Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

Capítulo 4 - Uma viagem

A amizade é um espírito em dois corpos.
– Meng-tzu

 Maite bateu o papel na sua mesa com uma exclamação de raiva.

— Aloysius Starkweather é teimoso, hipócrita, obstinado, degenerarado — ela parou, claramente lutando pelo controle de seu temperamento.

Anahí nunca tinha visto a boca de Maite tão firmemente colocada em uma linha dura.

— Você gostaria de um dicionário de sinônimos? — Poncho perguntou.

Ele estava largado em uma das poltronas perto da lareira na sala de estudos, as botas sobre o divã. Elas estavam cobertas de lama, agora, mas nem por isso ele tirou os pés de lá. Normalmente Maite teria falado alguma coisa para ele, mas devido a carta de Aloysius que havia recebido pela manhã, ela tinha chamado todos para a sala para discutir, e isso parecia ter absorvido toda a sua atenção.

— Você parece ter ficado sem palavras.

— E ele é realmente degenerado? — Ucker perguntou com uma voz tranquila, das profundezas da poltrona do outro lado. — Quero dizer, o velho rabugento tem quase noventa anos e certamente já teve desvios no passado.

— Eu não sei — disse Poncho — você ficaria surpreso com o que alguns dos antigos companheiros na Taverna Diabo fizeram.

— Você sabe que ninguém nunca chegará a surpreender-nos, Poncho — Jessamine apontou, deitada num divã com um pano úmido sobre a testa. Ela ainda não tinha superado sua dor de cabeça.

— Querida — Henry disse ansiosamente, contornando a mesa onde sua esposa estava sentada — está tudo bem? Você parece um pouco corada.

Ele não estava errado. Manchas vermelhas de raiva irromperam sobre o rosto e garganta de Maite.

— Eu acho que é encantador — Poncho comentou — ouvi dizer que bolinhas de ruge é a última palavra em moda nesta temporada.

Henry deu um tapinha no ombro de Maite ansiosamente.

— Gostaria de um pano frio? O que posso fazer para ajudar?

— Você pode montar até Yorkshire e cortar a cabeça do velho bode fora — Maite soou rebelde.

— Não vai tornar as coisas um pouco estranhas com a Clave? — Henry perguntou. — Eles geralmente não são muito receptivos sobre, você sabe, decapitações e coisas parecidas.

— Oh! — Disse Maite em desespero. — É tudo culpa minha, não é? Eu não sei por que pensei que poderia conquistá-lo. O homem é um pesadelo.

— O que ele disse exatamente? — Poncho indagou. — Na carta, eu quero dizer.

— Ele se recusa a me ver, ou a Henry. Diz que nunca vai perdoar a minha família pelo que o meu pai fez. Meu pai... — Ela suspirou. — Ele era um homem difícil. Absolutamente fiel à lei, e os Starkweathers sempre interpretaram a lei de uma forma mais livre. Meu pai achava que eles viviam como selvagens lá no norte, e não tinha vergonha de dizer isso. Eu não sei mais o que ele fez, mas o velho Aloysius parece pessoalmente insultado. Sem mencionar que ele também disse que se eu realmente me importava com o que ele pensava sobre qualquer coisa, deveria tê-lo convidado para a última reunião do Conselho. Como se eu fosse a responsável por esse tipo de coisa!

— Por que ele não foi convidado? — Perguntou Ucker.

— Ele está muito velho, e não devia estar comandando o instituto ainda. Simplesmente se recusa a renunciar, e o Cônsul Wayland não irá fazer isso por ele. Acredito que o Cônsul não irá convidá-lo para o Conselho de qualquer forma. Acho que ele espera que Aloysius um dia assuma a dica ou simplesmente morra de velhice. Mas o pai de Aloysius viveu por cento e quatro anos. Poderíamos esperar por mais 15 anos — Maite balançou a cabeça em desespero.

— Bem, se ele não irá vê-la ou a Henry, você não pode enviar outra pessoa? — Perguntou Jessamine em uma voz entediada. — Você é a comandante do Instituto, os membros do Enclave devem fazer o que você diz.

— Mas muitos deles estão do lado de Benedict — Maite respondeu — querem me ver falhar. Eu apenas não sei em quem posso confiar.

— Você pode confiar em nós — Poncho respondeu — me mande. E Ucker.

— E eu? — Jessamine perguntou indignada.

— Você? Você realmente não quer ir, não é?

Jessamine puxou um canto do pano úmido para fora de seus olhos.

— Você poderia pegar um trem fedorento e maçante até Yorkshire? Não, claro que não. Eu só queria dizer que Maite pode confiar em mim.

— Eu posso confiar em você, Jessie, mas você claramente não está bem o suficiente para ir. O que é lamentável, uma vez que Aloysius sempre teve um fraco por um rosto bonito.

— Mais uma razão para que eu devesse ir — Poncho apontou.

