Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Dulce corria de um lado para o outro da cozinha, vestindo um avental branco, segurando uma colher de pau nas mãos e com uma das bochechas suja de molho de tomate. Duas horas antes Alfonso havia ligado avisando que já estava em terras mexicanas e que em pouco tempo estaria em casa se o transito permitisse, Dulce que ajudava João Miguel com o dever de casa saiu correndo para cozinha, atrasada com o jantar surpresa que queria preparar para receber Alfonso.

Miguel: Mamãe o papai já chegou? – entra na cozinha de camiseta e cuequinha.

Dulce: Não príncipe, ele deve estar chegando daqui a pouco. – diz distraída, colocando uma forma no forno.

Miguel: Que horas?

Dulce: Não sei filho, a mamãe está... – ela se vira para ele. – Miguel, o que você está fazendo sem suas calças?! – ela sorri.

Miguel: Eu fui fazer pipi.

Dulce: Então vai lavar as mãos e colocar a calça. – apanha uma cebola e começa a picá-la.

Miguel: Ok. Hoje tem macarrão da Rosa?

Dulce: Não. Não tem macarrão da Rosa. – sorri. - Agora deixa a mamãe acabar aqui meu amor.

Miguel: Porque você está chorando?

Dulce: Porque estou cortando cebola filho.

Miguel: A cebola te machucou?

Dulce: Não! – sorri, balançando a cabeça. - Ela faz os olhos arderem e então choramos.

Miguel: Posso jogar videogame?

Dulce: Só até a hora do jantar.

Miguel: Eba! – ele sai, correndo para o quarto.

Dulce: Droga, ainda preciso tomar banho! – ela olha o relógio na parede que marcava dezoito horas. - Acho que dá tempo! – ajusta a temperatura do forno, tira o avental e sobe as escadas com pressa.

Uma hora depois, quando Dulce colocava um par de brincos de brilhantes, Miguel entrou no quarto com Duke que latia sem parar.

Miguel: Mamãe! Tá queimando!

Dulce: Queimando o que filho? - passava um batom fraco nos lábios e finalizando com o brilho.

Miguel: O fogão! O Duke queimou o focinho! – diz, assustado.

Dulce: O que? Mas...- ela respira fundo um cheiro insuportável de fumaça invadiu suas narinas. Dulce deu um salto da cadeira onde estava sentada e saiu em disparada para cozinha tão rápida quanto uma bala de revolver. - Meu Deus! - dá um passo para trás quando a fumaça bateu em seu rosto. - O telefone! Miguel pega o telefone pra mamãe! –  O garoto pegou o aparelho assustado entregando a mãe logo em seguida. O alarme anti incêndio da cozinha começou a apitar com um barulho irritante.

Miguel: Liga pro bombeiro mamãe! Igual você ensinou! Liga! – estava de pé em cima do sofá apertando uma das orelhas de Duke que nem se incomodava com o garoto.

Dulce: Alô? Sim! É urgente! – ela passa o endereço. – Por favor, rápido.

Miguel: Nossa casa esta pegando fogo?

Dulce: Ainda não! – ela segura uma das mãos do filho e puxa Duke pela coleira com a outra mão. – Vamos sair daqui depressa!

Alfonso entrava no condomínio quando o telefone tocou, ele olha na identificação e atende sorrindo.

Alfonso: Oi mamãe. – sorri. – Sim, já cheguei. Amanhã? Não sei mãe, a Dulce disse que íamos na casa da mãe dela e...Não mamãe! Não troquei de mãe! – ele ri revirando os olhos. - A dona Blanca convidou primeiro mãe. Eu sei. Fica pra próxima ok? A vovó? Então mãe, ótimo, semana que vem então almoçamos todos reunidos. – ele observa uma agitação no local. - MÃE EU JÁ TE LIGO! –se assusta ao ver um caminhão de bombeiros estacionado em frente a sua casa onde homens com jaquetas amarelas entravam e saiam. Alfonso desligou celular e parou o carro no meio da rua, saindo apressado até a entrada da casa.

-Dulce? – ele olha sem entender. - O que aconteceu?! Onde está minha família?! – ele se aproxima de um homem de mais ou menos sua altura vestindo uma roupa dos bombeiros. – O QUE HOUVE? CADÊ MINHA MULHER E MEU FILHO?

Homem: Calma senhor. Estão lá dentro com um de nossos homens.

Alfonso: Obrigado! – ele corre para o interior da casa. -DUL?!

