Fanfic: Aún Hay Algo! - Segunda Temporada

Quarenta minutos depois, estavam todos prontos, em frente a uma caminhonete vermelha, grande e com bancos de couro bege, Poncho tinha alugado um carro grande para que pudessem ir juntos. Mariana já estava bem melhor, sapeca começou a pular quando viu o carro.
Mariana: Mamãe, quero ir perto da janelinha! – ela ria.
Mai: Nem pensar filha. O médico disse pra não ficar tomando friagem atoa, você vai com a mamãe no meio ok? – ela entra no carro com a pequena;
Mariana: Mas assim não dá pra ver. – ela entra resmungando.
Todos entram, Poncho no lugar do motorista, Dulce ao lado dele, e os outros nos bancos de trás.
Fazia uma hora que estavam dentro do carro, tinham acabado de entrar na estrada que os levaria até a BR que daria direto a Winchester, Any e Ucker conversavam baixo entre eles, Christian e Mai respondiam as inúmeras perguntas de Mariana.
Mai: Não sei amor, pergunte ao tio Poncho!
Mariana: Tio Poncho já está chegando?
Poncho: Ainda não fofa, quando estiver o tio avisa.- ele responde sorrindo, porém estava tenso, Poncho dirigia com atenção, a estrada estava escorregadia e ele queria tomar cuidado.
Mariana: Papai, o que é essa coisa branca ali fora? – ela aponta para neve, subindo no colo de Ucker para chegar perto da janela.
Christian: É neve filha. – ele sorri.
Mariana: O que é neve?
Christian: O que é neve? Hum, sabe eu já te falei que o Papai do Céu tem uma barba branca bem grande?
Mariana: Já. – ela sorri encarando-o.
Christian: Então, isso que chamamos de neve na verdade é a barba do Papai do Céu. Quando cresce demais ele tem que raspar então como ele mora no céu a barba branca cai sobre nós.
Mariana: Que nem o Papai Noel?
Christian: É, o Papai Noel mora no polo norte e tem a barba branca porque pega a neve e gruda no rosto.
Mariana: Hum! – ela sorri. - Por que você não tem barba branca?
Christian: Porque eu já fui um duende do Papai Noel e ele exige que os duendes raspem a barba.
Mariana: Duende do Papai Noel Você já foi na fábrica dele?- os olhos dela brilhavam.
Mai: Não sei de onde o Christian tira tanta besteira pra falar pra ela! – ela resmunga com Ucker e Any, Dulce estava lendo um livro, calada e sorriu quando ouviu a história de Christian.
No inverno Canadense, o céu estava sempre acinzentado, sem nuvens. Conforme a noite caia, a estrada ficava mais escura, Any e Ucker dormiam com as cabeças para trás, Christian, Mai e Mariana também, encostados uns nos outros. Dulce estava acordada, ouvia música baixinho de olhos fechados.
Dulce: Poncho...
Poncho: Fala meu amor!
Dulce: Estou com vontade de fazer pipi.
Poncho: Pipi? – ele ri.
Dulce: É!- ela sorri. – Pare por favor!
Poncho: Dul, já estamos chegando. Aguente um pouquinho, está escuro lá fora, frio, e...
Dulce: Não dá mais pra segurar amor, estou segurando faz um tempão e isso faz mal.
Poncho: Não consegui mais nem um pouquinho? – ele a olha brevemente.
Dulce: Não, vou fazer na calça se não sair daqui agora! – ela sorri. - Sério Poncho, agora que estou grávida eu...
Poncho: Ok, já vou parar! – ele sorri revirando os olhos e diminuindo velocidade e para no acostamento, Dulce abre a porta com pressa, dançando para se segurar. - Acho melhor eu ir com você.
Dulce: Não Poncho, é rapidinho. Não quero que você fique me vendo fazer xixi.
Poncho: Mas somos marido e mulher. – ele cruza os braços encarando-a.
Mai: Porque parou Poncho? Aconteceu alguma coisa! – ela acorda, bocejando.
Poncho: Ah Dul quer fazer xixi.
Mai: Opa! Espera Dul, eu vou com você, estou apertada! –ela sorri saindo do carro. - Ai que frio, vamos rápido Dul.
Poncho: Não vão para muito longe hein.
Dulce: Ok.

Dulce e Mai foram andando depressa para o grande tapete branco que a neve formava nos campos ao lado da estrada.

Dulce: Aqui?
Mai: A não Dul, daqui o Poncho pode ver e seria constrangedor pra mim né? – ela ri.
Dulce: Ok, mais um pouquinho à frente então. - as duas iam caminhando e alguns metros depois já não viam mais Alfonso, tinham se afastado muito, sem perceber.
Mai: Aqui, aqui!
Dulce: Deus! Estou quase fazendo na calça! Que frio!
Mai: Vai congelar! – ela ria.
Dulce e Mai se abaixam olhando para os lados, segundos depois estavam aliviadas.
Mai: Ufa! Nossa como é bom fazer pipi quando estamos com vontade! -  Dulce riu. De repente ouviram um barulho estranho.
Dulce: O que foi isso? – ela termina de fechar a calça e se agarra a Mai.
Mai: Não sei! – ela estava assustada, o barulho ficava cada vez mais próximo, parecia ser de algum animal. - Nós vamos morrer! Nós vamos morrer Dul! Corre!
Dulce e Maite nem esperaram para ver o que era, saíram correndo feito duas loucas pela neve, até que Mai levou um tombo espetacular.
Dulce: Mai!  Machucou? – ela corre até a amiga.
Mai: Não! – ela se levanta ofegante, ouviram o barulho novamente, Dulce e Mai estavam tremendo de medo e de frio, até que no meio da escuridão viram uma coisa branca e peluda se aproximando de longe.
Dulce: AAAAAIIII! MAI! É o Pé Grande! Vamos Mai! Vamos sair daqui! – ela puxava Mai pelos braços.
No carro, Alfonso estava encostado na porta, ao lado de fora, olhava no relógio, até que ouviu um grito, reconheceu ser de Dulce.
Poncho: Dul? – ele chama, sem respostas. Any , Ucker e Christian acordaram.
Any: O que foi? Cadê a Dul e a Mai?
Poncho: Foram fazer xixi mas, Dul!  - ele chama de novo, até que viram duas pessoas, Dulce e Mai correndo feito duas loucas na direção deles.
Dulce: Amor! Estavamusfazenduxixidaiescutamusumbarulhodaiamaicaiuecorremose...

