Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Já no parque... 

Mariana escorregou por um tubo de plástico vermelho, caindo no tanque de areia, quando ouviu um barulho estranho. 

Dono do Barulho: Psiu! Ei! - a menina olhou para os lados e não viu nada. – Aqui garotinha! 

Mariana: Psiu...psiu? – sorri, respondendo. 

Cláudia: Mari, fique perto da tia! 

Dono do Barulho: Psiuuuu. 

Cláudia limpava o nariz da filha, distraída e nada ouviu, Mariana olhou para ela, curiosa e decidida, resolveu procurar de onde vinha aquele “ psiuu”. 

Na casa dos Saviñon... 

Mulheres e homens se reuniam para assistir um filme. Os mais velhos ocupavam os sofás, enquanto os mais jovens, deitavam e sentavam no enorme tapete da sala. Dulce arrumava algumas almofadas em um canto, deitando-se ao lado de Poncho, que ofereceu o braço para ela apoiar a cabeça. 

Poncho: Vamos assistir o que? 

Dulce: Não sei! Provavelmente um filme de faroeste! Sempre foi assim! – ela sorri. - Papai tem uma coleção. 

Poncho: Eu gosto desses! – sorri. - Ainda mais se for pra ver juntinho de você. – cochicha no ouvido dela. – Amor, só um minuto que vou ao banheiro. – ele se levanta. 

Dulce: Ah Poncho, o filme já vai começar. 

Poncho: É rapidinho! – sorri saindo. 

Dulce: Ok, vá no banheiro da mamãe que o debaixo está ocupado pelo tio José e tenho certeza que de lá ele não sai tão cedo. – sorri. - E não faça barulho porque o Miguel está dormindo lá. 

Alfonso subiu as escadas e sem graça entrou no quarto dos sogros, a luz estava apagada, João Miguel dormia com travesseiros o protegendo dos dois lados. Poncho caminhou até o banheiro em silêncio e trancou a porta. Urinou, lavou as mãos e estava saindo quando sentiu algo ligeiro passar em cima do seu pé. 

Poncho: Caramba! Que susto! – olha para o chão. - Credo! – quase grita quando vê um rato pequeno e bastante peludo de cor marrom, ao lado da pia, entretido com um rolo de papel higiênico. - Ei rato! Largue isso! – ele pega o papel e o coloca na pia, o rato foge para o box do banheiro. - Ah! Quer dar um de espertinho comigo? Pensa que vai fugir é?! Sua bola de pelos fedida! - pega uma toalha lentamente, encarando o bicho. - Tome isso! - joga a toalha em cima do rato que ficou sem ter para onde fugir. Alfonso se aproximou e enrolou o pequeno no pano, segurando firmemente, abriu a toalha em cima do vaso sanitário e o ratinho caiu na água. Desesperado tentou fugir pelas paredes lisas da privada, mas escorregava. - Nos vemos em outra vida! - sorri dando descarga, a água rodou, rodou, e o rato rodou, rodou. Já afogado o bichinho entrou pelo cano, Poncho deu descarga mais uma vez para se certificar que a praga havia partido, lavou as mãos outra vez e voltou para a sala onde todos assistiam o já começado filme. 

Dulce tinha razão, era um filme de faroeste. Alfonso voltou a se deitar ao lado da esposa, que comia pipoca e estava concentrada, ele beija o rosto dela sorrindo. 

Poncho: Desculpe a demora! – fala baixo. - Tive um probleminha no banheiro. 

Dulce: Certo! - comenta sem dar importância, estava focada no filme. Alfonso não prestava atenção na TV, olhava para os lados, observando os parentes da esposa, todos estavam quietos, comendo, com os olhos vidrados na tela. Poncho estava inquieto, balançava o pé, roía a unha, às vezes tentava prestar atenção no filme mas essa vontade não durava muito tempo. 

Poncho: Esse filme é está um porre, Dul! – cochicha, cruzando os braços. 

Dulce: Cale a boca, Poncho! 

Poncho: Ok! – bufou e ficou durante alguns minutos em silêncio. - Sabe Dul...- diz minutos depois, em tom baixo. - Quando você é estúpida comigo... 

Dulce: Não estou sendo estúpida! – o interrompe. - Só estou pedindo que feche essa matraca e me deixe ver o filme sossegada! 

Poncho: Viu? Foi estúpida agora! – sorri. - Mas você fica fofa de qualquer jeito, até quando me trata mal, isso me excita. – falava sozinho. - Tudo em você me excita! – sussurra no ouvido dela. 

Dulce: Poncho, se você não ficar quieto eu vou mudar de lugar! 

