Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Quando chegaram em casa, o casal ouviu alguns gritos, abafados pela porta da cozinha que estava fechada, Duke latia sem parar.

Dulce: O que é isso? - coloca a bolsa de Miguel em cima do sofá.

Poncho: Não sei. – ele passa para a frente da esposa. - Fique aqui que eu já volto.

Dulce: Mas... – faz menção de caminhar.

Poncho: Fique aqui Dulce. – ele a impede. – Eu já volto.

Alfonso caminhou lentamente em direção a cozinha, para que não fosse percebido caso algum estranho estivesse ali, encostou o ouvido na porta e apoiou-se na parede.

Dora: Já chega! Assim não dá para continuar! Isso já foi longe demais!

Tereza: Mas eu não faço por querer, tia!

Dora: Ah não? Então por que faz?!

Teresa: Eu não sei! É alguma coisa dentro de mim que me domina e...- ela chorava.

Dora: Eu sinto muito, Teresa! Dessa vez...

Teresa: Não tia! Por favor! Eles nem perceberam nada e eu devolvo tudo! Prometo!

Dora: Teresa, não é essa a questão! Os patrões confiam em mim! A mãe do patrão me indicou! Como fico diante da situação?!

Teresa: Mas, tia, e se...- ela soluçava.- E-eu for presa e...ahn! – ela ouve o choro de Miguel. - Eles chegaram! - Dora caminha em direção a porta, Alfonso por sua vez, se afasta depressa indo se juntar à esposa.

Dulce: O que está acontecendo, Poncho?!

Poncho: É a...

Dora: Bom dia senhor, senhora! – ela caminha até a sala.

Dulce: Bom dia! Dora ouvimos alguns gritos, o que aconteceu? Alguém se machucou?

Dora: Não senhora.

Poncho: Então Dora, o que é? Algum problema com a sua sobrinha? – ele a encara.

Dora: Acho que eu preciso... – ela respira fundo. - Acho que eu preciso ter uma conversa muitos séria com vocês!

Dulce: Conversa?

Dora: Sim senhora.

Dulce: Está precisando de uma folga? De dinheiro? – ela especula, enquanto nina o filho.

Dora: Não senhora.

Dulce: Então?

Poncho: Acho que a Dora precisa nos contar algo, Dul! – ele observava a empregada.

Dora: Isso!

Poncho: Então? Sua sobrinha não vai participar?

Dora: Sim! Teresa! – ela chama a sobrinha, sua voz estava rouca, tinha certeza que Poncho sabia do que se tratava a tal conversa.

Poncho: Sentem-se.

Dulce: Amor, só um minuto que vou levar o Miguel para o quarto.

Poncho: Como quiser amor.

Alguns minutos depois...

Poncho: Muito bem, comece Dora!

Dora: Senhor, senhora! Eu me demito! – diz, sem encará-los nos olhos.

Dulce: O que?!

Dora: Estou me demitindo!

Dulce: Mas, por que?! Não está contente aqui em casa?

Dora: Não é isso senhora! Adoro trabalhar aqui mas...

Dulce: Mas o que?!

Poncho: Calma Dul! Acho que quem precisa nos dizer algo é a Teresa, não?

Dora: Senhor!

Poncho: Teresa?  - a moça olhou para tia, com medo, Dora acenou com a cabeça.

Teresa: É...- ela já volta a chorar. - Eu fiz uma coisa errada e...

Dulce: Quebrou alguma coisa? Porque se for isso, não tem problema.

Poncho: Não é isso Dul. – ele encara a esposa. - Teresa?

Teresa: É difícil senhora, eu, não sei... – ela gaguejava.

Dora: É melhor dizer de uma vez. – ela respira fundo. - A Teresa anda roubando algumas coisas.

Dulce: Roubando?  - ela as encara. - Roubando o que?

Dora: Isso senhora. - até então, Dulce e Poncho não haviam notado que Dora segurava uma caixa de sapatos.

Poncho: Isso é...

Dora: Tudo o que ela pegou senhor.

Teresa: NÃO! EU NÃO PEGUEI NADA! NÃO SOU UMA LADRA!  - desesperada, tenta pegar a caixa, mas Dora segura o pulso da sobrinha com força. Poncho abriu a caixa, e viu que realmente havia algumas coisas que pertenciam a sua casa.

Poncho: Meu chaveiro! Meus CDs! O jacaré do Miguel! – ele vasculhava os objetos. - Não acredito! - Dulce estava pasma, jamais imaginaria que uma ladra trabalhava em sua casa, que as coisas que estavam sumindo sem explicação na verdade eram roubadas por Teresa.

