Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Eram duas e meia da manhã, um forte temporal de granizo atingia a cidade e deixava a madrugada barulhenta. Dulce dormia tranquilamente com suas pernas entrelaçadas as de Alfonso, quando o telefone começou a tocar.

Dulce: Não! – resmunga, dengosa, agarrando Alfonso.

Alfonso: Quem é o infeliz que liga a essa hora? – ele a aperta em si.

Dulce: Não sei.- resmunga. - Mas seja quem for diga que meu instinto assassino está extremamente aguçado hoje.

Alfonso: Quem disse que vou atender? – ele sorri.

Dulce: Eu disse!

Alfonso: E por que eu faria isso?

Dulce: Porque você é uma pessoa bondosa e porque teria uma surpresa te esperando aqui na nossa cama. – se estica na cama, ligando o abajur.

Alfonso: Já estou indo! – ele ri, se levanta e caminha rapidamente até o som do telefone. – Sim?

****: Alfonso?

Alfonso: Any? – ele estranha. - O que você tem na cabeça pra nos ligar uma hora dessas?

Any: Passa pra Dul.

Alfonso: Ela vai te xingar, boa sorte. – ele volta ao quarto e entrega o telefone a Dulce.

Dulce: Quer morrer? – suspira.

Any: Desculpa. – ela tinha a voz embargada. -  Liguei pra Mai, mas ouvi sons constrangedores e desliguei.

Dulce: Aconteceu alguma coisa?

Any: Briguei com o Christopher!

Dulce: Poxa Any! Não poderia esperar até o amanhecer para me contar isso?

Any: Briguei feio com ele e, sai de casa.

Dulce: E onde você está?

Any: Na rua, com as meninas.

Dulce: E sua mãe? Suas irmãs?

Any: Estão todos viajando. Posso ir até sua casa? Não quero ir para nenhum hotel. Se a imprensa descobre vai ser só dor de cabeça.

Dulce: Já entendi! Onde você está?

Any: No ponto de ônibus!

Dulce: Ônibus?! Any você tem carro esqueceu?!

Any: Não.

Dulce: Então?

Any: VAI DEIXAR SUA AMIGA E AS FILHAS SAIREM DESA CHUVA E ENTRAREM NA SUA CASA OU TEM MAIS ALGUMA PERGUNTA QUE NÃO RESPONDI?!

Dulce: Calma Any! Vou pedir pro Poncho ir te buscar. Passe o endereço de onde está.

Any: Ok, vou te mandar pelo whats.

Meia hora depois Alfonso entrava em casa com Any, cada um com uma garotinha ruiva dormindo nos braços.

Any: Obrigada Poncho!

Alfonso: Que isso Any, você é minha irmã bebê já esqueceu? – sorri, fechando a porta.

Any: Sou mais velha que você bobão.

Alfonso: Só uns meses. – ele ri. - Vou colocar as meninas no quarto. Coloque a Lizete aqui. – ele estende o braço livre, pegando a segunda menininha. - A Dulce deve estar lá na cozinha.

Any: Dul? – ela entra na cozinha. Dulce estava com uma camisola de algodão amarela, esquentava água para um chá quando a loira entrou.

Dulce: Any! – ela caminha até a amiga e a abraça, em seguida observa o estado de Any que estava com os cabelos desgrenhados, os olhos inchados e a barra da calça toda molhada. – Vem, sente-se, estou fazendo chá.

Any: Desde quando você sabe fazer chá?

Dulce: De saquinho eu sei! – ela sorri.

Any: Estava mesmo precisando de um chazinho.

Dulce: E as meninas?

Any: Poncho as levou para o quarto. Desculpe invadir assim sua casa mas não tinha para onde ir.

Dulce: Não acredito que em vez de sair o Ucker te botou pra fora!

Any: Não! Ele não fez isso, eu quis sair. Ele queria conversar e eu disse que não tinha conversa. Ele insistiu, nós discutimos novamente eu taquei minha bota na testa dele, sangrou, ele ficou bravo me xingou, eu o xinguei, nos beijamos, bati na cara dele, brigamos de novo e eu disse que sairia de casa, ele duvidou  e bem, aqui estou.

Dulce: E tudo isso por?

Any: Ele está implicando com a carreira das meninas Dul!

Dulce: Que carreira? – ela pega um pote de biscoitos no armário e oferecendo a amiga.

Any: Esqueceu da proposta que recebemos e tudo.

Dulce: E quais são os argumentos dele?

Any: Os de sempre. Elas são pequenas, e os estudos, e a infância?! – ela o imita.

Dulce: E já parou pra pensar no que ele disse?

Any: Do que está falando?

Dulce: Olha Any, talvez ele possa estar certo.

Any: Certo?! Dulce falando assim até parece que você também é contra!

Dulce: Não sou contra nem a favor.

Any: Seus pais foram contra quando você quis?

Dulce: Não porque era algo que como você bem disse, eu quis não eles.

Any: O que está insinuando?

Dulce: Não estou insinuando nada.

Any: Se o Miguel quisesse você deixaria?

Dulce: Sem problemas se isso não fosse prejudica-lo.

Any: Viu! Você acha que o Ucker está certo!

Dulce: Não! Eu só... – ela pensa no que dizer. - Você já perguntou as meninas o que elas querem?

Any: Elas acham divertido, mas não entendem muito bem.

Dulce: Então!

Any: Ok. Não vamos ficar aqui discutindo quem está certo quem está errado.

Dulce: Claro. Isso você tem que discutir com seu marido e... – o telefone toca outra vez. - Só um minuto.- ela caminha até a sala. – Alo?

Ucker: Dul, a Any está aí? - Dulce olhou para a amiga que fazia sinais com as mãos.

Dulce: A Any?

Ucker: É, nós brigamos e aquela desmiolada saiu com as meninas sem eu saber!

Dulce: A Any está aqui sim.

Any: Te mato!- Anahí a fuzila com o olhar.

Ucker: Ah obrigado, Dul! Diga a ela que...

Dulce: Não vou dizer nada! Faz o seguinte Ucker, já sabe que elas estão bem, amanhã vocês conversam ok? Eu também quero dormir.

Ucker: Ok. – ele suspira.- Desculpe o incomodo Dul.

Dulce: Fique tranquilo e descanse, boa noite.

Ucker: Ok, tchau Dul. – ele desliga.

Any: Tenho certeza que ele vai vir correndo pra cá!

Dulce: Não vai não, eu pedi que não viesse.

Any: Ah e você não conhece a peça?

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