Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
A noite já havia descido sobre a cidade quando Poncho e Ucker se postaram do lado de fora da carruagem, se preparando para partir. Thomas estava checando os arreios dos cavalos enquanto Poncho, sua estela um brilho branco na escuridão, rabiscava uma marca no antebraço nu de Ucker. Anahí, tendo registrado sua desaprovação, estava de pé nos degraus e os observava, uma sensação vazia em seu estômago.
Após se satisfazer que os arreios estavam seguros, Thomas se virou e correu levemente subindo os degraus, parando quando Anahí levantou um braço para impedi-lo.
— Eles estão indo agora? — ela perguntou. — Isso é tudo?
Ele assentiu.
— Tudo pronto para partir, senhorita.
Ele havia tentado fazer com que Ucker e Poncho o levassem junto, mas Poncho estava preocupado que Maite fosse ficar com raiva de Thomas por participar de sua façanha e havia dito a ele para não ir.
— Além do mais — Poncho havia dito — precisamos ter um homem na casa – alguém para proteger o Instituto enquanto estamos fora. Nathaniel não conta — ele havia adicionado, com um olhar de esguelha para Anahí, que o ignorou.
Poncho puxou a manga de Ucker para baixo, cobrindo as marcas que ele havia feito. Enquanto devolvia a estela ao bolso, Ucker ficou olhando para ele; seus rostos eram manchas pálidas na luz das tochas. Anahí levantou a mão, então a abaixou lentamente. O que é que ele havia dito? Caçadores de Sombras não dizem adeus, não antes de uma batalha. Ou boa sorte. Você precisa se comportar como se o retorno fosse certo, não uma questão de sorte.
Os garotos, como se alertados por seu gesto, olharam para ela. Ela pensou que podia ver o azul dos olhos de Poncho, mesmo de onde estava. Ele tinha um olhar estranho quando seus olhos se encontraram, o olhar de alguém que acabou de acordar e se pergunta se o que eles estão vendo é real ou um sonho.
Foi Ucker que fugiu e subiu as escadas correndo até ela. Quando ele a alcançou, ela percebeu que ele tinha uma cor forte no rosto, e seus olhos estavam brilhantes e quentes. Ela se perguntou quanto da droga Poncho o havia deixado tomar, para que ele estivesse preparado para lutar.
— Anahí...
— Eu não queria dizer adeus — ela disse rapidamente — mas... parece estranho deixá-los partir sem dizer nada.
Ele olhou para ela curiosamente. Ele fez algo que a surpreendeu então, pegou a mão dela, virando-a. Ela baixou o olhar para a mão, para suas unhas roídas, os arranhões ainda cicatrizando nas costas dos dedos.
Ele beijou as costas da mão dela, apenas um leve toque de sua boca, e seu cabelo – macio e leve como seda – roçou o pulso dela quando ele baixou a cabeça. Sentiu um choque passar por ela, forte o suficiente para surpreendê-la, e ficou sem fala enquanto ele se levantava, sua boca se curvando em um sorriso.
— Mispá — ele disse.
Ela piscou, um pouco atordoada.
— O quê?
— Um tipo de adeus sem dizer adeus. É uma referência a uma passagem da Bíblia. E Mispá, porquanto disse: atente o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do outro.
Não houve chance de Anahí dizer qualquer coisa em resposta, porque ele havia virado e descido os degraus para se juntar a Poncho, que estava imóvel como uma estátua, seu rosto virado para cima, no pé dos degraus. As mãos dele, revestidas em luvas negras, estavam em punhos ao seu lado, Anahí pensou. Mas talvez fosse um truque de luz, porque quando Ucker o alcançou e o tocou no ombro, ele se virou com uma risada, e sem outro olhar para Anahí, ele se balançou para o assento do cocheiro, Ucker o seguindo. Ele estalou o chicote e a carruagem crepitou pelo portão, que se fechou atrás dela como se puxado por mãos invisíveis. Anahí ouviu a tranca se fechar, um clique pesado no silêncio, e então o som de sinos de igreja tocando em algum lugar da cidade.
Sophie e Agatha estavam esperando na entrada por Anahí quando ela voltou para dentro; Agatha estava dizendo algo para Sophie, mas Sophie não parecia estar escutando. Ela olhou para Anahí quando esta entrou, e algo no modo como ela a olhou, por um momento, lembrou Anahí do jeito que Poncho a tinha olhado no pátio. Mas isto era ridículo; não havia duas pessoas no mundo mais diferentes que Sophie e Poncho.
Anahí saiu do caminho quando Agatha foi fechar as grandes e pesadas portas duplas. Ela havia acabado de fechá-las, ofegando levemente, quando a maçaneta da porta à esquerda, intocada, começou a girar.
Sophie franziu a testa.
— Eles não podem estar de volta tão rápido, podem?
Agatha baixou o olhar, perplexa, para a maçaneta girando, suas mãos ainda apoiadas contra a porta – então recuou quando as portas se abriam de uma vez à sua frente.
