Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Dulce subiu para o quarto, arrasada, se soubesse que tudo acabaria daquele jeito, mas talvez ele tivesse razão, afinal, admitia que o casamento já não andava as mil maravilhas. Pegando a primeira mala que viu pela frente, começou a socar todas as roupas em seu interior, enquanto as lágrimas escorriam dos seus olhos, fazendo um caminho por seu rosto até o pescoço. Seu coração parecia querer deixar seu peito, de tão rápido que batia, estava em choque, com falta de ar, o corpo quente e um vazio que tomava conta pouco a pouco de sua alma, só de pensar que a partir daquele momento, Alfonso não estaria mais ao seu lado, começava a se assustar, a sentir-se desprotegida.

Poncho: Não precisa deixar a casa. – ele aparece, se encostando na porta.

Dulce: Eu quero! – ela o encara, limpando o rosto. - Por favor.

Poncho: Tudo bem. – Dulce volta a arrumar as malas. Alfonso continuava a observá-la, sentiu um aperto no coração e pensou em desistir de tudo, agarra-la ali mesmo, mas não podia fazer aquilo, sabia que aquela decisão era certa, que faria bem aos dois. - Vai levar o Miguel?

Dulce: Claro.

Poncho: O Duke?

Dulce: Também.

Poncho: Deixe o Duke comigo.

Dulce: Ele ficou assustado com o berro que você deu, melhor leva-lo comigo.

Poncho: Ok. – ele suspira. - Quer ajuda?

Dulce: Não preciso da sua ajuda. – ela tentava socar as roupas na mala o mais rápido possível. - A-amanhã vou pedir ao meu advogado que, fale com você.

Poncho: N-não, ainda temos que conversar, só eu e você.

Dulce: Não temos mais nada para conversar. – ela o encara. –Você me deu certeza do que queria Alfonso, não pode querer consertar cinco minutos depois. – ela termina a mala e sai da suíte indo em direção ao quarto de Miguel. Não demorou dez minutos para fazer a mala do bebê e logo já estava na sala com tudo pronto, esperando o táxi que acabara de pedir.

Poncho: Dul, aqui, leve esse pra ele. – entrega um coelho branco e marrom, que ele tinha comprado para o filho na última viagem com a banda. Quando entrega a pelúcia, sua mão se encontra com a de Dulce e ambos se olham.

Poncho: Tem para onde ir?

Dulce: Tenho.

Poncho: Se precisar de alguma coisa eu...

Dulce: Não vou precisar.

Poncho: Avise se acontecer alguma coisa. – ele a encara. - Com o Miguel, não sei.

Dulce: Certo. – ela desvia o olhar para o filho.

Poncho: Se, ele, disser papai, você me avisa? - olhava para o filho, que ainda dormia, inocente no colo da mãe.

Dulce: A-aviso. – a buzina soa. - Deve ser o táxi.

Poncho: Eu te ajudo com as malas.

Dulce: Não quero, já disse que não quero sua ajuda.

Poncho: Deixe de ser orgulhosa. – ele pega as malas e caminha atrás dela. Cinco minutos depois, com a ajuda do taxista, tudo estava pronto.

Dulce: Então tchau! – ela se vir para ele.

Poncho: Dulce: - ele a segura por um dos braços e a vira para si, abraçando-a com cuidado para não acordar o filho. – Tchau!  -segura o rosto dela dando um beijo demorado na testa dela. - Tchau filho, mais tarde o papai vai ter ver! – ele beija a cabeça do filho. - Tchau amigão. – acaricia Duke, que o lambe. - Desculpe.

Taxista: Vamos senhora?

Dulce: Vamos!

Poncho: Dul, se cuida, cuide do nosso filho. – ele acaricia o rosto dela, segurando as lágrimas. - Tchau.

Dulce: Adeus Alfonso. – ela entra no taxi apressadamente. Assim que  o motorista se afasta da casa, não se contem e começa a chorar.

