Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

...

Dulce: Eu, eu acho que, o nosso filho... – ela arregala os olhos.
Poncho: O que foi? – ele se aproxima colocando as mãos por cima das dela, preocupado.
Dulce: Vai nascer! – ela o encara.
Poncho: Não! Você, está brincando não é? – ele a encara, assustado.
Dulce: Não, aminha bolsa estourou!
Poncho: Ai meu Deus. – ele segura as mãos dela.
Dulce: PONCHO! - Ela o encara, voltando as mãos pra barriga. - E agora?!
Poncho: Não! Não pode nascer agora! Não aqui! – ele coloca as mãos na cabeça. – O que fazer?!
Dulce: Diga isso ao seu filho então. – ela revira os olhos. - AI!

Poncho: Eu... Vou chamar uma ambulância! – ele tateava os bolsos a procura do celular.
Dulce: Ai! – ela respira fundo. - Minha bolsa.

Poncho: Sim, você já disse. – ele ainda procurava o aparelho. – Esqueci meu celular!
Dulce: Não Poncho! Meu celular está na minha bolsa.- Alfonso o correu até o carro, procurando o celular de Dulce, estava tremendo, discou rápido para o hospital.
Poncho: Alô?! Eu preciso de uma ambulância agora! – ele andava de um lado para o outro sem tirar os olhos de Dulce enquanto explicava tudo para a mulher do outro lado da linha. - Esperar? NÃO PODEMOS ESPERAR ! O QUE?! IDIOTAS! ALÔ? ALÔ? – a bateria dela já era.
Dulce: ESTAMOS SOZINHOS AGORA!
Poncho: Calma Dul! Vem. – ele a segura pelo braço, gentilmente dessa vez. – Vamos ficar dentro do carro.
Dulce: Não! Está quente ai dentro é apertado! – ela coloca as mãos na barriga se contraindo. – AI!
Poncho: DULCE! – ele a encara. – Droga! Calma amor, vem aqui. - ele a pega no colo, sentiu o liquido quente que escorria das pernas dela, molhando seu braço, caminhou até a beira da estrada, onde uma grossa a alta árvore os protegia da chuva.
Dulce: E agora amor? O que faremos? – ela tentava controlar a respiração.
Poncho: Respire Dul! Vou pensar no que fazer. – ele acaricia a cabeça dela, depositando um beijo na mesma.
Dulce: Eu estou com... medo! – ela apertava uma mão dele.
Poncho: Não tenha medo meu amor, eu estou aqui. Não vou deixar nada te acontecer, nem ao nosso filho. – ele beija a mão dela.

Dulce: AI!!
Meia hora se passou, a ambulância não chegava e os dois estavam desesperados, ela suava, ofegante, segurando as mãos dele com força, ele acariciava o rosto dela, tentando a manter calma de algum jeito.
Dulce: Poncho não dá! Eu não posso, não consigo mais segurar! – ela apertava a mão dele, com o rosto molhado pela chuva e por lágrimas.
Poncho: Só mais um pouquinho Dul, um pouquinho.

Dulce: NÃO DÁ DROGA!  ESTÁ DOENDO! – ela grita.
Poncho: Respire ardilla, aguente firme por favor.
Dulce: Poncho me ajude! – ela quase sussurra entre o choro. - Por favor.
Poncho: Eu...
Dulce: Você vai ter que fazer isso.
Poncho: Eu, eu vou fazer, tudo vai ficar bem! – Poncho engatinha e afasta gentilmente as pernas de Dulce, que por sorte, estava de vestido e Poncho habilmente se livrou da calcinha dela. – Tudo bem! – ele respira fundo. – Vamos lá então, tudo bem? – ele a encara, totalmente perdido.
Dulce: Não, não.
Poncho: Olhe pra mim amor, olhe nos meus olhos ok?
Dulce: Ok. – ela ainda tentava manter a respiração regular, sua trança estava quase toda solta.
Poncho: Quando eu pedir pra você empurrar...
Dulce: OK, OK! – ela o interrompe.
Poncho: Ok, então empurra Dul! Empurra! – ele apoiou as mãos nos joelhos dela, Dulce fechou os punhos e os olhos, fazendo força.

Dulce: AIIIIII!
Poncho: Isso amor, de novo.
Dulce: AI! ISSO DÓI! DÓI MUITO!

Uma hora se passou, Dulce estava cansada e nada do bebê nascer...
Poncho: Vamos lá amor, continue.
Dulce: NÃO DÁ! NÃO DÁ PONCHO! EU NÃO CONSIGO MAIS! – ela chorava. - Nosso filho vai...
Poncho: NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR OK?! – ele segura o rosto dela dando-lhe um beijo leve. – Senhor! – ele olha para o céu. - Por favor nos ajude. – ele quase sussurra, suplicando, a luz das estrelas refletia no olhar dele.
Senhora: Posso ajudar? - uma senhora, baixa, com os cabelos brancos, e um sorriso encantador, apareceu, do nada, segurava uma cesta de doces, cobertos por uma toalha vermelha e xadrez, e levava consigo um lampião, a chuva já havia diminuído consideravelmente.
Dulce e Alfonso se assustaram, como ela havia chegado ali sem que os dois percebessem? A senhora se aproximou ainda sorridente, colocando a cesta de doces no chão e se ajoelhando ao lado de Dulce.
Dulce: Quem é você?! – ela encarava a senhora.
Senhor: Quero ajuda-los.
Poncho: A senhora sabe fazer partos?

Senhora: Sim, e parece que precisam de ajuda.
Poncho: Claro que queremos! – ele sorri aliviado, sem se importar das razões que levaram aquela senhora a estar perambulando por ali no meio da madrugada.
Senhora: Muito bem então! –ela coloca uma mão na testa de Dulce. - Você está com febre!
Poncho: Tudo vai ficar bem não vai? –ele encarava a senhora.
Senhora: Fique com ela! – ela sorri. - Deixe-me cuidar disso! – ela toma o lugar que antes Poncho estava, e ele se sentou ao lado de Dulce, e segurou novamente as mãos dela.
Dulce: AI!
Senhora: Acalme-se, seu filho está nascendo. Isso é motivo de alegria. – ela comenta, descontraída.
Dulce: Eu não consigo mais, está doendo muito.
Senhora: Claro que pode! Vamos lá! Você rapaz, segure as mãos dela com força e empurre a barriga para baixou ok? Isso não vai ser fácil, mas você vai conseguir.
Dulce: Certo. – ela respira fundo uma outra vez e aperta a mão de Poncho, que sentiu seus dedos adormecerem.
Senhora: No três! Um...dois...três! - Dulce fechou os olhos novamente, comprimindo o rosto, Poncho olhava pra ela e para a senhora, fazendo tudo o que lhe era pedido. – Dulce: AIII!!
Senhora: De novo! Um...dois...três!
Os minutos se seguiram, Dulce estava com extremas dificuldades, mas agora faltava pouco, a cabeça do bebê já podia ser vista, a senhora segurava os joelhos de Dulce com firmeza, concentrada no que estava fazendo, Alfonso estava assustado, não conseguia imaginar como um bebê conseguia sair daquele jeito, só pensava na dor que Dulce estava sentindo.
Poncho: Falta pouco amor. – ele dá um beijo na testa dela. – Já dá pra ver a cabeça! – ele sorri.
Dulce: Não dá mais, não dá.
Senhora: DÁ SIM! Vamos, só mais uma vez e com força. Um...dois...três!
Poncho: Força amor! Força! - Poncho não soube de onde Dulce conseguiu tirar tanta força, suas mãos estavam dormentes, Dulce fechou os olhos uma última vez, fazendo todo o esforço que conseguiu.
Dulce: AAAAH! – ela amolece e Poncho sente seu corpo ceder sobre os braços dele.
Senhora: Pronto, pronto! – ela sorria, Dulce abriu os olhos após um choro agudo, invadir o ambiente.