Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

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Dulce abriu os olhos, sentia-se leve e calma, era como se flutua-se. Uma luz fraca como a do pôr-do-sol na primavera, deixava tudo tão sereno quer era impossível alguém não gostar daquele lugar esquisito, sem paredes ou chão, apenas um vazio.

Dulce: Onde estou? – perguntou, assustada.

Christian: O que faz aqui?! – aparece do nada diante da amiga.

Dulce: Christian?

Christian: Aqui não é o seu lugar! Volte! - parecia apreensivo, olhando para os lados.

Dulce: Estou sonhando ou... eu morri? O que aconteceu?

Christian: Você precisa voltar antes que eles cheguem! Já disse Dulce, aqui não é o seu lugar! Não ainda.

Dulce: Eu morri, não é?

Christian: Não enquanto lutarem por você lá embaixo. Vamos, vou ajudá-la!

Dulce: Não! Se estou aqui quero saber o porquê!

Christian: Um mal te persegue a muito tempo Dulce. E agora está tentando dar o golpe final! Ainda não chegou sua hora, se voltar ele será derrotado, esse mal vem de alguém que morreu com muita ira e inveja de você.

Dulce: Mas, mas se... Quem? Cecília? – ela olha ao redor.

Christian: Deixe-me ajudá-la! Estou aqui para isso! Confie em mim! Enquanto não vierem te buscar, você não fará parte desse mundo. Sua vida é ao lado de Alfonso, dos seus filhos, dos nossos amigos. Você precisa voltar!

Dulce: E, e por que você não voltou quando teve a chance?

Christian: Eu não tive. Era a minha hora e apenas aceitei, você sim tem escolha, porque não é para acontecer.

Dulce: E quem decide o que é ou não para ser? Quem comete certas injustiças que não conseguimos aceitar?! Você por exemplo, foi tão injusto.

Christian: Nada é injusto. Você aprenderá isso no tempo certo. Agora me dê sua mão, rápido!

Dulce: Não quer que eu diga nada a Mari? A Mai?

Christian: Estou o tempo todo falando com todos vocês. – ele sorri. – Mas são cabeçudos e não me ouvem. E também, você não se lembrará de nada do que se passou aqui quando voltar.

Dulce: Mas eu quero lembrar!

Christian: São as regras.

Dulce: Meu corpo já deve ter morrido, faz tempo que estou aqui.

Christian: O tempo aqui é diferente, agora venha!- Dulce se aproximou, segurando com força as mãos do amigo, sentiu o coração acelerar e o peito ser invadido por algo quente e dolorido. O rosto de Christian começou a virar luz e a claridade obrigou Dulce a fechar os olhos.

Dulce: Obrigada.

Christian: Cuide-se e aproveite!- dá um beijo nas mãos dela como despedida.

...

Enfermeira: Ela voltou! Como?! Achei que...

Salazar: Milagres as vezes nos ajudam!

...

Alfonso: Doutor, o que aconteceu?! Por favor não me diga que...

Dr. Salazar: Acalme-se senhor Herrera!

Blanca: Como está minha filha doutor?

Dr. Salazar: Bem agora.

Alfonso: Bem mesmo?

Dr. Salazar: Sinceramente por um momento achei que a perderíamos, e isso realmente aconteceu.

Alfonso: Mas o senhor disse que ela está bem!- o encara, confuso.

Dr. Salazar: Não sei explicar como, mas ela voltou e, agora está bem.

Alfonso: Obrigado meu Deus! Obrigado, obrigado, obrigado...

Blanca: A Virgem atendeu minhas preces!

Alfonso: Mas o que aconteceu? Por que ela desmaiou? Fiquei tão assustado.

Salazar: Uma hemorragia. Acontece as vezes, em alguns casos tentei evitar, mas não consegui. Alfonso, tivemos que tirar uma das trompas e quero dizer que isso faz com que as chances de a Dulce vir a ficar grávida novamente, foram bem reduzidas.

Alfonso: Não poderemos mais ter filhos?

Dr. Salazar: Não posso dizer que nunca terão.

Alfonso: Ela já sabe disso?

Dr. Salazar: Não agora ainda está sob o efeito da anestesia e de alguns medicamentos.

Alfonso: Então não poderei vê-la?

Dr. Salazar: É melhor que descanse. Poderá vê-la mais tarde, agora são... – ele olha o relógio. - Três da manhã! Recomendo que vá para casa, tire esse fraque. – sorri.

Alfonso: Ah! O fraque! É claro! – sorri. - Até esqueci que estava na festa e...

Blanca: Vou com você Alfonso! Arrumar algumas coisas para Dulce e o bebê e colocar o Miguel na cama, ele não parou de perambular.

Alfonso: Posso ver minha filha antes?

Dr. Salazar: Vá ao berçário e diga que tem minha autorização parar entrar.

Alfonso: Posso levar o Miguel? Ele está louco para conhecer a irmã.

Salazar: Como quiser. – sorri.

Alfonso: Obrigado! – sorri. – Miguel? – se aproxima do filho. - Está na hora de conhecer sua irmãzinha...

