Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

- O destino parece estar contra nós esta noite. Era meu pai.

- Oh...

- Ele está em Londres com uns amigos. Acaba de me informar que chegará aqui em dez minutos pois precisa conversar comigo sobre um assunto urgente que não pode esperar até amanhã. Parecia perturbado e isso não é próprio do meu pai.

- Acho melhor eu ir para o chalé visitar minha família. - Anny viu sua chance de escapar.

- Não! - Foi uma única palavra mas dita com muita força.

- Não quero me encontrar com seu pai, Alfonso. - Anny quase disse que um Herrera de cada vez era mais que suficiente para ela.

- Ficará segura em meu quarto. Juan não manda em minha vida à noite desde que tenho cinco anos. E não vejo necessidade de escondê-la. Que tal ficar conosco na sala. Ele vai saber de tudo mais cedo ou mais tarde, de qualquer maneira. Juan Herrera ficaria espantado e furioso se a visse sob o mesmo teto do filho.

  Anny não tinha o mínimo desejo de estar com o velho homem

de novo, Contudo, o convite de Alfonso a emocionou.

__Mas não é por isso que desejo que ele me descubra aqui agora.

- Covarde. - Alfonso beijou-lhe os lábios tensos.

- Ficarei mais confortável lá em cima - Anny protestou.

- Então que seja assim, cara.

Ela correu para a porta. Anny apanhou a sacola que deixara sobre o sofá no enorme e elegante saguão.

Parando um pouco para soltar as tiras dos sapatos, que machucavam seus pés,tomou a direção da suntuosa escadaria o mais depressa que pôde.Mas a sorte não estava a seu lado naquele dia. Blanca apareceu na porta abaixo da escada, que conduzia à cozinha.

- Vai ficar aqui? - perguntou a Anny.

- Vou - corando, embaraçada, Anny respondeu com relutância,

- Seu pai é um homem compreensível, é preciso muito para aborrecê-lo, mas acho que ele perderia a cabeça se soubesse que Alfonso estava metido nisso.

- Sou uma mulher adulta, não uma criança.

- Não num caso desses, querida. Acho que eu não devia me meter porém sinto que tenho obrigação de preveni-la de que está entrando em situação perigosa.

   Depois dessa declaração cheia de mistério, a governanta desapareceu sem outra palavra. Anny subiu as escadas correndo. A que estaria Blanca se referindo? A que situação? E por que, quando começava a se entender com Alfonso, essa testemunha fofoqueira tinha de lhe fazer um sermão assim confuso?

  Anny entrou pela primeira porta do corredor principal, fechou-a, e procurou pelo botão da luz. Aí entendeu a razão de Alfonso ter um escritório tão grande.

  Era como estava acostumado, concluiu, olhando para a enorme cama, quase do tamanho de um campo de futebol, colocada bem no meio do quarto. A mobília era linda, o carpete em tom pastel, as cortinas longas. Olhou-se no espelho e quase desmaiou.

Ela se perguntava como um top e uma saia que lhe pareceram tão lindos, tão femininos, na casa de Lola, puderam ficar tão diferentes agora. Claro, Lola era morena e sem muitas curvas.

Alfonso como que a apunhalara ao lhe dizer que tinha um aspecto barato.Porém, ela podia ver agora, gostando ou não, que ele estava com a razão.A primeira coisa que fez foi ir ao banheiro a fim de remover a tatuagem. Para uma tatuagem removível foi mais resistente do que o esperado. De repente achou que devia se preocupar com seu comportamento mais do que com sua

aparência.E lá se encontrava ela, vendendo-se como um objeto qualquer pelo bem de Ucker. Ok, não totalmente pelo bem de Ucker, Anny se corrigiu. O que desejava

mesmo era Alfonso Herrera; mas, apesar de se envergonhar com a veracidade dos fatos, era honesta demais para negar.

  Mesmo carinhosa com os outros homens, nunca se esquecera completamente de Alfonso. Por que não? Passaram seis maravilhosas semanas juntos antes de tudo sair errado; e durante essas semanas ele a tratara como nenhum outro homem a tratara. Não brigaram, nem discutiram. Porém não houvera nada como o episódio da escrivaninha no escritório...

   Não sabendo o que iria acontecer mais tarde, e consciente de que não quisera experimentar a intimidade com um homem pela primeira vez na escrivaninha de sala profusamente iluminada, entrara em pânico. Realmente entrara em pânico.Apenas o pânico a poderia ter afastado da excitação da boca de Alfonso na sua. E chocara-a o fato de, após cinco anos, ele causar-lhe a mesma emoção de antes, tocando-a. E a assustava ainda mais, mal podendo acreditar, que Alfonso quisesse fazê-la sua amante.

Mas, por que? Quando tinha dezesseis anos e o vira face a face pela primeira vez, ele portara-se mais como um protetor, como um irmão mais velho. Ainda descalça agora e andando pelo quarto, seus pensamentos estavam a léguas de distância. Mesmo tendo sempre gostado dele, desejara ter um namorado como suas amigas tinham. Jamais sonhara que Alfonso Herrera pudesse ser esse

namorado.

Afinal, não apenas porque nunca tivera oportunidade de falar com ele abertamente, como porque os dois viviam em mundos diferentes.Infelizmente, Marichelo recusara permitir que a filha fosse a bares, clubes, ou se encontrasse com homens. Foi quase inevitável, no último ano de escola, que ela se rebelasse e fizesse tudo isso escondido da mãe. Sua melhor amiga lhe arranjara um encontro com um colega do irmão. Convidara-a para ir à casa dela e se vestir lá. E lá passaria a noite, só voltando no dia seguinte. Assim a mãe não a veria com roupas que não eram as da escola.

Um grupo grande fora a um bar local levando Anny acompanhada de Mauricio,rapaz de vinte e cinco anos que a iniciara no uso de bebidas alcoólicas.

- Olhe quem está aí - a amiga sussurrara de repente. Alfonso se achava no balcão do bar, acompanhado de dois amigos, os três se destacando pelo trajar, bem diferente do resto da clientela. Anny não conseguira tirar os olhos dele,pois nunca tivera chance de vê-lo assim tão de perto. As vezes Alfonso passava em seu carro esporte quando ela seguia a pé para casa após descer do ônibus escolar. Embora tendo ouvido falar que ele dava carona a outras pessoas

em dias de chuva, nunca a convidara.

Meninas quero muito comentarios!

 se não,não irei postar.

Bjss