Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Vinte minutos depois, uma enfermeira se aproximava de Alfonso com notícias de Dulce.

Alfonso: Então? – se levanta apressado.

Enfermeira: Acompanhe-me por favor. - Alfonso obedece e caminha com a mulher até o encontro com o médico.

Médico: Aqui estão as radiografias.

Alfonso: Ah ok. Sabe eu sou formado em medicina. – sorri irônico. - Entendo tudo sobre radiografias.- o responde na mesma gentileza de mais cedo.

Médico: Bom, como eu ia dizendo. Aqui está. Como QUALQUER um pode ver, a bala está aqui. – aponta para a foto do esqueleto de Dulce. - Como eu já tinha dito, um pouco acima do calcanhar. Será necessário uma cirurgia para retira-la.

Alfonso: E quando será?

Médico: Imediatamente. Estamos preparando o centro cirúrgico...

Alfonso: Posso vê-la antes?

Médico: Cinco minutos. – caminha até a porta abrindo-a para Alfonso. Dulce estava deitada em uma cama com alguns esparadrapos na perna.

Alfonso: Oi! – sorri de lado, fechando a porta atrás de si. - Parece que vai ter que entrar na faca.

Dulce: Pois é! – suspira.

Alfonso: Pra que isso? – aponta para o curativo.

Dulce: Estancar o sangue até a cirurgia.

Alfonso: Ainda dói?

Dulce: Muito.

Alfonso: Você aguenta. É muito forte. Se fosse eu já teria desmaiado! – sorri, se sentando próximo a ela, tentava descontrair. Dulce sorriu.

Dulce: Mentiroso.

Alfonso: Do que está falando? – a encara.

Dulce: Do que acabou de falar, ué! – ela tosse.

Alfonso: Ah ta! – sorri. - E essa tosse? Contou ao médico sobre?

Dulce: Contei. Ele me medicou e disse que vai passar.

Alfonso: Não gostei desse cara.

Dulce: Um bruto.

Enfermeira: Está na hora, senhora. Vamos. A anestesia está pronta.

Dulce: Fazer o que. – sorri de lado.

Alfonso: Tchau Dul, tudo vai correr bem você vai ver. Logo estará pulando novamente. – sorri.

Dulce: Tomara. - a enfermeira abre a porta. Antes que saíssem, Alfonso se aproximou de Dulce e beija o rosto dela.

Alfonso: Te amo.

Dulce: Também te amo. - diz sem querer e o encara em silencio até ser levada pela enfermeira. Alfonso apenas sorriu, sentindo uma esperança surgir.

Três horas depois a cirurgia havia terminado, segundo o médico com sucesso. Dulce fora levada ao quarto e não demorou a despertar, o primeiro rosto que viu foi o de Alfonso que a observava ansioso.

Alfonso: Finalmente. Como se sente?

Dulce: O que? – abre os olhos , ainda sonolenta.

Alfonso: Como está se sentindo?

Dulce: B-bem. eu acho. O médico falou alguma coisa?

Alfonso: Disse que tudo ocorreu bem, que você vai ficar boa e só terá que fazer alguns dias de fisioterapia.

Dulce: Estou com fome! – suspira.

Alfonso: Então vou pedir para que tragam algo pra você.

Dulce: Não quero comer aqui. Quero ir pra casa, ver o Miguel.

Alfonso: Não se preocupe. Liguei pra Mai agorinha e ela disse que está tudo bem, vai dormir lá no seu apartamento.

Dulce: Isso significa que não terei alta hoje?

Alfonso: Talvez amanhã. Só pra ficar em observação. Regras do hospital.

Dulce: Saco. – ela bufa. - Tédio. Frio. Tudo.

Alfonso: Não reclame Dul. Poderia ter sido pior.

Dulce: Você diz isso porque não e o seu pé que está esfolado!

Alfonso: Não, eu digo isso porque o tiro poderia ter acertado outro lugar. E quem sabe o que poderia acontecer.

Dulce: É, mas...

Alfonso: E também poderia ter acontecido com o Miguel.

Dulce: Ok! – suspira. - Você tem razão, desculpa, sabe que odeio hospital. – ela coloca as mãos no rosto.

Alfonso: Dul?

Dulce: O que?

Alfonso: Sobre o que me disse antes da cirurgia...

Dulce: Do que está falando? – desvia o olhar para as mangueiras de soro.

Alfonso: Você disse que me também me amava e..

Dulce: Eu disse isso?

Alfonso: Disse. – sorri.

Dulce: Devia estar delirando. Desculpe. – ela o encara.

Alfonso: Não. Como assim delirando?! Você estava bem. E eu ouvi claramente o que disse. – a encara.

