Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Alfonso respirou fundo e caminhou até a lanchonete quando avistou um cabeleira loiro e azul que imediatamente reconheceu ser de Christian. Estranhou, o que o amigo estaria fazendo no hospital?!

Poncho: Ei Christian! - acena assim que confirma que é ele. Christian deu as costas e caminhou depressa até o corredor seguinte. -Mais o que...EI CHRISTIAN! – Alfonso o segue. Christian caminhava rápido, sem olhar para trás, Poncho não desistiu e em pouco tempo alcançou o amigo, segurando com força um dos braços do amigo e o puxando com força. - EI CARA! O que faz aq...Christian? - Christian estava chorando, seus olhos estavam vermelhos e transbordando lágrimas, Poncho o olhou intrigado e um tanto chocado.

Christian: Cara, eu... – ele começou a chorar. Alfonso jamais tinha visto Christian chorar daquele jeito, ou melhor, poucas vezes o viu chorar, ele sempre fora muito alegre, mas todos sabiam que ele e Mai também tinham seus problemas, e deviam estar passando por alguma crise. Poncho deduziu ser algo no casamento, casais sempre tinham esses períodos, inclusive ele e Dulce. Esperava uma resposta, uma explicação, mas a única coisa que recebeu foi um abraço, Alfonso retribuiu o amigo. – Alfonso...

Poncho: O que foi Christian? O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa com a Mai, com a Mari?

Christian: É que...

Poncho: O que a Mai tem?

Christian: Não, a Mai nada. – se afasta do amigo, limpando o rosto.
Poncho: Christian, caramba! Está me assustando!

Christian: Você, o que faz aqui?

Poncho: A Dul teve uma crise de bronquite, mas já está bem! – responde rápido. - E você vai abrir o jogo comigo, ou não sou mais seu amigo?

Christian: Certo! – ele se senta. - Uma tragédia, droga! – Christian afunda o rosto nas mãos.

Poncho: Alguma coisa com a Mari? – se senta ao lado do amigo.

Christian: Sim! – ele respira fundo.

Poncho: O que ela tem? Está gripada, catapora, caiu e quebrou o braço?

Christian: Vai calar a boca e me deixar falar ou está difícil?

Poncho: Desculpe!

Christian: Ela está mal cara, muito mal! Está doente. Gravemente doente.

Poncho: O que ela tem?

Christian: Coisa grave! – respira fundo tentando evitar o choro. - O médico disse que é insuficiência renal crônica, grave cara! Mai e eu estamos loucos!  Por que essas coisas tinham que acontecer conosco?!

Poncho: Essas coisas acontecem cara! – dá tapinhas nas costas do amigo. - Mas como ela está?

Christian: Aqui, internada! Já faz mais de cinco dias.

Poncho: É por isso que estavam tão sérios e ausentes?

Christian: Sim!

Poncho: O Pedro sabe?

Christian: Claro.

Poncho: Mais alguém sabe?

Christian: Não. Não quero imprensa enchendo o saco aqui no hospital.

Poncho: Ela corre riscos?

Christian: Muitos! O médico disse que há tratamento mas eu não entendi quase nada, minha cabeça está a mil. Mai sabe melhor, ela te explica.

Poncho: Onde ela está?

Christian: No quarto, com a Mariana! Poncho, tem que me prometer que não vai contar nada pra ninguém! Nem pra Dulce!

Poncho: Mas Christian! Somos seus amigos cara! Queremos ajudar! Olha a Dulce e a Any estão bem preocupadas com a Mai, ligaram pra ela ontem e ela desligou na cara! Qual é, não confiam em nós? Estão carregando essa barra sozinhos por que?!

Christian: Ah! – ele respira fundo. – Alfonso, me prometa, por favor, que não vai contar nada para ninguém! Nem para Dul!

Poncho: Não cara, não posso. Já tivemos muitos problemas com esse lance de guardar segredos, e agora eu conto tudo pra ela...

Christian: Por favor Poncho! Nos de um tempo, depois contamos tudo.

Poncho: Okay cara! – diz após uns instantes. - Posso ver a Mari?

