Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Quando Alfonso voltou com o gelo, Dulce estava deitada na cama, de costas para porta. O rapaz se aproximou devagar, ajoelhando-se no chão ao lado dela.

Poncho: Dul, o gelo. - A mulher não respondeu, continuou na mesma posição. Alfonso puxou o lençol e pousou o saco de gelo sobre o ombro da esposa, que soltou um gemido baixo. –

Poncho: E o Miguel?

Dulce: No carrinho! Troca a fralda dele pra mim? – ela estava sonolenta.

Poncho: Claro ardilla! – se abaixa dando um beijo no topo da cabeça dela. - Segure o gelo!

Dulce: Poncho...

Poncho: O que? – se levanta caminhando até o filho no carrinho.

Dulce: Quero voltar pra casa.

Poncho: Voltar? Por que? Faz três dias que estamos aqui! – caminha com o filho até a cama.

Dulce: Eu sei! Mas as coisas não estão dando certo.

Poncho: Amor, eu já pedi desculpas, você aceitou. O que tem de errado? Está se sentindo mal?

Dulce: Não é isso, estou preocupada.

Poncho: Preocupada com o que? Dul, vai ver foi só dessa vez que o Miguel não quis o peito e...

Dulce: Não Poncho, estou preocupada com nossa afilhada, nossos amigos.

Poncho: Falei com o Ucker ontem, e ele disse que estava tudo bem.

Dulce: Ah, esquece, você não vai entender...

Poncho: Dul... – ele suspira. - Tudo bem, vamos voltar pra casa como você deseja!

Dulce: Assim também não, Poncho.

Poncho: Dulce María! Você tem o poder de me deixar confuso! –ele procurava uma fralda limpa para o filho.

Dulce: É que você sempre faz o que peço.

Poncho: Porque quero te fazer feliz!

Dulce: E sua felicidade? Não conta? – o encara.

Poncho: Minha felicidade é você, nosso filho! – ele acaricia os pés do baixinho. - Se estiverem felizes eu também ficarei! – sorri. - Pare quieto Miguel! – tentava em vão, colocar a fralda limpa no bebê.

Dulce: Passe talco e pomada! Ele sabe que não passou. – sorri.

Poncho: Os bebês de hoje em dia são mais inteligentes que os pais.

Dulce: Poncho?

Poncho: Oi?

Dulce: Me desculpe!

Poncho: Tudo bem. – sorri de lado, ainda tentando colocar fralda no filho.

Dulce: Podemos fazer o que você quiser, quando chegarmos ao México.

Poncho: Dul, está tudo bem! – ele sorri encarando-a. - Finalmente! – ele fecha a fralda do filho e o devolve para o carrinho.

Dulce: Venha se deitar.

Poncho: Vou tomar um banho primeiro.

Dulce: Então vou com você! – ela se levanta.

Poncho: Seu ombro ainda está...

Dulce: E vou deixar de tomar banho por isso? – o interrompe sorrindo. - E além do mais, você pode me ensaboar! – dá uma piscadinha para ele e caminha até o banheiro.

No dia seguinte, Dulce acordou com o ombro inchado e roxo, não conseguia nem mexer o braço, procurou pelo marido, mas não o encontrou. Alfonso havia saído bem cedo para providenciar a viagem de volta ao México, eram quase treze horas quando voltou, com os cabelos molhados da chuva.

Poncho: Bom dia, Dul! – ele aparece na cozinha, Dulce almoçava. - Dormiu bem?

Dulce: Sim. - ela o encara. – Você está bem? Comprou as passagens?

Poncho: Comprei. Embarcamos às duas da manhã. Eu sei que você odeia viajar de madrugada, mas eram as únicas que tinham.

Dulce: Sem problemas!

Poncho: E o ombro? Está melhor? – se aproxima.

Dulce: Ah, está sim. – responde rápido. - Não vai almoçar?

Poncho: Comi um lanche na rua!

Dulce: Besteira, aposto.

Poncho: Eu sou a favor de uma vida saudável! Não como besteiras.

Dulce: Ah sim! Claro! – revira os olhos. - Sente-se, eu faço o seu prato.

Poncho: Bom, só para não fazer desfeita! – sorri, se sentando. Dulce levantou-se, pegando um prato para ele, pegou uma colher com a mão direita e começou a servi-lo. - Não quero essa coisa branca.

Dulce: Enjoado! – ela tenta por de volta e quase derruba tudo em cima da mesa.

 
Poncho: Cuidado Dul. Que coordenação motora é essa?

Dulce: Acidentes acontecem! – ela apoia o prato na mesa.

Poncho: É brincadeira! – ele observava a esposa.

Dulce: Eu sei!- ela tenta pegar uma jarra de suco, que tomba molhando toda toalha.

Poncho: Algum problema, Dul?

Dulce: Não é nada! Estou mais desastrada. – ela entrega o prato feito com dificuldade para ele. - Eu vou dar uma olhada no Miguel e já volto! – ela sai rapidamente.
Poncho: Mulheres.- dá de ombros e começa a comer.

Era meia noite. Dulce acabava de fazer as malas, enquanto Alfonso brincava com o filho, sentado no sofá ao pé da cama.

Dulce: Dá para me ajudar?! Estamos atrasados, Alfonso! – o encara, estressada.

Poncho: Ok, calma! – ele coloca o filho no carrinho e em seguida começa a colocar as roupas dentro das malas. - Não sei porque trouxemos tanta bagagem.

Dulce: Pois é, exagero. Mas a culpa não é minha!

