Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

- Dar algo de volta sem nada substancial não é de meu estilo. Talvez você deva apelar para meus instintos menos nobres. Deixe-me pensar. O que posso desejar que você me possa dar? - Alfonso pousava seus olhos escuros e profundos por todo o corpo dela, excitando-a terrivelmente. - Apenas uma

coisa. Sexo.

- Sexo? Que brincadeira é essa? - Anny deu uma risada nervosa. Arregalou os enormes olhos azuis e gaguejou: - Você não quis... não quis dizer isso. Quis?

- Não quis? Eu sou o homem que você vendeu pela ridícula quantia de cinco mil libras. Garanto que princípios morais não a conservariam acordada por uma única noite - Alfonso murmurou em um tom de voz tão grave que a fez estremecer. - Que diz sobre isso, Anny?

- Sobre o quê? - Anny não conseguia acreditar no que ouvira. Afastou uma mecha de cabelos da testa num movimento de defesa. - Foi sua idéia fazer uma brincadeira?

- Uma brincadeira? Longe disso. Você devia ter ficado envaidecida. Estou querendo tirá-la daquela fábrica e instalá-la em minha cama, em troca liberto seus dois homens inúteis. Não considera minha atitude generosa?

- Está dizendo isso só para me humilhar, porque não gosta de mim...

- Anahí, eu não preciso gostar ou respeitar você para desejá-la embaixo de mim, ou em cima, ou em qualquer outra posição que eu possa imaginar - Alfonso declarou com frieza, com uma indesculpável franqueza que concorreu para destruir qualquer ilusão que ela ainda pudesse ter.

- Como pode falar comigo dessa maneira? - Anny perguntou num sussurro, as mãos úmidas agarrando a saia.

- Não despreze a beleza que possui quando ela pode ser de sua vantagem.Mesmo vestida como está agora, é muito linda. - Alfonso olhou para os seios volumosos sob o suéter, depois para a curva dos quadris abaixo da cintura fina,e em seguida para mais abaixo ainda.Anny sentia seu rosto pegar fogo. Porém, pior que isso, experimentava sensações quase esquecidas e que duvidava poder senti-las de novo: aquele frisson que lhe percorria o corpo, a mortificante sensação do líquido quente entre as coxas apertadas.

- Não quero ouvir mais nada - ela disse, lutando para evitar a reação de seu corpo ao erótico som do ar, reação que a conduzia a Alfonso.

- Porém, quanto mais considero as possibilidades, mais me agarro à ideia, cara.

Sexo, apenas sexo.

Um acordo honesto, livre de todas as restritivas complexidades de um relacionamento. Eu cuido de você... e você me dá prazer.

- Não vai cuidar de mim e não vou para a cama com você, Alfonso Herrera!

Não sou uma prostituta.

Ele olhou para o relógio que tinha no pulso.

- Você tem três horas e meia para decidir. Se não voltar até às duas horas esta tarde, não haverá mais oferta.

- Você pensa mesmo que vendo meu corpo?

- A mais alta oferta? Sim. Há cinco anos eu valia muito pouco. Não lhe dei presentes valiosos. Nem pensei em lhe oferecer dinheiro pela intimidade que eu desejava...

- Pare com isso! Não houve esse tipo de relacionamento entre nós dois.

- No entanto você aceitou dinheiro para ficar fora de minha cama. Presumo que aceitaria melhor oferta para entrar nela!

- Não, de forma alguma. Eu te amava.

- Só que não podia continuar me amando, ante a possibilidade de obter a ridícula quantia de cinco mil libras? Precisava ter coragem para dizer que me amava.

- Odeio você! - Anny exclamou com violento ressentimento pela humilhação que Alfonso lhe infligia. - Realmente, odeio você agora.

- Posso continuar vivendo com isso... E vivendo muito bem. - Arrogante,Alfonso ergueu a cabeça e fitou-a com olhos brilhantes, como se ela o houvesse desafiado.

- Não estou lhe pedindo para viver com meu ódio. Isso por acaso lhe dá o mesquinho prazer de pensar que tem poder sobre mim?

- Eu não chamaria de prazer mesquinho pagar uma conta de oitenta mil libras.Quanto a ter poder sobre você? Como me sinto? Muito bem, cara, muito bem. -Alfonso declarou.

- Mas não tem poder sobre mim. Não tem esse poder a não ser que eu lhe dê!

- É que você faria qualquer coisa por seu pai e por seu irmão. Pensa que não sei disso? Por sinal, onde os covardes estão se escondendo?

- De quem está falando?

- De Enrique e Ucker. Notei a ausência deles. - Alfonso foi até a porta, abriu-a e sorriu, de novo um sorriso zombeteiro. - Mas talvez tenha sido idéia sua vir sozinha em lugar deles...

- Talvez tenha sido... - Anny não se importava mais sobre o que Alfonso pudesse pensar dela. Queria fugir.

- Quem sabe tenha querido tentar suas chances comigo mais uma vez...

- Você realmente pensa que é qualquer coisa fora do comum, Alfonso?

- Ao menos, mais inteligente do que você, sou. Devia ter trazido seu pai e irmão ou ficar chorando e gemendo até me comover.

- Eu não choro assim nunca!

- E eu não gostaria que chorasse. - Alfonso olhou para Christian Chaves que se encontrava na área de recepção, no fim do corredor, tentando disfarçar seu interesse por Anny. Voltando-se para ela, acrescentou: - Cinco minutos aqui e já conseguiu que meu assistente executivo ficasse atrás de você como um cachorrinho. Faça-me um favor. Dê-lhe um chá de pouco-caso na saída.