Fanfics Brasil - ♂♀ Ilha da perdição ღ≈๑ (DyC) [Terminada]

Fanfic: ♂♀ Ilha da perdição ღ≈๑ (DyC) [Terminada]


Capítulo: 6? Capítulo

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CAPÍTULO VI


 










N




o fim tudo resultou imensamente fácil.


A sra. Colucci insistiu para que não os acompanhassem até o iate. Soprava um vento frio e, além disso, ela detestava despedidas. Enquanto Chris os levava de carro, juntamente com a bagagem, Dulce embrenhou-se no bosque, tomando o atalho que evitava a única estrada da ilha, chegando ao ancoradouro dentro de pouco tempo.


Não havia ninguém no convés e, apesar dos sinais de atividade a bordo, ninguém pareceu notar Dulce enquanto ela se esgueirava por entre as trevas e subia no iate.


Era difícil caminhar no escuro e subitamente ela ouviu passos que se aproximavam. Abriu a primeira porta que encontrou e escondeu-se.


A cabina estava mergulhada na mais completa obscuridade e Dulce não tinha a menor idéia do que havia à sua volta. Sentiu sob os pés a poderosa vibração do motor. Os segundos se arrastavam e o medo mal a deixava respirar. Para seu grande alívio, o barulho de passos morreu. Talvez os Colucci só descessem após a partida do iate.


Agora que tinha tempo para pensar com clareza, Dulce reconheceu que se expusera a um grande perigo. O ruído do motor acelerou-se. O iate partia, singrando as águas do mar Egeu. O silêncio era tamanho que Dulce conseguia ouvir o barulho das águas batendo no casco do iate.


Tateando, acabou descobrindo uma cama e sentou-se na beira dela. Finalmente havia conseguido! Escapara de Chris e da ilha. Mas então o que acontecia para estar sentindo aquela espécie de desapontamento?


A porta da cabina se abriu subitamente e a luz feriu seus olhos, já quase acostumados à escuridão. Dulce procurou se controlar, pronta para se desculpar e oferecer explicações. Decidiu contar que havia tido uma discussão com Chris e estava tão concentrada, ensaiando as palavras, que quase chocou-se com aquele homem alto parado na porta.


— Chris!


— Surpreendida?


Ele deu um passo adiante, fechando a porta e acendendo a lâmpada. Uma luz suave iluminou a cabina, decorada com um luxo que superava tudo o que Dulce vira até então. A despeito do choque, ainda teve suficiente presença de espírito para notar as cortinas de seda em tom pêssego, que combinavam com o belo acolchoado sobre a cama e o mobiliário muito elegante. Um tapete em tom de pêssego mais escuro cobria o chão e do outro lado da cabina havia uma porta que, sem dúvida, dava para o banheiro.


— É a cabina principal do iate. Gosta dela? — indagou Chris, rompendo o silêncio.


— O que você está fazendo aqui? — perguntou Dulce, sem tomar conhecimento da indagação. Ele era a última pessoa a quem ela gostaria de ver, e seus olhos dirigiram-se desesperadamente para a porta, na esperança de que o sr. ou a sra. Colucci viessem socorrê-la.


— Eu poderia lhe fazer essa pergunta, mas seria perfeitamente inútil, pois ambos sabemos o que você está fazendo aqui... Pretendia escapar de mim, não é mesmo? Tentou aproveitar-se da partida dos Colucci a fim de deixar Eos.


— E consegui — respondeu Dulce corajosamente, medindo com o olhar a distância que a separava da porta. Acaso Chris pretendia fazer uma cena diante de seus amigos?


— Conseguiu mesmo?


Aquelas palavras, ditas com suavidade, tiveram o efeito de uma ducha de água fria.


— Claro que sim! E se você não me deixar desembarcar em Atenas, contarei tudo a seus amigos.


