Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Chegaram tão rápido quanto foram atendidas, um médico pediu uma cadeira de rodas e levou Mariana para o consultório, Dulce foi atrás. Depois de uma longa espera, o médico apareceu com alguns papeis na mão e a menina no colo.

Dulce: O que ela tem?! – se senta com a menina, Mariana ainda estava com sono, deitou a cabeça na mesa do médico, com os braços cruzados.

Dr. Saldaña: A menina está com uremia! – anotava algumas coisas.

Dulce: O que é isso?

Dr. Saldaña: Ah, vou tentar explicar da melhor forma possível! – sorri de lado. - Existe uma substância, a ureia, que provém de alimentos de origem animal!

Dulce: Sei, continue! – o observava.

Dr. Saldaña: Essa substância deve ser eliminada na urina, mas quando os rins estão prejudicados, que é o caso da Mariana, a ureia se acumula no sangue e provoca alterações em vários órgãos. Isso é o que chamamos de Uremia, e é um dos problemas que acontecem com o paciente com insuficiência!

Dulce: Entendo, mas que tipo de alterações?

Dr. Saldaña: Cardiovasculares, digestivas, uma lista delas! Vou lhe dar essa revista para que entenda melhor do assunto... – abre uma gaveta e fuça em alguns papéis até entregar uma pequena revistinha feita pelo próprio hospital a Dulce.

Dulce: Obrigada! – ela apanha a revista. - Mas e agora? Digo, ela não pode ficar assim! Como reverter esse inchaço? Ah, ela vomitou ontem a noite e havia sangue.

Dr. Saldaña: Sangue? Deveriam ter me procurado imediatamente!

Dulce: Não sabíamos! Ela não nos disse nada.

Dr. Saldaña: Crianças são assim, é preciso que fiquem de olho nela. E receitarei um comprimido que fará com que a tumefação diminua.

Dulce: Obrigada!

Dr. Saldaña: Dulce María! – ele respira fundo. - Precisamos ter uma conversa muito séria!

Dulce: Claro doutor, pode falar! – se assusta.

Dr. Saldaña: Percebo que há certa negligência na dieta da menina. Esse tipo de problema, como a uremia, pode ser evitado quando se segue todas as instruções dos médicos e nutricionistas. - Dulce ficou extremamente sem graça. - A dieta é um dos fatores mais importantes do tratamento!

Dulce: Eu sei!

Dr. Saldaña: Não parece! – responde secamente, anotando cosias. - Fiz algumas perguntas a menina!

Dulce: Quais perguntas?

Dr. Saldaña: Como ela é tratada na sua casa, por exemplo!

Dulce: Ela é muito bem tratada em minha casa! – encara o médico.

Dr. Saldaña: Não duvido! Mas acho que você e seu marido não entenderam a gravidade do assunto. A menina me disse que comeu um chocolate ontem, e que bebe sucos, come massas...

Dulce: O senhor acha fácil controlar a alimentação de uma criança?

Dr. Saldaña: Acho! – ele a encara. - Com atenção e dedicação tudo é possível! Todo tipo de alimento precisa ser controlado, ela não pode ingerir nada em excesso. Carboidratos, ferro, sódio, por isso tudo é controlado rigorosamente. Alimentos, bebidas. Uma nova dieta terá que ser feita. Passe com esse nutricionista. – ele retira um cartão da carteira. - Ele é o melhor do país! Procure-me amanhã, quero ver o pé da Mariana! Faça com que ela siga a risca essa dieta ,ouviu bem?! Se não quer mais complicações com a sua...

Dulce: Afilhada!

Dr. Saldaña: Com a sua afilhada. Não adianta de nada o tratamento quando a desleixo em casa. – ele se levanta, Dulce faz o mesmo. – Me desculpe pelas palavras, mas tenha um bom dia!

Dulce: Bom dia pra você também. – ela ajeita a menina no colo e se retira.

Dulce foi direto para o nutricionista que verificou toda ficha de Mariana, passou várias recomendações que deixaram os ouvidos de Dulce doloridos, preparou uma dieta com inúmeras restrições, a garotinha não podia comer praticamente nada em excesso, e alguns alimentos estavam proibidos. Dulce chegou em casa, com um semblante diferente, parecia séria e ao mesmo tempo triste, Alfonso estava na sala de TV, deitado no sofá, com Miguel ao lado.

Poncho: Oi amor! – ajeita umas almofadas ao lado de Miguel e se levanta pegar Mariana do colo dela. – Então, o que houve? Está tudo bem?

Dulce: Depois eu te conto! – sorri de lado. - Preciso tomar um banho! – se aproxima do filho, dando um beijo nele. - Ele deu trabalho?

Poncho: Não! Está mais tranquilo hoje. Você está bem?

Dulce: Só preciso de um banho. Cuide deles por mim. – se retira.

Dulce voltou uma hora depois, com uma toalha enrolada na cabeça e um vestido florido de tecido leve, Alfonso brincava com João Miguel e Mariana via desenhos animados, enquanto comia um pacote de salgadinhos. Dulce ficou furiosa quando viu aquilo.

Dulce: ALFONSO! – ela desliga a TV.

Mariana: Madrinha! – protesta.

Poncho: Oi? – a olha, assustado.
Dulce: O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

Poncho: Brincando com o nosso filho! Por que está gritando?

Dulce: Acabei de levar a menina no hospital e você já deu tranqueiras pra ela comer!
Poncho: É só um salgadinho inofensivo Dul! – diz calmamente.

