluzia, o livro era divertido e o conhaque que ela bebericava a aquecia.


Mas Dulce se sentia solitária. Depois de pouco mais de um mês, ela começara a depender da companhia de Christopher. Como se ansiasse pela companhia dele, por mais estranho que isso pudesse parecer. Ela gostava de sentar-se à frente dele durante as refeições, discutir com ele. Dulce gostava especialmente de observar o modo como Christopher lutava e se exasperava quando ela criticava o trabalho dele. Perversa?, perguntou-se com um suspiro. Talvez fosse, mas a vida era tão chata sem um pouco de conflito. E parecia que ninguém era capaz de entrar em atrito com ela de modo tão satisfatório quanto Christopher Uckermann.


Dulce imaginava se o veria novamente. E se perguntava se agora eles teriam de esquecer a idéia de passar o inverno juntos. Se os termos do testamento fossem rompidos, não haveria mais razão para ficarem juntos. Na verdade, eles não teriam mais di­reito de permanecer na mansão Revertti. Os dois voltariam para Nova York, onde, por causa dos estilos de vida completamente diferentes que levavam, eles jamais se encontrariam. Só agora, quando isso lhe pareceu uma possibilidade concreta, Dulce se deu conta do quanto não queria que tal feito acontecesse.


Ela não queria perder a mansão Revertti. Havia ali tantas lem­branças, e lembranças tão importantes! Será que elas desapare­ceriam se Dulce não pudesse entrar em uma sala e evocá-las? Ela também não queria perder Christopher. Ou melhor, a companhia dele, corrigiu-se rapidamente. Ter alguém perto, com quem ela pudesse se encontrar cara a cara, era mais gostoso do que imagi­nara. Se perdesse aquele desafio diário, a vida seria terrivelmente entediante. E já que era Christopher que dava aquele brilho adicional aos dias, era mais do que natural que Dulce o quisesse por perto. Não era?


Suspirando, ela fechou o livro e decidiu que dormir cedo seria mais produtivo do que perder tempo fazendo especulações. Assim que se esticou para apagar o abajur, ele apagou-se sozinho. E ali Dulce ficou, sob a luz pálida do fogo.


Estranho, ela pensou, alcançando o interruptor novamente. Depois de ligar e desligar, ela se levantou, xingando a lâmpada defeituosa. Mas assim que chegou ao corredor Dulce se perce­beu no escuro. A luz que ela deixara acesa fora desligada, assim como a que sempre ficava acesa, no topo da escada. Novamente, Dulce tentou o interruptor, e novamente foi inútil.


Falta de luz, concluiu ela, percebendo-se hesitante na escuri­dão. Não houve tempestade alguma. A eletricidade na mansão Revertti funcionava sem problemas durante as tempestades nor­mais e de neve, mas o gerador demorava alguns minutos para ser acionado. Dulce esperou, mas a casa permaneceu às escuras. De pé, esperando pelo melhor, ocorreu-lhe que jamais se dera conta de como a escuridão podia ser escura mesmo. Dulce já estava a caminho da sala de estar, à procura de uma vela, quando percebeu que havia mais. O aquecimento da mansão era produzido por eletricidade também. Se a luz não voltasse logo, a mansão ficaria muito fria, tanto quanto escura, rapidamente. E com duas pessoas trabalhando na casa, Dulce não podia permitir que isso acontecesse.


Irritada, encontrou três velas num candelabro de prata e as acendeu. Não valia a pena importunar o sono de Pascoal e mandá-lo até o porão. Provavelmente, era apenas um defeito em um ou dois fusíveis. Segurando as velas, tateou o caminho pelas paredes curvas até a porta que dava acesso ao porão.


Ela não se incomodava de descer ao porão no escuro. Pelo menos foi o que disse a si mesma quando parou com a mão na maçaneta. Afinal, era apenas uma outra sala. E uma sala, se sua memória servia para alguma coisa, cheia de despojos de vários hobbies abandonados de tio Martim. A caixa de luz ficava lá embaixo. Dulce a vira quando ajudara seu tio a transportar várias caixas de equipamento fotográfico quando ele decidiu desistir da idéia de se tornar um retratista. Ela desceria, verificaria os fusíveis com defeito e os trocaria. Depois que a luz e o aquecimento voltassem ao normal, tomaria um banho quente e iria para a cama.


