Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Dulce fechou a cara e não dirigiu mais a palavra a Alfonso durante todo o caminho a delegacia. Demoraram duas horas para fazer a ocorrência e Dulce já estava impaciente.

Dulce: Eu disse que essas coisas demoram e não dão em nada! – andava de um lado para outro.

Alfonso: Eles sabem o que fazem Dulce.

Dulce: Admira-me que esteja tão tranquilo.

Alfonso: Não estou tranquilo! Estou tão preocupado quanto você!

Dulce: Não é o que parece! Caramba Alfonso é o nosso filho que está vagando por ai sem rumo! - segura o rosto dele com força e com um olhar desesperado.

Alfonso: Eu sei Dulce Maria! - retira as mãos dela de seu rosto, o gesto provocou em Dulce uma raiva que ela não conseguia explicar. Não entendia como Alfonso tinha conseguido mudar tanto, sabia que ele sempre fora venerável ao seu toque, as suas caricias.

Dulce: Então vamos procurá-lo! Por favor! Não aguento ficar aqui nessa sala, presa sem fazer absolutamente nada! Por favor! É angustiante! Por favor Alfonso!

Alfonso: Ok Vamos. – ele respira fundo. - Mas tem que me prometer ficar calada! Sem mais ataques de histeria! Hoje sua voz esta particularmente irritante.

Dulce: Se prometer ser mais gentil! – sai na frente dele pisando fundo.

Quatro horas! Quatro incessantes horas dando voltas e mais voltas de carro em busca de João Miguel. Já passava das dezenove da noite e Alfonso estava cansado, seu estomago roncava de fome e as pontas de seus dedos formigavam.

Alfonso: Dulce?

Dulce: Vamos voltar para o quarteirão do condomínio. – ela olhava pela janela do carro. - Ele pode ter se escondido por ali.

Alfonso: Dulce?

Dulce: Vai ver ficou com medo de andar sozinho. – falava sozinha.

Alfonso: Dulce é melhor pararmos por aqui. Já está tarde, a policia está procurando e...

Dulce: Ele é meu filho e não vou desistir Alfonso.

Alfonso: Já passamos por todos os lugares que ele poderia estar!

Dulce: Ok! Destrave a porta. – ela retira o sinto.

Alfonso: O que?

Dulce: Destrave essa merda de porta!

Alfonso: Não antes que me diga o que pretende fazer.

Dulce: Ora o que pretendo! – ela ri de nervoso. - Procurá-lo é claro! Sozinha!

Alfonso: Não. – ele estaciona, mas mantem as portas trancadas.

Dulce: Olha aqui Alfonso, você não é meu marido, meu amante, e muito menos meu amigo, portanto, não pode me impedir de fazer alguma coisa por alguém que amo de verdade, incondicionalmente!

Alfonso: Está ficando doida. – ele coloca as mãos no rosto, dando um grito abafado.

Dulce: O único doido aqui é você que não vê o perigo de um garotinho de quatro anos estar vagando por essa cidade perigosa, sozinho! Ele é a coisa mais importante da minha vida entendeu?! Agora se você não lhe atribui esse valor, caia fora e me deixe procurá-lo sozinha e em paz!

Alfonso: Dulce!

Dulce: Eu ainda não terminei! Você me julga uma péssima mãe, mas o péssimo aqui é você! Péssimo pai, péssimo homem, péssimo em tudo! Você se tornou tão egocêntrico que consegue agir friamente mesmo sabendo que sangue do seu sangue está perdido! Cansei de suas pedras contra mim Alfonso! Eu sei o que é amar alguém mais do que a mim mesma!

Alfonso: Está descontrolada, não é assim que as coisas se resolvem.

Dulce: Você não consegue sentir o que sinto porque não o gerou! Não o ama como eu o amo!

Alfonso: Não diga isso!

Dulce: É verdade, e a verdade dói.

Alfonso: Cale a boca!

Dulce: Não vou calar boca nenhuma! Você se perdeu Alfonso. Quer mesmo saber porque não voltei pra você?! – ela grita.