Teresa: SENHOR! NÃO FUI EU! EU NÃO ROUBEI ISSO!

Dora: Chega Teresa!

Dulce: Acho que a Tereza não queria fazer isso.

Poncho: Como não Dulce?! As coisas estão aqui!

Dulce: A coisa é mais complicada do que parece Poncho.

Poncho: Do que está falando?

Teresa: EU NÃO SOU LADRA, SENHORA! – ela se ajoelha aos pés de Dulce. - POR FAVOR! ACREDITE EM MIM!

Dulce: Teresa! – ela segura gentilmente a garota pelos braços levantando-a. - Eu sei que não.

Poncho: Dulce!

Dulce: Poncho ela não é ladra! Só está, transtornada. Isso é transtorno Poncho! Distúrbio comportamental! Por que faz isso Teresa?

Teresa: E-eu, n-não sei senhora! Eu não sei. Só faço e, eu não quero mas, não consigo controlar!

Dulce: Foi o que pensei. – ela olha para Poncho e  Dora. - Isso é um distúrbio, ela não é criminosa. Isso é patológico, a pessoa não consegue controlar. Olhe só para essas coisas! São inúteis! Sem valor material nenhum! Não acha que se ela fosse uma ladra roubaria algo mais valioso?

Poncho: Acho que sim.

Dulce: Pois então! Acredite, essa menina está transtornada. Precisa de terapia.

Teresa: A senhora não vai chamar a polícia?

Dulce: Não Teresa. Fique calma, ok?

Teresa: O-ok.

Dulce: Sente-se aqui! – ela leva a menina até uma cadeira próxima.

Dora: Vou arrumar nossas coisas.

Poncho: Não vai a lugar nenhum, Dora, fique. – ele a observa, de braços cruzados.
Dulce: Quando tudo isso começou? Como?

Teresa: N-não sei! Um dia eu tinha brigado com a minha mãe e cheguei aqui e vi o batom da senhora caído no chão, então eu simplesmente peguei e guardei.

Dulce: E gostou de fazer isso?

Teresa: No momento sim mas me senti culpada depois.

Poncho: E por que não devolveu?

Teresa: N-não sei, senhor.

Dora: Senhora me desculpe. Estou morrendo de vergonha, não queria trair a confiança de vocês. Desculpe...Nós, vamos embora e...

Dulce: Não Dora, espere. O que pretende fazer com a Teresa?

Dora: Vou conversar com a mãe dela e que provavelmente vai mandar a menina ir morar no interior, com a avó.

Dulce: Dora! Não acho que isso seja a coisa correta a se fazer.

Dora: Como não senhora? Aqui ela não pode continuar.

Dulce: Sugiro um tratamento. Um acompanhamento psicológico.

Dora: Nas nossas condições fica difícil, senhora.

Poncho: Eu pago!

Dora: Ahn?

Poncho: Eu pago o tratamento. – ele sorri de lado. - Vá para casa, descanse, pense no que eu disse, volte para o trabalho a amanhã e me de uma resposta.

Teresa: Eu também senhor?

Dulce: Você não Teresa. Vamos pagar uma terapia para que controle seus impulsos, se você quiser é claro.

Teresa: Q-quero.

Poncho: Ótimo. Infelizmente não poderá mais trabalhar aqui mas, sabe Teresa, você é uma garota jovem, deveria aproveitar o tempo, retomar os estudos.

Teresa: Eu tento senhor.

Dora: Bom, acho que já chega. Vamos indo, Teresa?

Teresa: Vamos.

Dora: Obrigada senhora, senhor. Nunca tive patrões tão bons, obrigada.

Dulce: Não precisa nos agradecer. Até amanhã Dora! Se cuide Teresa.

Alguns minutos depois.

Poncho: Cada uma que aparece. – ele respira fundo, se jogando no sofá.

Dulce: Como assim?

Poncho: Como se não bastasse um problema, surge outro, outro e outro...

Dulce: Pois é, mas esse já resolvemos. – ela senta ao lado dele.

Poncho: Espero que os outros tomem o mesmo caminho.- ele se deita no sofá, colocando a cabeça nas pernas da esposa.

Dulce: Se Deus quiser. – sorri, acariciando os cabelos dele.

Poncho: Estamos juntos Dul, é o que importa. – Dulce sorri. - Eu t amo ardilla.- sorri, apanhando uma das mãos dela e dando um beijo.

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