Miguel: Ela já saiu da mamãe? –pergunta, meio sonolento.

Alfonso: Já! – responde, sorrindo.

Miguel: Então eu quero. - Alfonso pegou Miguel no colo e caminhou até o berçário, os outros os seguiram, para poderem ver Maria Júlia através do vidro. Uma enfermeira corpulenta, com os cabelos negros que era a responsável pelos recém nascidos que ali dormiam, sorriu ao ver Alfonso, provavelmente o reconhecendo.

Enfermeira: Entre Sr. Herrera! Sua garota acabou de tomar o primeiro banho.

Miguel: É esse papai? – aponta pro primeiro bebê que vê.

Alfonso: Não.

Miguel: Esse montão é tudo da mamãe? 

Alfonso: Não campeão, esses são irmãos e irmãs de outras crianças. – sorri.

Miguel: E cadê a minha?

Enfermeira: Aqui está.- sorri,  colocando a menina no colo do pai. A pequena Júlia chupava o dedo e se mexia sem parar.

Alfonso: É tão lindinha minha princesa. – sorri,  fazendo carinho no rosto do bebê.

Miguel: É essa?

Alfonso: É! Diga Oi para ela Miguel. – se abaixa, mostrando-a para o filho.

Miguel: Oi Maria Júlia. Eu que escolhi seu nome sabia? – acaricia uma das mãos da irmã. -Ela vai ser pequena pra sempre?

Alfonso: Não campeão vai crescer como você cresceu.

Miguel: Ai ela ganha um irmão também?

Alfonso: Ela já tem um, é você. –sorri olhando admirado a filha.

Miguel: Até que você é bonitinha Julinha! – volta a falar com o bebe.-  É careca, mas eu acho que seu cabelo vai crescer, mas se ficar careca não tem problema, você pode usar peruca, eu compro uma pra você.

Alfonso: Dá um beijinho nela! - Miguel beijou a irmã, babando em sua cabecinha.

Miguel: Tchau irmã, te amo.

Depois de mostrar a filha a sogra e aos amigos, Alfonso saiu do berçário e foi com Blanca e Miguel para casa, afinal suas costas doíam e precisava descansar, todos precisavam.

Quatro horas da tarde Alfonso foi acordado pelo telefone em seu criado-mudo, abriu os olhos e esfregou o rosto, acendeu o abajur e atendeu a ligação.

Ucker: Sua filha é linda!

Alfonso: Disso eu já sabia. – ele ri. - Mas como você sabe?

Ucker: Any e eu acabamos de chegar ao hospital!

Any: Oi Alfonso! Que gatinha é a Julinha! – gritava do outro lado da linha, rindo.

Alfonso: Obrigado!- ele ri.

Ucker: Meus parabéns cara!

Alfonso: Valeu cara. Você sabe se a Dulce acordou?

Ucker: Acordou, a Any conseguiu falar com ela, mas disse que ela voltou a dormir, está meio dopada ainda.

Alfonso: E o que ela disse?

Ucker: Perguntou de você, do Miguel e da Júlia.

Alfonso: Vou me trocar e já estou indo ai.

Ucker: A Mai mandou dizer que está todo mundo babando na sua filha aqui. Traga um colete salva-vidas. – ele ri.

Alfonso: Pode deixar, já já chego ai. – sorri.

Ucker: Trás o Miguel, as meninas estão com saudades. No futuro acho que vai dar casamento entre nossos filhos.

Alfonso: Vai sonhando, não vou deixar meu garoto ter um sogro como você.- sorri. – Até já!

Ucker: Venha logo. – sorri, desligando.

Uma hora depois Alfonso chegou ao hospital com um buque de rosas nas mãos, vestia uma camisa manga longa cinza uma bermuda, seus olhos brilhavam de felicidade. Os amigos o cumprimentaram assim que o viram.

Any: Essa menina vai te dar trabalho Poncho, já estou até vendo você correndo atrás dos namorados.

Alfonso: Nem brinca Any – a abraça, sorridente. - Será que eu posso ver a Dul?

Any: Acho que sim, pergunte pra alguém, ela está no 234.

Alfonso: Antes eu quero agradecer todos vocês, por mim e pela Dulce.

Mai: Por que Poncho?

Alfonso: Por estarem sempre ao nosso lado nesses momentos de felicidade, nos momentos difíceis. – sorri abraçando-a. – Amo todos vocês.

Any: Também amamos vocês dois. Sempre soube que ia dar casamento e filhos.

Ucker: Filhos deu, casamento uma vez foi, agora...

Any: Cale a boca Ucker. – sorri, beliscando-o.

Alfonso: Ele tem razão, as em breve isso vai mudar.

Mai: Por que?

Alfonso: Por isso. – sorri, tirando uma caixinha do bolso e mostrando aos amigos.

Any: AI MEU DEUS!

Mai: Any se contenha, estamos em um hospital.

Willian: Alfonso garanhão. – sorri. – Vá logo vê-la.

Alfonso: Me desejem sorte! – ele sorri, saindo.

Miguel: Posso ver a mamãe?

