Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Um mês havia se passado, desde a última viagem frustrada de Dulce e Alfonso. Um mês havia se passado, desde a última viagem frustrada de Dulce e Alfonso. O braço de Dulce estava ótimo, havia sido apenas um inchaço devido a pancada, mas nada muito sério. Era inicio de fevereiro e o casal estava enfrentando uma das semanas mais difíceis desde que assumiram a responsabilidade de criar a afilhada, a garota não estava nada bem, depois de uma crise de vômito, precisou ser internada com urgência. Dulce estava há quase dois dias sem dormir, ficava o tempo todo com a menina no hospital, começava a sentir falta de sua casa, a única coisa que a deixava feliz era saber que o filho estava novamente mamando em seu seio. Alfonso além de estar exercendo o papel de pai em período integral, era obrigado a comparecer nas mil e uma reuniões que Pedro e Guido marcavam durante a semana, para discutir um novo projeto dos produtores, ele também estava estressado mas demonstrava tranquilidade quando estava com a esposa. Maite havia recebido alta no hospital há três dias e estava hospedada na casa de seus pais, seu estado era praticamente o mesmo, conversava pouco, não queria ver a filha e nem saia a luz do dia. Os únicos que demonstravam alegria eram Anahí e Christopher, o casal estava em clima de comemoração depois do último ultrassom, onde ficaram sabendo que não teriam apenas um bebê, mas dois, gêmeos.

Era madrugada de sexta feira, Dulce assistia desenho animado com a afilhada, quando o médico entrou.

Mariana: Esse é legal, madrinha! O peixe dirige o navio! – ela sorri.

Dulce: Ah é? E como ele se chama?

Mariana: Marcus.

Médico: Com licença. – entrando.

Dulce: Olá!

Médico: Por que a menina não está dormindo?

Dulce: Porque está sem sono?

Médico: Ela precisa descansar. – ele apanha o controle e desliga a TV. Dulce odiava as atitudes do tal médico, o rapaz, um dos especialistas que estava cuidando de Mariana, era extremamente grosso.

Mariana: Não! Eu quero ver o final!

Médico: É hora de a mocinha estar dormindo.

Mariana: Mas a madrinha disse que...

Médico: Sua madrinha disse, mas sou eu quem manda aqui e sei o que é melhor para você. – responde sério. - Dulce María, precisamos conversar, pode me acompanhar?

Dulce: Tudo bem, só vou fazê-la dormir.

Médico: Aguardo a senhora em meu consultório. Boa noite Mariana. – ele sai.

Mariana: Esse cara é muito chato!

Dulce: Mari, não fale assim.

Mariana: Ele é não é? Eu guardo segredo, pode dizer que acha também.

Dulce: Sim, ele é um mala. – sorri.

Mariana: Posso ver o desenho?

Dulce: Precisa dormir, querida.

Mariana: Não quero dormir, eu sonho com a mamãe quando durmo.

Dulce: E isso não é bom?

Mariana: Não! Ela me abandonou.

Dulce: Mariana não diga isso. Sua mamãe só está doente.

Mariana: Mas ela ainda não sarou?

Dulce: Não.

Mariana: Que nem eu?

Dulce: Hum, sim!

Mariana: Ela vai sarar?

Dulce: Vai. – sorri, acariciando os cabelos da menina.

Mariana: Eu também?

Dulce: Também! Agora chega de conversa e vamos deitar essa cabecinha aqui, ok?

Mariana: Ok! – se deita puxando o lençol.

Dulce: Boa noite, querida. Sonhe com os anjos. – beija a tesa da menina. - Já volto para ficar com você ok?

Mariana: Ok.

Dulce: Vou apagar a luz! – caminha até a porta.

Mariana: Madrinha?

Dulce: Sim? – se vira para a menina.

Mariana: Te amo.

Dulce: Eu também Mari. – ela sorri. - Eu também. – ela sai e fecha a porta devagar.

 
Lágrimas brotaram nos olhos de Dulce, e algumas molharam seu rosto, enquanto ela caminhava até o consultório do médico.

Dulce: Posso entrar? – ela bate e abre um pouco a porta.

Médico: Claro. – ele abre a porta e indica uma cadeira para ela. – Sente-se por favor. – diz ao fechar a porta.

Dulce: Então...

Médico: Deve imaginar sobre o que quero conversar?

Dulce: Claro, a menina.

Médico: Sim, a menina. – ele suspira, sentando-se em sua poltrona, atrás de uma larga e bela mesa de madeira nobre. - Eu não tenho noticias muito boas sobre o estado de saúde da Mariana.

Dulce: Ahn, mas o senhor disse ontem mesmo que...

Médico: Os exames ficaram prontos.

Dulce: Sim e, quais são os resultados?

Médico: Houve uma piora nas funções renais da Mariana.

Dulce: Piora?

Médico: Sim. Sua saúde está mais debilitada.

Dulce: E o que pode ser feito em relação a isso? O transplante?

Médico: O transplante nem sempre é a melhor opção, além disso, não é uma cura. Sempre há uma chance de o organismo rejeitar o novo órgão, não importa quão boa foi a compatibilidade, essa rejeição depende de fatores como idade, raça, condições clinicas!

Dulce: No caso de uma criança, por exemplo...

Médico: As chances de rejeição são menores, porém crianças correm outros riscos.

Dulce: E se o transplante não for feito?

Médico: Poderão continuar com a hemodiálise, ou optar por outro tratamento.

Dulce: Doutor, o senhor, como médico, o que sugere?

Médico: Bom, Dulce María, sugiro que escolham o que é melhor para criança, o que está ao alcance das condições financeiras da família.

Dulce: Fale-me mais sobre o transplante.

Médico: Como já devem saber, o primeiro passo é conseguir um doador.

Dulce: Sim eu sei.

Médico: Os transplantes podem ser feitos com doadores cadáveres. Porém, transplantes de parentes vivos funcionam frequentemente melhor. Antes de receber o novo órgão, temos que analisar se o organismo do paciente está em condições de recebê-lo.

Dulce: Sim, já sei de tudo isso...

Médico: Podem tentar o transplante.

Dulce: E se não der certo?

Médico: A menina volta com o tratamento.

Dulce: Então, vamos tentar o transplante.

Médico: Já existe um doador?

Dulce: Não! Todos fizemos exames e...

Médico: Todos? Pai, mãe? A menina é adotada, certo?

Dulce: Certo.

Médico: Então todos são doadores vivos-não relacionados.

Dulce: Exatamente.

Médico: É bom que saibam da existência de uma lista de espera por um doador-cadáver. Não há número suficiente para todos os pacientes.

Dulce: E essa espera é de quanto tempo?

Médico: De meses a anos.

Dulce: Anos?!

Médico: Sim senhora. A não ser que encontrem um parente vivo da garota e - o bip do médico toca. - Só um instante. – ele verifica a mensagem. - Teremos que conversar sobre isso depois, Dulce María. Recebi uma chamada urgente.

Dulce: Tudo bem.

Médico: Pense bastante a respeito disso. Ah e durma um pouco, sua cara não está nada boa.

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