Poncho não entendia nenhuma palavra que Dulce falava, estava falando tudo muito rápido e enrolado.
Poncho: Calma Dul, respira. Fale direito o que aconteceu!

Mai estava tão desesperada que já tinha entrado dentro do carro e agarrava Mariana que queria sair. Dulce respira fundo e começa a falar novamente.
Dulce: Amor, nós ouvimos um barulho e, nossa, saímos correndo mas a Mai caiu e, eu fui ajudar ela, então, quando olhamos para o trás vimos uma coisa peluda branca., era o Pé Grande Poncho! Tenho certeza.
Alfonso não conseguiu se segurar, começou a rir tanto que Dulce ficou extremamente chateada e nervosa, Poncho não conseguia parar e Ucker e Christian começaram a rir também.
Dulce: Para de rir Alfonso! – ela dá um tapa nas costas dele. - É sério! Vamos embora daqui! Eu e a Mai poderíamos ter morrido se o...
Poncho: Se o Pé Grande pegasse vocês? – ele ria. - Você acredita mesmo nessas coisas? – ele tinha lágrimas nos olhos de tanto rir, Any não ria, parecia assustada com a história e empurrou Ucker para dentro do carro, Christian também entrou.
Dulce: Poncho! Não ria de mim!  - ela pisa no pé dele com força;
Poncho: Ai! – ele faz cara feia para ela mas volta a rir. -  Não dá Dul, é muito engraçado.
Dulce: Ok seu idiota fique rindo sozinho então! - ela entra no carro batendo a porta com força.
Depois de alguns minutos, Alfonso se recompõe e entra.

Dulce estava de costas pra ele, virada para janela, com a cabeça encostada no vidro, emburrada e com lágrimas nos olhos, Poncho fechou a porta e não ligou o carro, todos estavam em silêncio.
Poncho: Dul?! - ela se ajeita no banco, sem olhar pra ele, puxou uma coberta que tinha levava no colo e fechou os olhos, Poncho deu partida e seguiram viajem.
Alguns minutos depois todos dormiam, menos Dulce que estava encolhida no banco e Poncho que dirigia. Ele estava arrependido de ter rir da história de Dulce, novamente parou no acostamento, ela olhou de esguelha pra ele, que se aproximou.
Poncho: Dul! –ele tira alguns fios de cabelo que caiam sobre o rosto dela. - Amor olha, eu não ri para chateá-la, eu só achei estranho que você acreditasse nessas coisas de, Pé Grande! – ele sorri de lado.
Dulce: Hum! – ela finge ignorá-lo.
Poncho: Amor!- ele quase senta no mesmo banco que ela, a abraça encostando o queixo no ombro dela. - Me desculpe, não tive a intenção de magoa-la! Eu te amo minha pequena! Não vou deixar o Pé Grande pegar você ok? – ele sorri beijando a cabeça dela.
Dulce: Bobo. – ela se vira para ele, fazendo bico, Poncho a imita fazendo bico também, dá um beijo nos lábios dela. - Amor, vamos logo, senão chegaremos muito tarde! – ela olha o relógio. – Já é noite praticamente!
Poncho: Só se você dizer “Ok está desculpado meu lindão!” – ele ri.
Dulce: Hum, ok está desculpado ser horrendo! – ela ri.
Poncho: Ah! É assim então? Saiba que já fui eleito o mais sexy do México ok? – ele mostra língua para ela.
Antes de ligar o carro, um senhor se aproxima da janela ao lado de Poncho, vendendo um pacote de biscoitos de baunilha, cobertos com caramelo.
Poncho: Hoje não obrigado. – ele sorri.

Dulce: Hoje sim, pede dois pra ele.
Poncho: Dois? Mais Dulce, se você soubesse como isso é doce.
Dulce: Não vem com essa de me assustar primeiro ok? Eu não caio mais, aliás, eu preciso de açúcar senão passo mal. Peça logo Poncho!
Poncho: Ok, coma o que quiser! – ele revira os olhos chamando o senhor de volta e comprando os biscoitos de Dulce, dando partida no carro em seguida.

Dulce: Grosso! – ela sussurra para ele.

Dulce guardou um dos sacos no porta-luvas, e abriu o outro. Durante o caminho que faltava Poncho olhava o tempo todo pra ela, de esguelha. Dulce estava fazendo a maior bagunça.

Alguns minutos se passaram até que viram faróis acesos alguns metros à frente, era o avô de Poncho.
Poncho: Lá está meu avô! – ele sorri dando sinal de luz.