Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Dulce estava no estúdio, concentrada em ler o roteiro do programa, sentada num sofá, segurava aquele bolo de papeis brancos, enquanto os produtores preparavam tudo e o diretor verificava a posição das câmeras.

Maite: Dul?

Dulce: Oi Mai. Cadê a Any? Já começaremos a gravar.

Maite: Foi retocar a maquiagem. – se senta ao lado da amiga. - Dulce preciso te contar algumas coisas.

Dulce: Contar o que? Por acaso tem a ver com o que estava conversando com a Any?

Maite: Tem sim, tem tudo a ver.  Mas primeiro quero que me prometa que não ficará chateada comigo.

Dulce: Ei Mai, vamos com calma, ok? – ela se ajeita na cadeira. - Que motivos eu supostamente tenho para ficar chateada contigo? 

Maite: Bem, vamos lá. – ela começa a contar

...

Maite: E é isso. Desculpe-me por não ter contado antes Dul. - Dulce parecia chocada com a atitude da amiga, não era fácil decifrar que reação parecia expressar, simplesmente olhava para Maite incrédula. - Eu achei que não tinha mais importância e...

Dulce: Preciso sair daqui. – a interrompe.

Maite: Dul! Espere! – era tarde demais, Dulce saia feito um bala de canhão em direção a saída do estúdio.

Diretor: Onde ela pensa que vai?! – se aproxima de Maite.

Mai: Ela está... Está passando mal.! – força um sorrisinho.

Dulce: Preciso de ar! – caminhava em direção ao estacionamento. - Não pode ser! – segura as lágrimas. – Como pude acreditar nessa mentira idiota? –respira fundo. – Ah Poncho!  Ela caminha desnorteada até se chocar contra alguém.

Ucker: Oi Dul! Cuidado! – sorri segurando-a pelos ombros. - Aonde vai com tanta pressa?

Dulce: Christopher, você sabe onde o Alfonso está?! – o encara.

Ucker: O Poncho ?- a olha estranhando a pergunta. - Aconteceu alguma coisa com o Miguel?

Dulce: Não! O João está ótimo. Sabe onde ele está ou não?!

Ucker: Não faço ideia Dul. Sabe da Any?

Dulce: Sei lá. – ela volta a caminhar.

Dulce tentou entrar em contato com Alfonso durante todo o dia, estava atordoada, andava de um lado para outro na sala enquanto Miguel tentava mais uma vez tomar banho sem o auxilio da mãe.

Dulce: Toma direitinho que depois a mamãe vai ver! - a campainha tocou. - Ai que saco! – caminha a passos lentos para atender. - Já vai! – ela continua resmungando e abre a porta.  – Alfonso?

Alfonso: O Miguel está bem?! – ele entra. - Eu vi suas ligações na caixa postal! O que aconteceu com ele?!

Dulce: Nada! – ela fecha a porta. - Ele está ótimo, está aprendendo a tomar banho sozinho.  – sorri da preocupação dele.

Alfonso: E por que me ligou tantas vezes?

Dulce: Eu...precisava falar com você! – cruza os braços.

Alfonso: E precisa entupir a caixa postal? – sorri, relaxando. - O que tem de tão urgente pra falar comigo?

Dulce: Queria conversar sobre nós dois, sobre o que aconteceu lá na praia e...

Alfonso: Não precisamos falar sobre isso.

Dulce: Mas Poncho, hoje a Maite me disse que...

Alfonso: Não me interessa o que a Mai disse. – ele respira fundo. - Esquece isso, ok? Além do mais nem existe “nós dois” esqueceu? Existe eu, o pai o seu filho e você a mãe dele.

Dulce: Sente-se Alfonso ! – ela diz exasperada. - É sério o que tenho a dizer.

Alfonso: Não temos nada a falar. – a encara. - Agora se me dá licença. – ele caminha para a porta.

Dulce: Espere! – ela se põe na frente dele. - Precisamos conversar, você precisa me ouvir, eu cometi um erro grave.

Alfonso: O que ficou no passado ficou.

Dulce: Alfonso você não está entendendo!

Alfonso: Estou entendendo tudo perfeitamente. – ele se desvia dela.

Dulce: Alfonso, a Mai me contou que a Perla plan...

Alfonso: Chega! Não fale da Perla, ela não está aqui para se defender. – caminha até a porta. - Até Dulce, pego o Miguel na sexta. Diz pra ele que eu dei boa noite.

Dulce: Não. Calma! – o segura pelo braço. - Por favor! – Alfonso a encara por longos segundos.

Alfonso: Ok. – ele suspira, rendido ao olhar dela. – Diga!

Dulce: Sente-se.

Alfonso: Estou com um pouco de pressa.

Dulce: Quero te pedir perdão. – diz claramente.

Alfonso: Desculpe, como? – a encara, confuso.

Dulce: Estou pedindo perdão por ser tão idiota. Eu não sabia que...