— Poncho, Ucker... — Maite mordeu o lábio. — Vocês têm certeza? O Conselho não ficou satisfeito com as ações independentes que vocês tomaram em matéria da Sra. Dark.

— Bem, eles deveriam estar. Matamos um demônio perigoso! — Poncho protestou.

— E nós salvos Church — Ucker acrescentou.

— De alguma forma, duvido que conte a nosso favor — Poncho observou — esse gato me mordeu três vezes naquela noite.

— Isso provavelmente não conta a seu favor — disse Anahí — ou para Ucker, pelo menos.

Poncho fez uma careta para ela, mas não parecia zangado, era o tipo de cara que ele poderia ter feito para Ucker como se o outro garoto o tivesse insultado. Talvez eles realmente pudessem ser civilizados um com o outro, Anahí pensou. Ele tinha sido muito gentil com ela na biblioteca duas noites antes.

— Parece uma insensatez — Maite falou. As manchas vermelhas na pele dela estavam começando a desaparecer, mas ela parecia infeliz — ele não irá dizer nada se sabe que eu os mandei.

— Maite — Anahí disse — há um caminho que poderia fazê-lo nos dizer.

Maite olhou para ela, perplexa.

— Anahí, o que você... — Ela parou de falar, então, uma luz brilhou em seus olhos. — Oh, eu vejo. Anahí, é uma excelente ideia.

— Oh, o quê? — Exigiu Jessamine. — Que ideia?

— Se eu tivesse algo dele — Anahí explicou — eu poderia usá-lo para me transformar nele. E talvez acessar suas memórias. Eu poderia dizer o que ele lembra sobre Mortmain e os Shade, alguma coisa.

— Então, você vai com a gente para Yorkshire — disse Ucker.

De repente, todos os olhos na sala estavam em Anahí. Completamente assustada, por um momento ela não disse nada.

— Ela não precisa nos acompanhar — Poncho apontou — podemos pegar um objeto e trazê-lo para ela aqui.

— Mas Anahí disse antes que precisava usar algo que tenha fortes associações com a pessoa — Ucker lembrou — e se o que pegamos for insuficiente?

— Ela também disse que poderia usar um pedaço de unha, ou um fio de cabelo.

— Então você está sugerindo em pegar um trem até York, encontrar um homem 90 anos de idade, saltar sobre ele e arrancar seu cabelo? Tenho certeza de que a Clave gostará disso.

— Eles já dizem que ele é louco — Jessamine comentou — se já pensam assim, então qual é a diferença, realmente?

— Anahí decide — Maite interviu — é o seu poder que vamos usar, e deve ser a sua decisão.

— Você disse que ia pegar um trem? — Anahí perguntou, olhando para Ucker.

Ele acenou com a cabeça, seu olhar prata dançando.

— O Great Northern sai da estação King’s Cross o dia todo — disse ele — é apenas uma questão de horas.

— Então, eu vou — Anahí decidiu — nunca estive em um trem.

Poncho ergueu as mãos.

— É isso? Você está indo porque nunca esteve em um trem antes?

— Sim — ela respondeu, sabendo o quanto seu comportamento calmo o deixou louco — eu gostaria muito de andar em um.

— Os trens são grandes coisas sujas que soltam fumaça — Poncho observou — você não vai gostar.

Anahí não se comoveu.

— Eu não sei se gosto até andar, e andarei!

— Eu nunca nadei nu no Tâmisa, mas sei que não iria gostar.

— Mas pense como entretenimento para os turistas — disse Anahí, e ela viu Ucker abaixar a cabeça para esconder o flash rápido de seu sorriso — de qualquer forma, não é esse o assunto. Eu gostaria de ir, e vou. Quando é que vamos sair?

Poncho revirou os olhos, mas Ucker ainda estava sorrindo.

— Amanhã de manhã. Dessa forma, nós vamos chegar bem antes do anoitecer.

— Vou ter que enviar a Aloysius uma mensagem dizendo para esperar por vocês — disse Maite, pegando sua pena. Ela fez uma pausa e olhou para todos eles — esta é uma péssima ideia? Eu... eu sinto como se não tivesse certeza.

Anahí olhou para ela, preocupada – vendo Maite duvidar de seus próprios instintos, Anahí sentiu ódio por Benedict Lightwood e seus companheiros.

Henry colocou a mão suavemente no ombro de sua esposa.

— É a única alternativa boa, querida Maite. E se não fizer nada, eu acho, vamos ficar no nada. Além disso, o que poderia dar errado?

— Oh, pelo Anjo, eu queria que você não tivesse dito isso — respondeu Maite com fervor, mas ela se inclinou sobre o papel e começou a escrever.

Mila o Henry é uma parada, foi uma decisão dificil escolher quem seria o Christian, mas preferi que o Chris fosse o feiticeiro porque né...

Fran e Mila a historia desses dois vai dar muito pano pra manga ainda!