Uma silhueta estava na soleira, iluminada por trás pela luz de fora. Por um momento, tudo o que Anahí podia dizer era que ele era alto e estava vestindo um casaco desgastado. Agatha, sua cabeça se inclinando para trás quando olhou para cima, disse em uma voz assustada:
— Oh, meu Deu...
A silhueta se moveu. Luz refletiu em metal; Agatha gritou e cambaleou. Ela parecia estar tentando se afastar do estranho, mas algo a estava impedindo.
— Deus querido do Céu — Sophie sussurrou — o que é aquilo?
Por um momento, Anahí viu toda a cena congelada, como se fosse uma pintura – a porta aberta, o autômato mecânico, aquele das mãos descarnadas, ainda no mesmo casaco cinza usado. E ainda, Deus amado, com o sangue de Ucker nas mãos, vermelho seco na carne acinzentada, e as tiras de cobre aparecendo onde a pele havia sido arranhada ou arrancada. Uma mão ensanguentada agarrou o pulso de Agatha; presa na outra estava uma faca longa e fina. Anahí se moveu para frente, mas já era tarde demais. A criatura girou a faca com enorme velocidade e a enterrou no peito de Agatha.
Agatha engasgou, suas mãos indo para a faca. A criatura estava de pé, esfarrapada, aterrorizante e imóvel enquanto golpeava o cabo da faca; então, com apavorante rapidez, a criatura arrancou a lâmina, deixando-a cair no chão. O autômato não ficou para vê-la cair, mas se virou e saiu de volta pela mesma porta que havia entrado.
Estimulada, Sophie gritou “Agatha!” e correu para seu lado. Anahí correu para a porta. A criatura mecânica estava descendo os degraus para o pátio vazio. Ela ficou encarando-a. Para que na terra ela havia vindo, e por que estava saindo agora? Mas não havia tempo para alongar-se naquilo. Ela alcançou a corda da campainha e a puxou, forte. Enquanto o som ressoava pelo edifício, ela fechou rapidamente a porta, deixando a tranca cair em seu lugar, então se virou para ajudar Sophie.
Juntas, elas conseguiram levantar Agatha e meio carregar, meio arrastá-la pelo aposento, onde elas caíram de joelhos a seu lado. Sophie, rasgando tiras de tecido de seu avental branco e pressionando-as contra a ferida de Agatha, disse em um tom de pânico selvagem:
— Eu não compreendo, senhorita. Nada deveria ser capaz de tocar aquela porta – ninguém exceto alguém com sangue Caçador de Sombras deveria ser capaz de girar a maçaneta.
Mas ele tinha sangue Caçador de Sombras, Anahí pensou com um horror súbito. O sangue de Ucker, manchando suas mãos de metal como tinta. Seria por isso que ele havia se inclinado sobre Ucker naquela noite depois da ponte? Seria por isso que ele havia fugido, uma vez que havia conseguido o que queria – o sangue de Ucker? E isso não significaria que ele poderia voltar quando quisesse?
Ela começou a se levantar, mas já era tarde demais. A barra que mantinha a porta fechada se quebrou com um barulho de tiro, e caiu no chão em dois pedaços. Sophie levantou o olhar e gritou novamente, mas não se moveu de perto de Agatha quando a porta se abria com um estrondo, uma janela para a noite.
Os degraus do Instituto já não estavam mais vazios; estavam repletos, mas não de pessoas. Monstros mecânicos os enxameavam, seus movimentos bruscos, seus rostos vazios e encarando. Eles não eram totalmente como os que Anahí havia visto antes. Alguns pareciam como se tivessem sido montados tão apressadamente que não tinham rostos, apenas ovais lisos de metal emplastrados aqui e ali com pedaços desiguais de pele humana. Ainda mais horrível, vários deles tinham pedaços de maquinaria no lugar de braços ou pernas. Um autômato tinha uma foice onde seu braço deveria estar; outro ostentava uma serra que sobressaía da manga pendente de sua camisa como um arremedo de um braço de verdade.
Anahí se levantou e se jogou contra a porta aberta, tentando fechá-la. Era pesada, e parecia se mover agonizantemente devagar. Atrás dela, Sophie estava gritando, desamparada, de novo e de novo. Agatha estava horrivelmente silenciosa. Com um arquejo entrecortado, Anahí empurrou a porta mais uma vez...
E puxou suas mãos de volta quando a porta foi arrancada de seu aperto, arrancada de suas dobradiças como um punhado de ervas-daninhas arrancadas da terra. Ela recuou quando o autômato que havia agarrado a porta a jogava de lado e se jogava para frente, seus pés de metal retinindo contra a pedra enquanto ele se jogava pela soleira – seguido por outro e depois outro de seus irmãos mecânicos, pelo menos uma dúzia deles, avançando em direção a Anahí com seus braços monstruosos estendidos.
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....