Mas Dulce respirou fundo antes de abrir a porta.


As escadas rangiam. Era de se esperar. Eram escadas estreitas e íngremes como a de qualquer porão digno deste nome. A luz cias velas criava sombras que dançavam sobre as caixas e en­gradados que seu tio guardara ali. Dulce tentaria convencer Christopher a ajudá-la a arrumar todas aquelas coisas. Em alguma tarde iluminada. Nervosa, ela conversava consigo mesma antes de chegar ao fim da escada.


Dulce segurava as velas no alto e olhava para o chão, até onde a luz alcançava. Ela sabia que os ratos tinham especial predileção por porões escuros e úmidos, e Dulce não tinha nenhuma predileção por ratos. Já que nada passara correndo pelo chão, ela passou ao lado de duas caixas de 2 metros de altura e seguiu na direção da caixa de luz. Viu a bicicleta motorizada com a qual tio Martim decidiu se divertir, em vez de ficar em forma. Havia uma estante do chão ao teto, cheia de garrafas velhas. Certa vez, o velho ficara fascinado por um cortador de garrafas de 10 dólares. Ali também estava, Dulce viu com um suspiro de alívio, a caixa de luz. Apoiando as velas numa pilha de caixas, abriu a grande porta de metal e ficou olhando para dentro dela. Não havia um único fusível ali.


— Que droga é isso? — resmungou baixinho. Então ela se ajeitou para olhar melhor quando seu pé sentiu algo se agitando no chão de concreto. Apavorada, Dulce conteve um grito e a vontade de sair correndo. Prendendo a respiração, esperou em silêncio. Quando achou que era capaz de lidar com aquilo, pegou as velas novamente e se agachou. Espalhados pelo chão estavam dezenas de fusíveis. Dulce pegou um deles e o deixou ficar na palma de sua mão. O porão podia até ter sua cota de ratos, mas eles não eram habilidosos para retirar os fusíveis da caixa de luz.


Ela sentiu um leve estremecimento, que tratou de ignorar, enquanto começava a juntar os fusíveis. Um desafio, disse a si mesma. Apenas um estúpido desafio. Irritante, mas não tão destrutivo quanto da oficina. Não era nem mesmo muito inte­ligente, pensou, já que bastava pôr os fusíveis de volta para que tudo voltasse ao normal.


Trabalhando com rapidez, e tentando não olhar para trás, Dulce pôs os fusíveis nos seus devidos lugares. Quem quer que tenha conseguido descer até o porão e montado a cena, perdera seu tempo. Nada além disso.


Quando terminou, ela caminhou até a escada e, por mais que se odiasse por isso, subiu-a correndo. Mas seu suspiro de alívio ao chegar no alto foi interrompido. A porta que Dulce deixara cuidadosamente aberta estava fechada. Por um momento ela simplesmente se recusou a acreditar naquilo. Ela girou a maça­neta, empurrou, puxou e girou novamente. Então, se esqueceu de tudo e se concentrou no medo de estar trancada num lugar escuro. Dulce batia na porta, gritava, implorava, até desabar soluçando no alto da escada. Ninguém a ouviria. Pascoal e Glaucia estavam no lado oposto da casa.


Por cinco minutos ela se entregou ao medo, com pena de si mesma. Dulce estava sozinha, totalmente sozinha, trancada no porão escuro, onde ninguém poderia ouvi-la até a manhã seguinte. Já estava frio, e esfriando ainda mais. Pela manhã... Suas velas teriam acabado até lá, e ela ficaria no escuro total. A pior coisa era ficar sem luz.


Luz, pensou, xingando-se de burra ao mesmo tempo em que enxugava as lágrimas. Ora, ela não tinha acabado de recolocar? Pondo-se de pé, Dulce ligou o interruptor no alto da escada. Nada aconteceu. Deu um grito e manteve as velas no alto. A luminária no alto da escada estava sem lâmpada.


Então, eles haviam pensando em retirar as lâmpadas. Dessa vez era uma ação inteligente. Dulce se livrou do pânico e tentou pensar. Eles queriam que ela agisse incoerentemente, mas Dulce se recusava a lhes dar tal prazer. Quando descobrisse qual de seus amados parentes estava lhe pregando aquelas peças nojentas...


