Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Poncho estava sem fôlego quando se aproximou das portas do Santuário. Ele havia lutado com dois dos autômatos na escada e pensou que tinha sido derrotado, até o primeiro – tendo sido atravessado diversas vezes com a espada de Thomas – começar a funcionar mal e empurrar a segunda criatura por uma janela antes de quebrar e desabar pelas escadas em um turbilhão de metal amassado e faíscas voando.
Poncho tinha arranhões em suas mãos e braços da pele de metal dentada das criaturas, mas ele não diminuiu a velocidade para fazer uma iratze. Ele tirou a estela enquanto corria, e alcançou as portas do Santuário em uma corrida implacável. Talhou com a estela sobre a superfície da porta, criando a runa de Abertura mais rápida de sua vida.
As trancas das portas deslizaram para trás. Poncho levou uma fração de segundo para trocar sua estela por uma das lâminas serafim em seu cinto.
— Jerahmeel — ele sussurrou, e enquanto a lâmina ardeu com fogo branco, ele chutou as portas do Santuário abertas.
E congelou de horror. Anahí estava caída dobrada junto à fonte, cujas águas estavam manchadas de vermelho. A frente de seu vestido azul e branco era uma camada escarlate, e sangue se espalhava debaixo de seu corpo em uma poça. Uma faca estava em sua mão direita caída, seu cabo manchado com sangue. Seus olhos estavam fechados.
Mortmain estava ajoelhado ao seu lado, sua mão no ombro dela. Ele olhou para cima quando as portas se abriram, e então cambaleou de pé, afastando-se do corpo de Anahí. Suas mãos estavam vermelhas de sangue, e sua camisa e paletó estavam manchados com ele.
— Eu... — ele começou.
— Você a matou — Poncho completou.
Sua voz soava estúpida para seus próprios ouvidos, e muito longe. Ele viu novamente em sua mente a biblioteca da casa em que tinha vivido com sua família quando criança. Suas próprias mãos na caixa, dedos curiosos liberando o ferrolho que a mantinha fechada. A biblioteca cheia com o som de gritos. A estrada para Londres, prateada ao luar. As palavras que haviam passado por sua cabeça, repetidamente, enquanto ele se afastava de tudo o que já tinha conhecido, para sempre. Eu perdi tudo. Perdi tudo.
Tudo.
— Não — Mortmain balançou a cabeça. Ele estava brincando com alguma coisa – um anel em sua mão direita, feito de prata — eu não toquei nela. Ela fez isso a si mesma.
— Você mente.
Poncho avançou, a forma da lâmina serafim sob seus dedos reconfortante e familiar em um mundo que parecia mudar e se transformar ao redor dele como a paisagem de um sonho.
— Você sabe o que acontece quando eu introduzo isso em carne humana? — ele falou asperamente, levantando Jerahmeel. — Ela queimará enquanto te corta. Você morrerá em agonia, queimando de dentro pra fora.
— Você acha que lamenta a perda dela, Poncho Herrera? — A voz de Mortmain estava cheia de tormento. — Seu sofrimento não é nada diante do meu. Anos de trabalho – sonhos – mais do que você jamais poderia imaginar, perdidos.
— Então se console, porque sua dor será de curta duração — Poncho, rebateu e avançou, lâmina estendida.
Ele a sentiu esfolar o tecido do paletó de Mortmain – e não encontrou nenhuma resistência. Cambaleou para frente, endireitou-se e fixou o olhar. Algo ressoou no chão a seus pés, um botão de bronze. Sua lâmina deve tê-lo arrancado do paletó de Mortmain. Ele piscava para ele do chão como um olho zombador.
Chocado, Poncho soltou a lâmina do serafim. Jerahmeel caiu no chão ainda em chamas. Mortmain tinha sumido – totalmente. Havia desaparecido como um feiticeiro pode fazer, um feiticeiro que havia treinado a prática da magia durante anos. Para um humano, mesmo um humano com conhecimentos ocultos realizar tal coisa... Mas isso não importava; não agora. Poncho só conseguia pensar em uma coisa. Anahí.
Meio com receio, meio com esperança, ele atravessou a sala até onde ela estava. A fonte fez seus miseráveis ruídos suaves enquanto ele se ajoelhou e a ergueu em seus braços.
Ele havia a segurado assim apenas uma vez antes, no sótão, na noite em que eles queimaram a casa de de Quincey. Essa memória havia chegado a ele espontaneamente, frequentemente desde então.
Agora era tortura. Seu vestido estava encharcado de sangue; assim como seu cabelo, e seu rosto estava riscado de vermelho. Poncho tinha visto ferimentos suficientes para saber que ninguém poderia perder tanto sangue assim e continuar vivo.
— Anahí — ele sussurrou.
Ele a apertou contra si; não importava agora o que fazia. Enterrou seu rosto no pescoço dela, onde o pescoço encontrava o ombro. O cabelo dela, já começando a endurecer com o sangue, roçou sua bochecha. Ele podia sentir a batida de seu pulso através de sua pele.