Alfonso: Isso já não me interessa mais!

Dulce: Eu não o conheço como o conhecia! O homem por quem me apaixonei se perdeu, morreu.

Alfonso: Não Dulce Maria! Esse homem mudou e está bem aqui, na sua frente! E você também não é mais a mulher por quem me apaixonei! Engraçada, doce, sublime.

Dulce: Tem razão. Não sou. – o encara.- Não pra você. – o encarava com uma vontade incontrolável de enche-lo de porrada. – Destranque essa maldita porta ou eu saio pela janela. – ela abaixa o vidro, Alfonso é mais rápido e bloqueia o botão.

Alfonso: Eu não posso deixá-la sozinha andando por ai.

Dulce: Você disse não se importa mais comigo, pra que me manter aqui? Deixe-me procurá-lo e que se dane o perigo.

Alfonso: Eu não posso! – responde, atordoado.

Dulce: Claro que pode!

Alfonso: NÃO POSSO!

Dulce: ABRA A PORTA OU EU PULO PELA JANELA!

Alfonso: NÃO VOU FAZER ISSO!

Dulce: POR QUE FAZ ISSO?! JÁ NÃO BASTA TUDO O QUE ME DISSE?! DEIXE-ME EM PAZ!

Alfonso: EU JÁ TENTEI MAIS NÃO POSSO! É INEVITAVEL!

Dulce: P-por que? – o encara, segurando as lágrimas.

Alfonso: Porque eu... Porque eu t... - O celular de Dulce tocou atrapalhando as palavras de Alfonso que suspirou.

Dulce: É a minha mãe! – ela encara o celular.

Alfonso: Atenda!

Dulce: Mamãe? Oi.

Blanca: Oi filha. Aconteceu alguma coisa?

Dulce: O que?

Blanca: Aconteceu alguma coisa?

Dulce: Como sabe que aconteceu?

Blanca: Sou sua mãe.

Dulce: Aconteceu sim. O Miguel sumiu. – ela começa a chorar. – Fugiu e...

Blanca: Só um minuto que tem uma pessoa aqui que quer lhe falar.

Miguel: Mamãe? - Dulce não conseguiu conter o choro, lágrimas e mais lágrimas molharam seu rosto num sentimento de alivio profundo.

Dulce: Oi meu bebê. – ela sorri.

Miguel: Oi Mamãe! - O garoto parecia contente por ouvir a voz da mãe.

Dulce: O que está fazendo ai meu amor? Como chegou até ai? A mamãe ficou preocupada.

Miguel: Desculpa mamãe. Você está chorando?

Dulce: Estou! Mas é porque fiquei feliz em saber que está bem meu anjo!

Blanca: Dulce, sou eu. Ele está bem. Seu pai o encontrou a uma hora brincando dentro de um supermercado. Tentei ligar mas só caia na caixa postal! Filha não chore.

Dulce: Não dá mamãe. – ela chorava mais.

Blanca: Acalme-se, ele está são e salvo aqui.

Dulce: É que só de pensar que alguma coisa poderia ter acontecido.

Blanca: Entendo. Mas fique tranquila. Ele está aqui conosco, estamos fazendo biscoitos e seu pai está o ensinando a fazer pipa. – Dulce sorriu.

Dulce: Graças a Deus, obrigada.

Blanca: Estamos te esperando.

Miguel: Tchau mamãe! – ela o escuta gritando do fundo. - Não chore! – Blanca desliga.

Alfonso: Então?! – a encara, Dulce não disse nada só o abraçou, forte, procurando a proteção nos braços dele, que dessa vez não repeliu a aproximação.

Alfonso: Pronto Dul!- ele a abraça gentilmente. - Ele está bem. Eu disse que estaria.  Sente as lágrimas da ex molharem sua camisa.

Dulce: É, ele está. –ela se afasta devagar. Limpando o rosto. - Graças a Deus. – suspira.- Vamos pra casa da minha mãe.

Alfonso: Ok! – ele se endireita e liga o carro. 

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