Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Alfonso caminhou até a saída mais próxima, com os olhos cheios de lágrimas. Aquilo não poderia ser verdade! Ele estava tão perto! Arrasado, sentou-se em uma cadeira de plástico, abaixou a cabeça com as mãos no rosto e começou a chorar.

Incomodado com os olhares curiosos de quem passava por perto, Alfonso enxugou o rosto com a palma das mãos, suspirou fundo e olhou para os lados. O tumulto ainda tomava conta do aeroporto, o barulho de vozes e bagagens sendo arrastadas o deixou com dor de cabeça, ele não queria voltar pra casa, não queria encarar os amigos e o filho e dizer que havia fracassado. Alfonso se levantou quando avistou uma cabine telefônica, caminhou até ela discando uma ligação a cobrar.

Alfonso: Alô.

Alfonso pai: Quem fala?

Alfonso: Oi pai, sou eu, Alfonso.

Alfonso pai: Alfonso! Como está filho?

Alfonso: Não sei papai. – suspira. – Triste, cansado.

Alfonso pai: Está arrependido de ter desistido do casamento?

Alfonso: Não, definitivamente não.

Alfonso pai: Então?

Alfonso: Depois eu explico! Pode me fazer um favor?

Alfonso pai: Claro filho, qual?

Alfonso: Pode vir me buscar aqui no aeroporto?

Alfonso pai: Aeroporto? - ele estranha. – Ok, me espere no portão 3 que daqui meia hora eu pego você.

Alfonso: Se conseguir! Tem um engarrafamento macabro aqui perto.

Alfonso pai: Eu dou um jeito. – ele ri. - Não saia daí!

Alfonso: Do que está rindo?

Alfonso pai: Nada, é que parece que sou um pai indo buscar meu filho adolescente em apuros.

Alfonso: Desculpe pai. É que eu não pensei em mais ninguém e...

Alfonso pai: Não estou reclamando Poncho! Já nos vemos. – ele desliga.

...

Alfonso pai: Coloque o cinto! – ele diz ao abrir a porta de seu carro para Poncho, vinte minutos depois de ter chegado ao aeroporto.

Alfonso: Pai, eu não sou mais criança.

Alfonso pai: Criança ou não ninguém anda comigo sem cinto.

Alfonso: Claro. – revira os olhos, colocando o cinto.

Alfonso pai: Então, vai me contar o que aconteceu! – ele dá partida.

Alfonso: Você viu o que aconteceu.

Alfonso pai: Só na igreja. Depois achei melhor não te perturbar. O que você estava fazendo aqui?

Alfonso: Vim procurar a Dulce!

Alfonso pai: No aeroporto?

Alfonso: Sim! Ela viajou para Madrid. Eu não consegui alcança-la e agora é tarde demais.

Alfonso pai: E o que pretendia com tudo isso?

Alfonso: Pedir perdão por não ter acreditado nela. Dizer o quanto a amo, o quanto quero te-la de volta. – olhava pela janela do carro, sua voz embargava mais conforme falava.

Alfonso pai: Você e a Dulce pra mim são um mistério. – dirigia atento.

Alfonso: Por que? – limpa uma lágrima discretamente.

Alfonso pai: Primeiro não precisa ter vergonha de chorar na minha frente. Sabe o quanto esse papo de homem ao chora é antiquado.

Alfonso: Sei. – ele funga. - Mas o que tem de misterioso comigo e com a Dulce?

Alfonso pai: Até hoje não consigo acreditar que conseguiram ficar tanto tempo separados. – sorri.

Alfonso: Ora, é óbvio não? Nos divorciamos e...

Alfonso pai: Mas nunca deixaram de se amar. – ele corta o filho. -Aliás que merda passou pela cabeça de vocês para pensarem em divórcio?!

Alfonso: Não sei! Se eu pudesse voltar atrás e mudar tudo... – ele fica em silencio. - Mas não posso, acabou pai!

Alfonso pai: Por que não vai atrás dela?

Alfonso: Era o que eu estava fazendo.

Alfonso pai: Estou falando em Madrid!

Alfonso: Pai, eu nem sei onde ela está!

Alfonso pai: Poncho, parece até que não é meu filho! Deixa de ser burro! Óbvio que a família dela deve saber de alguma coisa. E tem mais, e o Miguel? Acha que ela viajaria e o deixaria aqui? Provavelmente alguém iria embarca-lo depois.

Alfonso: Pai você é um gênio! – ele abre um sorriso.

Alfonso pai: E você um rapaz encrencado! Já esta na mídia que você fugiu de um taxista. – ele ri.

Alfonso: O desespero exigiu. Depois eu resolvo isso. Há coisas mais importantes em jogo.

Alfonso sênior deixou o filho em seu apartamento e partiu desejando sorte. Alfonso entrou em casa e foi direto para o banheiro, precisava urgentemente de uma ducha, entrou no chuveiro e deixou a água quente escorrer pelo corpo. Meia hora depois, mais relaxado saiu do banheiro, vestiu uma calça jeans e uma camisa, pegou uma jaqueta de couro marrom e as chaves de seu carro e saiu. Precisava pensar refletir, e em casa não era o melhor lugar, ele tinha o seu esconderijo especial que sempre visitava quando estava triste, ninguém sabia aquele segredo, quando queria ficar sozinho visitava o tal lugar e sempre voltava renovado.

Alfonso: Opa já ia esquecendo! – ele apanha anjinho de Miguel no fraque de casamento e sai.

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