Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

No apartamento de Alfonso, Perla reclamava das marcas vermelhas que ficaram em seus braços e rosto.

Perla: É uma maluca mesmo! Não sei como um dia, um homem como você teve a coragem de se casar com ela! Mulheres assim costumam morrer solteirona!

Alfonso: Ela está totalmente certa!

Perla: O que?! Certa?! Ficou maluco também?! Você acha certo, uma mulher surrar sua namorada?! – o olhava, indignada.

Alfonso: E você acha certo sequestrar o filho dos outros?! – a encara, cruzando os braços.

Perla: Eu não sequestrei ninguém! Falando assim parece até que sou uma delinquente!

Alfonso: O que fez foi errado! Eu fiquei de buscar o Miguel! Como acha que me senti quando não encontrei meu filho?!

Perla: Desculpa! Eu não fiz por querer! – segurava uma bolsa de gelo no braço.

Alfonso: Ah não?

Perla: Bebê! Você sabe que eu não faria mal ao Miguel!

Alfonso: Eu sei. Mas você pisou na bola Perla!

Perla: Só fiz isso porque, porque queria conhecer melhor seu filho. Não sei, você o ama e eu quero me dar bem com ele.

Alfonso: E para isso precisava tirá-lo do colégio sem minha autorização?!

Perla: Quando eu cheguei te esperei, mas você não apareceu, então resolvi leva-lo. Também tentei ligar, mas você atendeu? Não.

Alfonso: Isso não justifica nada!

Perla: Eu tentei avisá-lo!

Alfonso: Porque não ficou lá me esperando mais um pouco?!

Perla: Alfonso,  todos estão carecas de saber que você não é nem um pouco pontual! Além do mais o Miguel disse que estava com fome, então o levei para almoçar. Tomar um sorvete, só isso! Não era minha intenção causar toda essa confusão!

Alfonso: Mas causou! E você viu como a Dulce ficou mal com isso! Quase teve um ataque!

Perla: E desde quando você ainda se importa com ela?!

Alfonso: É a mãe do meu filho! Ela tinha razão. E você errou!

Perla: Mas também não precisava me agredir! Pessoas civilizadas conversam.

Alfonso: Não teria feito o mesmo se fosse seu filho?

Perla: Em primeiro lugar eu não quero ter filhos. Mas se tivesse, não, não faria. Além do mais até o garoto ficou assustado!

Alfonso: Você não pensa em ter filhos? – se aproxima sentando ao lado dela. - Mas é uma coisa tão bonita e...

Perla: Não. – o interrompe. - Sou péssima com bebês. Além do mais é cedo, eu sou jovem, talvez a cabeça mude. Mas eu não quero. Por que? Você quer ter filhos comigo? – sorri, encarando-o.

Alfonso: Não vamos mudar de assunto, Perla! – desconversa. - A questão é, você cometeu um erro gravíssimo! Acho melhor darmos um tempo entre nós!

Perla: Não entendi. – arrumava a blusa. - Olha, quase rasgou minha blusa novinha! Vou mandar a conta pra ela!

Alfonso: Preciso de um tempo pra pensar nas coisas, acho melhor ficarmos separados.

Perla: Hum? – ela o encara.

Alfonso: ESTOU TERMINANDO NOSSO RELACIONAMENTO! – responde, impaciente.

Perla: N-não Poncho. Não, não, não! Você não pode fazer isso comigo! – se levanta, irritada.

Alfonso: Não estou fazendo nada com você! Pelo contrário. Estou fazendo o que acho bom pra mim!

Perla: Vai terminar tudo só porque levei seu filho para passear?! – aumenta o tom de voz.

Alfonso: Não é só por isso! Claro que isso contou muito na minha decisão, mas já estava pensando. E nós não combinamos!

Perla: E quem liga pra isso?! O amor é assim Poncho! Acontece entre as pessoas mais distintas!

Alfonso: Acontece que isso não existe entre nós dois. Um dia você me perguntou por que eu não te chamava de meu amor, e agora eu posso responder. É porque eu não te amo! – estava sério, encarando-a. Perla se calou, olhou pra ele com os olhos cheios de lágrimas e raiva, aquilo não poderia estar acontecendo, não com ela que nunca tinha recebido um fora na vida, e esse não poderia ser o primeiro, ainda mais de Alfonso Herrera.

Perla: Vamos conversar! Se você tivesse dito que não estava tudo bem, poderíamos conversar! Mas você nunca me diz nada! Sabe como me sinto? Sinto que você não me deixa participar da sua vida! Por isso que fiz o que fiz hoje! Só estava querendo compartilhar mais com você, as coisas que ama! Mas você me dá valor?! Não. Nenhum! – o encara.

