Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Alfonso tomou banho pensando nas palavras de Dulce “Vou pensar”! Já era um avanço, certamente a deixara balançada, mas não queria pressioná-la. Colocou somente a calça do pijama, fazia calor, e desceu as escadas em direção à cozinha para fazer um lanche. Eram duas da madrugada, Poncho cantarolava no escuro até o interruptor da sala, quando acendeu a luz avistou uma Dulce adormecida, toda torta, deitada no piso frio.

Alfonso: Oh dó! – sorri, resmungando para si. - Assim vai ficar doente, teimosa! – se aproxima cautelosamente, a recolheu com seus braços sem dificuldade. - Leve como sempre. – sorri dando um leve beijo na testa dela e subindo cuidadosamente as escadas mas, no meio do caminho Dulce acordou.

Dulce: O que está fazendo? – sussurra, com os olhos semiabertos.

Alfonso: Vou te levar para o seu quarto. – a encara. - Você estava dormindo no chão, mas se quiser posso te colocar lá novamente. – segura o riso.

Dulce: Melhor o quarto. – responde sonolenta e sem se importar, Dulce virou a cabeça na direção do peito de Poncho, aconchegando-se nos braços do ex.

Alfonso adorou o gesto e continuou o trajeto até chegar em seu quarto, onde deitou Dulce na cama e a cobriu com um lençol. Já estava saindo quando foi interrompido por uma voz manhosa que ele simplesmente adorava.

Dulce: Aonde vai?

Alfonso: Dormir em outro lugar. – ele fala baixo.

Dulce: Por que?

Alfonso: Por que eu lembrei que uma vez você me disse que adorava a vista aqui do quarto, quero que se sinta bem quando acordar pela manhã.

Dulce: Não quero incomodar. – ela piscava lentamente.

Alfonso: Você nunca incomoda.

Dulce: Deite-se.

Alfonso: O que?

Dulce: Estou dizendo para se deitar. Não vou morrer se dormir ao seu lado, vou? – sorri sonolenta. Alfonso retribuiu o sorriso, feliz, parecia que as coisas finalmente estavam dando certo.

Dulce: Fique com as suas mãos bem longe de mim!

Alfonso: Certo, nada de mão-boba. – ele se ajeita na cama.

Dulce: Boa noite.

Alfonso: Dul?

Dulce: O que?

Alfonso: Vai pensar com carinho?

Dulce: Pensar o que? – pergunta, quase dormindo.

Alfonso: Esquece! - suspira, virando-se de costas pra ela, e em seguida, pegou no sono.

Durante a noite Dulce teve um sonho esquisito, estava numa espécie de escritório ao ar livre, era um lugar estranho, ao invés de piso, o chão era de grama bem verde e curta, os móveis eram bem rústicos, havia alguns passarinhos coloridos pousados na enorme mesa de carvalho, o céu estava claríssimo, sem uma nuvenzinha sequer, mas o mais estranho dentro desse cenário era uma porta branca de maçaneta prateada que flutuava no ar. Dulce vestia a mesma roupa que dormia mas na cor branca, por alguma razão se sentia leve, como se uma criança pudesse carregá-la sem dificuldades. Assustou-se quando a porta se abriu de supetão e um homem de calça e moletom também brancos, entrou no recinto carregando alguns papéis.

Homem: Olá Dulce! – ele a encara sorrindo, a moça deu um pulo alto, flutuando alguns centímetros do chão, conhecia muito bem aquela voz, querida e famosa de seu falecido amigo Christian.

Dulce: C-christian? – ela pergunta, sem se virar.

Christian: Oi Dul. Como vai?

Dulce: B-bem! – ela se vira, encarando-o. - E v-você? – Ela o observava, Christian estava exatamente igual da última vez que estiveram juntos, pouco antes do desentendimento, porém, ele emanava um ar diferente, mais seriedade.

Christian: Ótimo! – ele sorri se aproximando, seu semblante era calmo e sereno como o de uma pessoa que não tivesse preocupações. - Sente-se! – ele passa por ela caminhando para trás de uma mesa, sentando-se.

