Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Dulce: Alô? Quem fala? – ela boceja.
Hospital: Dulce Maria?
Dulce: Sim, quem fala?
Hospital: Estou falando do Hospital Santa Guadalupe.
Dulce: Hospital? O que aconteceu? – ela se senta.
Hospital: É a mulher de Alfonso Herrera, sim?
Dulce: Sou sim! O que aconteceu? – Dulce começa a ficar nervosa.
Hospital: Ele sofreu um grave acidente de carro e...
Dulce: O QUE?!!!  - ela deixa o copo com água escorregar de suas mãos e ir direto pra o chão. - Como?!
Hospital: Os paramédicos podem lhe explicar se a senhora vir até aqui e...
Dulce não esperou nem a pessoa terminar de falar, desligou o telefone e o jogou em qualquer canto, de qualquer jeito, correu para o quarto e colocou a primeira roupa que viu, pegou as chaves de seu carro e saiu com muita pressa, desesperada, com o coração ainda apertado e um nó na garganta
Em quinze minutos Dulce chega no hospital, estaciona o carro de qualquer jeito e entra desesperada procurando por Alfonso, o lugar não estava muito cheio, por enquanto, era virada de ano e as pessoas costumam abusar durante essa noite.
Dulce: Boa noite!! – ela diz ao encostar na recepção, suas mãos estavam tremulas apoiadas no balcão.- Alfonso Herrera Rodríguez, pode... – ela não consegue terminar de falar, suas lágrimas escapam e ela coloca mãos no rosto tentando se acalmar.

Recepcionista: Dulce María! Acalme-se senhora, ele está no segundo corredor à direita.
Dulce: Obrigada! – ela sai em disparada para o local indicado pela enfermeira, chegando lá havia ainda dois bombeiros na porta do lugar, um entra e sai de médicos e enfermeiros, e uma enorme quantidade de fotógrafos e jornalistas, quando Dulce se aproximou todos foram para cima dela, tirando fotos e fazendo inúmeras perguntas do tipo: “Dulce dizem que durantes os últimos dias você e o Alfonso foram vistos discutindo e brigando muito, e que vocês tinham se separado, acha que essas brigas podem ser um dos motivos de Alfonso estar embriagado ao volante?” ou “Você se sente culpada pelo acidente?...”
Dulce: Eu não quero falar nada agora, por favor! – ela tenta escapar do tumulto que se formava ao seu redor. Um dos paramédicos se aproxima dela.
Bombeiro: Todos para fora vamos! – ele empurra os repórteres, em vão, se amontoavam mais. - Chame a segurança!  - ele cochicha para um dos enfermeiros. Logo os seguranças do hospital estavam lá colocando todos para fora aos berros e empurrões, Dulce tentava falar com um dos médicos que saiam e entravam na sala.
Dulce: Doutora!! Doutora espere! – ela aborda uma médica que saía da sala. - Sou Dulce María a mulher do Alfonso, como eles esta?!!! O que aconteceu?! – ela estava em prantos, segurando a médica pelos braços.
Médica: Sobre o que aconteceu, os paramédicos podem lhe informar. – ela fala apressadamente tentando se soltar de Dulce.
Dulce: MAIS E O ALFONSO COMO ESTA?! – os lábios dela tremiam, Dulce estava prestes a desmaiar.
Médica: Por favor tente se acalmar senhora. – a médica tenta tranquiliza-la.
Dulce: Por favor!!! Diga-me como ele esta!
Médica: Não posso lhe informar sobre o estado dele ainda, desculpe. – ela sai deixando Dulce sozinha, entrando na sala, de repente dois enfermeiros com um desfibrilador, Dulce olhava para tudo assustada, e sem pensar entrou na sala de emergência, Alfonso estava de cueca e sem camisa, com o rosto inchado, o nariz ainda sangrava, tinha um corte feio no peito que sangrava muito e estava pálido, um dos médicos se aproximou com o aparelho nas mãos, outro tentava conter uma hemorragia, e mais um controlava a aparelhagem que marcava os batimentos a pressão, os enfermeiros ajudavam. Dulce se aproximou correndo e os médicos olharam para ela, imediatamente um enfermeiro se aproximou para tira-la dali, mas Dulce estava nervosa e assustada , e com força empurrou o enfermeiro.
Dulce: PONCHO! – ela consegue segurar uma das mãos dele e o acariciava no rosto, melando as mãos de sangue com a outra. - POR FAVOR AMOR ACORDE! POR FAVOR!
Médico da aparelhagem: Estamos perdendo ele!
Médico do desfibrilador: Senhorita se afaste!!! - um enfermeiro segura Dulce que não queria sair de perto de Poncho, o médico coloca o aparelho sobre o peito de Poncho que levanta alguns centímetros da cama com a descarga, o médico repete o procedimento mais algumas vezes e nada, olhava para os outros médicos e para Dulce, se preparando para uma nova descarga, sem muitas esperanças.
Dulce: AMOR!!! POR FAVOR!!! – ela chorava descontrolada, não conseguia nem pronunciar as palavras direito, soluçava com o rosto queimando com as lágrimas quentes. PONCHO!  - ela grita, estava fora de si, esperava que Poncho reagisse as suas palavras. - NÃO ME DEIXA SOZINHA POR FAVOR!  FIQUE AQUI OK? COMIGO! – ela olhava para ele, que estava imóvel, sem nenhum tipo de reação, o médico tentou mais uma vez.
