Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

No dia seguinte Anny trabalhou na fábrica no turno da manhã e por isso terminou suas atividades mais cedo, como em geral acontecia nas tardes de sexta-feira.

Sentindo-se cansada, arrastou-se escada acima até o último andar onde ficava sua kitchenette. Já havia posto a chave na fechadura quando viu um pedaço de papel preso na porta. "Urgente", estava escrito com a caligrafia da moça que morava ao lado. "Telefone para seu pai!"

Anny desceu as escadas de novo a fim de usar o aparelho da portaria.

O pai atendeu quase imediatamente.

- É você, Anny?

- O que há, papai? O que aconteceu agora? - Anny mal podia respirar.

- A polícia chegou esta manhã com uma ordem de busca e apreensão.

- Uma ordem de busca? - Anny gaguejou, horrorizada.

- Encontraram a caixinha roubada escondida em nosso reservatório de combustível - disse Enrique - Ucker foi preso. Mas sei que ele não fez isso. Sei com certeza.

- Ucker foi preso e considerado culpado? - ela sussurrou,

em pânico.

- Sim. Foi, sem dúvida, o melhor amigo dele quem roubou - Enrique explicou. -Quando Ucker apareceu em casa para me pedir ajuda, Téo veio junto. Porém insistiu em ficar do lado de fora. Quando eu saí do chalé com a finalidade de ajudar Ucker a tirar a turma toda da mansão, vi Téo saindo do pequeno compartimento onde estava o reservatório...

- Oh, papai!

- Eu me perguntei o que o rapaz estaria fazendo lá, mas, ansioso por suspender a festa, não quis perder tempo. Acho que Téo deve ter entrado em pânico e escondido a caixinha lá. Porém, quem vai acreditar nisso? O que vamos fazer,Anny? Não sei o que fazer ou a quem pedir auxílio no momento...

- Pensarei em alguma coisa - Anny insistiu com uma confiança forçada. – Diga a Ucker que estou pensando nele e que acredito nele...

- O que pretende fazer, Anny? - o pai indagou, nervoso. - E tarde demais agora. O advogado que consultei disse que precisamos esperar até que o caso chegue ao tribunal.

- Confie em mim. Encontrarei um jeito, papai, juro que encontrarei. Não permita que Ucker se desespere.

Anny se preocupava porque sabia que o irmão era emotivo demais. E se ele fugisse, ou, pior ainda, se fizesse alguma bobagem? Enrique não era a melhor pessoa do mundo para convencer um aterrorizado adolescente de que poderiam lutar com o fim de provar sua inocência.

Somente quando Anny desligou o telefone foi que notou que tremia como uma folha ao vento. Fechou os olhos, angustiada. Ela poderia ter livrado Ucker de tudo aquilo. Contudo, agora que a força da lei fora envolvida, seria possível anular a ordem de prisão?

E Alfonso iria ajudá-los?

Ela procurou na bolsa o número do telefone que usara quarenta e oito horas antes, para contatar o escritório de Alfonso em Londres e pedir que lhe fosse marcada uma audiência para conversar com ele. A pessoa que atendeu ao telefone passou o recado à secretária de Alfonso. E a resposta foi que Alfonso não se encontrava lá.

- Ele viajou para fora do país? - Anny insistiu. - Ouça, é muito urgente. Preciso muito saber onde ele se encontra.

- O sr. Herrera está em sua casa de campo, mas infelizmente não posso lhe dar o número do telefone, tampouco o endereço. Porém, poderei lhe transmitir o recado...

- Por favor, não faça isso! - Anny achou que só poderia piorar as coisas.Naturalmente, a moça ignorava que ela sabia exatamente onde ficava a casa de campo.

Espero que estejam gostando!

 Bjss