Dulce: Onde estamos? – ela se senta.

Christian: Onde você quer estar!

Dulce: Isso é um sonho? – pergunta confusa.

Christian: Responda-me você.

Dulce: Sabe que eu odeio enigmas. O que significa tudo isso?

Christian: Tire suas próprias conclusões! – sorri.

Dulce: Você está estranho.

Christian: Quer conversar? – ele ignora o comentário e arrumando os papéis sobre a mesa.

Dulce: Sobre?

Christian: Sobre você, sobre sua vida.

Dulce: Q-quero! - na verdade não queria, mas algo tinha feito com que ela respondesse o contrário. Ainda tentava entender o que significava tudo aquilo. Era tudo estranhamente real.

Christian: Eu já esperava essa resposta.

Dulce: Você não é o Christian.

Christian: Claro que sou!

Dulce: Então por que está tão sério? Cadê as palhaçadas? As alegrias?

Christian: Não podemos brincar em serviço! – sorri, piscando para ela.

Dulce: Que serviço?

Christian: Ora Pimentinha, meu trabalho, a RBD, você sabe. – ele dá de ombros.

Dulce: Sei? - aquelas palavras misturavam-se em sua cabeça e a cada minuto ficava mais confusa.

Christian: Sabe.

Dulce: Estou tão confusa.

Christian: Conte-me o que te aflige.

Dulce: É o amor!

Christian: Sempre ele! – ele sorri. - Sempre.

Dulce: Pois é. Estou perdida. Não sei o que fazer! - na verdade não sabia o que fazia ali, abrindo-se daquela forma em um sonho, mas não conseguia conter as palavras e nem esconder as angustias, seu peito queimava por dentro, estava tonta diante da presença do amigo.

Christian: Faça o que é certo.

Dulce: E o que é certo?

Christian: O certo é o que seu coração manda e sua razão aprova.

Dulce: Mas isso não existe! A razão é justamente o que impede as ações do coração.

Christian: Está enganada. Sei exatamente o que seu coração pede e deseja constantemente, a razão já concordou. Mas um mal maior a impede de agir, de aceitar.

Dulce: Que mal?

Christian: Digamos que o medo, a teimosia. Isso sim impede as ações do coração.

Dulce: Eu...- ela o encarava, sentiu uma grande vontade de chorar, as lágrimas já brotavam em seus olhos. - Eu sei.

Christian: Não chore Dul! – ele se inclina esticando uma de suas mãos para ela, Dulce a segurou. - Basta fazer o certo, e você sabe muito bem como. – sorri piscando para ela. – Bem, preciso ir embora! – ele se põe em pé.

Dulce: Por que?! – se levanta junto.

Christian: Meu tempo acabou chuckie!

Dulce: E vai pra onde?

Christian: Você é muito curiosa Dul! – revira os olhos.

Dulce: Como se você não fosse! – ela sorri.

Christian: Até Dulce! – se aproxima, abraçando-a, calor e uma sensação de conforto invadiram o corpo dela.

Dulce: A-até! – ela o abraça, com força, fechando os olhos, devido a luminosidade que se formava ao redor deles.

Christian: Ah, e obrigado!

Dulce se sentiu mais tonta, e sua visão ficava cada vez mais embaçada, até que em poucos segundos tudo havia sumido. Ela se encontrava agora em seu carro, presa no trânsito com um enorme urso de pelúcia no banco traseiro, aquele boneco estava atrapalhando sua visão.

Dulce: Quem colocou essa droga aqui?! – ela pisa fundo no acelerador, disparou em direção a um muro, mas antes que colidisse o urso abriu a porta e ambos saíram de mãos dadas. Agora novamente encontrava-se em outro cenário, mais familiar, era seu antigo apartamento, o mesmo onde morava logo que chegou ao México depois de uma longa estada fora do país. Sorriu satisfeita ao ver que tudo estava em seu devido lugar, caminhava até a janela quando duas grandes mãos agarram sua cintura, puxando-a para trás.

Alfonso: Te amo ardilla! – sorri, beijando a nuca dela, Dulce se virou para ele sorrindo e o abraçou.

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