— Tudo? Contará, por exemplo, como forçou a minha escrivani­nha, após tentar convencer Belinda a fazê-lo por você, apoderando-se em seguida do passaporte? Você lhes contará isso, Dulce? — Antes que ela pudesse corrigi-lo, ele prosseguiu. — Sabe, minha querida esposa, você foi esperta, mas não o suficiente. Alexandros deixou alguns papéis no meu escritório antes do jantar e quando fui apanhá-los para ele descobri que haviam forçado a minha escrivaninha. Se isso não fosse o bastante para incriminá-la, Belinda foi à minha procura, pouco antes de eu vir para cá, a fim de confessar que você lhe havia pedido para dar uma busca na minha escrivaninha, pensando que eu suspeitaria menos dela que de você. No momento em que percebi que você se havia apoderado do passaporte, compreendi o que faria. Meu próprio iate, o Nemesis, estava ancorado na baía, do outro lado do ancoradouro. Ordenei que o trouxessem até aqui, quando os nossos convidados chegaram, e foi apenas uma questão de trocar de barco.


— Seu iate... — Dulce olhou para Chris, sem acreditar no que estava acontecendo. — Quer dizer que eu...


— Sim, minha cara Dulce. Talvez tenha escapado de Eos, mas saiba que apenas trocou uma prisão pela outra. O Nemesis me pertence e você e eu somos os únicos passageiros a bordo... Convenha que é um lugar dos mais românticos e ideal para levarmos adiante os nossos... negócios!


— Deixe-me passar!


Dulce abriu a porta, mas não conseguiu ir muito longe, pois foi impedida por braços fortes que a imobilizaram.


— Para onde pretende ir? Ou pretende jogar-se no mar, no mais puro estilo teatral?


— Até mesmo isso seria preferível a ser forçada a suportá-lo! — declarou Dulce, à beira da histeria. — Não quero ficar aqui com você. Eu...


— Basta!


Aquela palavra brusca silenciou os protestos de Dulce e ele, sem muita gentileza, obrigou-a a sentar-se na cama, indicando que sua paciência estava a ponto de se esgotar.


— Estou pedindo a você apenas aquilo a que tenho direito, Dulce. Se você não tivesse sido tão tola, nada disso teria sido necessário.


— Em outras palavras, se Belinda não tivesse me empurrado... Oh, desculpe! Se eu não tivesse "caído" e perdido a criança, agora estaria livre de você. Como pode ser tão premeditado, tão cínico? Acaso imagina como uma pessoa se sente, quando é tratada simples­mente como uma máquina de reproduzir?


— Não tenho a menor idéia, mas tenho alguma experiência de como é tratado apenas como um cifrão, de casar com alguém que viu em mim apenas um investimento financeiro, e de ser abandonado por minha mulher quando ela já estava saciada. Por que não se divorciou de mim? Ou será que dá para adivinhar? Quanto mais durar o casamento, mesmo que seja apenas no papel, maior a pensão que eu teria de pagar, não é assim?


Os olhos de Dulce se encheram de lágrimas e ela deu as costas a Chris. Por que não havia se divorciado dele? No fundo sabia perfei­tamente a resposta. Como uma tola, jamais havia deixado de amá-lo, de esperar que um dia...


— Está tentando insinuar que me casei com você por dinheiro?


— E acaso você procura insinuar que não? Vamos deixar de brincar de esconde-esconde, Dulce. Quero deixar um ponto bem esclarecido. Eu insisto sempre em obter algo em troca do dinheiro que aplico. Até agora você tem demonstrado ser um mau investimento e resolvi fazer o que qualquer homem de negócios faria nessas circunstâncias.


— Quer dizer que irá se divorciar de mim?


Quanto tempo ela havia levado para descobrir que ainda o amava! Aquela situação chegava a parecer uma verdadeira comédia!


