Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Sua boca roçou a dela, e ela provou sal nele, o cheiro de pele ferida e macia, onde o lábio estava cortado. Ele a pegou pelos ombros e puxou-a para perto, seus dedos atados ao tecido do vestido. Ainda mais que no sótão, ela se sentia presa no turbilhão de uma poderosa onda que ameaçava atirá-la para cima e para baixo, esmagá-la e quebrá-la, consumi-la até a suavidade como o mar pode desgastar um pedaço de vidro.
Ela estendeu as mãos para colocá-las em seus ombros e ele recuou, olhando-a, a respiração muito difícil. Seus olhos estavam brilhantes, os lábios agora vermelhos e inchados de beijar, assim como das lesões.
— Talvez — ele falou — nós devêssemos discutir os nossos arranjos, então.
Anahí, ainda sentindo como se estivesse se afogando, sussurrou:
— Arranjos?
— Se você irá ficar, seria da nossa vantagem sermos discretos. Talvez seja melhor usar o seu quarto. Ucker tende a entrar e sair do meu como se vivesse no lugar, e ele pode ficar confuso ao encontrar a porta trancada. Seus aposentos, por outro lado...
— Usar meu quarto? — ela repetiu. — Usá-lo pra quê?
A boca de Poncho curvou-se no canto; Anahí, que estava pensando sobre quão maravilhosamente seus lábios eram moldados, levou um instante para perceber com um sentimento de surpresa distante que o sorriso era muito frio.
— Você não pode fingir que não sabe... Você não é inteiramente ignorante do mundo, eu acho, Anahí. Não com um irmão daqueles.
— Poncho — o calor estava saindo de Anahí como o mar recua da terra; ela sentia frio, apesar do ar de verão — eu não sou como meu irmão.
— Você se importa comigo — Poncho falou. Sua voz era fria e segura — e você sabe que eu te admiro, do jeito que toda mulher sabe quando um homem a admira. Agora você veio me dizer que estará aqui, disponível para mim enquanto eu puder desejá-la. Estou lhe oferecendo o que pensei que você queria.
— Você não pode estar querendo dizer isso.
— E você não pode ter imaginado que eu quisesse algo mais. Não há futuro para um Caçador de Sombras que se envolve com feiticeiros. Alguém pode ajudá-los, utilizá-los, mas não...
— Casar com eles? — Anahí completou.
Havia uma imagem clara do mar em sua cabeça. Ele tinha recuado inteiramente da costa, e ela podia ver as pequenas criaturas que tinham sido deixadas ofegantes em seu rastro, debatendo-se e morrendo na areia nua.
— Quão avançada — Poncho sorriu; ela queria dar um tapa na expressão de seu rosto — o que você realmente esperava, Anahí?
— Eu não esperava que você me insultasse — a voz de Anahí ameaçou tremer; de alguma forma, ela a manteve firme.
— Não podem ser as consequências indesejadas de um namorico que lhe preocupam — Poncho meditou — já que feiticeiros são incapazes de ter filhos...
— O quê?
Anahí deu um passo atrás como se ele a tivesse empurrado. O terreno parecia instável sob seus pés.
Poncho olhou para ela. O sol estava quase completamente desaparecido do céu. Na quase escuridão, os ossos de seu rosto pareciam proeminentes e as linhas nos cantos da sua boca eram tão duras como se ele fosse atormentado por dores físicas. Mas sua voz, quando ele falou, era a mesma.
— Você não sabe disso? Pensei que alguém já havia lhe contado.
— Não — Anahí disse em voz baixa — ninguém me disse.
Seu olhar era firme.
— Se você não está interessada na minha oferta...
— Pare — neste momento, ela pensou, era como a borda de um pedaço de vidro quebrado, claro, afiado e doloroso — Ucker diz que você mente para se fazer parecer mau. E talvez isso seja verdade, ou talvez ele simplesmente queira acreditar nisso a seu respeito. Mas não há razão ou desculpa para uma crueldade como esta.
Por um momento, ele pareceu realmente nervoso, como se ela o tivesse realmente surpreendido. A expressão desapareceu num instante, como a forma mutante de uma nuvem.
— Então não há mais nada para eu dizer, não é?
Sem outra palavra, ela girou nos calcanhares e afastou-se dele, em direção aos degraus que levavam de volta para dentro do Instituto. Ela não se virou para vê-lo olhando para ela, uma silhueta negra imóvel contra as últimas brasas do céu em chamas.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....