Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

- Ele traz muitas mulheres aqui? Este lugar é como... um harém nas montanhas? - ela perguntou.

    Christian fez uma cara como se quisesse rir. Depois, ao enxergar angústia nos olhos azuis de Anny, disse com relutância;

 - O chefe não vai atrás delas, não pode culpá-lo...

- Não posso?

- As mulheres vão atrás dele o tempo todo.

E por que não? Anny sempre se perguntara isso e agora soube com certeza.Alfonso era um homem mimado, rico, atraente e charmoso.

Afinal, o que esperava ela? O milionário não era seu namorado, não estava tentando conquistá-la. Naturalmente que não poderia estar no avião que a conduzira da Inglaterra a Corfu, naturalmente que não poderia esperá-la no aeroporto! Tudo o que desejava dela era usar-lhe o corpo. Sexo, sexo sem compromissos. Por que ela evitara encarar a realidade até agora?

- Por favor, não fique ofendida quando digo que você não é igual às outras –Christian Chavez sussurrou. - Marcará um capítulo à parte na vida de Alfonso no momento em que ele perceber que está emocionalmente envolvida.

- Não estou emocionalmente envolvida. - O que desejava mesmo, Anny pensou, era fazê-lo sofrer, agora que vira tudo. De qualquer maneira, não fora a Corfu para ser distração temporária em um harém nas montanhas. Seu irmão,Ucker, estava salvo. A sentença de roubo fora retirada e seu pai havia sido conservado no emprego.

  A pressão que sentira ao fim, a crise terminara. Alfonso lhe confirmara tudo no sábado.

  Ucker lhe telefonara de manhã bem cedo. E Anny se surpreendera ao saber que Alfonso ficara conversando com seu pai e Ucker até depois da meia-noite, no mesmo dia em que ela estivera em Montague Park.Ucker lhe contara que Alfonso insistira que o estrago da mansão não fora tão grande, afinal. Nesse caso, ele mentira. Talvez não, quem sabe dissera aquilo a Ucker vendo como o rapaz estava deprimido e ansioso.

  Naquela mesma noite Ucker telefonara para seu amigo Jack dizendo-lhe que Alfonso não iria condenar nenhum dos dois. Jack foi imediatamente à casa de Enrique agradecer a Alfonso e pedir-lhe desculpas. Contou então que não resistira ao desejo de pegar a caixinha, achando-a linda para dar de presente a sua mãe. Depois entrara em pânico e a escondera, imaginando que ninguém iria

encontrá-la. Mesmo porque jamais supusera que fosse de tanto valor.

  Pondo de lado suas recordações sobre o telefonema de Ucker, Anny tomou o refresco. Decidiu parar de permitir que as lembranças de seu passado com Alfonso Herrera a perturbassem. Lembranças baseadas em quê? Afinal, foram apenas seis semanas! Devia se recordar mais da humilhação que sofrera no fim dessas seis semanas. Ele fora cruel, desnecessariamente cruel. Como estava

sendo agora.

- Se quer que eu parta no último vôo, preciso sair agora - ela ouviu  Christian dizer.

  Virando a cabeça Anny percebeu que Christian falava com Alfonso que estava a alguns passos de distância.

- Eu posso aproveitar e ir com Christian ao aeroporto. Não vou ficar aqui – ela declarou.

   Christian retirou-se do local discretamente.

- Não vai a parte alguma, cara - Alfonso protestou com firmeza.

- E o que pretende fazer para me segurar?

- Usar força bruta, se for necessário.

- Você não ousaria. - Anny arregalou os olhos. - Eu gritaria para todo o mundo ouvir.

- Barulho não me incomoda. Ser tapeado, sim.

A tensão faiscava como chamas invisíveis entre os dois.

- Tudo bem. Seja um legítimo cavalheiro!Deixe-me fazê-lo se lembrar do indigno acordo a que me forçou...

- Forcei? Não foi até Montague Park na sexta-feira vestida como uma prostituta para chamar minha atenção?

- Eu não estava vestida como uma prostituta – Anny protestou, indignada.

- Não é assim que agem as mulheres? - Alfonso tirou a gravata e jogou-a sobre a mesa. Em seguida tirou o paletó. - Primeiro atiram a isca e depois tomam uma atitude de inocência quando a vítima morde.

- Você não é vítima de mulher nenhuma, Alfonso Herrera.

  Anny estava furiosa.

- Tem razão - Alfonso confirmou. - Fico contente por ter notado isso. Lembra-se de como tentou me fazer de bobo cinco anos atrás? E lembra-se de como tudo acabou? Não fui eu que fugi em pranto.

- Seu canalha. - A última coisa de que ela precisava agora era ser lembrada de como estivera arrasada aos dezoito anos

quando ele se agarrava com a filha de um banqueiro, na frente dela.

   Alfonso pôs também o paletó sobre a mesa,junto à gravata.

- Não admito que ninguém me chame de canalha - ele disse com entonação de grande fúria.

- Eu só quero me afastar desta casa! - Anny sussurrou.

- Não vai se afastar de coisa alguma. Tudo vai prosseguir conforme programado, e com seu nome no topo do programa. Dio mio, acha que sou um idiota?

- Olhe, não quero perder tempo discutindo com você. Vou pegar uma carona com Christian até o aeroporto.

- Eu disse não! E a previno desde já que é não. -Alfonso segurou-a pela cintura e ergueu-a do chão.

Furiosa, Anny levantou um braço e tentou estapeá-lo, mas ele inclinou a cabeça antes de ela atingir-lhe o rosto.

- Se tentar fazer isso de novo posso jogá-la na piscina para refrescá-la -Alfonso ameaçou com calma e colocou-a sobre seus ombros para impedir que com as mãos fizesse alguma loucura.

- Não sei nadar! - Anny murmurou, horrorizada.

- Entrarei na água junto, mas vai mergulhar, isso vai -Alfonso jurou,

atravessando o vasto hall.

- Chamarei a polícia se não me puser no chão! - ela ameaçou-o.

- Com o quê? Com a ajuda de uma antena alienígena?Alfonso perguntou.

Outra voz se fez ouvir naquele instante.

- Alfonso... - Era Christian Chavez. - Você acha mesmo que tem o direito de tratar seus hóspedes assim?

- Não se meta naquilo que não entende - Alfonso ordenou a seu assistente executivo, mas num tom de brincadeira. - Anny e eu voltaremos juntos para Londres.

pelos comentarios!!!

Bjss