Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

- Alfonso... - Anny surpreendeu-se quando ele a fez sentar em cima da escrivaninha de mogno.

. - Você é pequena demais para ser acessível - ele caçoou, enroscando os dedos nos sedosos cabelos louros.

 - Santo cielo! Seus cabelos parecem seda pura.

  Antes que ela pudesse adivinhar a intenção de Alfonso, ele separou-lhe os joelhos e a empurrou para a beirada da mesa. Depois, segurando-a pelos quadris, puxou-a de encontro a seu corpo, num contato mais íntimo do que teria sido possível com ela de pé. Com as pernas dela separadas e erguidas de cada

lado de seu corpo,Alfonso movia-se no espaço que criara para si. Anny sentiu-se terrivelmente vulnerável, incapaz de silenciar os sinos de alarme de pânico que o comportamento de Alfonso despertara em seu coração.

- O que está fazendo?! - ela exclamou.

  Alfonso fitou-a com seus surpreendentes olhos escuros de reflexos dourados, e perguntou:

- O que há de errado?

- O que há de errado? - Anny repetiu, incrédula.

- Espera que eu faça amor com você em cima de uma escrivaninha e me pergunta o que há de errado?Fazer amor em escrivaninhas está fora da lista das coisas permitidas. Tive oportunidade de conhecer alguns homens ousados em minha vida, mas nem

mesmo eles tentaram pular em cima de mim numa escrivaninha...

- Verdade? - Alfonso ficou intrigado com o esforço de Anny para cobrir as coxas com a saia. Deu um passo atrás para que ela pudesse juntar os joelhos.

- Sim, é verdade - Anny respondeu, agora as lágrimas rolando pelas faces na proporção de seu embaraço. - Quero respeito, não admito que você faça tudo o que desejar. Exijo um limite.

- Por suas palavras acredito que a escrivaninha esteja absolutamente fora dos limites - Alfonso murmurou, seu sotaque italiano agora mais forte, como Anny nunca ouvira antes.

- É uma questão do que é decente, e do que não é.

- Você não tem espírito aventureiro, tem?

- Não no que diz respeito a elevadores e escrivaninhas.

- Eu não planejava consumar nosso acordo numa escrivaninha de escritório,Anny.

 Incapaz de encará-lo, as faces pegando fogo, ela sacudiu o ombro e perguntou:

- Como eu poderia saber o que você planejava? Fiquei muito sem jeito...

- Diga-me uma coisa. Sabe o que significa estimulação sexual?

- Sei ao menos que não está falando de golfe - ela respondeu furiosa, os lindos olhos azuis expelindo faíscas. - Mas não estou aqui para ser o alvo de seus comentários maldosos, Alfonso Herrera...

- E não está aqui para se divertir em minha escrivaninha tampouco. Desculpe,não pude resistir, cara. Acho que o que precisamos é de uma lista...

- Uma... o quê?

- Uma lista dos lugares onde a atividade sexual é proibida. E, enquanto estamos no assunto, é interessante você falar de todas as suas aversões antes partilhar uma cama comigo.

- Está achando tudo isto muito engraçado, não está?

- Não, estou é fascinado. Em minha experiência com mulheres, nunca tive uma conversa como esta - Alfonso falou com voz de seda. - Sua mãe iria rir muito de mim. Mas, por favor, não tome isto como um insulto à memória dela.

  Anny engoliu em seco. Achou que ia cair em pranto. Aquela não era a hora de ela se lembrar da falecida mãe. Não na noite em que estava prestes a abandonar o que lhe fora ensinado por ela.

Alfonso quisera apenas beijá-la, talvez toca-la um pouco. Porém ela transformara tudo numa tragédia em três atos e fizera

papel de idiota.

- Fico contente por eu ter dado a você uma razão para rir. - ela observou. Alfonso puxou-a para perto de si, e disse:

- Eu não estava rindo.Estava?

- Eu jamais poderia pensar que uma mulher usando essa sua roupa pudesse ter medo de sexo assim tão facilmente.

- Eu não estava com medo. - Anny se enxergou como uma solteirona da era vitoriana, gritando em cima de um banquinho à vista de um rato.

- Ok. Então ficou ofendida, mas agora acabou. Suba. Depois que eu telefonar a seu pai, subirei também.

- Subir para onde?

- Para meu quarto. Naturalmente, como você nunca esteve lá, eu a

acompanharei.

- Não, apenas me diga onde fica - ela sugeriu.

  O telefone tocou. Alfonso soltou uma blasfêmia em italiano e foi atender. – É minha linha particular. Preciso atender pois pode ser algo importante.

- Onde fica seu quarto? - Anny insistiu pegando a capa e

vestindo-a.

- Primeira porta do corredor principal. Espere. - Ele atendeu ao telefone e surpreendeu-a estendendo-lhe a mão.

Sorriu, um sorriso cheio de charme. O mesmo sorriso que um dia escravizara seu coração com tanta eficiência como se fossem correntes.Anny sentiu que a mão dele a apertava com força.Ouviu-o falando numa língua que imaginou ser italiano. Estava irritado. Colocou o fone no gancho e soltou-lhe a mão.