Christian: Deve estar dormindo, o médico disse que amanhã ela terá alta mas ainda precisa fazer alguns exames para iniciar o tratamento, uma porrada de exames!

Poncho: Que quarto ela está?

Christian: N-178...

Poncho: Acho que a Dul ainda vai demorar um pouco, vou ver a menina! – se levanta, Christian faz o mesmo.

Sobem um andar e caminham por vários corredores, até entrarem em uma ala do hospital exclusiva para crianças. O lugar seria totalmente silencioso se não fosse pelo barulho que os sapatos dos médicos e enfermeiras faziam e parecia que o cheiro de hospital se acentuava mais ali. Andando até o quarto, Alfonso pode ver algumas crianças com roupas brancas com bichinhos coloridos, brincando em uma sala cheia de bonecas, carrinhos e jogos, estavam pálidas, algumas carecas, mas todas com sorrisos inocentes. Alfonso teve que segurar uma lágrima que brotava em seus olhos, já imaginava a longa jornada que os amigos teriam que enfrentar, lembrou de Miguel em casa com a avó, como reagiria a uma notícia daquelas se fosse com seu filho? Pararam em frente a uma porta branca, Poncho colocou a mão na maçaneta quando Christian o impediu.

Christian: Espere, vou entrar primeiro e dizer a Mai que você sabe de tudo! – ele some porta adentro e retorna alguns minutos depois. – Entre! – dá espaço e Poncho passa pelo amigo, entrando. O quarto era grande e branco, com ursos pintados nas paredes, luz estava acesa, Mariana penteava uma boneca com a ajuda de Mai.

Poncho: Toc, Toc! – fala baixo, sorrindo, parado perto da porta. Os olhos de Mariana se iluminaram ao ver o padrinho.

Mariana: Quem é? – ela ri.

Poncho: O padrinho?

Mariana: O padrinho pode entrar! – ela sorri, Alfonso se aproxima, abraçando a menina, que retribui feliz, seus braços não conseguiam dar a volta nas costas de Poncho. - Trouxe doce?

Mai: Que feio Mariana, mamãe já te ensinou que não se pede doces e nem presentes.

Poncho: Hoje não trouxe, o padrinho esqueceu mas, prometo que trago depois.

Mariana: Depois não, amanhã eu vou pra casa. – sorria.

Poncho: Vou te ver na sua casa então! – sorri, acariciando o rosto da pequena.

Mariana: Vai? Você diz que vai, e não vai. – o encara com cara feia.

Poncho: Mas dessa vez eu vou! – sorri.

Mariana: E a madrinha também! – Poncho disfarçadamente olhou para Mai.

Poncho: Não, a madrinha não pode!

Mariana: Por que? Eu senti saudades, tive que ficar com a vovó, mas eu não gosto.

Poncho: A madrinha está dodói.

Mariana: Que nem eu?

Poncho: Mais ou menos pulguinha! – ele sorri.

Mariana: Dodóis iguais.

Poncho: Amanhã vou comprar um presente pra você...

Mariana: Que tamanho?

Poncho: Bem grande! – ele ri.

Mariana: Grande assim? – abre os braços.

Poncho: Isso! – começa a fazer cócegas na garota.

Mariana: Para! Para! – a garota ria, tentando se esquivar das mãos de Alfonso.

Mai: Agora você tem que dormir, filha! – Mai sorria tristemente, com lágrima nos olhos.

Mariana: Não! Eu já dormi!

Mai: Não quer ira pra casa rápido? Se você dormir o tempo passa mais depressa e amanhã já estará lá!

Mariana: Então tá bem! – suspira derrotada. - Boa noite mamãe! – se inclina e beija o rosto de Mai. – Boa noite padrinho. – sorri beijando o rosto dele. - Papai me cobre? – olha para Christian, parado na porta. Ele se aproxima com um sorriso forçado e a cobre.

Christian: Boa noite boneca! – beija o topo da cabeça da pequena.

Mai apaga a luz e sai fechando a porta a suas costas, encostou-se na parede chorando, Alfonso se aproximou, dando um abraço na amiga.

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