Poncho: Eu sei. Não estou dizendo isso.

Dulce: Acho bom!

Poncho: Dulce o que você tem? – ele tira um par de tênis das mãos dela. - Está esquisita. Está acontecendo alguma coisa que você não quer me dizer?

Dulce: Não, não está acontecendo nada.

Poncho: Por que essa pressa toda para ir embora?

Dulce: Estamos atrasados, só isso.

Poncho: Vou fingir que acredito!- ele volta a atenção para as malas.

Três horas depois, Alfonso e Dulce já estavam dentro do avião com o filho. Alfonso lia uma revista com Miguel em seu colo, enquanto Dulce dormia com a cabeça caída na direção do corredor.

Aeromoça: Com licença senhor, deseja alguma coisa? – o encarava, sorridente.

Poncho: Um café por favor, sem açúcar.

Aeromoça: Aqui está! – apanha o café do carrinho e se inclina para entrega-lo a Poncho, sem querer esbarra a bandeja no ombro de Dulce, que desperta na hora.

Dulce: Ai. – ela coloca a mão no ombro.

Aeromoça: Desculpe senhora, desculpe! Foi sem querer eu...

Dulce: Tudo bem!- ela força um sorriso.

Aeromoça: Posso ajudá-la? Deseja alguma coisa?

Dulce: Não, obrigada! – a aeromoça se retira. Dulce ajeitou o travesseiro com uma das mãos e estava pronta para cochilar quando ouviu uma voz rouca pronunciar seu nome.

Poncho: Dulce?

Dulce: O que?

Poncho: Você não está bem.

Dulce: Claro que estou! Que mania, Poncho!

Poncho: Não é mania.  Não sou cego, está na cara que você não está bem. É o ombro?

Dulce: Não.

Poncho: Dulce! Deixe de ser durona! É o ombro sim! Não melhorou coisa nenhuma! Você mentiu pra mim! Por que?

Dulce: Estaríamos aqui se eu dissesse que não estava bem?

Poncho: Claro que não! Eu te levaria imediatamente a um médico!

Dulce: Então, foi por isso.

Poncho: E você diz nessa calma?! – ele fala com a voz um pouco mais enérgica.

Dulce: Poncho! Aqui não! Por favor!

Poncho: Me deixe ver! – ele coloca a revista de lado.

Dulce: Promete que não vai ficar a viagem toda falando disso?

Poncho: Certo! – revira os olhos. Dulce tira o casaco que vestia e Alfonso pode ver que o inchaço continuava. – Dulce! Caramba isso está inchado.

Dulce: Poncho...

Poncho: Que imprudência! Deveria ter me contado antes! Fez as malas, praticamente sozinha! Meu Deus, Dul! Que cabeça a sua!

Dulce: Acho que deslocou, não sei.

Poncho: Será? Foi tão forte assim.

Dulce: Foi, não estou sentindo essa região.

Poncho: A culpa é minha! Eu sabia que não terminaríamos aquela briga sem que alguma coisa acontecesse!

Dulce: Viu! Por isso não te conto nada! Não adianta se lamentar agora! Impossível sair em busca de um médico no céu!

Poncho: Bom, o céu deve estar cheio de médicos! – sorri de lado.

Dulce: Há-ha! Muito engraçado!

Poncho: A Dul! Essa foi boa, confessa! – ele leva uma das mãos até o rosto da esposa. - Assim que desembarcarmos vamos direto a um hospital. – beija a testa dela. – E sem reclamar!

Dulce: Ok. – ela suspira. - Se começar algum filme você me chama?

Poncho: Chamo! – ele acaricia o rosto dela. – Descanse um pouco.

Alguns minutos depois, a aeromoça anunciou que um filme começaria para quem quisesse assistir, Alfonso vendo Dulce dormir tão serenamente, resolveu não acorda-la.

O rapaz estava com insônia, efeito das quatro xícaras de café que havia tomado, Miguel dormia na cadeirinha, no meio dos pais.

Aeromoça: Não sei, Glória, não sei! – ela passa correndo para a cabine do comandante. Alfonso olha, curioso, a agitação dentro da aeronave.

Aeromoça2: Atenção senhores passageiros... - Foi tudo o que Alfonso ouviu antes do avião chacoalhar a primeira vez.

Poncho: Caramba! Dulce! Acorda! – ele cutuca a mulher.

Dulce: Ahn? – ela observa ao redor sonolenta. - Vai passar filme?

Poncho: Não Dul! O avião está esquisito.

Dulce: Que?

Poncho: As aeromoças foram dar um aviso e ai tremeu e ficou tudo mudo. – o avião chacoalha novamente.

Dulce: Com licença! – ela chama uma aeromoça que caminhava até a cabine.

Aeromoça: Sim?

Dulce: O que está acontecendo? Algum problema com o avião?

Aeromoça: Apenas uma turbulência senhora, o tempo fechou!

Dulce: Ah, obrigada. – sorri.

 Poncho: E por que a morena alta passou correndo?

Aeromoça: Ah, bem, problemas pessoais com, o co-piloto!

Poncho: Certo. – ele a encara. – Obrigado.

Dulce: Morena alta? – observa o marido. - O que o senhor anda aprontando durante meu sono?

Poncho: Foi só para identificar a aeromoça Dul. – ele sorri.

Dulce: Eu que te pegue olhando para alguma morena alta que você vai ver só onde sua masculinidade vai parar! – ela sorri.

Poncho: Amor, sabe que só tenho olhos para você. – sorri, piscando para ela.

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