Médico3: Desistimos?- ele comenta baixo com um outro médico.
Dulce: O QUE?!!!NÃO PODEM DESISTIR NÃO!!!  - ela segura o médico pelo jaleco. - TENTE MAIS UMA VEZ!!!
Os médicos trocam olhares sérios, estavam com pena de Dulce, já tinham dado Poncho como morto, mas o médico que segurava o desfibrilador, olhava para Dulce com mais pena do que os outros, e então preparou o aparelho e se aproximou para dar mais uma descarga, Dulce fechou os olhos, com o rosto no peito do enfermeiro que não sabia como consola-la, se virou quando ouviu um barulho semelhante a um apito, mas com pausa.
Médico: Ele, ele esta voltando. – ele olha para o aparelho medidor de batimentos. - Preparem a mesa de cirurgia.. – ele diz  para os enfermeiros. – Senhorita, por favor você tem que sair!
Dulce: Poncho. – ela se aproxima novamente, beijando a testa dele. - Eu te amo. – ela sussurra perto do ouvido dele.
Enfermeiro: Vamos, sim? – ele a segura delicadamente pelo braço.
Dulce: Como? O que vão fazer? – Dulce olha para todos os médicos presentes.
Médico: Ele precisa ser operado! Por favor espere lá fora. – ele se aproxima e a encaminha devagar para a porta de saída. - De um calmante a ela. – ele diz para o enfermeiro.
Dulce sai da sala de emergência e se senta em um sofá da sala de espera, estava cansada, ainda muito nervosa e ansiosa, conseguira parar de chorar, ligou para os pais de Poncho, que estavam fora do país, mas iriam imediatamente para lá, e também para os amigos, estava se sentindo um lixo, culpada, triste, aquela era a pior noite de sua vida, enquanto todos festejavam a virada do ano ela estava ali esperando por noticias de Poncho, que estava entre a vida e a morte, colocou a cabeça para trás com as mãos no rosto. Duas horas se passam, não aguentava mais esperar por noticias, às vezes cochilava um pouco, mas logo acordava com o barulho de fogos que estavam sendo soltos com frequência em todos os lugares da cidade, se culpando por ter dormido. Um médico alto de cabelo grisalho e bigode fino, que era chefe da equipe que operava Poncho entrou na sala, seu nome era Armando Galganno.
Dr. Galganno: Dulce Maria?
Dulce: Sim doutor.. – ela se levanta depressa meio tonta. - Como foi a operação? Alfonso esta bem?
Dr. Galganno: Ocorreu tudo bem na operação, mas ele ainda esta em estado grave, esta sendo levado para UTI, uma ferragem perfurou próximo ao pulmão direito e esta respirando por aparelhos, não esta em coma, mas esta inconsciente ainda.
Dulce: Posso vê-lo?
Dr. Galganno: Ainda não senhora, ele não pode receber visitas no momento.
Dulce: Por favor doutor, eu preciso vê-lo, nem que seja só por um minuto, pelo vidro!
Dr.: Muito bem! Vá até lá diga que eu lhe dei permissão e peça ao enfermeiro uma mascara, touca e uma roupa aqui do hospital. – ele diz apontando para o local.
Dulce: Obrigada doutor, obrigada.
Dulce se dirige até a UTI, lá um enfermeiro lhe dá um sabão especial para lavar as mãos, máscara para ela colocar na boca e nariz, touca, uma capa para os sapatos e um avental, tudo azul claro, o enfermeiro abre a porta e Dulce entra devagar, sem fazer barulho, era um quarto não muito grande, tinha muitos aparelhos ali, era tudo branco e extremamente limpo e desinfetado, em uma cama alta um pouco inclinada, com fios saindo por todos os lados, estava Poncho, com alguns curativos e aparelhos respiratórios no rosto, uma mancha roxa na testa, a lateral do abdômen com um curativo da cirurgia e o soro no pulso, Dulce se aproximou com uma das mãos no peito, ficou alguns instantes olhando para ele, era estranho vê-lo ali tão pálido e sem expressão, se aproximou ainda mais, colocando uma das mãos quentes do rosto o acariciando, mexendo nos cabelos dele, não queria vê-lo assim, queria o Poncho de sempre, alto, viril, carinhoso, Dulce segurou uma das mãos dele entrelaçando seus dedos aos de Poncho, ficou ali de pé durante dez minutos, até que o enfermeiro veio lhe dizer que ela precisava sair.
Dulce voltou para sala de espera, Christian estava ali, sentado, se levantou quando viu Dulce.
Christian: Dul! – ele caminha na direção dela, abraçando-a que retribuiu agarrando-o e se rendendo ao choro novamente. - Como ele esta? – Chris pergunta após alguns instantes.
Dulce: Mal Christian. – ela quase sussurra. - Eu não sei o que fazer...
Christian: Olha Dul, calma! Não há nada que possa fazer agora. Temos que esperar. Tenho certeza que o Poncho vai melhorar você vai ver. – ele sorri.
Dulce: Você acha mesmo? – ela o encara.
Christian: Claro que sim. Mas procure se acalmar, veja como você esta Dul. – ele a olha por inteiro, Dulce estava nervosa, toda descabelada, com o rosto inchado, a roupa amassada. - Comeu alguma coisa? Aposto que esta aqui sem comer nada, acertei? – ele deduz pelo olhar que Dulce lançou. Venha, vamos ate a lanchonete tomar um lanche. – ele a abraça de lado encaminhando-a até a lanchonete.