Fanfic: Proposta Ultrajante AyA

- Alfonso disse que era muito pequena... que podia ser escondida num bolso -Anny informou o irmão e sentiu-se aliviada pois a ignorância dele significava que não tinha nada a ver com o roubo.

Ouvindo o diálogo entre os dois filhos, Enrique ficou horrorizado.

- Se alguma coisa foi roubada, estamos perdidos - disse. - Não admira você não ter conseguido nada com Alfonso Herrera. O homem deve estar furioso, e com razão. Ucker já errara muito invadindo a mansão com os amigos, estragando muita coisa. E agora isso...

- Sinto muito, pai... Juro que nunca mais farei a mesma coisa de novo...

- E nem terá chance. Vamos para casa. E você, Anny, volte para Birmingham. - Ele suspirou. -- Desculpe, Anny, por tê-la arrastado dentro desta confusão.

- Por que você achou que Alfonso me ouviria? - Anny não resistiu à tentação de perguntar.

- Por causa de uma coisa que sua mãe me disse. Sabe, uma daquelas estranhas sensações que Marichelo tinha...

- O que foi que ela disse?

- Que sempre cuidaria de você. Mas, não pense no caso. Bobagem. Não fazia sentido na ocasião e faz ainda menos sentido agora.

Porém aquelas palavras que Anny nunca ouvira anteriormente provocaram-lhe uma sensação esquisita.

Um pouco antes de se separarem, Ucker deu-lhe um abraço apertado o que

demonstrou como estava apreensivo. Com lágrimas nos olhos ela viu-o se

afastar. Nenhum dos dois homens lhe perguntou o que se passara entre ela e Alfonso. Mas, se tivessem perguntado, contaria a verdade? No instante em que falara sobre o roubo, o pai perdera todas as esperanças de conseguir qualquer coisa.

Anny descobriu que estava sentindo-se culpada por se proteger quando deveria ter ajudado o pai e o irmão. Porém, ajudar a que custo? Entregando-se nas mãos de um homem que a detestava? De repente Anny lembrou-se de como o pai de Alfonso a tratara cinco anos atrás! Juan Herrera estava certo de que ela havia ficado com o cheque de cinco mil libras. Mas não revelara ao filho a cruel pressão que exercera numa menina assustada, de apenas dezoito anos, temerosa das consequências que sua família sofreria se recusasse o negócio.

Numa atitude decisiva, Anny deu meia-volta e tomou a direção das Indústrias Herrera. Ia dizer a Alfonso o que pensava do pai dele. O homem que Alfonso considerava merecedor do maior respeito, a forçara a aceitar um ato desonesto.Quando chegou no último andar do edifício, pela segunda vez no mesmo dia,estava atordoada pela quantidade de emoções que sentia.

A recepcionista chamou Alfonso pelo telefone. - Pode entrar - a moça disse a Anny. O que iria ela falar a Alfonso? Queria mesmo contar tudo? Na realidade, exatamente por que voltara em desespero para confrontar o homem outra vez?

Sofrendo uma súbita perda de confiança, Anny demorou para entrar.

Desorientada enquanto se demorava decidindo sobre o que fazer, a porta se

abriu.

- Ainda na dúvida? - Era Alfonso falando com frieza.

Anny sentiu a língua presa. Seu coração disparava, mal podia respirar. Era

como se um potente imã virara para seu lado e ela estivesse fraca demais para lutar contra.