Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

No carro...

Mariana: Ai madrinha, a princesa mandou o passarinho avisar a fada que ela tinha virado árvore por causa da bruxa.

Dulce: Que legal Mari! – ela sorria, achando graça porque aquela era a quarta vez que Mariana contava sobre “o passarinho que avisou a bruxa”.

Mariana: Ai a bruxa mandou o morcego dela matar o passarinho, só que a fada não deixou.

Dulce: Ainda bem, não é? Imagina se o passarinho tivesse morrido.

Mariana: Ele subiria pro céu e o meu papai cuidaria dele.

Dulce: É! – o sorriso em seu rosto entristece. - Seu papai cuidaria.

Mariana: Vai demorar pra chegar?

Dulce: Já estamos chegando!

Quando chegaram ao hospital, Dulce caminhou até a pediatria com a afilhada.

Mariana: Qual é o quarto da mamãe?

Dulce: Nenhum Mari!

Mariana: Mas você disse que...

Dulce: Sim, mas primeiro nós vamos ver um médico.

Mariana: Bonito?

Dulce: Não sei! – Dulce sorri.

Esperaram durante quarenta minutos, quando um rapaz alto, forte, pele clara, sorriso charmoso, cabelos e olhos escuros se aproximou, se ele não estivesse de jaleco, Dulce poderia jurar que era modelo.

Médico: Boa tarde. – ele sorria.

Dulce: Boa tarde!

Médico: Sou o Dr. Hélio Saldaña, muito prazer!- ele estende a mão.

Dulce: Dulce Maria, prazer! – ela aperta a mão do rapaz, que não aparentava ter mais que 25 anos.

Dr. Saldaña: A menina faz o tratamento nesse mesmo hospital?

Dulce: Tratamento? Ah, ainda não começou mas, acho que é nesse hospital sim.

Dr. Saldaña: Acha ou é? – ele sorri, fazendo uma careta.

Dulce: É, é que não sou a mãe...

Dr. Saldaña: Ah sim claro, eu fiquei sabendo do acidente  e sei que a menina foi internada aqui há pouco tempo! – ele sorri. Dulce sorriu falsamente pensando, “que tipo de imbecil pergunta algo que já sabe?”, então o médico se afasta, voltando minutos depois.

Dulce: Então?!

Dr. Saldaña: Desculpe a demora, estava pegando a ficha da Mariana com o meu professor.

Dulce: É residente?

Dr. Saldaña: Sim, por enquanto. Mas meu professor é o médico responsável pela garota.

Dulce: Então por que perguntou se...

Dr. Saldaña: Esquece! – ele sorri. - Muito bem, pelo que estou vendo a próxima consulta da menina está marcada para quinta-feira, o que fazem aqui?

Dulce: É que ela passou mal a noite, estava enjoada.

Dr. Saldaña: Acompanhe-me por favor, vou examina-la.

Dr. Saldaña examinava Mariana, enquanto a garotinha conversava com Dulce.

Mariana: Ele é bonito, não é madrinha?

Dulce: Sim!- ela sorri.

Mariana: Por que você não namora com ele? - Dulce corou no mesmo instante, sem graça e constrangida, Saldaña olhou pra ela.

Dulce: Sou casada com seu padrinho Mari, você não gosta dele?

Mariana: Gosto, mas ele não está aqui, então você pode namorar o médico e depois o padrinho. – ela sorri, como se aquilo fosse obvio.

Dulce: Não, as mulheres só podem ter um namorado. – ela sorri, afagando os cabelos da afilhada.

Mariana: Médico? – ela o encara.

Dr. Saldaña: Sim?

Mariana: Minha madrinha é bonita, não é?

Dulce: Mariana!

Dr. Saldaña: É, muito bonita sim. – ele sorri, encarando Dulce.

Mariana: Namora com ela.

Dr. Saldaña: Não posso! – ele sorri, examinando a garota.

Mariana: Você tem namorada? – Dulce desejava ser um avestruz e enfiar a cara no meio do piso.

Dr. Saldaña: Não mas, sua madrinha é casada.

Mariana: Hum, e se eu pedir ao padrinho? Se ele deixar você namora?

Dr. Saldaña: Ele não vai deixar!- ele sorri, olhando para Dulce.

Dulce: Não mesmo. – ela sorri sem graça.

Dr. Saldaña: Bom, provavelmente o enjoo é consequência de algum medicamento, mas está tudo bem com essa mocinha aqui. – ele sorri, acariciando a cabeça dela.

Dulce: Mesmo?

Dr. Saldaña: Sim, quinta-feira ela tem consulta e vou pedir mais alguns exames.

Dulce: E o tratamento?

Dr. Saldaña: Começaremos muito em breve.

Dulce: Poderia me colocar a par de toda situação? Todos os exames, toda a doença.

Mariana: Quem está dodói , madrinha?

Dr. Saldaña: A senhora é quem vai trazer a menina na consulta?

Dulce: Provavelmente.

Dr. Saldaña: Então conversamos na quinta.

Dulce: Ok Obrigada doutor!  - ela sorri. - Vamos ver a mamãe, Mari?

Mariana: Vamos! – ela sorri. – Madrinha, eles vão me picar de novo?

Dulce: Que? – ela retira a menina da cama onde estava sentada e a coloca no chão.