Poncho: Ok, parei! Bando de viciados! – se referia a ela e aos parentes que pareciam apreciar aquelas imagens em preto em branco com atores agora já velhos, a maioria já havia morrido. 

Duas horas depois Cláudia chegava com as garotas com as bocas meladas de chocolate. 

Mariana: Madrinha! Eu só comi um! – fala de imediato, com medo do que Dulce pudesse dizer. 

Dulce: Tudo bem! – sorri, ajudava Blanca a preparar o café. - Brincou bastante? 

Mariana: Sim! 

Dulce: Cansou? 

Mariana: Sim, e sujei olha! – mostra a roupa toda suja de areia. - Mas foi sem querer. 

Cláudia: Vai tomar banho com a Bruninha? 

Mariana: Vou, tem roupa madrinha? 

Dulce: Tem, pede para o padrinho. 

Mariana: Tá bom! Ah madrinha! Hoje, eu estava no escorregador, ai eu ouviu um barulho. 

Dulce: Senta que lá vem história! – sorri, imaginando que a garota contaria mais uma de suas histórias fantasiosas. Mariana há algumas semanas estava com a mania de inventar coisas que nunca vivenciou. 

Mariana: Ai eu segui o barulho e adivinha só o que encontrei? – ela ri. 

Dulce: Um duende? 

Mariana: Não madrinha! Aquela mulher feia que grudou no carro hoje! Ela me deu um pirulito e conversou comigo... 

Dulce: O que?! Que mulher? Tem certeza Mari?! – se aproxima da menina. 

Mariana: Tenho, só que ela estava com uma blusa verde mais feia do que ela! – ela ri. 

Dulce olhou para menina preocupada, o que aquela mulher tão misteriosa queria, achava tudo muito estranha, Dulce se lembrou de uma reportagem que havia passado pouco tempo, sobre uma quadrilha que aterrorizava a cidade roubando órgãos de crianças pequenas, atraindo-as com doces e brinquedos, tornavam-se amigos dos pequenos e depois cometiam o crime. 

Poncho entrava na cozinha quando esbarrou em Dulce, eu corria em direção a sala. 

Poncho: Onde vai com tanta pressa? – sorri, segurando-a evitando que ela caísse. 

Dulce: Estava agorinha mesmo indo falar com você! 

Poncho: Aconteceu alguma coisa? Você não me parece muito bem! 

Dulce: Poncho, a Mariana acabou de chegar do parque e... 

Poncho: Ela passou mal? 

Dulce: Não Poncho, lembra da mulher que te falei hoje pela manhã? 

Poncho: Que mulher? 

Dulce: Você não presta atenção em nada do que falo? 

Poncho: Ok, ok, a mulher, lembrei. O que tem a mulher? 

Dulce: A Mari acabou de me dizer que a encontrou no parque. 

Poncho: Bom, e o que isso tem de errado? Vai ver estava levando os filhos dela, não sei. – dá de ombros. 

Dulce: Poncho! De acordo com o que a menina me disse, a mulher é a mesma que queria falar comigo hoje, sobre a Mariana. Isso está muito estranho! Não acha? 

Poncho: Pensando bem, parece mesmo. 

Dulce: Estou com medo! – o abraça. 

Poncho: Medo de que ardilla? – a abraça, beijando-a no topo da cabeça. 

Dulce: Não sei Poncho! E se por acaso essa mulher for uma psicopata?! Esses dias passou uma reportagem de quadrilha que rouba órgãos de crianças, testemunhas disseram que uma mulher faz parte da tal quadrilha. E se a Mari for o próximo alvo?! – Alfonso começa a rir. 

Poncho: Dul! Fala sério, né? Isso é história! Há anos que não se vê casos como esse. 

Dulce: Mas tudo pode acontecer. Acho que deveríamos sumir por uns tempos! 

Poncho: Amor, não viaja. 

Dulce: Se essa maluca nos seguiu até aqui, quem te garante que não vá seguir a menina no colégio quando as aulas começarem? 

Poncho: Amor calma! – acaricia os braços dela. - Está fazendo suposições ridículas por algo que nem sabemos se é verdade! A Mariana anda mentindo muito ultimamente você sabe, e se a mulher for um fã? 

Dulce: Ainda acho que é a maluca dos órgãos! 

Poncho: O que posso fazer para que fique mais tranquila? 

Dulce: Hum, não sei! Reforçar a segurança no condomínio? 

Poncho: Dulce, o condomínio é seguro. Ninguém entra e ninguém sai sem ser anunciado antes. 

Dulce: Vai saber! 

Poncho: Certo, vou mandar que vigiem nossa casa durante a noite, esse fim de semana, ok? 

Dulce: Ok. – suspira.