Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Após a saída de Alfonso, Dulce se encostou à porta, chorando enquanto abraçava o próprio corpo.

Miguel: Mamãe. – ele entra na sala com um pijama branco e pantufas de urso. Dulce se assustou com a presença do menino.

Dulce: Meu amor! – ela enxuga o rosto. - Você não estava dormindo?

Miguel: Por que você está chorando mamãe? – se aproxima dela.

Dulce: N-não estou c-chorando! – a pega e o puxa para seu colo. - Vem meu amor, amanhã você tem aula, precisa ir pra caminha.  

Miguel: Mas eu quero ficar com você mamãe. – segura o rosto de Dulce com as duas mãos.

Dulce: Meu anjo, você tem que dormir mais na sua cama. Ela está com saudades. – força um sorriso.

Miguel: Está?

Dulce: Sim. – sorri se levantando e segurando o filho pelas mãos, levando-o até o quarto. - Deite-se aqui meu querido. – o cobre,

Miguel: Fica Mamãe, o bicho peludo vai me pegar.

Dulce: Não existe nenhum Bicho Peludo meu amor. – sorri beijando a testa do menino. - A mamãe vai deixar a luz acesa, ok? – acaricia o rosto dele. - Boa noite, sonhe com os anjinhos!

Miguel: Eu te amo mamãe. – sorri.

Dulce: Eu também de amo meu galã mirim. - sorri abraçando-o. - Durma bem! Aqui seu jacaré. – entrega a ele a pelúcia.

Miguel: Boa noite mamãe. – diz antes de fechar a porta.

Duas da manhã, o tempo estava frio, o vento batia nas janelas, zunindo. Dulce dormia profundamente, a TV estava ligada no canal de noticias que anunciava um acidente de carro em Guadalajara. Em seu quarto João Miguel vasculhava o armário, Duke que dormia algumas noites com o menino, latia.

Miguel: Fica quieto Duke! – sussurra bravo. - Vai acordar a mamãe! - vestia uma blusa de lã ao avesso. - Duke! LARGA! - puxava a mochila da boca do cão que corria para baixo da cama. - Larga Duke! Cachorro mal!  - ele consegue tirar a mochila do cachorro. - Você não pode contar nada pra mamãe Duke. Ela vai chorar se você contar.
Duke continuava a latir.

Miguel: Eu também vou ficar com saudades. Mas você é bobão e não pode fugir comigo. Vem Duke - sai do quarto e indo até a cozinha. - Ah você também não pode contar que eu comi bolacha, olha eu vou deixar o Jackie (jacaré) pra mamãe, você entrega pra ela. – entrega o jacaré e Duke o apanha coma boca e o solta em seguida, mordendo a barra da blusa do menino.

Miguel: Preciso ir Duke. Talvez se a mamãe ficar sozinha o papai volte e fique aqui. Ai eu vou ter os papais juntos e os bobões da escola vão parar de me xingar. – ele acariciava o cachorro. - Por que meus papais são assim? Brigam, brigam, brigam. – falava com o cachorro. - A mamãe disse que brigar é feio e que eu não posso fazer isso, mas ela faz, é? – caminha e apanha as chaves da saída de serviço debaixo do tapete. - Tchau casa.

No outro dia bem cedo.

Dulce: Eu não sei! – o coração dela dispara. - E-ele estava aqui! E-eu mesma o coloquei pra dormir e...

Alfonso: Disso eu já sei! Mas onde ele está?! – andava de um lado para o outro no apartamento dela.

Dulce: Já disse que não...

Alfonso: ONDE ELE ESTÁ DULCE?! – a segura pelos braços com força. - Está de brincadeira comigo?! Vai me proibir de vê-lo agora?!

Dulce: E-eu não estou brincando. – se solta dele.

Alfonso: Então onde ele está?!

Dulce: Não sei! NÃO SEI!

Alfonso: Como uma mãe não sabe onde está seu filho de quatro anos?!

Dulce: S-será que ele decidiu ir ao colégio sozinho?

Alfonso: Pode ser. –a fuzila com o olhar. - Já que a mãe não o leva. – sorri ironicamente.

Dulce: Não me julgue idiota! Essas coisas acontecem! Nunca acordou atrasado?!

Alfonso: Não quando o Miguel está em casa e tem aula.

Dulce: Vai me condenar agora?! Lembra de quando se atrasou e sua namoradinha raptou o João?

Alfonso: Não vem ao caso! A questão é que você é uma irresponsável Dulce! Deixa o garoto faltar a aula porque a Bela Adormecida da mãe dele não acordou!

Dulce: Cala essa boca!

Alfonso: Não, não calo! O que você fez com o meu menino Dulce? – volta a andar de um lado para outro. - Também, uma criança cuidando de outra. – resmunga.

Dulce: O que disse?

Alfonso: Que você é imatura! Não sabe cuidar de si mesma que dirá de um filho! Não presta nem para ser mãe!

Dulce: Imaturo é você que está discutindo comigo enquanto o nosso filho está perdido por ai! – o encara com firmeza, mesmo magoada com as palavras duras que ele proferia contra ela.

Alfonso: Assim que o Miguel aparecer vou direto ao meu advogado!

Dulce: O que seu advogado tem a ver com isso? – o encara.

Alfonso: Tem a ver que vou até lá para entrar com o pedido de guarda do João Miguel!

Dulce: O-oque?! – ela o encara perplexa. - VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!

Alfonso: Tanto posso como vou. – a encara. - E está decidido!

Dulce: Não pode estar falando sério! – o encara, segurando as lágrimas.

Alfonso: Nunca falei tão sério em toda a minha vida! E...- Dulce não deixou Alfonso terminar, deu as costas a ele e saiu em direção ao quarto. Ele a seguiu.

Dulce: Saia daqui! – vestia uma calça jeans apressadamente.

Alfonso: O que está fazendo?

Dulce: É cego por acaso?!

Alfonso: Aonde vai?!

Dulce: PROCURAR O MEU FILHO É CLARO!

Alfonso: Então eu vou com você!

Dulce: Quero ir sozinha! – veste um casaco.

Alfonso: Não vou deixar...

Dulce: Você não é ninguém para me impedir Alfonso. – passa por ele com pressa.

Alfonso: Posso não ser ninguém na sua vida, mas continuo sendo o pai do seu filho! Sendo assim eu vou! – parte atrás dela. - Cadê as chaves do seu carro?

Dulce: E-eu... Não sei!- desce as escadas com pressa, tropeçando no último degrau, Alfonso a segura.

Alfonso: Calma ok?

Dulce: VOCÊ NÃO ENTENDE!- apanha um porta retratos com a foto do filho.

Alfonso: Não entendo o que?!

Dulce: Você não entende nada. Nada! Nunca vai saber o que é ser mãe. – enxuga o rosto.

Alfonso: Dulce sem crise agora! Vamos logo! – ela o encara e sai pisando fundo na frente dele.

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