Mariana: Picar, e pegar meu sangue.

Dulce: Não sei! – ela acena para o médico e sai da sala.

Mariana: Dói, eu tenho medo.

Dulce: Eu também morro de medo de tirar sangue, mas é pro nosso bem! – ela sai com Mari da sala e caminham pelo corredor.

Quando chegaram até a UTI, Christopher estava sentado no sofá da sala de espera, lendo uma revista.

Dulce: Ucker?

Ucker: Oi Dul! – ele sorri e se levanta, dando um beijo no rosto de Dulce. - Oi linda! – pega Mariana no colo e a beija na testa.

Dulce: Como estão as coisas?

Ucker: Indo, devagar mas...- ele dá de ombros. - E o Poncho?

Dulce: Em casa descansando, e a Any?

Ucker: Idem! – sorri. - Vim ver como a Mai estava.

Dulce: Eu também e, trazer a Mariana para vê-la.

Ucker: Será que vão permitir?

Dulce: Foi um pedido da Mai, como negar a uma mãe o direito de ver a filha? Ainda mais nesse estado?

Ucker: Você tem razão! – ele coloca a garota no chão, que corre pegar uma revista que estava em uma mesa no centro da sala e se senta em uma poltrona próxima. - Conversei com o médico que está cuidando da Mai.

Dulce: E? Como ela está?

Ucker: Na mesma.

Dulce: Ah Deus.

Ucker: O Pedro quer conversar com todos nós, com o Poncho também, marcou uma reunião para sexta.

Dulce: Bom, você sabe que em relação a banda...

Ucker: Eu sei Dul, mas veja... –ele estica as mãos segurando as dela. – Pense, por favor.

Dulce: Ok!- ela suspira. – Vou levar a Mari.

Ucker: Vai lá. – sorri, beijando uma das mãos dela.

Dulce não precisou insistir muito para entrar com Mariana na UTI. Quando entraram Mai dormia, apesar de estar na mesma, Dulce achou que a amiga estava mais corada.

Mariana: Madrinha! – ela fala baixo. - Posso fazer carinho na mamãe?

Dulce: Claro que pode Mari! – ela sorri, soltando a mão da menina.

Mariana aproximou-se da cama onde estava Mai e se pendurou para conseguir tocar o rosto da mãe. Assim que sentiu o toque suave da garotinha, Mai despertou, devagar.

Mariana: Madrinha, acordei a mamãe! – ela olhava para Maite. - Oi mamãe! – ela sorri, Mai sorriu de leve, suspirando.

Mai: Obrigada Dul!

Dulce: Eu prometi. – ela sorri.

Mai: Oi, filha! – ela fala baixo.

Mariana: Mamãe, quando você vai pra casa? Eu quero brincar na piscina com o papai e, a o papai não pode! – ela bate na própria cabeça.

Mai: Claro que pode.

Mariana: Não mamãe! A madrinha disse que ele virou anjinho!

Mai olhou confusa para Dulce, que estava atordoada e não retribuiu o olhar.

Mai: A-anjo?

Mariana: É! A madrinha disse que ele não vai mais voltar porque Papai do Céu o transformou em anjinho!

Mai: Dulce? – ela olha para a amiga. - Isso é, é, verdade? – encarava a amiga. Dulce olhou para a amiga, temia aquele momento, mas sabia que Mai precisava saber, só não estava preparada para contar.

Dulce: Mari, espere a madrinha lá fora, ok?

Mariana: Mas eu quero ficar com a mamãe!

Dulce: Depois Mari, depois você fica.

Mariana: Tá bom! Eu posso ficar o tio Ucker ?

Dulce: Pode! - Mariana sai do quarto. Dulce se aproxima da cama, Maite ainda a encarava.

Mai: Dulce, o, o que, houve? - Dulce suspirou, as palavras não saiam de sua boca, ela não sabia o que dizer, temia que o estado de Mai piorasse. - P-por que o, Christian não, veio me ver? – os olhos de Mai estavam marejados e aos poucos as lágrimas caiam.
Dulce: Mai! – ela se aproxima segurando as mãos da amiga. - Fique calma!
Mai: Por que? – Dulce segurava as mãos dela, tentando não chorar, procurando as palavras. – Dul por favor, não me esconda nada.

Dulce: Mai...- ela respira fundo. - O Christian, ele, ele faleceu! – ela tentava ser forte na frente da amiga, mas algumas lágrimas escaparam de seus olhos. Maite a encarava com os olhos arregalados. – Mai?

Mai: Mentira!

Dulce: Eu que fosse Mai, mas é verdade, o enterro foi hoje de manhã.

Mai: MENTIROSA! – mesmo debilitada, ela consegue dar um grito.

Dulce: Mai...

Mai: SAI DAQUI! – ela tenta se levantar, Dulce a detém. SAI! VAI EMBORA!

Dulce: Mai, calma!

Mai: SAI! – ela puxa um cano de soro do braço.

Dulce: Não faz isso! – ela aperta um botão ao lado da cama, uma enfermeira entra correndo.

Enfermeira: O que está acontecendo aqui?! Senhor, por favor saia. – ela olha para Dulce.

Dulce: Tudo bem! – Dulce olha uma última vez para Mai e sai. 

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