Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

...

Miguel: Você me salvou vovó! – diz, já no carro com a avó.

Ruth: Salvei? – o encara pelo retrovisor. - De que?

Miguel: Da mamãe e do papai.

Ruth: O que eles te fizeram?

Miguel: Nada, mas a mamãe vai ficar brava.

Ruth: Brava por quê?

Miguel: Eu fiz uma coisa feia.

Ruth: Que coisa?

Miguel: Uma coisa. – comenta, acariciando Duke.

Ruth: Se não quiser contar pra vovó tudo bem.

Miguel: Eu baguncei o quarto da minha irmãzinha. – confessa.

Ruth: E porque fez isso?

Miguel: Porque a mamãe e o papai só ligam pra ela!

Ruth: Quem disse isso?

Miguel: Eu vi o papai e a mamãe falando.

Ruth: Quando?

Miguel: Hoje.

Ruth: Bem. – ela sorri. - Esqueci isso agora ok?

Miguel: Promete que não vai contar que fiz bagunça?

Ruth: Prometo. Aliás seu pai está precisando de um pouco de bagunça na vida ele. – ela sorri. - Mas você também tem que prometer que não vai fazer mais.

Miguel: Prometo! – sorri. – Vovó, compra sorvete?!

Quatro horas de passaram, Dulce acordou preguiçosa, bocejou com os olhos ainda fechados e levantou-se. Depois de uma boa soneca, sentia-se leve como uma pluma, estava um pouco enjoada mas com fome, colocou os chinelos e saiu corredor afora em busca de Alfonso, porém, antes de descer as escadas resolveu dar uma olhada no quarto da filha para ver se estava tudo em ordem depois dos retoques finais da pintura, mas ao abrir a porta perdeu o fôlego e arregalou os olhos..

Dulce: JOÃO MIGUEL! – ela grita. -Mas o que... – adentra ao quarto. - Mas... – ela olhava ao redor, pinturas de giz e canetinha estavam por todos os lados nas paredes. – Não! - Dulce via o quarto como se fosse uma caverna da pré-história, dinossauros distorcidos, homenzinhos de bolas e palitos, peixes e letras infantis estavam gravadas com lápis de cor nas paredes recém pintadas. Ninguém precisaria pensar muito para saber que aquelas figuras com toda certeza tinham sido feitas por uma criança pequena . – ALFONSO! MEU DEUS EU NÃO ACREDITO! JOÃO MIGUELVENHA AQUI AGORA MESMO! – chama, furiosa, passando as mãos nos desenhos como uma borracha na esperança de que eles fossem desaparecer.

Alfonso: Dulce? – aparece correndo pelo corredor. - Aconteceu alguma coisa?! 0- ele para na porta do quarto, observando-o. - O que houve aqui?

Dulce: O QUE VOCÊ ACHA?! – ela grita, andando de um lado para outro no quarto. -  AH, MAS HOJE ELE NÃO ME ESCAPA! JOÃO MIGUEL?! – ela sai do quarto, pisando fundo.

Alfonso: Ah, Dul! – ele se põe na frente dela. – Ele já escapou.

Dulce: Do que está falando? – o encara.

Alfonso: Miguel não está em casa.

Dulce: Não está? – o encara. - COMO ASSIM NÃO ESTÁ?! ONDE FOI QUE ESSE GAROTO SE METEU?!

Alfonso: Calma Dul. – acaricia os ombros dela.

Dulce: CALMA?! PONCHO, VOCÊ É CEGO?! OLHE SÓ PRA ISSO!

Alfonso: Estou vendo. – ele olha ao redor, tentando manter a calma.

Dulce: E O QUE VAI ME DIZER AGORA?! “ELE É SÓ UM GAROTO.” OU “DEVE TER SIDO SEM QUERER!”.

Alfonso: Não Dul. Estou realmente decepcionado com nosso filho, mas gritar não vai apagar isso das paredes vai? Sei que ele merece um bom castigo, mas não vamos perder a cabeça.

Dulce: Onde está aquele pestinha?!