Dulce: Alfonso esquece isso ok? Se você ainda não se tocou, estou muito bem com o Rodrigo, obrigada. – responde calmamente.

Alfonso: Ah é claro. Aconteceu tudo aquilo ontem a noite e você está maravilhosamente bem com ele! – começa a andar de um lado para outro no quarto.

Dulce: Esqueça tudo isso. Não vai mais acontecer. Nunca mais.

Alfonso: Não acredito! Eu digo que te amo, você diz que me ama, e não podemos ficar juntos?! Por que?! – a encara.

Dulce: Por que? Ora, há quatro anos atrás você disse que me amava, eu disse o mesmo, e o que aconteceu?

Alfonso: Isso não importa agora!

Dulce: Ah não? Não vou magoar o Rodrigo.

Alfonso: Ele ficaria magoado se soubesse o que fizemos.

Dulce: Cale essa boca! Ele não vai ficar sabendo. E esse ocorrido não irá se repetir.

Alfonso: Vai me dizer agora que não significou nada pra você?!

Dulce: Claro que não. Eu nem lembro de nada.

Alfonso: Dulce! Está me ofendendo!

Dulce: Não. Estou devolvendo na mesma moeda. Ou se esqueceu do que me disse depois da festa do Alfonso?

Alfonso: Não quer admitir o que diz e o que faz, porque tem medo! Medo de ficarmos juntos outra vez, sermos uma família para o Miguel!

Dulce: Está me dando dor de cabeça. Dê o fora.

Alfonso: Ah claro! – ele fala alto. - Só precisa de mim quando está em apuros! Depois é tchau Alfonso. Adeus Alfonso. Dê o fora Alfonso. – ele a encara. - Sua mentirosa!

Dulce: Não sou obrigada a escutar isso! Acorde Alfonso! Vá viver a sua vida! De preferência bem longe e me deixe em paz! – ela se agita na cama.

Alfonso: É, eu poderia ir se não tivesse um filho. – ele a encara, com os olhos com lágrimas.

Dulce: Desculpa. – ela o encara. - Olha, não estou bem. Não quero brigar mais com você. Mas, esquece tudo isso Alfonso. Não podemos mais ficar juntos, não daria certo.

Alfonso: Diz isso porque se acomodou a essa vida e não quer arriscar! – respira fundo, evitando as lágrimas. – Você tem medo! – se aproxima dela.

Dulce: Não! Eu só... – ela é interrompida pelo sabor dos lábios de Alfonso que apertaram os dela, num beijo vigoroso.

Alfonso: Diz agora que não me ama, que não me quer nunca mais. – ele diz entre o beijo. - Diz!

Dulce: A-Alfonso, pare com isso. – ela tenta empurrá-lo.

Alfonso: Eu não vou desistir. Não tão facilmente. Mesmo que você não queira. – se levanta caminhando até a porta. - Te vejo depois Dulce. – sai batendo a porta.

Imóvel com as palavras sinceras de Alfonso, Dulce começou a divagar em pensamentos longínquos que a levavam para um passado que ela não queria recordar.

Flash-back.

Era uma fria tarde de Janeiro quando a banda RBD desembarcava no Aeroporto Gatwick, em Londres. Estavam nervosos para aquela que seria a primeira turnê da capital inglesa. Todos guardavam suas malas no automóvel que os levaria até o hotel, Any e Ucker  brigavam com uma das bagagens enquanto Mai, Poncho e Christian chutavam a neve da calçada. Dulce estava calada, segundo Any  “calada demais”.

Ucker: O que tá pegando, Dul?

Dulce: Nada. Não gosto muito desse lugar.

Any: Você nem chegou e já não gosta?

Dulce: É. - aquele ar pesado e esfumaçado de inverno, aquelas ruas movimentadas e estreitas começavam a deixar a moça com dor de cabeça.

Christian: Abre o jogo Dul! Está encanada com o que?

Dulce: Com nada.

Mai: Pense nos nossos fãs! Quando imaginamos ter fãs ingleses?!

Dulce: Ouvi dizer que essa é uma sociedade arrogante e fútil. – sorri de lado.

Alfonso: Como todas as outras do mundo! – sorri, colocando uma das mãos no ombro dela.

Dulce: Me deixa. – se afasta dele entrando no carro.

Christian: Xiii, É TPM. Aposto! – ele ri.

No interior da van.

Mai: Que fome. Comeria um boi inteirinho se pudesse!

Any: Credo Mai! – ela ri. - Não conhecia esse seu lado totalmente carnívoro.

Mai: Ah vai me dizer que também não estão?

Christian: Estão com o que?

Mai: Fome!

Christian: Demais. Quero uma pizza.

Ucker: Será que vai demorar a chegar ao hotel?

Mai: Parece que sim.

