Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Os dias se passaram rápidos como um raio. Os shows da RBD foram um sucesso como sempre, Pedro estava com medo do que a entrada de Carlos poderia fazer, passava a maior parte do tempo dando conselhos ao garoto, como fazia com seus pupilos no início da carreira. Mai e Christian estavam menos distraídos, e Any e Ucker ansiavam pela viagem. Alfonso estava feliz, ele e Dulce voltaram para a casa e por enquanto, nada de estranho estava acontecendo, ainda estava com receio de ficar sozinho em casa, mas com os compromissos da banda, era inevitável que Dulce não passasse a maior parte do tempo fora de casa. Fazia dois dias que os dois entrevistavam algumas candidatas a babá de Miguel, mas ainda não tinham gostado de nenhuma. Eram nove horas da noite e Alfonso acabava de colocar as últimas malas no carro, Duke corria em volta dele, balançando rabinho, contente, sem contar que estava maior, crescera de uma hora para outra, mas ainda era pequeno ao tamanho que teria ao se tornar adulto.

Poncho: Calma Duke! – sorria brincando com o cachorro. - Ansioso para conhecer a praia? – Duke latia e pulava nele. - Não está esquecendo nada, amor?

Dulce: Acho que não, pegou minha frasqueira?

Poncho: Sim!

Dulce: O carrinho do Miguel?

Poncho: Peguei!

Dulce: Então deve estar tudo aí, vamos? – ela olha o relógio de pulso. - Já é tarde, não gosto que dirija à noite. Combinou o que com o Christian e o Christopher?

Poncho: Nos encontraremos lá mesmo.

Dulce: E se chegarem antes?

Poncho: Dei uma cópia das chaves pra cada um deles.

Dulce: Ah, sendo assim vamos indo! – abre a porta da frente para Duke. O cachorro iria com Alfonso, devidamente preso pelo cinto canino e Dulce no banco de trás com Miguel. - Nem pense em dormir no volante hein, se estiver cansado me avise que eu dirijo.

Poncho: Você sabe que não faço isso, eu gosto de dirigir de noite amor, não tem muito trânsito.

Duas horas se passaram e ainda estavam na estrada. Dulce cochilava com a cabeça encostada no vidro e Miguel dormia na cadeirinha. Alfonso ouvia música bem baixinho e Duke se mexia no banco, estranhando um pouco os carros que passavam a toda velocidade. A noite estava esquentando e Poncho ligou o ar-condicionado.

Dulce: Desliga. – se remexeu no banco.

Poncho: Ué? Está acordada? – a olha pelo retrovisor.

Dulce: Sim, desliga isso Poncho, você sabe que odeio!

Poncho: Mas está calor, Dul!

Dulce: Você sabe que isso não me faz bem. – estava meio dormindo meio acordada.

Poncho: Ok. – suspira derrotado e desliga. -Não durma Dul, converse um pouco comigo.

Dulce: Estou com sono Poncho!

Poncho: Eu também! Por isso estou pedindo, vou dormir se algo não me manter acordado, não quero aumentar o som, senão Miguel vai acordar.

Dulce: Ok. – ela boceja. - Vamos conversar!

Poncho: Estava sonhando com o que?

Dulce: Meu avô!

Poncho: Credo Dul, você só sonha com gente morta. – ele sorri.

Dulce: Dizem que é sinal de fartura, e o sonho era lindo, eu tinha cinco anos nele.

Poncho: Me conte sobre sua infância.

Dulce: Ah, por que?

Poncho: Você nunca conta nada.

Dulce: Ok, o que quer saber?

Poncho: Qual era sua brincadeira favorita?

Dulce: Pega bandeira. – ela sorri.

Poncho: Legal, eu gostava também! Meu time só ganhava! Será que o Miguel vai ser bom em esportes?

Dulce: Não sei Poncho! – sorri, olhando para o filho.

Poncho: Já pensou se ele vira um desses nerds que só pensa em videogames, quadrinhos, ficção cientifica.

Dulce: Você gosta dessas coisas!