— Mais tarde, sim. Primeiro pretendo obter todos os lucros que o meu investimento possa me proporcionar... Quanto a você, imagine que, por meio dessa transação, terá uma velhice tranqüila... E se isso não for suficiente, tente recordar o que lhe passava pela cabeça quando nos casamos e você recebeu as minhas provas de... amor com tocantes demonstrações de pseudo-entusiasmo. Tome muito cuidado, Dulce. A situação pode ficar bastante difícil para você.


— Recuso-me a fazer o que você deseja.


— Sua opinião não será levada em conta.


Aquela frase brusca deu a Dulce toda a dimensão da situação em que se encontrava. Para todos os efeitos estava a sós com Chris no iate, pois sabia que nenhum membro da tripulação levantaria um dedo a fim de ajudá-la, se recorresse a eles.


— Você não protesta? Bem, não está moralmente capacitada para isso, não é mesmo? Vamos ser honestos um com o outro. Facilitarei a situação para você. Belinda me comunicou o que você disse a ela...


Dulce limitou-se a olhá-lo. Belinda não havia perdido tempo! — pensou com amargura. Primeiro contou a Chris que Dulce havia tentando convencê-la a abrir sua escrivaninha e agora... Afinal de contas, quais teriam sido suas palavras? Dulce logo ficou sabendo.


—-- Você lhe disse que havia casado comigo unicamente por causa da minha fortuna, não é mesmo? Disse também que ter um filho meu jamais havia entrado em seus planos e jamais entraria. Bem, você sabe o que se costuma dizer a respeito de "planos", não é?


Ele se exprimia com suavidade, mas havia em sua voz uma ameaça velada que deixou Dulce arrepiada de medo. Queria negar suas acusa­ções, mas a língua parecia ter ficado paralisada e ela ficou imóvel como uma estátua, enquanto Chris avançava em sua direção.


— Bem, se vamos colocar o nosso relacionamento em termos de quem é dono do que, lembro-me que fui eu quem lhe deu esse vestido... De acordo com as suas regras, isso me dá o direito de fazer com ele o que bem entender... incluindo isso...


Dulce, atônita, viu-o rasgar o vestido e fechou os olhos, incapaz de suportar a expressão de quase ódio estampada na fisionomia de Chris, enquanto ele contemplava seu corpo esguio.


— Não sei o que, em você, provoca mais ódio em mim, Dulce — ele murmurou, enquanto a obrigava a deitar-se na cama —, se é o fato de matar meu filho ou destruir a fé que eu tinha na minha capacidade de julgamento. Achava que você era uma garota tímida e inocente, quando na realidade... Eu devia saber com quem tratava. Vivendo como vivia no mundo da alta moda, ainda se mantinha virgem, e eu devia ter imaginado que não era por uma questão de inocência, mas de astúcia. Sabia perfeitamente o que semelhante dádiva significaria para um homem com dinheiro suficiente para pagar por ela. Um homem como eu, por exemplo...


— Não!


Dulce estava assustadoramente pálida e sentia como se um punhal penetrasse em seu coração. Até mesmo a dor que experimentara ao saber que Chris amava sua meia-irmã não se comparava com aquele sofrimento.


— Sim! — Chris inclinou-se sobre ela e seus olhos tinham um brilho demoníaco. — Sim, sim, sim. Reconheça que estou com a razão, Dulce!


— Não é verdade!


Para seu grande horror Dulce percebeu que as lágrimas invadiam seus olhos, queimando como ácido, antes de escorrerem rosto abaixo e molharem as mãos de Chris, que não a deixava desvencilhar-se!


— Você é uma mentirosa, Dulce! Sua mãe nunca a preveniu de que você poderia ser punida por dizer mentiras?


A punição vinha dele, naquele momento, pois Chris se pôs a beijá-la com refinada sensualidade, roçando os lábios sobre o pescoço e os seios.


— Não estou mentindo!


Aquela atitude de desafio mereceu resposta imediata.