Miguel: Papai! – ele corre pulando no colo do pai. - O fogão queimou! Ai tinha fumaça e o Duke queimou o focinho! – falava ansioso. Alfonso fez um cafuné no filho, aliviado quando viu que o pequeno estava bem. Um pouco mais a frente Dulce estava abraçada com um dos bombeiros, chorava feito um bebê com os cabelos desgrenhados e o rosto manchado pelas lagrimas, Alfonso sentiu-se enciumado ao ver sua mulher nos braços daquele rapaz forte que a consolava sem hesitar, então colocou o filho no chão e aproximou-se, sério. – Dulce?

Dulce: Poncho! – ela larga o rapaz e agarrando Alfonso pela camisa, abraçando-o com força. - Que bom que você chegou! Eu tive tanto. – ela o abraça com força, molhando a camisa dele com lágrimas.

Alfonso: Calma ardilla.- a abraça carinhosamente. - Já estou aqui! – beija a cabeça dela. - O que houve?

Bombeiro1: Senhora, retiramos o fogão.  Está tudo sob controle agora. Isso foi um descuido, tome mais cuidado da próxima vez! Nós já vamos, qualquer problema nos avise!

Bombeiro2: Até Dulce, se cuide. – ele toca gentilmente nas costas dela, Alfonso lançou um olhar nada amigável.

Alfonso: Vem amor. – a puxa para o sofá. - O que aconteceu? E esse cara safado te agarrando?

Dulce: Ele não me agarrou. – ela respira fundo, se acalmando. - Eu só queria fazer um jantar especial pra você e... – ela suspira. - ESTRAGUEI TUDO! – ela volta a chorar.

Alfonso: Campeão, leva o Duke pra brincar lá no quintal.

Miguel: Tá bom papai.

Dulce: Eu sempre estrago tudo!

Alfonso: Amor!- ele acaricia a cabeça dela. - Não chore! Não tem problema. Podemos pedir pizza ou qualquer coisa. – sorri, beijando o rosto dela.

Dulce: Mas eu queria que você se orgulhasse de mim, e que ficasse feliz por eu cozinhar pra você.

Alfonso: Dulce você não precisa cozinhar para me fazer feliz, já sou feliz ao seu lado todos os dias apenas com sua presença em minha vida. – a abraça. - Não fique assim, o importante é que estão todos bem.

Dulce: Menos a cozinha.

Alfonso: Mandamos reformar. – ele sorri. - Agora pare de chorar. – segura o rosto dela, olhando-a.

Dulce: Vamos pedir a pizza então.- ela enxuga o rosto.

Alfonso: Tenho uma ideia melhor.

Dulce: Qual?

Alfonso: Se arrume, ou melhor. – ele sorri observando o visual dela. – Retoque a maquiagem que borrou e vamos ao restaurante onde você me traiu semana passada.

Dulce: Mas você deve estar cansado. Podemos ficar em casa e comer aqui, não tem problema.

Alfonso: Fique tranquila ardilla.

Dulce: Quer tomar um banho pelo menos? Pra tirar a inhaca de avião?

Alfonso: Está dizendo que estou fedendo?

Dulce: Não seu bobo. – sorri de lado. - É para relaxar.

Alfonso: Só se você tomar comigo.

Dulce: Mas eu tomei banho não faz nem uma hora.

Alfonso: Mas seu cabelo está com um cheiro horrível de fumaça! – ele faz uma careta, Dulce o belisca.

Dulce: Ok, proposta aceita.

Alfonso: Sua barriga já está crescendo. – acaricia com cuidado a barriga dela.

Dulce: Sim, logo ela começa a chutar. – sorri, colocando a mão por cima da dele.

Alfonso: Ela? – ele a encara.

Dulce: Eu queria te contar no jantar. – ela dá de ombros. – Vamos ter uma menina. – ela sorri.

Miguel: Pronto papai, já brinquei. – ele entra. – Papai? – encara o pai que pareceu não nota-lo.

Alfonso: Sua mamãe já contou campeão? – ele começa a rir, saindo do transe, se aproxima do filho e o pega no colo. - Você vai ganhar uma irmãzinha!

Miguel: Irmãzinha menina?

Alfonso: É! Não é demais?! – ele sorri, abraçando o filho, Dulce observava a cena.

Miguel: Não! Menina não papai! Quem vai brincar comigo?

Alfonso: Ela ué.- ele ri.

Miguel: Ah não. Ela vai estragar tudo! – ele faz cara feia. – Muda pra menino.

Alfonso: Não dá campeão. Papai do Céu mandou uma menina.

Miguel: Se eu rezar ele muda?

Alfonso: Não filho. – ele e Dulce riem.

Miguel: Então vai ser irmãzinha?

Alfonso: Vai.

Miguel: Ai ai, vou ter trabalho. – ele coloca as mãos na cabeça, Alfonso e Dulce riem outra vez.

-----------------------------------------------------------------------------------------------