Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Alfonso e Dora continuam a conversar, estavam quase terminando o almoço quando Dulce desceu as escadas. Vestia uma saia de tecido leve, azul bebê, e uma blusinha branca, segurava uma bolsa e um casaquinho de linha.

Poncho: Onde vai?

Dulce: Ver a Mai! – ela abre a bolsa e tira as chaves, sem olhar para Poncho. - Já dei de mamar pro Miguei, está dormindo, voltarei logo.

Poncho: Irei com você.  – ele pega um guardanapo e limpa a boca, se levantando.

Dulce: Eu vou sozinha!- ela sai.

Poncho: Certo!- ele responde mas ela já havia partido, torna a sentar-se na cadeira. Teresa aparece na porta.

Teresa: Tia, posso arrumar o quarto do senhor e da senhora?

Dora: Agora não Teresa, o senhor vai dormir e...

Poncho: Não, pode ir sim! Estou sem sono, vou ver um filme, entrar na internet, qualquer coisa. – ele se levanta. - Com licença! - se retira.

Teresa: Posso ir tia?

Dora: Pode.

Teresa subiu as escadas, caminhando em direção ao quarto de Dulce e Alfonso, a porta estava aberta e a luz acesa, a garota entrou silenciosamente e começou a arrumar a cama. Trocava as fronhas dos travesseiros quando viu algo no criado mudo de Alfonso que chamou sua atenção, era um chaveiro, da marca Ferrari, estava jogado junto com uma nota de uma loja de roupas. Teresa olhou para os lados, o sol iluminava o quarto, da janela ela podia ver sua tia Dora no primeiro andar, dando comida para Duke que brincava em frente à piscina. A moça, pálida e acanhada aproximou-se do móvel com uma fronha nas mãos, seu coração batia acelerado, estava nervosa, esticou uma das mãos e rapidamente pegou o chaveiro e o escondeu no pano branco com pequenas flores amarelas bordadas nas laterais. Seu coração deu um salto, e uma sensação de prazer invadiu seu corpo, ela sentou-se na cama grande a macia do casal que ali dormia e um sorriso doentio surgiu em seus lábios finos. Um chaveiro, não entendia como um objeto tão pequeno e insignificante trazia tanta alegria, precisa o ter em seu poder, em suas mãos, respirou fundo e saiu do quarto, desceu as escadas e cruzou um pequeno corredor ao lado da cozinha entrando em um quarto onde guardava os produtos de limpeza e os instrumentos de faxina, bateu a porta ainda sorrindo e caminhou até uma prateleira, abaixou-se e de um canto escondido puxou uma caixa velha de sapatos, abriu e jogou o chaveiro lá dentro, aquilo pra ela parecia ser um tesouro, além do chaveiro ali também guardava um batom sem tampa, um vidro de perfume, um jacaré de pelúcia, uma caneta, um brinco sem o seu par e um CD com os melhores solos de guitarra.
Teresa curtia o prazer de ter aqueles objetos em seu poder, quando alguém bateu na porta.

Dora: Teresa? Você está ai? - A garota se assustou, fechou a caixa de qualquer jeito e a escondeu.

Teresa: Estou sim tia! – ela abre a porta as pressas.

Dora: Por que trancou a porta?! O que está fazendo?!

Teresa: Nada tia, nada!

Dora: O que fazia ai dentro? – ela encara a sobrinha.

Teresa: Eu, eu desci para pegar um produto e, a porta bateu e trancou.

Dora: Sei!- ela analisava a sobrinha. - Anda, termine logo de arrumar o quarto que o patrão quer tomar banho.

Teresa: Sim senhora! – ela se retira.

Dulce tocava a campainha da casa de sua irmã Cláudia há dez minutos e ninguém aparecia, já estava impaciente quando viu um carro se aproximar, logo reconheceu ser de sua irmã.

Cláudia: Oi Candy! – sorri, abrindo a porta para as crianças depois de estacionar.

Dulce: Oi! – sorri, abraçando a irmã.

Cláudia: Desculpa não ter avisado sobre o cinema!

Dulce: Tudo bem, achei uma ótima ideia.

Mariana: Madrinha! – ela desce do carro e corre até Dulce, abraçando-a.

Dulce: Oi Mari! – ela se abaixa na altura da menina. – Então, vocês se divertiram no cinema?

Mariana: Siiiim! – ela sorria. - Tinha uma princesa madrinha, que virava uma árvore, ai o homem que corta árvores queria cortar a princesa, ai o príncipe não deixa cortar a árvore e...