Mas isso era para mais tarde, disse a si mesma. Agora ela precisava descobrir um modo de sair dali. Dulce estava tre­mendo, mas dizia a si mesma que era de raiva. Havia momentos em que Dulce pagava um preço alto por mentir para si mesma. Mantendo as velas no alto, se obrigou a descer os degraus novamente, mas parecia que ficar encolhida no alto da escada era muito mais fácil.


O porão era quase duas vezes maior do que o apartamento de Dulce em Nova York, um espaço todo aberto, como um celeiro, sem qualquer dos acessórios de decoração que tanto cativavam tio Martim. Era apenas escuro e ligeiramente úmido, com o piso de concreto e paredes de pedra que faziam eco. Dulce não pensaria em aranhas e outras coisas que se escondiam nos cantos agora. Lentamente, tentando se manter calma, procurou por uma saída.


Não havia portas, por isso lá estava Dulce, presa no subsolo. Como numa tumba! Esta imagem em especial não a acalmara, por isso ela se concentrou em outras coisas. Dulce só descera ao porão algumas vezes, e não prestara muita atenção à disposição do que havia ali. Agora era obrigada a pensar naquilo — e fingir que suas mãos não estavam suando.


Dulce descansou apoiada numa pilha de caixas tão alta quanto ela, mas gritou quando tocou num emaranhado de teias de aranha. Com mais nojo do que medo, limpou-se. Não com­binava com ela agir como uma idiota, mesmo que não houvesse ninguém por perto para testemunhar. Alguém iria pagar caro, dis­se Dulce a si mesma, esforçando-se para pensar com clareza.


Então, viu pequena janela, cerca de l, 50m acima de sua ca­beça. Embora mal tivesse o comprimento de uma abertura de ventilação, Dulce quase desmaiou de alívio. Depois de se apoiar numa prateleira, começou a mexer nas caixas. Seus músculos ficaram tensos e suas costas doeram, mas Dulce as arrastou e as empilhou contra a parede. Ao primeiro estalo, ela praguejou. Depois do terceiro, Dulce parou de contar. Sem fôlego, enso­pada de suor, apoiou-se contra sua escada improvisada. Agora tudo o que ela precisava fazer era escalar. Com as velas em uma das mãos, Dulce usava a outra para se apoiar na subida. A luz tremeluzia e vacilava. As caixas faziam barulho e oscilavam um pouco. Dulce pensou que se caísse podia ficar lá, caindo no concreto frio, com ossos quebrados, até de manhã. E deu um impulso para cima, recusando-se a pensar nisso.


Quando alcançou a janela, descobriu que o pequeno trinco es­tava enferrujado e emperrado. Xingando, rezando, ela equilibrou as velas na caixa aos seus pés e usou ambas as mãos. Dulce sentiu o trinco ceder, depois emperrar mais uma vez. Se ao menos tivesse pensando em pegar uma ferramenta qualquer antes de subir ali. Dulce cogitou descer novamente, a fim de encontrar uma ferramenta, e então cometeu o erro de olhar para baixo. Do alto, a pilha de caixas parecia ainda mais instável.


Voltando à janela, golpeou-a com o máximo da sua força. O trinco cedeu com um barulho de metal contra metal, as caixas balançaram com o movimento. Dulce viu que as velas estavam prestes a cair e se esticou para segurá-las. Mas, fora do alcance, as velas escorregaram da caixa e se espatifaram no piso. As pequenas chamas se extinguiram à medida que tocavam o solo. Dulce quase caiu com elas, mas conseguiu se equilibrar. Percebeu que estava pendurada a 3 metros do chão, no escuro total.


Ela não cairia, prometeu a si mesma, agarrando-se à borda da janela com as duas mãos. Usando o tato para se guiar, Dulce empurrou a janela para o lado de fora e a abriu, e então começou a passar por ela. A primeira lufada de vento frio quase lhe pro­vocou vertigens. Depois de conseguir fazer os ombros passarem pela janela, Dulce se permitiu um momento para respirar e ajustar a visão à escuridão menos intensa por causa das estrelas. De algum lugar a oeste, ela ouviu um pássaro madrugador piar duas vezes e ficar em silêncio. Dulce jamais ouvira algo mais bonito.