 


— Deixe disso, vamos! Não é preciso mais continuar fingindo! Agora ambos sabemos a verdade! É uma pena que eu não tenha percebido antes, mas mesmo assim acho que não é tarde demais. Ainda temos esta noite para dar um jeito na situação...


— Chris...


— Não perca seu tempo suplicando... Existe uma palavra para gente que se apodera de dinheiro usando falsos pretextos. São trapa­ceiros, e eu não gosto de ser vítima de trapaças, ouviu, Dulce?


Ela ficou assustada pela primeira vez, sentindo todo o ressenti­mento que se acumulava em Chris e que se revelava através da pressão de seus lábios, que se colaram aos dela, e de seus punhos de aço, que não a largavam. Dulce tentou livrar-se da insistência daqueles lábios, mas Chris era por demais forte. Mesmo ele demons­trando raiva e desprezo, ela, para sua grande surpresa, sentiu o desejo apoderar-se daquele homem. A fúria que se apossara de Chris havia atuado como um poderoso afrodisíaco, de cujos efeitos ela não estava inteiramente livre.


Tudo aquilo era degradante, pensou Dulce, enterrando as unhas nas palmas das mãos. Tentou não sucumbir à força que ele estava empregando, a fim de obrigá-la a abrir os lábios que ela havia cerrado, em atitude de desafio. No entanto, a despeito da lógica e do bom senso, uma parte dela excitava-se com aquele toque e seu corpo reagia, tornando impossível qualquer esforço no sentido de rejeitá-lo inteiramente. O odor daquele corpo másculo invadia suas narinas e a pressão do corpo de Chris, forçando o seu, tornava Dulce consciente de um desejo que aumentava cada vez mais. Por meio de um gesto rápido, Chris desabotoou seu sutiã e pôs-se a acariciar seus seios, provocando-a e despertando a reação calculada. Dulce gemeu, quando, ao afastar involuntariamente os lábios, Chris beijou-a com tamanha brutalidade que sua boca começou a sangrar.


—Chris!


O protesto era dirigido contra os dois. Na verdade, Dulce temia ser consumida pela paixão que ameaçava apoderar-se dela. Tentou convencer-se de que a paixão, em si, era algo degradante, sem signifi­cado, menor, mas as emoções que ela havia contido durante tanto tempo irromperam através das barreiras de seus princípios. De repente esquecia-se por que Chris fazia amor com ela naquele momento e recordou unicamente os dias dourados de sua lua-de-mel.


— Chris!


Mais uma onda de desejo a fez tremer e Dulce teve então plena consciência de que o medo que se aninhara no mais íntimo de seu ser, desde que Chris voltara a entrar em sua vida, significava apenas uma coisa: ela ainda o amava!


A partir desse momento, todos os impulsos traiçoeiros que ela havia controlado com tamanha coragem entraram em verdadeira rebelião. Seus gemidos de protesto de nada adiantavam e os beijos de Chris continuavam a atormentá-la.


Dulce abandonou-se a ele instintivamente, com os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, numa atitude de abandono. Acariciou suas costas e agarrou o tufo de cabelos negros que cobria seu pescoço. Nem mesmo o fato de ele afastar-se subitamente dela, além de sua visível tensão, conseguiram atenuar a força daquela onda de paixão que a arrastava. Somente a firmeza com que Chris se exprimia conse­guiu fazer com que Dulce se dominasse, saindo do clima de ilusão em que se envolvera. Ele, segurando sua cabeça, forçou-a a contem­plar sua imagem no espelho próximo a cama.


— Olhe bem, Dulce, e reconheça que você não passa de uma hipócrita. Você disse a Belinda que casou comigo unicamente pelo meu dinheiro e minha posição. Eu não a atraio fisicamente e jamais a atraí, segundo você. Mas agora encare-se e repita essas palavras, se é que consegue!


Dulce sentiu-se mortificada e tentou desviar o olhar do espelho, mas sem conseguir. Estava visivelmente excitada, com os seios duros, os lábios inchados, o cabelo em desordem, tudo indicando que ela estava disposta a se entregar àquele homem.