Alfonso: Você sabe que não é isso! Nosso relacionamento não passa de beijos, abraços, carinhos, e sexo. Não tem amor! 

Perla: Você está dizendo isso! Eu gosto de você Poncho! Gosto muito! – segura o rosto dele.

Alfonso: Não estou dizendo que não gosta! Mas entenda, é melhor assim, você está livre para procurar um grande amor e eu também.

Perla: Ainda não acredito que está fazendo isso. – ela chorava. - Mas tudo bem, tudo bem. Só digo que você vai se arrepender! E quando quiser voltar pra mim. Vou chutar essa sua bunda charmosa! Só me responda uma coisa!

Alfonso: O que quiser! – ele suspira.

Perla: Tudo isso é porque ainda gosta da sua ex-mulher? - Alfonso desviou o olhar, incomodado com a pergunta.

Alfonso: Não, não é por ela, é por mim.

Perla: Certo! – o encara, desconfiada. - Bom, acho que não tenho mais nada a fazer aqui. – se levanta. - Então, tchau. Nos vemos por aí. Nas gravações. - de nariz arrebitado, Perla deixou o apartamento furiosa. - Ah Alfonso! Você me paga! Tudo por culpa daquele moleque irritante e da mãe selvagem dele! Idiota! - socava os botões do elevador. Mas você ainda vai querer voltar pra mim! Ah vai!

Depois que terminar com Perla, Alfonso foi até seu quarto, deitando-se na cama, pensativo.

Não sabia se sua atitude fora correta, não gostava de se relacionar se não houvesse amor entre ambas as partes, pelo menos desde que conhecera Dulce, antes sim! Ele admitia! Era um galinha, safado, sem vergonha! Mas depois que se apaixonou de verdade, não queria mais voltar a ter romances fúteis e passageiros. Com esses pensamentos ele caminhou até seu closet, abrindo a gaveta das meias e pegando uma pequena chave, em seguida se agachou até a última gaveta e de lá tirou uma pequena caixa de madeira escura. Dentro havia algumas fotos de Miguel que ele começou a observar com atenção, sorria entre uma imagem e outra quando no meio de uma copia do primeiro álbum do filho, encontrou uma fotografia de Dulce, era um flagra, ela estava grávida, na cozinha assaltando a geladeira para beber iogurte durante a madrugada, Alfonso conseguia recordar com detalhes o momento em que aquela imagem foi congelada num pedaço de papel.

Flash Back

Eram três e meia da madrugada, quando Dulce acordou, carregava um barrigão de seis meses e não tinha um pingo de sono aquela noite. Alfonso dormia profundamente como um urso quando hiberna, não acordava nem se o teto caísse sobre sua cabeça, agarrado ao travesseiro e com as pernas enroladas no lençol ele roncava baixinho, esse era um mistério que o casal não conseguia resolver, quando não dormia abraçado com a esposa ele roncava, e isso era mais frequente com o passar dos dias, já que Dulce estava enjoada e dolorida e nem as prazerosas massagens de Alfonso ela aceitava. A moça se levantou colocando suas pantufas brancas e desceu até a cozinha da casa em busca de algo para, segundo ela, alimentar seu bebê.

Dulce: Geladeira vazia. Precisamos fazer compras. Não tem nada de gostoso bebê. – acariciava a barriga. - Banana não, mamãe enjoou de bananas. Hum, o que é isso? - pega uma garrafa de plástico branco, sem rotulo. - Iogurte! Acho que serve.- sorri, abrindo a tampa e virando o conteúdo no gargalo, sentiu seus olhos arderem quando uma luz forte piscou na cozinha.

Alfonso: Essa dá para vender as revistas de fofoca! – ele sorria. Alfonso estava com uma câmera nas mãos, vestia uma bermuda branca velha, vermelha e uma camiseta cinza.

Dulce: Seu tonto! Me assustou! – o encara, com uma das mãos sobre o peito.

Alfonso: Desculpe amor, eu não pude resistir. – sorri se aproximando, deixando a câmera encima da mesa. - O que faz aqui?

Dulce: Vim comer alguma coisa, mas a questão é, o que você faz aqui?! Pensei que estivesse no sétimo sono.- guarda o restante da bebida na geladeira.

Alfonso: É eu sempre fui muito bom em fingir que estou dormindo. Faltei várias vezes no colégio assim. Minha mãe sempre caia.

Dulce: E não tem vergonha de contar. É um bobo mesmo! – sorri. -  Que raio de bermuda é essa?!

Alfonso: Ué, é minha.

Dulce: Que coisa ridícula Alfonso! Você tem cuecas novas!

Alfonso: Ah Dul, as ultimas que você me comprou são aquelas que deixam tudo apertado! Eu gosto de dormir bem a vontade.