Alfonso: Minha mãe veio busca-lo faz algumas horas, ele ligou para ela pedindo.

Dulce: Esperto! Muito esperto! Fez arte e tratou de se esconder rapidinho na asa de alguém! – começa a andar de um lado para outro novamente. - A João Miguel, hoje você vai ver só! Ah vai! Vamos buscá-lo agora mesmo. – respira fundo, com lágrimas nos olhos. - Não acredito, não acredito. – murmura.

Alfonso: Ele já deve estar vindo e...

Dulce: AGORA!

Alfonso: Ok. – ele se segura para não rir diante do nervosismo dela. – Calma ardilla, respire sim? Você não pode ficar assim, não vai lhe fazer bem. – se aproxima, abraçando-a.

Ruth chegou em casa com o neto no começo de noite quando sua empregada fechava o portão.

Ruth: Ainda está aqui Mercedes?

Mercedes: Estava esperando a senhora.

Ruth: Aconteceu alguma coisa?

Mercedes: Não é só que, a senhora tem visita.

Ruth: Visita?

Mercedes: Sim senhora. Seu filho e sua nora estão lá dentro esperando. - Miguel apertou forte a mão da avó que retribuiu com um olhar arregalado.

Ruth: Obrigada Mercedes, tenha uma boa noite.

Mercedes: Boa noite senhora. – ela se retira.

Miguel: A mamãe veio me pegar?! – ele olha desesperado para a avó. - Será que ela viu a bagunça?!

Ruth: Deve ter visto querido, e seu pai também.

Miguel: Ah mas o papai nem briga, a mamãe que briga!

Ruth: Vamos falar com eles! – ela sorri, encorajadora.

Miguel: Você me defende?

Ruth: Defendo! – sorri, puxando o pequeno pela mão. Quando entraram logo viram

Alfonso sentado no sofá olhando para Dulce que andava de um lado para outra com o rosto inchado e vermelho. – Boa noite! - Miguel escondeu-se imediatamente atrás da avó.

Alfonso: Boa noite mãe. – Dulce acenou com a cabeça.

Ruth: Vieram jantar conosco? - tenta passar por cima da bomba que estava prestes a explodir.

Dulce: João Miguel! Venha aqui agora! - diz séria olhando fuzilante para ele. Miguel balançou a cabeça negativamente.

Miguel: Você vai brigar e me bater.

Dulce: É o que você está merecendo!

Alfonso: Dul!

Dulce: Deixa comigo Alfonso! - diz sem olhar para ele. – Miguel, eu disse agora!

Ruth: Vamos tomar um café, assim podemos conversar e...

Dulce: Desculpe Ruth, mas não quero café nenhum! João Miguel! – ela encara o filho.

Miguel: Papai! – ele olha suplicante para o pai. Alfonso desviou o olhar e cruzou os braços. – Vovó? – ele a encara,

Ruth: Vá querido! – ela suspira soltando a mão dele. Miguel caminhou receoso, mantendo o olhar atento a mãe. Dulce o segurou com uma das mãos e com a outra deu um tapa no bumbum do filho.

Miguel: Ai! – ele grita, e começa a chorar. - Solta! – tenta fugir da mãe. - Papai! A mamãe m-me b-bateu. – ele a encara. - Eu odeio você!- diz, soluçando, olhando com raiva para mãe. Dulce saiu andando em direção a porta com os olhos brilhando em lágrimas deixando os outros para trás . - P-papai, ela me bateu! – ele abraça as pernas do pai.

Alfonso: Você mereceu! – olha duro para o filho. - Agora vamos para casa!

Miguel: Eu vou dormir na vovó.

Alfonso: Não! Vamos para casa imediatamente! – ele o pega no colo e caminha para a saída. - Depois conversamos mãe.
Ruth: Tudo bem filho, peguem leve com ele.

Pai e filho seguiram para o carro, Miguel ainda chorava. Alfonso abriu a porta e colocou o menino no banco traseiro, depois sentou-se ao lado de Dulce que estava com a cabeça encostada no banco e olhos fechados, ele aproximou-se de apertou-lhe a mão carinhosamente.

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