Ele congelou. Seu pulso? Seu coração saltou; ele se afastou, com a intenção de deitá-la no chão, e encontrou-a olhando para ele com grandes olhos cinzentos.
— Poncho — ela disse — é você mesmo, Poncho?
Primeiro ele sentiu alívio, seguido imediatamente de um terror fervente. Vira Thomas morrendo diante de seus olhos, e agora isso também. Ou talvez ela pudesse ser salva? Embora não com marcas. Como os Seres do Submundo eram curados? Esse era um conhecimento que apenas os Irmãos do Silêncio tinham.
— Ataduras — Poncho disse meio para si mesmo — eu preciso de ataduras.
Ele começou a afrouxar o aperto sobre ela, mas Anahí segurou seu pulso.
— Poncho, você deve ter cuidado. Mortmain... ele é o Magistrado. Ele estava aqui...
Poncho sentia como se estivesse sufocando.
— Silêncio. Guarde sua energia. Mortmain se foi. Devo pedir ajuda...
— Não — ela aumentou o aperto contra ele — não, você não precisa fazer isso, Poncho. Não é meu sangue.
— O quê? — perguntou, pasmado.
Talvez ela estivesse delirando, pensou, mas seu aperto e sua voz eram surpreendentemente fortes para alguém que deveria estar morta.
— O que quer que ele tenha feito a você, Anahí...
— Eu fiz isso — ela disse com a mesma voz firme — eu fiz isso a mim mesma, Poncho. Foi a única maneira que encontrei de fazê-lo ir embora. Ele nunca teria me deixado aqui. Não se pensasse que eu estava viva.
— Mas...
— Eu me transformei. Quando a faca me tocou, eu me transformei, apenas naquele momento. Foi algo que Mortmain tinha dito que me deu a ideia... que passes de mágica são um truque simples e que ninguém nunca os espera.
— Eu não entendo. O sangue?
Ela assentiu, seu rosto pequeno aceso com alívio, com seu prazer em dizer-lhe o que tinha feito.
— Houve uma mulher uma vez, em quem as Irmãs Sombrias me fizeram transformar, que morreu com um ferimento de bala, e quando me transformei o sangue dela derramou em mim. Eu lhe contei isso? Pensei que talvez tivesse contado, mas não importa... eu me lembrei disso e me transformei nela, apenas naquele momento, e o sangue veio como tinha vindo antes. Eu me afastei de Mortmain para que ele não pudesse me ver transformando, e me curvei para frente como se a faca tivesse realmente entrado... e de fato, a força da transformação, sendo tão rápida, me fez enfraquecer de verdade. O mundo escureceu, e então ouvi Mortmain chamando meu nome. Eu sabia que devia ter voltado a ser eu mesma, e sabia que precisava fingir que estava morta. Temo que certamente ele teria descoberto se você não tivesse chegado.
Ela olhou para si mesma, e Poncho podia jurar que havia um tom ligeiramente presunçoso em sua voz quando ela disse:
— Eu enganei o Magistrado, Poncho! Eu não teria imaginado que fosse possível... ele estava tão confiante de sua superioridade sobre mim. Mas me lembrei do que você havia dito sobre Boadiceia. Se não fosse por suas palavras, Poncho...
Ela olhou para ele com um sorriso. O sorriso quebrou o que restava da resistência dele – a destruiu. Ele havia deixado as muralhas caírem quando pensou que ela havia morrido, e não houve tempo para reconstruí-las.
Desamparado, puxou-a contra ele. Por um momento ela se agarrou firmemente a ele, quente e viva em seus braços. Seu cabelo roçando a bochecha dele. A cor tinha voltado para o mundo; ele podia respirar novamente, e por aquele momento ele a respirou – ela cheirava a sal, sangue, lágrimas... e Anahí.
Quando ela se afastou de seu abraço, seus olhos estavam brilhando.
— Quando ouvi sua voz, pensei que fosse um sonho — ela falou — mas você é real — seus olhos procuraram o rosto dele, e como se estivesse satisfeita com o que encontrou, ela sorriu — você é real.
Ele abriu a boca. As palavras estavam lá. Ele estava prestes a dizê-las quando um choque de terror passou por ele, terror de alguém que, vagando em uma névoa, para apenas para perceber que parou a centímetros da borda de um enorme abismo. O jeito que ela estava olhando para ele... ela podia ler o que havia em seus olhos, imaginou. Devia estar escrito ali claramente, como as palavras na página de um livro. Não houve tempo, sem chance de esconder.
— Poncho — ela sussurrou — diga alguma coisa, Poncho.
Mas não havia nada para dizer. Havia apenas o vazio, como havia sido antes dela. Como sempre seria.
Eu perdi tudo, Poncho pensou. Tudo.
Termino do capítulo 19, segunda começo a postar o último dessa temporada, o qe será que vai acontecer entre a Annie e o Poncho?
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....