— Por favor...


Chris, após testemunhar sua humilhação, parecia disposto a levar a vingança até o fim.


— Por favor o quê? Quer acaso que a deixe em paz? Quer que não a force a aceitar a verdade? Quer que leve esta noite até suas últimas conseqüências e a possua completamente, mesmo que, durante aqueles meses tediosos do nosso casamento, eu não tenha conseguido, de acordo com as suas palavras, despertar o menor desejo em você?


Dulce cerrou os olhos, para não ver diante de si o rosto indignado de Chris. Estava enojada com o que Belinda havia feito. E, no entanto ele não a havia injuriado muito mais do que ela supostamente o injuriara? Chris se queixava de que ela o tinha desposado por dinheiro, mas, afinal de contas, casara-se com ela por razões ainda mais despre­zíveis. Ainda assim, não queria que ela protestasse...


É claro que era necessário levar em conta seu orgulho de macho, que o levava a exigir amor dela, mesmo não estando preparado para retribuir. E ainda ousava chamá-la de hipócrita!


— Oh, não se preocupe — prosseguiu Chris, naquele mesmo tom odioso. — Pretendo possuí-la inteiramente, Dulce, mas primeiro quero fazê-la ciente de que, independentemente do que sinta por mim no plano mental, fisicamente você me deseja. Não é verdade?


— Da mesma forma que você deseja a mim!


— Exato. E como te desejo neste momento! Cristos, Dulce!


A pele de Dulce ficou molhada de suor e seu corpo tremia sem parar. Chris se pôs a acariciá-la e, aos poucos, o ódio que ela sentia foi se transformando num ardor incontrolável, que a levou a querer provar com os lábios os prazeres da carne daquele homem. A fivela do cinto de Chris impedia que Dulce aprofundasse suas carícias e ela fez um gesto de impaciência. Ele facilitou sua tarefa, tirando a calça e eliminando aquela barreira indesejável, até que finalmente nada mais se interpunha entre o calor de seus corpos. A mão de Chris apoiou-se com ternura sobre o ventre de Dulce e deslizou por seu corpo. Os rijos músculos de seu estômago se contraíram, quando os dedos de Dulce seguiram a trilha formada por seus pêlos negros. O desejo explodiu entre ambos, consumindo todo ódio e toda raiva, dando lugar à chama pura e brilhante da posse.


O passado e o futuro haviam deixado de existir. Somente o presente se impunha, além dos clamores do sexo, mantidos sob controle durante um tempo excessivo. Era como uma sinfonia executada por instrumentos perfeitamente afinados e sintonizados um com o outro. Dulce, que se sentia flutuar em um ponto qualquer situado entre a terra e o paraíso, sentiu que a vida não poderia encerrar prazer maior, depois que ela e Chris chegaram à culminação de seu desejo.


Reflexos da água dançavam no teto e Dulce despertou de um sono profundo, despovoado de sonhos. Voltou a cabeça e viu a xícara de chá na mesinha ao lado da cama. De repente percebeu o que estava acontecendo. Chris estava deitado a seu lado, de bruços, e ainda dormia. A dor a invadiu e era tão intensa que durante alguns momen­tos nada mais existia. Quer dizer, então, que havia permitido que Chris fizesse amor com ela! Como era possível semelhante coisa? A palavra permitir não era das mais apropriadas. Ela o encorajara, o atiçara... Levantou-se, tomando muito cuidado para não despertar Chris, e contemplou desolada seu vestido todo rasgado. E agora, que roupa usaria?


— Abra o guarda-roupa, que lá encontrará o que vestir!


Dulce voltou-se rapidamente e encarou Chris, surpreendida e envergonhada. Ele estava apoiado em um cotovelo e olhava desinibidamente o corpo nu de Dulce.