Alfonso fechou os olhos, e quando os abriu o táxi já não estava mais lá, sua família havia acabado de partir, e aquela decisão fora tomada por ele, desta vez não era uma crise conjugal, ou uma vontade de deixar saudades, era um pedido de divórcio, um pedido sério e claro, que ele tinha acabado de fazer.

Ao entrar em casa, seguiu direto para o quarto de Miguel onde se sentou numa poltrona ao lado do berço, onde Dulce costumava amamentar o bebê, e tirou um porta-retratos da prateleira, a foto que ele havia batido, era no hospital, Dulce estava na cama e segurava Miguel, ele, estava sentado ao lado do filho e da mulher segurando um buquê de flores que quase cobriu o rosto dele. Abriu uma gaveta e retirou um álbum de capa branca com as iniciais do filho gravadas em prata, havia mais fotos, Dulce em vários momentos da gravidez, algumas copias dos ultrassons, as primeiras fotografias de Miguel, fotos com toda família, aquilo foi fazendo os olhos de Alfonso se encherem novamente de lágrimas, não fazia dois minutos que tudo o que ele acabava de ver havia partido, dessa vez para nunca mais voltar. Ficou durante uma hora vendo as fotos, quando pegou o celular e discou um número da agenda.

Poncho: Alô?

Mai: Alfonso?

Poncho: Oi Mai! – responde com a voz embargada.

Mai: Oi Poncho! Que voz é essa?

Poncho: Desculpe estar ligando a essa hora, te acordei?

Mai: Não! Eu pulo cedo da cama. – ela sorri. - Aconteceu alguma coisa?

Poncho: Aconteceu tudo. – ele começa a chorar.

Mai: Tudo o que? Poncho você está chorando? A Dulce está bem? O Miguel?

Poncho: Tem como você vir aqui pra casa?

Mai: Tem sim. Meia hora estou ai, ok?

Poncho: Ok, obrigado Mai.

Pontual como sempre, em meia hora Maite toca a campainha da casa.

Poncho: Entre. – ele abre a porta, com os olhos vermelhos.

Mai: O que aconteceu?

Poncho: Vem eu te explico! – ele fecha a porta atrás deles.

 Sentaram-se na sala de estar e começaram a conversar, depois de contar toda história.

Mai: A Dulce fez isso?

Poncho: Fez.

Mai: Não acredito! Bem que eu desconfiei que ela estava muito estranha! Puxa Poncho que situação! Que chato hein? Vocês brigaram?

Poncho: Muito. – ele respira fundo.

Mai: E cadê ela?

Poncho: Saiu.

Mai: A provavelmente deve ter ido desabafar com a Any, ou com a mãe não sei. – sorri de lado acariciando as costas do amigo.

Poncho: Ela foi e não vai mais voltar Mai.

Mai: Por que está dizendo isso?

Poncho: Pedi o divórcio.

Mai: QUE?! – ela arregala os olhos. - Você não fez isso?!

Poncho: Fiz.

Mai: ALFONSO! – ela dá um tapa no braço dele. - E agora?

Poncho: Agora o que?!

Mai: O que vai fazer?! O que vão fazer?!

Poncho: Nada! Apenas arrumar a papelada toda, ver quais são os direitos de cada um, essas coisas.

Mai: Via levar isso a sério?

Poncho: Tenho que levar.

Mai: Você não ama mais a Dulce?!

Poncho: Claro que amo! Mas...- ele suspira. - Não há mais confiança, companheirismo. Isso acabou! Já faz tempo que estamos distantes e...

Mai: A culpa disso tudo é um pouco minha.

Poncho: Por que?

Mai: Com dessa depressão idiota, a Mariana ficou com vocês e, bom uma criança doente toma muito tempo e...

Poncho: Tire isso da cabeça Mai! – ele a interrompe. - Cuidamos dela com o maior prazer e cuidaríamos de novo! A minha relação com a Dulce não tem nada a ver.

