Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Eram quase onze e meia da noite quando Alfonso chegou a casa, parecia exausto, seus cabelos estavam um pouco molhados e trazia em suas mãos um enorme buquê de flores do campo, subiu as escadas devagar, sem fazer barulho, torcia para que Dulce estivesse dormindo. Durante o caminho de volta, maquinou um plano em sua cabeça, deixaria as flores com um cartão ao lado dela, acordaria cedo e a esperaria na mesa para tomar café, sabia que Dulce gostava dessas gentilezas, dessa forma ela estaria mais calma para conversar. Alfonso coçou os olhos com sono, bocejou demoradamente e entrou no quarto do filho, Miguel dormia tranquilo com o rostinho iluminado por um de seus brinquedos, o pai babão beijou seu bebê carinhosamente e desligou o brinquedo, saindo em seguida para sua suíte. Quando entrou em seu quarto, jogou a jaqueta no chão, apalpou a parede até conseguir achar o interruptor, acendeu a luz fraca e caminhou até a cama onde Dulce dormia ainda de roupa, com um livro aberto ao seu lado e seus óculos de leitura pendurado em uma das orelhas.

Alfonso parou ao lado da cama, sorrindo, não entendia como as pessoas se aproximavam como simplesmente se apaixonavam pelo mais improvável, jamais imaginou, ao conhecer Dulce, que ela estava predestinada a fazer parte da sua vida como a sua esposa, como a mulher, com quem do amor nascessem seus filhos. Aquilo era estranho, inexplicável, forte e coeso. Ela conseguira conquistar seu coração como nenhuma outra havia feito, isso para ele era fundamental, sentia agora uma necessidade de fazê-la feliz, como se agradecesse a felicidade que ela lhe proporcionava, precisava protegê-la, amá-la. Dulce parecia cansada, mas dormia tranquila, seu peito subia e descia tão lentamente que ele podia jurar que sua pequena sonhava que estava voando. O rapaz tirou os sapatos e subiu na cama, engatinhando até seu espaço, ficou de frente para esposa, observando-a, mas, sabe quando sentimos que estamos sendo observados? Pois é, foi por isso que Dulce despertou.

Poncho: Oi! – disse em voz baixa, olhando diretamente pra ela. Dulce ignorou e deu as costas a ele, deitando-se com o corpo em outra direção. - Eu errei, admito, e peço desculpas.

Dulce: Pra você tudo é assim Alfonso. Você acha que me pede desculpas e porque eu te amo eu desculpo e pronto.

Poncho: Dul...

Dulce: Você ficou mal acostumado. Caramba, Alfonso! Custava resolver o problema do pneu e me deixar em casa, antes de sair desesperado daquele jeito? Eu não estou chateada porque você teve que abrir mão da noite para conversar com seu empresário. Pelo contrario, eu torço por você, quero que conquiste tudo o que almeja, o que me deixou chateada foi a forma como agiu. Fiquei muito chateada.

Poncho: Desculpe. Não sei o que me deu. É que estou empolgado agora com a ideia de voltar a atuar. – ele suspira. - Desde que o Christian... – ele faz uma pausa. - Não realizamos nenhum projeto. Desculpe Dul, eu errei, fui um idiota de ter te largado no meio dá rua, do nada, olha, trouxe uma coisa pra você!- se estica apanhando o buque de flores do criado mudo.

Dulce: Não é com presentes que vai conseguir tirar de mim a raiva que estou sentindo.

Poncho: Nem com uma de suas favoritas? – sorri de lado, mostrando o buque para ela.

Dulce: As flores são lindas, mas isso não basta Alfonso.

Poncho: O que eu faço para me redimir?

Dulce: Deixe-me sozinha. Durma nos quarto de hóspedes. Não estou a fim de dormir ao seu lado.- ela o encara.

Poncho: Tudo bem.- responde após uns segundos. - Como quiser! – ele se levanta. - Boa noite ardilla.- ele apanha seu travesseiro.

Dulce: Boa noite. – ela se cobre e vira de costas para ele.

Alfonso saia derrotado em direção a porta, apagou a luz e ficou parado alguns segundos, tomou um tremendo susto quando sentiu a esposa abraçar seu corpo por trás, com força.

Poncho: Dul? – ele estranha a reação dela.

Dulce: Poncho espera! Eu preciso te dizer uma coisa antes.

Poncho: Ok! Tudo bem! – ele se vira para ela, no escuro só podia enxergar o rosto pueril de Dulce.

