Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

No dia seguinte Dulce acordou tarde, assim que os raios de sol ficaram mais fortes, seus olhos, irritados, abriram-se contra sua vontade, a principio estranhando o lugar. O dia seria belo, gotinhas coloridas pelo reflexo caiam das folhagens, deixando a terra mais úmida, Poncho não estava no quarto, nem Miguel, Dulce sorriu e se espreguiçou demoradamente, respirando fundo. Sem preguiça, levantou-se, colocou os chinelos e entrou no banheiro.

Dulce: Ah, que noite! – sorriu, se olhando no espelho.  Escovou os dentes duas vezes como sempre fazia pela manhã, tomou uma ducha rápida e colocou uma roupa confortável para aproveitar o dia na fazenda. Ainda com os cabelos molhados, presos em um rabo de cavalo mal feito, desceu até o primeiro andar esperando encontrar o marido.

Jode: Ah! Bom dia senhora! Quer tomar café?

Dulce: Hum, que horas são?

Jode: Onze e meia, senhora!

Dulce: Caramba, que tarde! – ela sorri. – Bom, eu espero o almoço.

Jode: Precisa de alguma coisa?

Dulce: Não obrigada. Sabe me dizer onde está o meu marido?

Jode: Ele acabou de sair para o curral..

Dulce: Ah! E onde fica?

Jode: Perto do pasto senhora, a direita.

Dulce: Thanks Jode! – ela sorri e se retira.

Dulce sai feliz da vida, caminhando sobre a grama verde até o curral, para tudo estava perfeito, olhava as flores do jardim. O curral não ficava muito longe, sem se importar com o cheiro dos animais, ela entrou ligeira, procurando pelo marido, não demorou a encontra-lo, Alfonso estava de costas, vestia um short estampado e uma regata branca. Observava um rapaz novinho tirar leite de uma vaca, o homem encheu um caneco e entregou a ele, Dulce não se manifestou e não foi notada, até que minutos depois o animal mugiu e o rapaz olhou para trás.

Rapaz: Bom dia moça! – ele sorria. - Quer um caneco?

Dulce: Não obrigada.

Poncho: Bom dia meu amor!  - sorri encarando-a, com o filho no colo.

Dulce: Bom dia amor! – se aproxima deles. - E o meu príncipe ainda está dodói? - o bebê sorriu ao ver a mãe e jogou o corpinho para frente pedindo o colo dela. Dulce notou uma mancha branca em cima do lábio superior de Miguel. - O que é isso?
Poncho: Isso o que?

Dulce: Essa coisa branca na boca dele.

Poncho: Que coisa branca? – ele vira o filho para si, observando-o. - Ah! – ele sorri. - Você fica muito bem de bigode, campeão! Papai vai até deixar o dele crescer! – sorri falando com o filho.

Dulce: ALFONSO HERRERA! – ela o fuzila com o olhar. - VOCÊ NÃO FEZ ISSO!

Poncho: Fiz o que? Por que ficou assim do nada?

Rapaz: Já terminei. Com licença, senhor.

Dulce: O que você pensa que está fazendo?! Ficou louco?! Por que raios deu essa tranqueira ao nosso filho?!

Poncho: Não é tranqueira, é leite.

Dulce: LEITE DE VACA!
Poncho: Ué, não é igual? Todas as fêmeas de mamíferas produzem leite.

Dulce: ESTÁ ME COMPARANDO COM UMA VACA?!

Poncho: Claro que não. – ele ri. - Só estou querendo saber o que tem demais dar outro leite a ele, se ele já toma do seu?

Dulce: NÃO SE FINJA DE IGNORANTE! Pelo Amor de Deus, Alfonso! Isso faz mal! Ainda se fosse de caixinha. MAS DIRETO DA VACA! Não tem cabimento! Seu tapado!

Poncho: Eu tomava quando era pequeno, e nunca morri.

Dulce: Então deve ter afetado seu cérebro! – ela pega Miguel. - Se ele ficar com dor de barriga por sua culpa! Ah Alfonso, você nem sabe o que te espera!

Poncho: Deixe de frescuras, Dul! Não vai acontecer nada! Isso é frescura, uma hora ele vai ter que largar o peito e seguir seu caminho com leite de vaca.

Dulce: Mas não agora! É pequeno! Precisa de proteções que só o leite materno vai dar! Cabeção! Você só faz besteira quando fica sozinho com ele!

