Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Na praça de alimentação do shopping...

Enquanto Alfonso e Mariana se deliciavam com hambúrgueres, shakes, e batatas fritas da nova lanchonete “Chiquitito” , Dulce comia um grelhado do restaurante ao lado.

Mariana: Quer, madrinha? – oferece uma batata.

Dulce: Não meu amor, obrigada.

Mariana: Olha padrinho, o meu veio o Batman!

Poncho: Eu tirei a Cinderela. – olhava com cara feia para a bonequinha. - Quer trocar?

Mariana: Não, eu gosto do Batman.

Poncho: Mas ele é para meninos!

Mariana: A mamãe disse assim...” esse mundo machista já era!”

Poncho e Dulce riem, era típico de Maite pensamentos como esses.

Dois meses se passaram, Dulce estava mais distraída do que o seu comum, acordava cedo todos os dias para levar Mariana na hemodiálise, a menina havia iniciado o tratamento e estava morando com os padrinhos, passava mal algumas vezes e começou a ter insônia, acordava durante a noite e descia até o jardim para brincar com Duke. Alfonso e Dulce não dormiam há dias, João Miguel estava dando mais trabalho do que de costume, parecia que sentia falta dos pais que estavam com sua atenção voltada para afilhada, e chorava o tempo todo. Maite ainda estava internada, bem fisicamente, mas conforme se passavam os dias sua tristeza pela morte, já aceita, do marido, aumentava sua depressão, quase não falava, não queria ver a filha e muito menos os amigos, Any e Ucker se revezavam para tentar anima-la, os dois estavam mais ocupados do que nunca, Any estava ansiosa com uma nova notícia sobre o tratamento de Ucker, em pouco tempo ela poderia fazer uma inseminação e engravidar como eles tanto desejavam. Pedro estava mais elétrico do que nunca, não parava de resolver os problemas com cancelamentos de shows, entrevistas e outros trabalhos com a banda, aliás, estava triste pela morte de um dos seus pupilos e frustrado por não poder apresentar Carlos ao público. Marcava reuniões semanais para conversar sobre o RBD com os integrantes e a banda, todos estavam começando a se convencer de que a coisa certa a fazer era continuar, estavam prestes a lançar um CD revolucionário e não podiam parar agora, além do mais, acreditavam que Christian gostaria de ver algumas músicas que ele mesmo compôs sendo cantadas por seus companheiros. Dulce era a única que discordava dos seus colegas de trabalho, achava que a banda teve seu tempo e que agora ele tinha terminado, mesmo Alfonso dizendo que voltaria para a RBD e que ela estava assim porque se fazia de durona, apesar de todos saberem que sentiria muita falta de cantar sem o Pollito, que geralmente era seu par nas canções.

Era uma manhã de sol, Dulce voltava com Mariana do hospital, estavam entrando no condomínio quando uma mulher alta, cabelos castanhos, olhos escuros, lábios finos e nariz um pouco adunco se aproximou na janela do carro e deu duas batidas leves no vidro. Dulce olhou para o porteiro que deu de ombros indicando que não sabia de quem se tratava, ela então abaixou o vidro e a mulher se aproximou mais um pouco.

Dulce: Pois não?

Mulher: Dulce María?

Dulce: Isso, e a senhora quem é?

Mulher: Por enquanto ninguém.

Dulce: Como? – a encara, desconfiada.

Mulher: Preciso conversar, com a senhora.

Dulce: Sobre?

Mariana: Madrinha quem é ela?

Dulce: Não sei Mari!

Mariana: Por que você não sabe? - Mariana adorava encher Dulce dos “Por que?”.

Dulce: Agora não Mari. Conversar sobre o que? – encara a mulher.

Mulher: A menina, quero lhe falar sobre a menina. - Dulce olhou para Mariana. – Sim, ela mesma.

Dulce: Referente a que assunto?

Mulher: Um assunto sério, podemos conversar? É do seu interesse.

Dulce: Então me diga seu nome...

Mulher: Lucia!

Dulce: Certo! – ela encarava desconfiadamente a mulher.

Mulher: Podemos conversar?