Dulce: Eu amo você! – ela suspira. - Esqueça o que eu disse. - Alfonso sentiu aquelas mãos pequenas segurar seu rosto, e em seguida os lábios macios da esposa que o beijava com leveza, ele logo retribuiu pressionando e abrindo a boca dela com a sua, e devorando-a com sua língua que ao se encontrar com a dela, provocou a ambos uma sensação eletrizante, com se levassem um choque.

Poncho: Eu também te amo. – comenta entre o beijo, acariciando o rosto dela enquanto a beijava. – Que cheiro de maçã. – ele sorri.

Dulce: Cheiro de maçã? – ela sorri de lado.

Poncho: Sim! É seu shampoo. – ele beijava o rosto dela.

Dulce: Como você sabe que estou usando shampoo de maçã?

Poncho: Moro com você. – ele a encara, revirando os olhos. – Venha. – ele a pega no colo, levando-a até a cama e a deitando, em seguida deitando-se do lado da esposa. - Posso te perguntar uma coisa? Mas promete que não fica brava.

Dulce: O que?

Poncho: Afinal, você trocou o pneu ou não?

Dulce: E tinha outro jeito? A sorte é que um loiro musculoso parou o carro para me ajudar.

Poncho: Que loiro?

Dulce: Um rapaz gentil. – ela sorri.

Poncho: Rapaz gentil. – ele resmunga.

Dulce: Brincadeira bobo! Troquei e me sujei toda! Cheguei na casa da mamãe e ela até achou que eu tinha voltado da guerra. Sabe, como está difícil encontrar homens gentis e cavalheiros hoje em dia!

Poncho: Encontrar? Está procurando então?

Dulce: Ah você entendeu! – ela dá um tapa no peito dele, que segurou a mão dela, puxando para outro beijo.

Poncho: Você é só minha. – ele diz entre o beijo.

Dulce: Sou mercadoria agora? – o empurra.

Poncho: Não! – sorri. - Mas você é só minha. Só eu posso sentir o gosto do seu beijo, a maciez da sua pele, o perfume dos seus cabelos, tudo meu.

Dulce: Fazia tempo que você não me falava coisas assim. – ela sorri, acariciando o rosto dele.

Poncho: Dul! Que pecado dizer isso! – ele a abraça carinhosamente.

Dulce: E não é verdade? Pela mancada que você deu, eu mereço muito mais que suas desculpas.

Poncho: O que posso fazer então?

Dulce: Uma massagem bem gostosa para que eu durma tranquila? Pode ser?

Poncho: Isso não é sacrifício nenhum, é prazer. – sorri se levantando. - Com óleo?

Dulce: Creme! Aquele de erva doce que eu comprei pra você.

Poncho: Certo, deite-se de costas. – ele se levanta e apanha o creme na cômoda. Dulce faz o que ele pede. Alfonso volta segundos depois e se ajeita sobre a esposa espalhando creme das mãos e começa massageando com firmeza o pescoço dela.

Dulce: Ai, Poncho! Isso dói.

Poncho: Você está tensa amor, relaxe!

Dulce: Certo! – ela suspira. 

Poncho: Dul? - massageando-a com mais delicadeza, cheirando os cabelos dela. - Acha muito tarde para tomarmos um banho de piscina?

Dulce: Banho de piscina? Ah não Poncho, está frio.

Poncho: É que assim. – ele sorri, ainda massageando-a. - Eu vi um filme ontem e…

Dulce: Amanhã, amor, amanhã. Entenda meu bem, estou cansada, e acho que esse sim é um bom sacrifício pra você se redimir.

Poncho: Mas não vai durar uma semana né?

Dulce: Não, só hoje.- sorri, se virando na cama de barriga para cima.

Poncho: Você é muito linda sabia.

Dulce: Meu amor.  – sorri, observando-o sonolenta. - Me abraça forte pra eu conseguir pegar no sono outra vez?

Poncho: Abraço! – sorri, voltando para seu lugar na cama e abraçando-a.

Dulce: Assim me sinto protegida e durmo sossegada. Sabendo que todos estão seguros aqui em casa.

Poncho: Por que isso agora?

Dulce: Nada, só estava tendo um pesadelo quando você me acordou.

Poncho: Quer falar sobre isso? – a aninha no peitoral dele, beijando o topo da cabeça dela.

Dulce: Hoje não. – ela boceja.

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