Poncho: Ah, então agora não posso mais ficar sozinho com o meu filho?! – a encara, irritado.

Dulce: Parece que não.

Poncho: Ele é 50% meu, ok?

Dulce: Não fale como se nosso filho fosse um bem material!

Poncho: Não coloque palavras na minha boca porque eu nunca disse isso!

Dulce: A questão é que você é um burro que não sabe o que faz!

Poncho: Ok! Acabou! Estou indo para piscina, faça o favor de só vir falar comigo quando parar de dar chilique.

Dulce: É melhor você ir mesmo! Antes que faça outra cagada!

Poncho: Cagada fez seu pai te criando uma menininha que não sabe nem beber leite direto da vaca.

Dulce: Idiota! Pelo menos ele sabe que não se dá leite direto da vaca para bebês na idade do Miguel!

Poncho: Pelo menos isso!

Dulce: É, pelo menos meu pai está sempre do meu lado! Já o seu...

Poncho: O MEU O QUE?!

Dulce: Esquece.

Poncho: Esquece o cacete! – a encara furioso. - Começou, agora termina! Oh mania maldita das mulheres!

Dulce: Esquece, ok?!

Poncho: Ia dizer o que? Que só porque meus pais já se separaram e só se reconciliaram a poucos anos eu tive um pai ausente?!

Dulce: Não, é...

Poncho: Vai se ferrar, Dulce María! Acho que você não sabe nada da minha vida!
Dulce: Desculpe Poncho, eu não quis...

Poncho: Agora não adianta "chorar pelo leite derramado"! – ele se retira.

Dulce: Poncho! – ela o observa sair pisando fundo. - Droga. Bom, é melhor deixa-lo um pouco sozinho.

Alfonso caminhou até a piscina e pulou de roupa e tudo, mergulhando até um canto, e abaixando-se de forma que só seu nariz e olhos ficassem para fora. Nesse momento Dulce contornava a piscina a caminho da casarão.

Dulce: Alfonso, vem aqui! Vamos conversar civilizadamente.

Poncho: Não quero falar com você agora!

Dulce: O dia de ontem foi tão bom. Acordei tão feliz, achei que curtiríamos a viagem, nosso filho, que ficaríamos namorando longe de qualquer problema.

Poncho: Sim mas, você adora achar pulga em baleia. E acaba dando em briga. Quero ficar sozinho.

Dulce: Mas Poncho, não podemos ficar assim.

Poncho: Quero ficar sozinho. – ele repete.

Dulce: Ok. Tudo bem.- suspira chateada. Miguel balbuciou balançando as perninhas, inquieto. - O que você quer filho? – encara o bebe, que deu risada e estendeu os bracinhos para o pai.

Poncho: Quer nadar com o papai? Vem, filhote. – ele nada até eles.

Dulce: Nem pensar. Ele estava doente. A água da piscina vai fazer mal. Está gelada.

Poncho: Para de frescura! – estende o braço pedindo o filho., Miguel joga o corpinho para o pai, que o pega.

Dulce: Ótimo. – ela se vira pisando firme.

Poncho: Chata. – ele resmunga.

Dulce voltou para o casarão e foi direto para o quarto, colocou novamente o pijama, fechou as janelas e as cortinas e deitou-se na cama fechando os olhos, Jode que passava no corredor bateu na porta.

Jode: Senhora?

Dulce: Pode entrar.

Jode: O almoço está pronto. A senhora vai almoçar?

Dulce: Não, estou sem fome, obrigada.

Jode: Sim senhora, com licença. – ela se retira.

Uma hora depois, Poncho entrava na cozinha só de bermuda, com o corpo já seco, e o filho no colo.

Poncho: Hum, que cheirinho bom!  - sorri. - O que temos para o almoço?

Jode: Eu não sabia o que fazer. A senhora não me disse nada então fiz um assado, arroz branco e salada.

Poncho: Está ótimo! Estou faminto! – sorri se sentando. - Vai comer com o papai, né campeão? – brincava com o filho no colo. - A Dulce não vai comer?

Jode: Acho que não senhor. Pelo menos foi o que ela disse. Fechou as janelas no quarto e está dormindo.

Poncho: Dormindo? Com esse dia lindo?

Jode: Ah, sim senhor.

Poncho: Certo. - Por um momento Poncho sentiu-se mal por “estragar” o dia da esposa, mas estava chateado com o comentário dela, e por ser orgulhoso demais, não queria dar o braço a torcer. - Bom! Vamos comer! 

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