Mai: Ok! – ela suspira. – Poncho, não podem fazer isso! Vocês se amam!

Poncho: Nem sempre só o amor é suficiente Mai.

Mai: Não? Então nada faz sentido!

Poncho: Vai nos apoiar ou nos condenar?

Mai: Claro que vou apoiá-los! Mas acho uma estupidez o que estão fazendo!

Poncho: Tenho certeza que apesar de tudo a Dulce concorda comigo! – o telefone toca. - Só um minuto! – ele se levanta e apanha o telefone. – Alô?

Any: SEU IDIOTA, O QUE VOCÊ FEZ? – ela gritava do outro lado da linha.

Poncho: Any?!

Any: Exatamente! O que aconteceu?! A Dul me ligou chorando dizendo que estava tudo acabado entre vocês! O que houve?!

Poncho: Não dá para explicar por telefone.

Any: Só queria me certificar que é verdade! Ela está vindo pra cá. Vai me contar tudo.

Poncho: É verdade sim.

Any: Você são dois bobalhões Alfonso Herrera. – ela desliga na cara do amigo.

Mai: Any? – ela o encara, colocando o telefone no gancho.

Poncho: A própria!

Minutos depois no apartamento de Anahí e Christopher.

Any: Eu atendo amor! – se levanta caminhando até a porta. – Entre Dul.

Dulce: Obrigada! – sorri forçada, com o rosto inchado de chorar.

Ucker: Oi Dul!

Any: Quer colocar o Miguel lá no quarto?

Dulce: Quero.

Any: Anita! – ela chama a empregada. - Leve o bebê até o meu quarto, não se esqueça de colocar travesseiros do lado para protegê-lo!

Anita: Sim senhora.

Any: Desabafa amiga. – Dulce senta no meio de Any e Ucker e assim como Alfonso, contou para Maite, Dulce contou sua versão dos fatos para Any e Ucker que ouviam tudo pasmos. - Você está brincando?!

Dulce: N-não! – ela começa a chorar.

Ucker: Não pode acabar com tudo assim.

Any: Claro que não! NÃO PODEM! Temos que fazer alguma coisa! Já sei! Vamos dar uma festa de arromba! Convidamos o Poncho, você veste uma roupa bem bonita que ele não resista e pronto! Não vai ter erro!

Dulce: Não adianta. Sabe gente, eu pensei no táxi e acho que foi melhor assim. Apesar de sentirmos algo muito forte um pelo outro, é melhor que acabemos com tudo de uma vez, antes que nos machuquemos mais.

Ucker: Você tem certeza disso?

Dulce: Acho que sim. O Alfonso tem razão, brigamos muito, estamos distantes, não rola mais confiança, depois do que eu fiz, ele não confia mais em mim, e eu não confio nele, então... – ela dá de ombros.

Any: Mas ainda existe amor! Se existe amor devem continuar!

Ucker: É melhor não nos intrometermos Any, se eles tomaram essa decisão devem saber o que é melhor. Vamos te apoiar em tudo! – ele abraça Dulce de lado.

Dulce: Obrigada. – se conforta no amigo. - Porque agora estou decidida a seguir em frente.

Any: Ainda acho que estão fazendo besteira, muita besteira, mas, te apoiaremos.

Dulce: Vai ser melhor assim.

Any: Mesmo?

Dulce: Quero acreditar que sim.

Any: E o Miguel? Vai crescer numa casa sem pai?

Dulce: Ele tem pai e sempre terá.

Ucker: Any não empata! – ele repreende a esposa. - Deixem que tomem as decisões sozinhos! Somos amigos para apoiar, e não para meter o dedo onde não fomos chamados!

As nove da noite Alfonso resolveu ir até a casa de Any, para conversar um pouco com os amigos e ouvir a versão dos fatos contados por Dulce, assim que chegou tocou a campainha.