Alfonso: Que o que?

Dulce: Que a Perla tinha inventado tudo aquilo. Desculpe, sabe quando ela me falou aquelas coisas no telefone fiquei confusa, com medo, eu não sei! E você foi se afastando, achei então que tudo era verdade. – ela suspira. - Hoje de manhã a Mai me contou tudo, a principio achei que era brincadeira, então caiu à ficha, fiquei sem saber o que fazer, então te liguei, precisava falar com você! Pedir desculpas! Ah Deus! Sou tão burra! – ela falava sem parar. - E...

Alfonso: Dulce! – ele sorri confuso. - Vai devagar, não entendi absolutamente nada.

Dulce: Estou te pedindo perdão, por tudo o que fiz lá na praia e depois dela. Eu sei que pode parecer contraditório Alfonso mas, desde aquele dia não parei de pensar em nós dois, em tudo o que aconteceu, isso tudo me atormenta tanto, eu sinto tanto a sua falta que...

Alfonso: Dulce! – a interrompe, meio chocado com as declarações da ex-mulher, seu coração deu um pulo dentro do peito, mas Alfonso conseguiu controlá-lo e raciocinar. – Eu te perdoo! - Impulsiva como sempre, Dulce o abraçou forte, aliviada por ouvir aquelas palavras.

Dulce: Obrigada Poncho! – o abraçava com força, os cabelos dela exalavam um perfume tão doce que Alfonso quase entrou em transe. - O que faremos agora?

Alfonso: Como assim o que faremos? – a olha.

Dulce: Digo... – ela se afasta um pouco. - Vamos tentar outra vez? – Alfonso deu um passo para trás.

Alfonso: Tentar novamente? - disse um sorriso no canto dos lábios. Dulce soube identificar o tom irônico que Alfonso colocara naquela frase. -Acho que você não entendeu Dul.

Dulce: Não entendi o que?

Alfonso: Que eu te perdoo, mas que isso não significa que ficaremos juntos outra vez.

Dulce: Mas...

Alfonso: Não dá mais certo Dulce. – a encara. - Estou bem como estou Dulce e acredito que você também esteja. Não vou negar que ainda te amo, mas a confiança que existia entre nós dois já se acabou faz tempo.

Dulce: Alfonso eu errei em não te contar sobre a ligação aquela noite. Me desculpe pela atitude ingênua de minha parte, mas isso não teve nada a ver com confiança e sim...

Alfonso: Dulce eu tentei de todas as maneiras te reconquistar e bem antes disso você sempre resistiu.

Dulce: Você nunca precisou me reconquistar Alfonso! – ela enxuga o rosto. - Eu sempre fui sua.

Alfonso: Você estava sempre tão desconfiada. Confesso que pensava em desistir. Então você decidiu ficar lá na praia comigo, e aquela noite foi tão maravilhosa. – falava andando de um lado para outro. - Eu pensei mesmo que a partir dali poderíamos ser novamente um família feliz para o nosso filho, mas me enganei. –a encara.

Dulce: Mas eu já te expliquei que...

Alfonso: Agora! Você se explicou agora Dul. – respira fundo. - Mas e antes? Quis me ouvir? Quis conversar? Você sempre foi assim. Só acredita na minha palavra depois que alguém ou algo a faz abrir os olhos para verdade, não ouse negar.

Dulce: Você tem razão. Mas isso não significa que nós...

Alfonso: Pra mim esse “nós” não existe mais. – ele diz com firmeza, mesmo que contra vontade. - O único elo que ainda nos une é o Miguel, e é por ele que ainda estou aqui. – ele desvia o olhar, doía dizer tudo aquilo, mas estava cansado das idas e vindas entre os dois.

Dulce: É assim mesmo que pensa? – ela o encara com lágrimas nos olhos.

Alfonso: Agora sim!

Dulce: Isso quer dizer que nunca mais ficaremos juntos, nunca mais?

Alfonso: É exatamente o que estou tentando lhe dizer.

Dulce: Ok. – ela respira fundo segurando as lágrimas. - Eu entendo perfeitamente.

Alfonso: Tudo bem. – ele a encara, resistindo a vontade de abraça-la e beijá-la ali mesmo. – Bem, vou tentar vê-la só em último caso e gostaria que fizesse o mesmo.

Dulce: Temos um filho juntos Alfonso, isso é meio impossível.

Alfonso: Você já conseguiu uma vez.

Dulce: Tem razão. – sorri nervosa. - Acho melhor você ir.

Alfonso: Adeus Dul. – ele caminha até a porta, abrindo-a.

Alfonso: Adeus Alfonso. – ela o segue, parando na frente da porta. - Ah e não se esqueça de passar na lixeira antes.

Alfonso: Pra que? – se vira para ela.

Dulce: Pra jogar todo o amor que diz sentir por mim no lixo, afinal ele já não serve pra nada. – ela bate a porta na cara dele.

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