Dulce: Agora não posso, é hora do almoço e ela precisa comer.

Mulher: Vou esperar aqui então! – se afasta um pouco acomodando-se na portaria.

 
Dulce achou estranho a mulher querer conversar sobre Mariana, afinal, Mai e Christian procuravam não expor a vida da garotinha para mídia. Pensativa, Dulce entrou em casa e Poncho, que segurava um Miguel chorão, aproximou-se, emburrado.

Dulce: Bom dia amor. – sorri se aproximando dele e lhe dando um rápido beijo. - Oi minha vida. -acaricia a cabeça de Miguel.

Poncho: Oi ardilla! – ele a encara. – Amor, já chega! Temos que fazer alguma coisa! Eu não aguento mais esse menino chorando o dia inteiro!

Dulce: Eu sei Poncho mas entenda, ele é um bebê, e bebês choram. – sorri, pegando o filho dele.

Poncho: Mas ele não para! É o dia inteiro! Estou com medo! – acaricia as costas do bebê.

Dulce: Medo de que?

Poncho: Acho que ele está com alguma coisa séria Dul, doente talvez.

Dulce: Será?! – olha para o filho preocupada. - O que você tem Amor? – ele continuava a chorar.

Poncho: Viu Dul, nem com você ele para.

Dulce: Está me assustando, ele não tem nada.

Poncho: Então por que chora assim?

Dulce: Eu não sei.

Poncho: Não acha melhor irmos ao pediatra?

Dulce: Agora?

Poncho: Agora mesmo!

Dulce: Vamos! – apanha rapidamente a bolsa e se vira para Mari. – Vamos Mari!

Mariana: Aonde vamos?

Poncho: Ao médico!

Mariana: De novo?! Não quero voltar! Ele vai me picar! Pica todo dia!

Poncho: É para o seu priminho lindinha! – apanha as chaves do carro e a carteira.

Mariana: E o almoço?

Poncho: Comeremos no caminho. – estende a mão para Mari.

Dulce: Poncho espera, tem uma mulher lá fora!

Mariana: Ela é feia padrinho.

Dulce: Veio com um papo estranho, que queria conversar sobre a Mariana. – tentava ninar seu filho.

Mariana: Eu! – ela sorri.

Poncho Sobre o que? Quem é?

Dulce: Não sei!

Poncho: Então deixe para lá Dul! Vamos nos preocupar com o nosso filho que é importante, deixe essa maluca pra lá! Vou buscar a bolsa do Miguel. – ele sobe rapidamente as escadas em direção ao quarto do pequeno.

 
Dulce entrou no hospital desesperada, como se João Miguel estivesse à beira da morte, isso tudo porque durante o caminho, Alfonso não parava de falar que talvez o filho pudesse estar doente, machucado.

Dulce: Um médico! – quase grita na recepção.

Recepcionista: Pois não?

Dulce: Quero um médico, meu filho não para de chorar e...

Recepcionista: Pediatria, segundo andar! – ela dá de ombros.

Dulce: Eu sei que é no segundo andar!

Recepcionista: Então se quer passar seu filho com um pediatra vá até lá. – responde calmamente em nem olhar para Dulce, que saiu furiosa em direção ao elevador, Alfonso e Mariana apenas a seguiram. Chegando a pediatria foi em busca de alguém, encontrou a enfermeira chefe que se dirigia a enfermagem com alguns documentos.

Dulce: Por favor...a senhora poderia me dizer se o Dr. Orama se encontra?

Enfermeira: Dr. Orama? – ela verifica a papelada em mãos. – Sim, ele está com um paciente agora.

Dulce: Pode dizer a ele que preciso falar urgente com ele? É meu filho, ele não para de chorar e achamos que possa estar...

Enfermeira: Ele não poderá atende-la agora, sugiro que aguarde na sala de espera no consultório do doutor.

Dulce: Mas é urgente!

Enfermeira: Olha senhora, se quisesse uma consulta com o médico, teria que marcar antes.

Dulce: Mas meu filho faz acompanhamento justamente com o Dr. Orama desde que nasceu!