Segurando-se na base de um arbusto, ela conseguiu passar pela janela, até a cintura. Quando ouviu as caixas caindo, apoiou o rosto contra a grama fria. Centímetro a centímetro, Dulce serpenteou para fora, ignorando um ou outro corte e arranhão. Por fim, deitou-se de costas, olhando para as estrelas. Com frio, cheia de arranhões e exausta, Dulce deixou-se ficar ali, apenas respirando. Quando se recuperou, levantou-se e deu a volta até a porta da entrada leste da mansão.


Dulce queria vingança. Mas, primeiro, precisava de um banho.


 


Depois de três escalas e duas conexões, Christopher chegou a Palm Springs. Nada, pelo que ele podia notar, mudara. Christopher jamais estivera no pequeno condomínio particular, mas dessa vez hesitando, lá estava ele. Pensando em sua mãe doente, Christopher agora estava se sentindo culpado.


Ele raramente a encontrava. Se bem que ela também não estava muito interessada em vê-lo. Mesmo assim, era sua mãe. Desde o dia em que Christopher nascera, tinham ritmos diferentes, mas ela cuidara dele. Bem, pelo menos ela contratara pessoas para cuidarem dele. Afeto, percebeu Christopher, não fazia parte do que ele sentia, quando criança, por seus pais. Mas o elo existia, mesmo que Christopher fosse incapaz de entendê-lo.


Com não mais do que uma bagagem de mão, ele ultrapassou a multidão na esteira e pediu um táxi. Depois de dar ao taxista o endereço de sua mãe, Christopher se sentou e olhou o relógio, ajustando-o ao fuso horário. Mesmo com as horas que ganhara, provavelmente já passara da hora de visitas. Ele daria um jeito, mas primeiro tinha de saber em qual hospital sua mãe estava. Se tivesse pensado direito, teria ligado antes e perguntado.


Se o marido de sua mãe não estivesse em casa, um dos em­pregados lhe diria. O caso poderia não ser tão ruim quanto o telegrama deu a entender. Afinal, sua mãe ainda era jovem. Então Christopher notou que não tinha a menor idéia da idade de sua mãe. Ele duvidava que seu pai soubesse, e certamente seu atual marido também não. Em outras circunstâncias, Christopher poderia ter achado isso divertido.


Com impaciência, do táxi, ele observava os portões e as co­lunas das casas ricas. Por causa do trabalho, Christopher tinha de ficar na Califórnia por longos períodos, mas preferia Los Angeles a Palm Springs. Lá, pelo menos, havia alguma atividade, algum movimento, algum perigo. Mas Christopher gostava mesmo era de Nova York. A cidade combinava com ele e suas ruas eram mais selvagens.


Christopher pensou em Dulce. Os dois viviam em Nova York, mas jamais se encontravam, a não ser a milhares de quilômetros ao norte, na mansão Revertti. A cidade podia engolir você. Ou escondê-lo. Este era outro aspecto que Christopher apreciava em Nova York.


Ele não costumava se esconder? Da sua educação claudicante, da sua recorrente falta de fé na raça humana? Na mansão Revertti Christopher se acalmava, mas era em Nova York que se sentia mais seguro. Se quisesse, ele poderia ser um anônimo lá. E havia momentos em que Christopher não queria outra coisa. Ele escrevia sobre heróis e justiça, algumas vezes com dureza, mas sempre com uma preocupação humana. Christopher escrevia, a seu modo, sobre os valores essenciais e os direitos óbvios das pessoas.


Christopher fora criado na ilusão e hipocrisia da riqueza, e com valores que eram instáveis. Ele se livrara desse mundo e começara a criar o seu próprio. Nova York o ajudara a tornar isso possível, porque na cidade o passado era facilmente apagado. E apagado com tanta facilidade, refletiu Christopher, que ele raramente pen­sava nisso.


O táxi passou por uma grande praça em forma de semicírculo, debaixo de palmeiras que balançavam ao vento, na direção da imensa casa onde sua mãe escolhera para viver. Christopher se lembrava que havia uma fonte nos jardins dos fundos, com peixes-dourados do tamanho de garoupas. Sua mãe se recusava a chamá-los de carpas.


— Espere — disse Christopher ao motorista, depois de se lançar na direção os dois degraus que conduziam à porta. O mordomo que o atendera era novo. Era um hábito de sua mãe trocar os empregados com freqüência, porque, como ela própria dizia, eles tendem a ficar muito íntimos. — Eu sou Christopher Uckermann, filho da senhora Keyser.