Any: Seu papai precisa falar com ela antes amorzinho, depois eu te levo lá.

Ao abrir os olhos, Dulce deparou-se com o vermelho das rosas que estavam ao pé de sua cama e sorriu, suspirando em seguida.

Alfonso: Bem vinda meu amor.  - sorri sentado em uma poltrona num canto escuro do quarto, se levanta e caminha até ela. -Como está?

Dulce: Agora estou bem! – sorri, encarando-o.

Alfonso: O que foi?

Dulce: Nossa filha é linda! – sorri.

Alfonso: Maravilhosa- sorri, se abaixando e beijando a esta dela. - Você acabou de completar a realização do meu sonho.

Dulce: E você o meu. – ela sorri.

Alfonso: Ainda sente sono?

Dulce: Não. Só minha barriga que dói um pouco. O que aconteceu? Não lembro de ter vindo para cá.

Alfonso: Depois eu te explico, agora não é hora. – acaricia o rosto dela, sorrindo. - Fiquei com medo de te perder. – se senta na beira da cama, abraçando-a.

Dulce: Já passou! – suspira, se aninhando nos braços dele.

Alfonso: Passou! – beija a cabeça dela. – E tenho um pedido para te fazer!

Dulce: Que pedido?

Alfonso: Antes precisa me responder uma coisa.

Dulce: Então pergunte.

Alfonso: Quando descobriu que me amava?

Dulce: Quando descobri que te amava?

Alfonso: Sim!

Dulce: Quando você me beijou pela primeira vez e depois pediu meu telefone. – ela sorri. – Bastidores de Clase 406. E você? – ela o observa.

Alfonso: Posso dizer que foi bem antes disso.

Dulce: Quando?

Alfonso: Quando eu te via e o dia ficava mais colorido. E quando eu comecei a gostar de pensar em você a todo instante. – sorri. – Até que tomei coragem e te beijei.

Dulce: Diga Poncho, que pedido é esse que quer me fazer? – o encara.

Alfonso: Ok. – ele a observa. - Se nosso divórcio não tivesse acontecido, esse mês faríamos 6 anos de aniversário de casamento.

Dulce: Vamos apagar esse dia que eu chamo de “ pior dia da minha vida”.

Alfonso: Da minha também, por isso, quero que seja como da primeira vez, só que sem essa parte do pior dia das vidas. – sorri.

Dulce: Não entendi!

Alfonso: Dulce. – ele sorri, se levantando e pegando algo do bolso da bermuda. - Quer se casar comigo? De novo!

Dulce: Quero me casar com você todas as vezes que você pedir – sorri, puxando-o para si e o beijando.

Alfonso: Eu te amo. – sorri, colocando o anel no dedo dela.

Dulce: Eu também te amo.

Dulce e Alfonso foram interrompidos pela enfermeira que batia na porta, trazendo a nova Herrera nos braços.

Enfermeira: Hora de ficar um pouco com a mamãe! – sorri.

Any: Licença! – ela entra logo atrás. - Olha quem está morrendo de saudades Dul.- aparece com Miguel.

Miguel: Mamãe! – ele corre até ela.

Dulce: Oi meu amor! – Alfonso o coloca na beira da cama, Dulce distribui beijos pelo rosto do filho.

Miguel: Está melhor mamãe?

Dulce: Estou! – sorri, feliz. - Já viu sua irmãzinha?

Miguel: Já, o papai me mostrou, ela é careca. – sorri.

Any: Vou deixar a família a sós! – ela sai com a enfermeira que entrega Maria Júlia nos braços de Dulce.

Miguel: Mamãe, posso pegar ela um pouquinho? Prometo que não deixo cair.

Dulce: Claro que pode. - Alfonso ajeitou o filho sentado certinho ao lado da mãe, em seguida ajudou Dulce a colocar a filha nos braços do irmão. - Coloque sua mãozinha na cabecinha assim. – ajeita o braço do filho.

Miguel: É quentinha. – sorri, olhando os pais, sem se mover. - Cheirinho gostoso.

Alfonso: Está gostando campeão?

Miguel: Sim! A Mari me treinou lá na casa da tia Mai com a boneca. Eu sei pegar direitinho né mamãe?

Dulce: Sabe sim. – sorri.

Alfonso: Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Eu sempre soube que esse momento chegaria pra mim, e com você Dul. Não queria outro amor na minha vida e nem outra mãe pros meus filhos além de você. – sorri, observando a família. - Minha vida está em cima dessa cama hoje. Amo você Dul, e você campeão!- beija a cabeça do filho. - E você princesa, seja bem vinda a sua família. – sorri, acariciado o rostinho da filha.

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Há pessoas que nasceram para ficarem juntas, são a tampa da panela um do outro, e por mais que as dificuldades apareçam, o amor nunca morre, o amor verdadeiro nunca morre, e de uma forma ou outra, ele dá um jeito de completar seu ciclo e juntar as pessoas certas, muitas provas acontecem, muitas lágrimas e sofrimento, mas no final, a felicidade faz tudo ter valido a pena.

...FIM...