Enfermeira: Dezenas de crianças se consultam com ele desde que nasceram, não posso abrir uma exceção na grade de consultas.

Poncho: Escuta aqui! – se aproxima impaciente. - A senhora não sabe com quem está falando!

Enfermeira: Sei sim, e não é sua fama e seu dinheiro que vão mudar as regras do hospital!

 
Alfonso fica sem resposta e apenas bufou, pegou em uma das mãos de Dulce e seguiram para sala de espera, a enfermeira sorriu vitoriosa e Mariana mostrou a língua.
Uma hora depois Dr. Orama apareceu na sala de espera.

Dr. Orama: Olá Dulce! – ele sorri. - A enfermeira disse que queria falar comigo!

Dulce: Queremos sim doutor, estamos desesperados! Não sabemos o que fazer! Como pode ouvir, Miguel não para! – o pequeno choramingava no colo da mãe.

Dr. Orama: Venham comigo! – ele indica o caminho de seu consultório.

Cinco minutos depois no consultório.

Dulce: Então doutor? Não nos esconda nada! – ela estava ansiosa, Dr. Orama começou a rir, Alfonso e Dulce olharam um para o outro. - O que foi?

Dr. Orama: Se prestassem mais atenção e não se apavorassem tanto, perceberiam que o Miguel não tem doença nenhuma. – ele sorri brincando com o pequeno.

Dulce: O que ele tem então?

Dr. Orama: É o primeiro dente, o primeiro dentinho dele está nascendo. – sorri.

Poncho: Já?

Dr. Orama: Sim, geralmente os dentes começam a aparecer por volta dos cinco meses.

Dulce: Então, todo essa choradeira por um dente? – ela sorri.

Dr. Orama: Isso mesmo. – sorri de lado

Dulce: O primeiro dentinho do nosso filho. – ela sorri olhado para Poncho.

Poncho: Será que ele vai ser dentuço? – ele ri.

Dulce: Poncho! – dá um tapa nele.

Poncho: Mas, doutor, ele vai ficar chorando assim o tempo todo? O que faremos?

Dr. Orama: Ele está incomodado com isso, geralmente os bebês fazem isso. Sugiro que deem um mordedor, ajuda muito.

Dulce: Ah sim, mas e quais cuidados devemos ter?

Dr. Orama: Bom o dente ainda não nasceu, ele está com uma pequena inflamação na gengiva que indica o nascimento da dentição. Além do choro ele pode ficar febril e com diarreia.

Poncho: Tudo isso por causa do dente?

Dr. Orama: Sim Alfonso. Dulce você tem que continuar a fazer a limpeza da boca do João Miguel como já fazia, com gaze limpa e umedecida com água filtrada e mistura com água oxigenada volume dez. Ele vai querer morder tudo agora, fralda de pano, os bichinhos a chupeta.

Dulce: Sim doutor.

Dr. Orama: Ele poderá começar a comer papinha agora, mas quero que venha consulta-lo antes, comigo e se quiser com um nutricionista. É bom que a criança aprenda a comer desde cedo, hoje em dia comem cada besteira.

Dulce: Ouviu isso? – olha para Poncho, que pisca para ela.

Dr. Orama: Se quiserem podem procurar um dentista especializado em crianças. Ah, sugiro também que deixem o mordedor algum tempo na geladeira antes de dá-lo ao seu filho, longe de alimento, isso aliviará a sensação causada pela irritação na gengiva.
Poncho: Ele vai parar de chorar se dermos o mordedor?

Dr. Orama: Pode ser que sim, mas infelizmente não tenho nada que o faça parar por completo. – ele sorri.

Dulce: Obrigada doutor, tirou um peso do meu coração.

Dr. Orama: Que isso. Traga-o novamente daqui duas semanas, tudo bem? – sorri, tirando Miguel do bercinho de consulta e entregando-o para Dulce.

Dulce: Obrigada mesmo! – sorri apanhando o filho.

Poncho: Obrigado doutor! – aperta a mão do médico e conduz a esposa para a saída.

-------------------------------------------------------------------------------------

Voltei queridos, a partir de hoje, capítulos quase todos os dias! ♥