Any: Oi seu idiota! – ela bate na cabeça do amigo.

Poncho: Ai, ai! Calminha.

Any: Calminha nada! Você e a Dulce são dois idiotas! Dois inúteis!

Ucker: Oi cara. – aparece sorrindo atrás da esposa.

Poncho: Oi. – sorri de lado.

Ucker: Como está? Melhor? – ele dá passagem pro amigo.

Poncho: Na mesma.

Ucker: Veio ver a Dul?

Poncho: Ela ainda está aqui?

Ucker: Está! Vai passar essa noite aqui.

Poncho: Posso vê-la?

Any: Não! Ela já chorou demais!

Poncho: O que ela disse?

Any: Não te interessa Alfonso. – ela o fuzila com o olhar.

Ucker: Disse que pensou e que talvez sua decisão seja a mais certa a se tomar, eu discordo mas...

Poncho: Ela disse isso? – ele o encara.

Ucker: Disse! Quer falar com ela?

Poncho: Sim.

Ucker: No quarto de hospedes com o Miguel.

Poncho: Obrigado! – ele parte rapidamente para o quarto.

Any: Christopher seu bocó! – ela dá um tapa nele. - Quer fazer nossos amigos sofrerem mais?!

Ucker: Quem sabe, se conversarem sozinhos lá no quarto, as coisas mudam?! – ele abraça a esposa, beijando o rosto dela.

No quarto, Alfonso bate na porta e ninguém responde, ele decide entrar.

Poncho: Dulce? – ele coloca a cabeça para dentro do quarto, que estava escuro. Alfonso aproximou-se da cama devagar. Dulce dormia ao lado de Miguel que se mexia acordado. Oi filho! – sorri, cochichando para o bebe.

Miguel: Bubububabu. –o bebe se mexia inquieto sorrindo para o pai, Alfonso sorriu acariciando a mão dele.

Poncho: Papai queria te ver. Tudo bem Campeão? – sorri de lado. - Miguel escute, apesar de você não entender nada agora, saiba que tanto o papai como a mamãe só queremos o seu bem, o melhor pra você e apesar de estarmos nos separando, faremos de tudo...- ele faz uma pausa, segurando as lágrimas. - De tudo para que seja o garoto mais feliz do mundo. Quando precisar de um conselho, um carinho, uma ajudinha para escapar das travessuras, papai vai sempre estar ao seu lado, ok?

Miguel: Biubia...cocu...nunu...

Poncho: É! – sorri, concordando com o filho. - É isso ai! – acaricia a cabeça do filho. - Eu te amo! – ele se inclina beijando o rosto do filho. - Muito. Vou vê-lo todos os dias, sempre que puder. Cuide da mamãe. – ele enxuga as lágrimas do rosto. - Você é o homem da vida dela agora! – ele se levanta, observando a esposa dormir. - Tchau Dul! – se inclina beijando os lábios dela suavemente. - Você sabe que eu te amo e que quero que seja muito feliz! – acaricia devagar o rosto dela e se retira.

...

Ucker: E ai cara? Falou com ela?

Poncho: Não! Dulce estava dormindo! – ele respira fundo. – Bom, eu vou indo.

Any: Como assim vai indo?! Não vamos conversar?!

Poncho: Eu perdi a vontade de conversar. Deixemos isso para amanhã. Vou descansar, amanhã tenho que no advogado e...

Any: Alfonso Herrera! Se você e a Dulce levarem isso adiante eu vou...

Poncho: Você não vai nada Any. Por mais amiga que seja não pode interferir na nossa relação. Boa noite. – ele se aproxima e dá um beijo na cabeça da amiga.- Fique fora disso Any. – ele acaricia o rosto dela. - Boa noite Christopher. – dá um breve abraço no amigo e se vai.

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Comentários: 

mimprincess / Maria Clara : Continuando ♥