Cláudia: Depois você conta todo o filme para madrinha, ok? A titia precisa conversar com ela agora.

Mariana: Tá bom! – ela sorri. - Madrinha, eu quero ver a mamãe.

Dulce: Nós já vamos meu bem! – ela sorri, acariciando o rosto da pequena.

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Cláudia: Então Dulce, como foi lá o velório? – ela serve um suco à irmã, as meninas brincavam no quintal.

Dulce: Triste! Muitas pessoas foram, inclusive a imprensa e os fãs. Passamos a noite lá e agora pela manhã o corpo foi enterrado. – ela suspira. - Foi difícil, bem difícil! –ela limpa as lágrimas dos olhos.

Cláudia: Imagino!- ela toca o ombro da irmã tentando confortá-la. - O Christian era realmente muito querido, morrer assim é horrível. Sinto muito.

Dulce: Obrigada.

Cláudia: Mas a dor passa e tudo se ajeita!- ela sorri abraçando a irmã de lado.

Dulce: Espero que tenha razão.

Cláudia: E o Poncho?

Dulce: Em casa!

Cláudia: Como está?

Dulce: Triste, chateado, sentindo-se culpado. E está irritado comigo!

Cláudia: Ué, por que?

Dulce: Estou tentando ser forte sabe Cláu, não desabar na frente dele, não só por mim, bem mais por ele que está muito mal. Mas agora ele veio me dizer que eu pareço feliz demais e que não estou nem ai pra morte do Christian! Pode?! Discutimos agora no almoço e eu não quis a companhia dele.

Cláudia: Nossa que idiota Dul. Se fosse comigo ele já teria é apanhado! Você tem saco viu!

Dulce: Pois é, e olha que isso não vem de hoje. Nós sempre conversamos, tentamos ver onde estamos errando, mas, em um dia tudo está bem, no outro estamos nos fuzilando pelo olhar.

Cláudia: Também Dul, o Poncho é um chato! – ela comenta espontaneamente.

Dulce: Que?

Cláudia: É Dul, sempre achei que o Alfonso faz aquele estilo de homem chato, sabe? – ela sorri, fazendo uma careta.

Dulce: Não, não sei, estilo de homem chato? – ela sorri.

Cláudia: Eu sempre achei o Poncho chatão, calado, tipo “não me rele não me toque”, metido sabe, isso desde quando vocês começaram a namorar a muitos anos atrás. – ela ri.

Dulce: Sério?

Cláudia: É, ele é muito mimado Dul!  Tudo bem que você também não é a mulher mais legal do mundo mas, em matéria de chatice na sua casa, Poncho é o melhor aluno. Pronto falei!

Dulce: Puxa! – ela ria.

Cláudia: Não estou dizendo que ele não te ama, eu sei que ama muito mas, que ele é um “malinha” ah é ele.

Dulce: E grosso! – ela acrescenta. - Você precisava ver esta manhã, eu sei que ele não está bem, eu também não estou. mas eu pensei que pudéssemos manter a harmonia sabe, nesse momento difícil. E ontem? Que ele estava com a ideia ridícula de voltara fumar, me disse coisas horríveis.

Cláudia: E você o desculpou?

Dulce: Sim!

Cláudia: Está vendo? Você em parte é culpada por ele ser assim.

Dulce: É que como eu já disse, não queria brigar agora, o Christian morreu, a Mai está internada, a Mari doente...

Cláudia: Doente? É eu vi alguma coisa no jornal e ontem a noite ela estava meio enjoada.

Dulce: Sério?! Você a levou no médico?!

Cláudia: Não foi preciso, a mamãe esteve aqui, fez um chá pra ela e passou.

Dulce: Mesmo assim vou aproveitar e pedir para darem uma olhada nela lá no hospital, e a Bianca?

Cláudia: Faz dias que não aparece por aqui.

Dulce: Aconteceu alguma coisa?

Cláudia: Não! Pelo menos foi o que a mamãe me disse. – ela ri.

Dulce: Cláudia eu já vou.

Cláudia: Já Dul? Não faz nem meia hora que você chegou.

Dulce: Prometi a Mai que levaria a Mari ao hospital, e prometi a menina que a levaria para ver a mãe. O pessoal desse hospital que ela está são meio chatos, já implicam com horários de visitas, com pacientes na UTI então.

Cláudia: Tudo bem, mas vê se aparece e manda notícias, tudo que acontece na sua vida eu só fico sabendo pelas revistas, jornais e televisão! – ela ri.

Dulce: Ok. – ela sorri se levantando.

Claudia: Vem, eu te acompanho até a porta.

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