Ucker: Droga! Estou apertado!

Christian: Então vire essa bunda pra lá!

Ucker: Falou o cheiroso! – ele ri.

Any: Oh gente! Sem porquisse! Por favor!

Mai: Dê uma olhadinha nesses dois.- aponta para Dulce que dormia com a cabeça no peito de Alfonso, e este com a sua sobre a cabeça dela.

Any: Que bonitinhos!

Christian: Que malandro! Aproveitando-se da situação!

Alfonso: Aproveitando-se o caramba! – fala baixo, abrindo os olhos.

Ucker: Está acordado, é? – ele ri.

Alfonso: Claro que sim.

Any: Então o que significa isso?

Alfonso: Nada. Eu só. Só ofereci o peito pra ela apoiar a cabeça, não posso?!

Mai: Claro que pode.

Any: Se você fosse o namorado dela! – completa, rindo.

Alfonso: Ah que besta! – faz careta. - Vocês só tem merda na cabeça!- sorri de lado.

Oso: Olha a boca ai atrás!

Christian: Viu Poncho, papai disse que vai lavar sua boca com sabão! – ele ri.

Alfonso: Hoje vocês deram pra pegar no pé, hein!

Ucker: Não reclame. Não estamos pegando no seu pé. Reclame com as revistas que publicaram aquela...

Alfonso: Que revistas? Aquela o que?!

Any: Todas que publicaram seu affair pela Dulce.

Alfonso: Ah, já me acostumei com isso.

Mai: Ah, Poncho, você deu alguma declaração sobre isso?

Alfonso: Claro que não!

Mai: Não? Então por que...

Alfonso: Por que o quê?! Está acontecendo alguma coisa que não sei?

Any: Poncho. Ficou louco? Todas as revistas publicaram sua frase!

Alfonso: Que frase?

Mai: “Deixem que publiquem, eu gosto!” ?

Alfonso: Ahn?

Any: Aqui! – ela tira algo da bolsa. – Leia! –ela ri, Alfonso passou os olhos rapidamente pela notícia.

Alfonso: Eu disse isso?!

Ucker: Nós é quem queremos saber, disse?

Alfonso: Hum, a Dulce viu isso?

Any: De relance, mas nem ligou. Parece que se acostumou com essa ideia que todos sempre querem o romance entre vocês de volta! Deve ter achado que é um boato. Mas então! Você disse ou não?!

Alfonso: Talvez eu tenha dito!

Mai: Ah! Então confessa! Que lindo Poncho, isso é uma declaração! Não é romântico, mas mesmo assim.

Alfonso: Não viaja Mai! – ele ri. – Foi só uma entrevista descontraída, e falem baixo ou vão acordar a Dul.

Any: Não precisa dizer mais nada. Já entendemos tudo. - sorrindo, balança a cabeça. Mas o que ninguém sabia era que Dulce também não dormia, estava bem atenta a conversa dos amigos, se Poncho não havia desmentido a suposta frase era sinal que de sentia alguma coisa por ela. Para esconder um leve sorriso que se formava no canto de seus lábios, fingiu cair para o outro lado do banco, com o rosto bem longe da visão dos companheiros.

Oso: Chegaremos em dez minutos!

Ucker: Dez minutos?! Até lá já mijei na calça! – se contorcia na van.

Fim do Flash-back.

Na cama do hospital Dulce suspirou.

Dulce: Eu não vou deixar. Não vou. – afirma para si mesmo, com a ideia de não deixar Alfonso reconquistar seu coração, ou melhor, não deixa-lo perceber que jamais o havia perdido. - Tenho que reconstruir minha vida amorosa. Não do lado dele. Droga, Dulce María! Quantas vezes você já disse isso?! Não. Mas dessa vez vou ser firme! Não vou dispensar o Rodrigo que é tão legal comigo e com o Miguel. Não mesmo. - ao mesmo tempo em que cuspia palavras duras para si mesma, pensava em como seria bom para Miguel ter o pai sempre por perto, morando no mesmo teto, uma presença masculina a quem pudesse se espelhar todos os dias. Bom para Miguel? Ok. Confessava que seria com pra ela também, como fora há alguns anos. - Pode ser bom com o Rodrigo também. – suspira. - Pode ser. – seu celular começa a vibrar na mesinha ao lado, ela se estica um pouco e o atende. - Alo?

Rodrigo: Dul! Que bom te ouvir! – estava preocupado.

Dulce: Rodrigo! – ela sorri.

Rodrigo: Mate me contou o que aconteceu! Estou embarcando agora mesmo. Vou desligar, a ligação está ruim. Beijo, te vejo logo. – desliga.

Dulce: Ah? O que foi isso? Alo? – ela encara o celular.

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