Fanfics Brasil - Cônsul Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Cônsul

196 visualizações Denunciar


Quando Anahí foi chamada, disse as mesmas coisas que já falara antes: que não sabia do paradeiro de Nate, que não tinha desconfiado dele, que desconhecia os próprios poderes até as Irmãs Sombrias lhe mostrarem, e que sempre achou que os pais fossem humanos.


— Richard e Elizabeth Portilla foram extensivamente investigados — disse o Inquisidor — não há provas de que algum deles não seja humano. O menino, o irmão, também é humano. Pode ser, como sugeriu Mortmain, que o pai da menina seja um demônio, mas se for, permanece a questão da ausência da marca de feiticeiro.


— Tudo a seu respeito é muito curioso, inclusive este seu poder — disse o Cônsul, olhando para Anahí com firmes olhos azul-claros. — Não faz ideia de quais são seus limites, qual seu fundamento? Foi testada com algum item de Mortmain? Para ver se consegue acessar as lembranças ou pensamentos dele?


— Sim, eu... tentei. Com um botão que ele deixou para trás. Deveria ter funcionado.


— Mas?


Ela balançou a cabeça.


— Não consegui. Não tinha faísca, não tinha... não tinha vida. Nada com que me conectar.


— Conveniente — murmurou Benedict, quase baixo demais para ser ouvido, mas Anahí escutou e enrubesceu.


O Cônsul indicou que ela poderia voltar a seu lugar. Ao fazê-lo, Anahí viu o rosto de Benedict Lightwood; os lábios estavam comprimidos em uma linha fina e furiosa. Anahí ficou imaginando o que possivelmente teria dito para irritá-lo.


— E nem sombra deste Mortmain desde... sua altercação com a srta. Portilla no Santuário — prosseguiu o Cônsul enquanto Anahí se sentava novamente.


O Inquisidor virou alguns dos papéis que estavam empilhados no púlpito.


— As casas dele foram vasculhadas, e nenhum de seus pertences foi encontrado. Os armazéns também foram revistados e apresentaram o mesmo resultado. Até nossos contatos da Scotland Yard investigaram. O sujeito desapareceu. Literalmente, segundo nosso amigo Alfonso Herrera.


Poncho sorriu alegremente como se tivesse sido elogiado. Mas, ao enxergar a malícia sob o sorriso, Anahí teve em mente o brilho cintilante de uma lâmina afiada.


— Minha sugestão — disse o Cônsul — é que Maite e Henry Branwell sejam punidos, e que ao longo dos próximos três meses suas ações oficiais, tomadas em nome da Clave, tenham de ser aprovadas por mim antes de...


— Milorde Cônsul — uma voz firme e clara se pronunciou da multidão. Cabeças se viraram para encarar. Anahí teve a impressão de que isto, alguém interrompendo o Cônsul, não acontecia com frequência — se me permite falar.


As sobrancelhas do Cônsul se ergueram.


— Benedict Lightwood — disse. — Teve sua chance de falar mais cedo, durante os depoimentos.


— Não tenho nada a argumentar em relação aos depoimentos prestados — disse Benedict Lightwood. Seu perfil bem-marcado e pontudo parecia ainda mais agudo sob a luz da pedra enfeitiçada. — Meu problema é com a sentença.


O Cônsul se inclinou para a frente no púlpito. Era um homem grande, com pescoço largo e tórax imponente, e parecia ser capaz de envolver a garganta de Benedict com facilidade, utilizando apenas uma das mãos. Anahí bem que gostaria que o fizesse. Pelo que vira de Benedict, não gostava dele.


— E qual seria a razão para isso?


— Acho que permitiu que sua longa amizade com a família  comprometesse sua visão em relação às falhas de Maite como líder do Instituto — argumentou Benedict, e deu para ouvir a sala toda prendendo a respiração — os erros cometidos na noite de 5 de julho fizeram mais do que envergonhar a Clave e nos custar a Pyxis. Prejudicamos nossa relação com o Submundo de Londres atacando De Quincey futilmente.


— Já foram apresentadas diversas reclamações por Reparação — resmungou o Cônsul. — Mas estas serão tratadas como a Lei achar melhor. Reparações não são assunto seu, Benedict...