Poncho: Sim, mas não sou nerd, existe um fator que me diferencia.

Dulce: Qual?

Poncho: Eu pego as gatinhas...

Dulce: A é?! Quantas? – o encara pelo retrovisor, mantendo um semblante sério.

Poncho: Pegava várias, mas agora só uma que é a melhor e a mais maravilhosa! – ele ri. - Esse é o X da questão, o que me diferencia, verdadeiros nerds não pegam ninguém!

Dulce: Que besteira Poncho!

Poncho: Imagine só o Miguel com um óculos fundo de garrafa, camisa xadrez, o melhor em matemática da turma, que apanha do machão do colégio, que passa o recreio todo sentado em um canto, comendo lanche preparado pela mãe, sem ser escolhido para jogar futebol com os outros garotos, e que vive em companhia de um garoto mais esquisito que ele e que também apanha?!

Dulce: E não vai amá-lo do mesmo jeito?

Poncho: Claro que vou! Mas poxa, você sabe né Dul!

Dulce. Não sei, falando assim parece até que você já passou por tudo isso.

Poncho: Não! Só vejo nos filmes! – sorri.

Dulce: E depois não é fissurado! – sorri.

Poncho: A questão é, o nosso filho tem que ser o cara que cobra pedágio no corredor do colégio e não os babacas que pagam.

Dulce: Que machismo Poncho! Nem pense em fazer do nosso filho, um mal criado invocadinho! Nem pensar! Antes nerd do que encrenqueiro!

Dulce e Alfonso ainda discutiam sobre a futura personalidade de Miguel, quando um carro que estava no acostamento, embicou o carro na frente de Poncho, que brecou, seco, cantando pneus.

Dulce: Que louco! – ela se apoia no banco.

Poncho: Idiota! Folgado! – ele abaixa o vidro. - EI IMBECIL! QUAL É A SUA?! NÃO SABE DIRIGIR NÃO?!

Maluco do Carro: CUSTAVA DAR SETA BABACA?! - Pendurado no vidro, esmagando a mulher que o acompanhava.

Poncho: DAR SETA?! VEM PELO ACOSTAMENTO E AINDA QUER DAR UMA DE GOSTOSO?! FOLGADO! ESPERE SUA VEZ!

Dulce: Poncho chega!

Poncho: Chega nada Dul, não dá, essas coisas me revoltam! FILHO DA MÃE! TEM CRIANÇA NO CARRO! IDIOTA!

Maluco do Carro: BAIXA O VIDRO E CALA BOCA!

Poncho: VOU BAIXAR É UM SOCO NA SUA CARA!

Maluco do Carro: VEM! – Alfonso tira o cinto.

Dulce: Poncho para! Deixa pra lá!

Poncho: VOCÊ SABE COM QUE ESTÁ FALANDO SEU FILHO DA **** ?! – abre a porta do carro, Dulce o segurou pela camisa. - QUER ENCARAR É?! BATE AQUI ENTÃO! BATE!

Dulce: Caramba Poncho! Para! – aumenta o tom de voz, nervosa.   O rapaz acelerou ameaçando bater na lateral do carro de Poncho.

Poncho: BATE VAI! QUERO VER SE TEM CORAGEM! SEU MERDA! PIRRALHO! DOMINGUEIRO! - O rapaz ameaça novamente, brecando todas as vezes que chegava perto.

Maluco do Carro: VOU ARRANCAR A PORTA DESSA LATA VELHA!
Poncho: LATA VELHA?! LATA VELHA É ESSA CARROSSA QUE VOCÊ CHAMA DE CARRO SEU MANÉ!  - Fecha o vidro dá partida no carro. Andaram alguns metros quando o rapaz que agora estava na segunda pista jogou o carro do lado em que Dulce estava, só ameaçando e depois saiu a toda velocidade.

Dulce: AI! – se assusta.

Poncho: Que filho da mãe! – pisa fundo no acelerador.

Estavam chegando perto de um cruzamento, quando Alfonso viu o carro vermelho do rapaz, de propósito passou a frente fazendo o motor roncar.

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