Dulce: Não acredito! Poncho, você viu os papéis que deixei aqui em cima! Ouvi várias do médico hoje por causa da dieta dessa menina! A COISA É GRAVE PONCHO! SE NÃO A AJUDARMOS SEGUIR O TRATAMENTO CORRETO, DEUS SABE O QUE PODE ACONTECER!

Poncho: Calma Dul! Você está nervosa. Eu não sabia!

Dulce: Não é tão simples assim! O médico nos acusou de estarmos mal tratando ela aqui em casa!

Poncho: Mal tratamento? – se levanta segurando Miguel. – Eu vou agora mesmo ter uma conversa com esse médico.

Dulce: Você não vai a lugar nenhum! Alfonso, essa criança está doente! Como agiria se fosse nosso filho?!

Poncho: Mas Dul...

Dulce: Mariana! – o interrompe, se aproximando da afilhada. - Passe esse salgadinho pra cá! – estende a mão.

Mariana: Não, eu gosto desse! – ela abraça o pacote.

Dulce: Você não pode comer isso! – ela respira fundo.

Mariana: Posso sim! Eu quero comer!

Dulce: NÃO ESTOU PEDINDO! ESTOU MANDANDO! – ela grita. - PASSE JÁ ESSA PORCARIA PRA CÁ! – ela arranca o saco de salgadinhos da menina, que ficou sem reação, olhando para Dulce.

Poncho: Calma Dul!

Dulce: NINGUEM MAIS COME BESTEIRAS NESSA CASA!

Poncho: Dul, calma!

Dulce: Que calma, o que! Já estou calma a muito tempo! A PARTIR DE HOJE NINGUÉM COME BESTEIRAS NESSA CASA! – ela sai em disparada para cozinha, abre a despensa e começa a tirar todos os doces, salgadinhos, biscoitos, e colocar numa sacola plástica.

Poncho: O que está fazendo? – aparece na porta com Miguel no colo e Mariana mancando atrás.

Dulce: O certo!

Poncho: Dulce não precisa ser tão radical!

Dulce: SE A MENINA NÃO ESTÁ COMENDO DIREITO É POR NOSSA CULPA! VAMOS TODOS MUDAR NOSSOS HÁBITOS! – joga a sacola na mesa com raiva.

Poncho: Por que? Dulce, é só conversarmos com ela e...

Dulce: NÃO ADIANTA! NÃO ESTÁ VENDO QUE ELA É UMA CRIANÇA! NÃO SABE O QUE ESTÁ ACONTECENDO!

Poncho: Vai ficar mais confusa com você gritando desse jeito! Vê se para de escândalo!

Dulce: Droga Poncho! Porque não me ajuda?! Precisamos fazer isso! Entenda!

Poncho: Eu entendo, mas acho que não deveria agir assim!

Dulce: Não?! Quer que eu faça o que?! Fique de braços cruzados vendo a garota se empanturrar do que não deve , vendo o tratamento ir por água abaixo?!

Poncho: Não Dul! – ele respira. – Vamos mudar os planos, pedir para que façam o transplante, pronto!

Dulce: VOCÊ SABE QUE NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM! – Dulce estava irritada. Mariana chorava e Miguel brincava com os dedos. - ACHA QUE É TIRAR RIM DE ALGUEM E PRONTO?! HÁ MILHARES DE PESSOAS ESPERANDO NA FILA DE TRANSPLANTE CHRIS! ACORDA!

Poncho: Eu sei Dul, mas nós podemos doar e...

Dulce: EU NÃO POSSO! SE EU PUDESSE NÃO PENSARIA DUAS VEZES! NÃO SOU COMPATIVEL! A ANY NÃO PODE PELOS PROBLEMAS QUE TEVE! O UCKER TAMBÉM NÃO! A MAI MUITO MENOS! VOCÊ PARECE QUE ÀS VEZES ESQUECE QUE A MENINA É...

Poncho: JÁ ENTENDI! – ele a encara, quase perdendo a calma, Miguel o encara assustado. – Já entendi.

Dulce: VOCÊ FOI FAZER OS EXAMES DE COMPATIBILIDADE?! NÃO VOCÊ ESQUECEU!

Poncho: Desculpe ok?!

Dulce: PARECE QUE NÃO ESTÁ NEM AI! ALFONSO, EU PROMETI QUE CUIDARIA DESSA CRIANÇA! EU PROMETI CARAMBA! NÃO POSSO ESPERAR QUE UM TRANSPLANTE RESOLVA SE NÃO FIZER NADA DIREITO! PODE NÃO DAR TEMPO! O, o tratamento é necessário, você sabe disso!

Poncho: E se comprarmos um doador? Não sei!

Dulce: SEU IDIOTA! DEIXE DE SER EGOISTA! AS PESSOAS ESPERAM ANOS PARA CONSEGUIR UM DOADOR! NÃO SERIA JUSTO! E É SUJO E DESONESTO FAZER ISSO COM DINHEIRO!

Mariana: Madrinha? – choramingava.

Dulce: DROGA! DROGA! DROGA! PORCARIA! BESTEIRA! LIXO! – Falava com as coisas que jogava na sacola.

Poncho olhava para Dulce incrédulo, não sabia o que fazer, ele odiava vê-la daquele jeito, desesperada, resolveu pedir ajuda aos amigos, caminhou até a sala e ligou para Any.

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