Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Depois da insistência de Dulce, de seus pais e sua avó, Alfonso decidiu passar o fim de semana fora. Dulce alugou uma bela casa de campo, em um lugar distante da cidade, do trabalho, do barulho e de tudo que deixava Alfonso triste. Durante o sábado, Dulce tentou o dia inteiro, de todas as formas, levantar o astral dele, o tempo estava quente, pela manhã tomaram um banho de cachoeira, juntos, e durante a tarde caminharam a pé para conhecer o lugar. À noite, o frio e a neblina invadiam as montanhas. Os dois estavam em frente à lareira conversando e assistindo filmes.

Poncho: Meu avô odiava esses filmes. – ele sorri de lado. - Dizia que hoje em dia não se fazem mais filmes como antigamente. – os olhos dele começam a lacrimejar.
Dulce: Poncho, amor, estamos aqui pra nos distrair, ela o encara sorrindo e acariciando o rosto dele.
Poncho: Mas você disse que as lembranças...
Dulce: Sim Poncho, mas não gosto de te ver chorando ok? Vamos colocar outro filme então...
Poncho: Põe uma animação...
Dulce: Qual você quer?
Poncho: Qualquer uma! – ele responde respirando fundo.

Dulce: Amor, vamos ter uma visita amanhã.
Poncho: Você convidou alguém pra passar o dia com a gente?
Dulce: Não, chamei um fotografo!
Poncho: Pra que?!
Dulce: Esqueceu? Faz séculos que combinamos de tirar aquelas fotos em preto e branco, aqui é um lugar lindo então. –ela dá de ombros.
Poncho: Você quem sabe! – ele olhava as capas dos DVDs sem empolgação.

No dia seguinte, Alfonso não queria se levantar, passou metade da noite em claro, chorando em silêncio para não acordar Dulce, e a essa hora, o fotógrafo já havia chegado.
Dulce: Amor, vá se trocar! O rapaz já chegou, quero você bem bonito! – ela tentava acordá-lo, estava ajoelhada na cama, acariciando as costas dele.
Poncho: Ok, me dê alguns minutos.
Dulce: Estou esperando você lá embaixo. – ela se abaixa dando um beijo na cabeça dele e sai.
Alfonso demorou meia hora para descer, vestia uma camisa branca e uma calça jeans preta. Dulce estava com uma bata azul clara, e uma saia branca de tecido leve e os cabelos estavam presos em uma trança.
Dulce: Esse é o Diego! – ela sorri apresentando-os. - O trabalho dele é lindo, você vai adorar as fotos, e depois podermos montar um álbum e...
Poncho: Vamos logo com isso! – ele passa direto pelo fotógrafo.
Passaram a manhã e todo o começo de tarde tirando fotos, ao ar livre e dentro da casa, Poncho sorria e fazia pose, mas não estava nada contente. O fotógrafo foi embora às 15:00, quando uma empregada da casa serviu o almoço.
Dulce: Amor, vamos fazer uma fogueira hoje à noite? Quando eu era pequena meu pai nos levava para acampar e... – ela tagarelava sorridente.
Poncho: Eu quero ir embora Dulce!
Dulce: O que? Mas...
Poncho: Isso aqui está um saco, eu não queria estar aqui. Só vim porque você insistiu. – ele comenta sério, sem tocar na comida.
Dulce: Como quiser! – ela comenta, encarando-o, seu sorriso já havia desaparecido do rosto.
Poncho: Vou fazer as malas!- ele se levanta e parte em direção ao quarto.

Dulce não acabou de almoçar, subiu para o quarto e ajudou Alfonso com as malas. A lua já surgia no céu quando partiram, minguante e prateada, Poncho dirigia atento, sem trocar uma palavra com Dulce, que estava de braços cruzados, emburrada.
Dulce: Vamos mofar em casa.
Poncho: Não me importo.
Dulce: Pensei que estava se divertindo.
Poncho: Não estou nem um pouco contente Dulce, não deu pra perceber?
Dulce: Tudo bem, eu sei que você está sofrendo Poncho mas...
Poncho: Deveria estar com minha família agora! – ele aperta o volante com força.
Dulce: Eu não sou sua família?
Poncho: Você entendeu o que eu quis dizer.
Dulce suspirou, chateada, e Alfonso não disse mais nada. Estavam no meio da estrada, a noite era escura, o céu era um manto negro aveludado com pontinhos brilhantes. O carro passava por uma curva fechada da estrada, rodeada de altas árvores, Alfonso estava pensativo, quando sentiu o carro pesado.
Poncho: Mas o que...?! – ele olha atentamente para o painel, a gasolina estava acabando. - Que ótimo!  - Ele dá um soco no volante. - Não acredito!
Dulce: Poncho? O que houve? – ela olha para os lados, despertando do sono.

Poncho: Dulce! Você não disse que tinha abastecido o carro ontem a tarde?! – ele altera a voz.
Dulce: Não. – ela o olha confusa. - Eu pensei que...
Poncho: Pensou errado!
Dulce: Calma Poncho, eu pensei que você ia abastecer.
Poncho: PENSOU? AH QUE ÓTIMO! AGORA ESTAMOS PRESOS NO MEIO DO NADA! DROGA! – ele sai do carro batendo aporta com força. -  DROGA DULCE! VOCÊ VIVE NAS NUVENS! SABIA QUE NÃO DEVERIA TER VINDO! EU SABIA!
Dulce: NÃO PRECISA GRITAR! LIGUE PRA ALGUEM E... – ela grita com ele através da janela do carro.
Poncho: Ah essa hora? Por favor! – ele sorri ironicamente. - A CULPA É TODA SUA!!! TODA SUA!!
Dulce: Você está sendo ridículo. – ela o encarava incrédula.
Poncho: RIDÍCULO?
Dulce: NÃO DESCONTE TODO SEU SOFRIMENTO EM MIM ALFONSO! EU NÃO TENHO CULPA DO QUE ACONTECEU! VOCÊ NÃO PODE AGIR ASSIM TODA VEZ QUE PERDER ALGO NA VIDA! – ela sai do carro também batendo a porta, e avançando na direção dele.
Poncho: CALE A BOCA! NÃO FALE DO MEU AVÔ! – nesse instante, ouviram um estrondo, era um trovão que avisou a chuva forte que cairia em segundos. - Entre no carro! – ele baixa o tom de voz.
Dulce: Não, ele não anda e eu estou bem aqui! – ela cruza os braços encarando-o.

Uma chuva forte começou a cair, os pingos eram grossos e gelados, e o vento frio batia nas árvores, fazendo algumas folhas caírem na estrada.
Poncho: ESTA CHOVENDO, ENTRE NO CARRO! – ele volta a gritar.
Dulce: NÃO! - Alfonso se aproximou, segurando o braço dela com uma das mãos caminhando até o carro e abrindo a porta do carro com a mão livre. - ME LARGUE PONCHO! SOLTA MEU BRAÇO! – ela se debatia.
Poncho: VAI FICAR DOENTE! ENTRE NO CARRO! – ele ainda a segurava.

Dulce: NÃO! - Poncho a soltou, Dulce estava chorando, olhava pra ele com raiva, até que sentiu algo quente entre suas pernas, molhando seu vestido e se misturando com a água fria da chuva. – Poncho! – ela quase sussurra, colocando as mãos na barriga.
Poncho: O QUE?!
Dulce: Eu, eu acho que, o nosso filho... – ela arregala os olhos.
Poncho: O que foi? – ele se aproxima colocando as mãos por cima das dela, preocupado.
Dulce: Vai nascer! – ela o encara.