— Mandei trazer suas coisas para bordo quando adivinhei as suas intenções.


De repente Chris afastou as cobertas e vestiu o roupão que estava na cadeira ao lado da cama, aproximando-se dela. Dulce desejava retirar-se, mas simplesmente não conseguia e, para sua grande humi­lhação, os olhos encheram-se de lágrimas.


— Lágrimas! — Aquelas palavras eram quase uma carícia. — Por que será? Saudades daquilo que poderia ter sido ou vergonha do que foi?


Dulce sacudiu a cabeça, sem dizer nada, e Chris colocou com muito cuidado as mãos sobre o estômago dela, num gesto sensual e ao mesmo tempo protetor.


— Já lhe ocorreu que talvez neste momento a minha semente esteja crescendo dentro de você? Dulce, Dulce, poderíamos ter tanta coisa juntos... nosso filho... filhos...


— De fato, tudo, menos o amor. Eu...


— Não diga nada, a não ser que concorda que devemos passar os próximos dias como se estivéssemos começando tudo de novo. Ê preciso que isso aconteça, Dulce, pelo bem do filho que você me dará.


Dulce vacilou e sentia-se mais tentada do que gostaria de admitir. Amava aquele homem mais do que a tudo neste mundo e o que ele lhe oferecia era mais, muito mais do que muitas mulheres tinham. Ela, entretanto, possuía a coragem e o valor para fechar os olhos sobre a situação de Chris e Belinda, concentrando-se apenas em ser a esposa que ele usava para proteger sua meia-irmã; a mulher que permanecia a seu lado, em público, e a mãe de seus filhos.


— Dulce?


— Chris, eu...


— Cristos! Fui eu quem fiz isto? — ele indagou subitamente, roçando com delicadeza os lábios inchados de Dulce. — Eu a feri? Deixe-me ver...


Diante daquela inesperada demonstração de ternura, Dulce não conseguiu resistir e abriu a boca, a fim de que ele pudesse examiná-la.


— Da próxima vez eu a beijarei melhor...


Por trás daquele comentário bem-humorado Dulce intuiu um significado maior. Ele naturalmente queria dizer com aquilo que ambos deveriam dar mais uma oportunidade a seu casamento. Será que ela teria coragem para tanto? Chris dizia que o desejo existente entre ambos era suficiente, mas, e se ele descobrisse que ela sentia mais do que desejo, ou se chegasse à conclusão de que não conseguia superar os ciúmes que Belinda lhe inspirava?


— O que existe entre nós vale algum esforço, não acha? — indagou Chris.


Dulce abriu a boca, com a intenção de lhe dizer que, por mais que quisesse, não poderia concordar. Não podia comprometer-se com um futuro que prenunciava dor e desespero, mas, para sua enorme surpresa, ouviu sua própria voz, trêmula e pouco familiar, assentindo.


— Sim.


Chris não disse nada durante alguns segundos e acariciou mais uma vez Dulce.


— Fico contente em saber que nosso filho terá os pais a seu lado. Agora vamos esquecer tudo o mais, a não ser o prazer de termos redescoberto um ao outro. — Levantou Dulce em seus braços e dirigiu-se para a cama. — O melhor lugar para isso é aqui...



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 428



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  • jessikavon Postado em 12/11/2009 - 18:10:03

    Q mara...ansiosa por todas suas wn...simplesmente adoro todas...


    :)

  • jessikavon Postado em 12/11/2009 - 18:10:03

    Q mara...ansiosa por todas suas wn...simplesmente adoro todas...


    :)

  • anjodoce Postado em 25/10/2009 - 14:46:43

    Amei sua web, foi perfeita.
    Parabéns!!!!!!!!!
    A acompanharei na próxima, beijos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • anjodoce Postado em 25/10/2009 - 14:46:42

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  • anjodoce Postado em 25/10/2009 - 14:46:41

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  • anjodoce Postado em 25/10/2009 - 14:46:36

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