— — prosseguiu Benedict, levantando a voz — o pior de tudo, ela permitiu que um homem perigoso, e com planos de ferir e destruir Caçadores de Sombras, escapasse. Agora não fazemos ideia de onde ele possa estar. Além disso, a responsabilidade de encontrá-lo não está sendo depositada onde deveria, nos ombros daqueles que o perderam!


A voz de Benedict se elevou. Na verdade, todo o salão estava uma algazarra: Maite parecia consternada; Henry, confuso; e Poncho, furioso. O Cônsul, cujos olhos haviam escurecido assustadoramente quando Benedict mencionou os Perroni – deviam ser a família de Maite, Anahí percebeu –permaneceu calado enquanto o barulho diminuía. Em seguida falou:


— Sua hostilidade diante do líder de seu Enclave não o favorece, Benedict.


— Minhas desculpas, Cônsul. Não acredito que manter Maite Branwell como diretora do Instituto, pois até onde sabemos o envolvimento de Henry Branwell é meramente nominal, seja o melhor para a Clave. Acho que uma mulher não pode governar um Instituto; mulheres não pensam com lógica e discrição, mas com as emoções do coração. Não tenho dúvida de que Maite é uma mulher boa e decente, mas um homem não teria se deixado enganar por um espião inconsistente como Nathaniel Portilla...


— Eu fui enganado — Poncho saltou da cadeira e virou o corpo, os olhos em chamas — todos fomos. Que insinuações está fazendo sobre mim, Ucker e Henry, senhor Lightwood?


— Você e Ucker são crianças — retrucou Benedict, de maneira cortante. — E Henry jamais desgruda os olhos da mesa de trabalho.


Poncho começou a erguer-se, apoiado no encosto da cadeira; Ucker o puxou de volta para o assento com muita força, sibilando baixinho. Jessamine fechou as mãos, os olhos castanhos brilhando.


— Finalmente isto ficou divertido — exclamou.


Anahí a olhou enojada.


— Você está ouvindo algo do que está sendo dito? Ele está ofendendo Maite! — sussurrou, mas Jessamine dispensou Anahí com um gesto.


— E quem sugere que governe o Instituto no lugar dela? — perguntou o Cônsul a Benedict, a voz carregada de sarcasmo. — Você mesmo, quem sabe?


Benedict abriu as mãos amplamente, se autodepreciando.


— Se o senhor assim diz, Cônsul...


Antes que pudesse concluir a fala, outras três figuras já tinham levantado por conta própria; duas que Anahí reconheceu como integrantes do Enclave de Londres, apesar de não saber os nomes; a terceira foi Lillian Highsmith.


Benedict sorriu. Agora todos o estavam encarando. Ao seu lado encontrava-se o filho mais novo, Gabriel, que olhava para o pai com olhos verdes impossíveis de serem decifrados. Seus dedos esguios agarraram a parte traseira da cadeira diante de si.


— Três que apoiam minha reivindicação — disse Benedict. — É o que a Lei exige para que eu desafie formalmente Maite Branwell pela posição de líder do Enclave de Londres.


Maite sobressaltou-se levemente, mas permaneceu imóvel em seu lugar, recusando-se a virar. Ucker continuava segurando Poncho pelo pulso. E Jessamine ainda parecia estar assistindo a uma emocionante peça de teatro.


— Não — disse o Cônsul.


— Não pode me impedir de desafiar...


— Benedict, você contestou minha indicação de Maite no momento em que ela foi feita. Sempre quis o Instituto. Agora, quando o Enclave precisa mais do que nunca trabalhar em união, você traz divisão e discórdia à conduta do Conselho.


— A mudança nem sempre é conquistada de forma pacífica, mas isto não faz dela uma desvantagem. Mantenho meu desafio.




Até Mais!


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

As mãos de Benedict apertaram uma à outra. O Cônsul tamborilou os dedos no púlpito. Ao lado dele permanecia o Inquisidor, com olhos frios. Finalmente o Cônsul disse: — Você sugere, Benedict, que a responsabilidade de encontrar Mortmain recaia sobre os ombros daqueles que você alega o terem “perdido”. Entã ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais