Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

A madrugada era quente, Dulce segurava João Miguel em um dos braços, e com o outro carregava uma mala e uma bolsa, toda desajeitada. Caminhou até a entrada do condomínio e se sentou em um banco da portaria.

Porteiro: Posso ajuda-la?
Dulce: Que? – ela estava desorientada e aos prantos.
Porteiro: Precisa de ajuda?
Dulce: Preciso, preciso sim! O senhor pode por favor chamar um táxi?
Portaria: Sim senhora.
Dulce esperou meia hora e o táxi chegou, o porteiro colocou a mala no porta-malas enquanto Dulce entrava com João Miguel.
Motorista: Então, aonde a senhora quer ir? - um motorista velho, com um bigode branco e espesso, entrou no carro e virou-se pra ela sorrindo. - Senhora?
Dulce: Sim?
Motorista: Tudo bem?
Dulce: Tudo. – ela sorri de lado, aparentemente abatida.
Motorista: Aonde a senhora pretende ir?
Dulce: Pode ir pra qualquer lugar, eu preciso pensar!
Motorista: Certo! – ele sorri de lado ligando o carro. - Você poderia autografar meu CD depois? – ele a olha pelo retrovisor.
Dulce: Claro! – ela sorri de lado, olhando para o filho.
O dia estava amanhecendo, o sol se escondia atrás de nuvens brancas e fofas, Alfonso estava no quarto de Miguel, cochilava na poltrona onde Dulce amamentava o bebê. Ele segurava uma foto, tirada no hospital, onde aparecia ele e Dulce com os rostos colados ao rosto do filho que dormia com as mãos fechadas, cobertas por um par de luvas de lã azul claro. Duke estava sentado no corredor, observando o dono, sabia que era proibido de entrar no quarto do bebê, latiu quando viu um passarinho parar no parapeito da janela. Alfonso acordou com o barulho e a claridade que batia em seu rosto, suspirou.
Poncho: Será que foi só um pesadelo?! – ele comenta consigo mesmo, nada convencido, coçou os olhos e se levantou voltando para o quarto do casal. Ao ver a cama vazia, percebeu que tudo o que aconteceu na madrugada não era um pesadelo, caiu sentado na cama, com o rosto abatido e ele olhou novamente para foto.
Eram seis e meia da manhã, quando Dulce apertava a campainha da casa de seus pais, João Miguel estava acordado, mas não chorava, abria e fechava os olhos, incomodado com a luz do dia, Dulce tocou a campainha mais uma vez, e depois colocou uma das mãos alguns centímetros acima da cabeça do filho, protegendo-o do sol, ouviu passos vindos de dentro da casa, a porta foi aberta e lá estava sua mãe toda descabelada, ainda de camisola, esfregando os olhos.
Blanca: Dulce?!
Dulce: Oi mamãe, posso entrar?
Blanca: Claro que pode! – ela dá passagem para a filha. - Aconteceu alguma coisa? O que faz aqui há essa hora? Você sempre avisa quando vem!
Dulce: Eu...
Fernando: Brigou com o Alfonso? – ele aparece na porta da sala, com a cara amassada.
Dulce: Sim, brigamos feio !
Blanca: O que faz, segurando essas malas? Você, saiu de casa Dulce?!
Dulce: Saí!
Fernando: Então a briga foi mesmo séria.
Dulce: Foi e, acho que dessa vez não tem mais volta! – ela começa a chorar. – Mamãe, papai, vocês permitem que eu fique aqui alguns dias com o Miguel? Prometo que não será por muito tempo, eu vou...
Fernando: Candy! Fique o tempo que quiser, essa casa ainda é sua, e as portas sempre vão estar sempre abertas pra você! – ele coloca as malas dela para dentro fechando a porta.
Dulce: Obrigada papai! – ela sorri.
Blanca: Aqui, deixe-me segurar meu neto! – ela sorri apanhando Miguel de Dulce. - Ah! Ele está ficando mais bonito!
Fernando: Blanca! Não tem nem duas semanas, cara é a mesma!  - ele sorri.
Blanca: Vem filha, vou arrumar seu quarto e você pode descansar!
Dulce: Não, Miguel está com a fralda suja e eu preciso explicar tudo a vocês.
Fernando: Explique-se mais tarde! Você está cansada! – ele pousa as mãos nos ombros da filha.
Blanca: Eu troco a fralda dele, filha descanse tranquila ok?
Dulce: Eu não vim aqui para dar trabalho a vocês mamãe!
Fernando: Que isso Dulce! Cuidamos do nosso neto com o maior prazer.
Dulce: Eu amo vocês. – ela sorri de lado.
Blanca: Nós também te amamos filha, e você sabe que sempre a apoiaremos em tudo!
Dulce: Pai, se o Alfonso ligar diga que não quero falar com ele e que o senhor o proíbe de me procurar ok! - Fernando olha para Blanca.
Fernando: Certo filha, agora vá descansar. – ele dá um sorriso para ela.
Dulce tomou um banho, tirou leite para sua mãe dar ao neto, colocou uma camisola e foi dormir. Era meio dia quando o telefone dos Saviñón tocou, Fernando que ajudava Blanca a trocar a fralda do neto, correu para atender.
Fernando: Alô?
Poncho: Oi Fernando, é o Poncho! – ele fala baixo. - Posso falar com a Dulce?
Fernando: Ela está dormindo Alfonso, e não quer falar com você!
Poncho: Mas eu preciso alar com ela! Por favor! Temos que conversar!
Fernando: Olha Poncho, pelo pouco do que a Dulce contou sobre essa briga de vocês, a única coisa que eu tenho a dizer é que você é um frouxo, viu rapaz!
Poncho: Senhor, por favor!
Fernando: Alfonso! – ele respira fundo. - Você já pisou na bola com a Dulce outras vezes, mas até então vocês não tinham um bebê envolvido na história.
Poncho: Eu sei mas...
Fernando: Vai me deixar terminar?
Poncho: Claro.
Fernando: Um filho não é um boneco Alfonso, não podemos escolher a hora de brincar com ele, filhos são responsabilidade em dobro,  coisa que você parece não ter um pingo, a Dulce parece ter toda razão de estar chateada com você! E não digo isso porque ela é minha filha, eu sei enxergar os erros que ela comete.
Poncho: Eu preciso conversar com ela, pedir desculpas, me redimir.
Fernando: Pedir desculpas não adianta! A Dulce está muito chateada com você, por isso meu rapaz, vou lhe pedir encarecidamente que não volte a ligar para incomoda-la e seja homem por favor! Tenha um bom dia.
Poncho: Vou falar com ela de um jeito ou de outro, tenha um bom dia. – ele diz ironicamente e desliza.
Blanca: Quem era?
Fernando: Alfonso!
Blanca: Queria falar com a Dulce?
Fernando: Sim.
Blanca: E você?
Fernando: Tive que ser duro com ele, a Dulce disse que não queria falar com ele e tenho certeza que se eu não tivesse sido grosso ele viria aqui, não quero ver nossa filha pior do que ela está e além do mais, eu precisava dizer umas boas verdades ao rapaz, parece que não cresce, não se deu conta que é pai.
Blanca: Eu gosto do Alfonso mas nesse ponto você tem razão! – ela colocava um mijão no neto.
Uma hora depois na casa de Alfonso e Dulce.

 .......................................