Dulce: Ótimo, mas também não precisa exagerar, isso está mais para pano de chão do que para roupa. Se alguém te visse ia achar que você é um mendigo! E está sem cueca? – ela sorri, olhando para baixo.

Alfonso: “Se alguém te visse...” – ele sorri abraçando-a. - Meu amor, só você me vê de desse jeito desleixado, e sem cueca. – sorri, beijando a testa dela.

Dulce: Mesmo?

Alfonso: Juro.  – acaricia o rosto dela. - E esse bigode lindo? - limpa a boca dela com a ponta dos dedos. - Fominha.

Dulce: Eu não, nosso filho.

Alfonso: Desculpa esfarrapada. Ladra de geladeira! – ainda sorria.

Dulce: Ladra nada. Eu paguei as coisas que estão aqui, portanto, posso comer tudo se quiser. Alias precisamos fazer compras.

Alfonso: Só se você me der um beijo bem gostoso antes! – sorri, segurando o rosto dela.

Dulce: Também tenho uma condição. Coloca os braços envolta do pescoço dele, lhe acariciando a nuca.

Alfonso: Qual?

Dulce: Só se você apagar essa foto ridícula que acabou de tirar.

Alfonso: Bem... – ele sorri, fingindo pensar.

Dulce: Promete?

Alfonso: Eu prometo. – ele ri, revirando os olhos. – Agora... – sorri, segurando o rosto dela e beijando-a.

Fim do Flash back.

Alfonso deu mais uma olhada na foto, sorrindo, e trancou a caixa, colocando-a no lugar. O telefone tocou.

Alfonso: Alo?

Ruth: Oi filho desnaturado!

Alfonso: Mamãe! Caramba! Quanto tempo! – sorri.

Ruth: Pois é! Você não liga mais, esqueceu que tem mãe.

Alfonso: Mãe, você sabe. Tem as gravações do filme, ando muito ocupado, meu tempo livre é para o Miguel.

Ruth: Que você bem poderia trazer para ver a avó de vez em quando!

Alfonso: Desculpe mamãe. Prometo que no próximo fim de semana, quando ele estiver aqui eu o levo para ver a senhora, mas a culpa não é só minha...

Ruth: Do que está falando?

Alfonso: Semana passada teve jogo no futebol...Eu chamei a senhora para assisti-lo, mas você não foi. O papai foi!

Ruth: O que seu pai faz não é da minha conta. – os pais de Alfonso se separaram novamente  um ano depois dele e de Dulce.

Alfonso: Eu sei! Só consegui entender os dois depois que me divorciei da Dulce.

Ruth: Deve ser de família! – ele ri. - E como ela está?

Alfonso: Quem?

Ruth: A Dulce! Faz tempo que não a vejo.

Alfonso: Bom no momento ela deve estar bem brava comigo, aconteceram algumas coisas. Fora isso eu não sei, como a senhora mesmo diz: “O que meu ex faz não é da minha conta”. – imita a voz dela.

Ruth: Mais respeito com a sua mãe, garoto!

Alfonso: Mamãe eu sou um homem.

Ruth: E meu garoto. – ela ri. - Então, e seu coração? Como está? A Perla está cuidando de você direitinho?

Alfonso: Nós terminamos.

Ruth: Terminaram?

Alfonso: Eu terminei. Algumas atitudes dela me chateiam e bom, não era para dar certo.

Ruth: Entendo e sei o nome disso.

Alfonso: Ah mamãe, não começa!

Ruth: Ok, desculpe.

Alfonso: E a vovó? Apesar de ter se separado do papai soube que ela não sai da sua casa. – ele ri.

Ruth: Chateada com o neto que também se esqueceu dela. Ela vem no fim do mês me visitar. – sorri. – Minha ex sogra é uma grande amiga.

Alfonso: Que ótimo! Assim poderá ver a estreia do filme! Ah, tente convence-la a voltar! Você sabe que eu ainda não concordo com essa ideia dela ter voltado para o Canadá.

Ruth: Poncho, faz mais de quatro anos que seu avô morreu! Sua avó precisa refazer a vida.

Alfonso: O que quer dizer com isso?

Ruth: Não sei, encontrar um novo companheiro.

Alfonso: Mamãe! Isso não tem cabimento.

Ruth: Deixe de machismo. Não foi assim que te criei. Bom agora tenho que desligar, talvez eu passe por ai essa semana.

Alfonso: Ok. – ele suspira. - Beijo.

Ruth: Beijo meu filho. Se cuide.

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Comentários:

Trendy" : Rainha das porradas kkkkk

Maria Clara: Dulce perdeu as estribeiras kkkk