O mordomo deu uma olhada acima do ombro de Christopher, Para o táxi que o esperava, depois voltou o olhar para o rosto Por barbear de Christopher e seu amarfanhado suéter.


Boa tarde, senhor. O senhor está sendo esperado?


Onde está minha mãe? Eu quero ir para o hospital agora mesmo.


Sua mãe não está em casa agora, senhor Uckermann. Se o senhor esperar, posso ver se o senhor Keyser pode atendê-lo.


Intolerante, como sempre, a formalidades, Christopher deu um passo para dentro da casa.


— Eu sei que ela não está em casa. Eu quero vê-la hoje à noite. Qual é o nome do hospital?


O mordomo acenou educadamente com a cabeça.


Que hospital, senhor Uckermann?


Xavierson, de onde veio aquele táxi? — Vestindo um paletó de smoking rosa, Lawrence Keyser descia as escadas. Ele tinha um grosso charuto entre os dedos de uma das mãos e uma taça de conhaque na outra.


Bem, Lawrence — começou Christopher, em meio a um ata­que de fúria. — Você parece bem à vontade. Onde está minha mãe?


Bem, bem, este é... É Matthew.


Christopher.


Christopher, claro. Xavierson, pague o táxi do senhor, ahn, senhor Donavan.


Não, obrigado, Xavierson. — Christopher estendeu a mão. Mais uma vez, ele se divertira com a troca de nomes de seu padras­to. — Vou precisar dele para chegar ao hospital. Não quero abusar.


Sem problemas, sem problema algum.


Grande, gordo e apenas parcialmente calvo, Keyser sorriu amistosamente para Christopher.


Veronica ficará feliz em vê-lo, ainda que não soubesse que estava vindo. Por quanto tempo você vai ficar na cidade?


Pelo tempo que for preciso. Eu saí assim que recebi o te­legrama. Você não disse o nome do hospital. E já que está em casa, tranqüilo... — disse Christopher, com um pouquinho de veneno. — Devo presumir que a situação da minha mãe melhorou?


— Situação? — riu animadamente Keyser. — Bem, não sei como ela chegaria a uma "situação", mas você mesmo pode perguntar a ela.


— É o que pretendo. Onde ela está?


 — Jogando bridge na casa dos Fernando. Ela estará de volta dentro de uma hora. Aceita um conhaque?


 Jogando bridge! — Christopher avançou e agarrou seu assus­tado padrasto pelo colarinho. — O que você quer dizer com "jogando bridge"?


 — Eu mesmo não suporto esse jogo — disse, cuidadosamente, Keyser. — Mas Veronica é apaixonada por ele.


E então Christopher entendeu, claramente.


— Você não me mandou um telegrama?


— Telegrama? — Keyser deu um tapinha no braço de Christopher, rezando para que Xavierson não se afastasse. — Não há necessidade de lhe enviar um telegrama sobre um jogo de bridge, meu caro.


 — Minha mãe não está doente?


 — Forte como um cavalo, se bem que eu não permitiria que ela me ouvisse falar deste modo.


Christopher xingou, dando meia-volta.


Alguém vai pagar por isso — resmungou.


Aonde você vai?


Voltar para Nova York— disse Christopher sem olhar para trás e descendo correndo a escada.


Aliviado, Keyser protestou, como de costume, na partida dele.


 — Quer deixar alguma mensagem para sua mãe?


 — Sim. — Christopher parou, com uma das mãos na porta do táxi. — Sim, diga a ela que estou feliz por ela estar bem. E espero que ela ganhe... muito. — E, com força, fechou a porta do táxi.


Keyser esperou até que o táxi sumisse.


— Garoto estranho— grunhiu para o mordomo. — Ele escreve
Para a televisão.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Capítulo 6     Dulce estava, dormindo profundamente, foi acordada às 7h, quando Christopher se jogou em sua cama. O colchão balançou. Ele ajeitou a cabeça no travesseiro ao lado dela e fechou os olhos. — Filho-da-mãe! — grunhiu. Ela se sentou. Lembrando-se que estava nua, agarrou os lençóis ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 400



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  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:45:00

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:58

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:56

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:44:09

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:43:44

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:43:39

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:53

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:47

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:36

    lindo!!!

  • natyvondy Postado em 29/10/2009 - 21:42:30

    lindo!!!


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