Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Choveu no dia seguinte, e apesar de seu guarda-chuva, Anahí podia sentir o chapéu que ela tinha pego emprestado de Jessamine cair como um pássaro molhado em volta de suas orelhas. Ela, Ucker, Poncho e Cyril carregaram suas bagagens para o interior da estação de King’s Cross.
Através das nuvens de chuva cinzenta, ela estava ciente apenas de um edifício alto e imponente, uma grande torre de relógio de frente. Ali estava um catavento que mostrava que o vento estava soprando do norte, e não suavemente, salpicando gotas de chuva fria em seu rosto.
No interior, a estação era um caos: pessoas correndo de cá para lá, rapazes com jornal apregoando suas mercadorias, homens caminhando acima e abaixo com placas amarradas ao peito vendendo sanduíche, anunciando tônico capilar e sabão. Um menino com uma jaqueta Norfolk correu para lá e para cá, sua mãe perseguindo-o. Com uma palavra de Ucker, Poncho desapareceu imediatamente na multidão.
— Ele não nos deixou, não é? — Anahí perguntou, lutando com seu guarda-chuva, que se recusava a fechar.
— Deixe-me fazer isso.
Habilmente, Ucker se aproximou e sacudiu o mecanismo, e o guarda-chuva foi fechado com uma pressão decidida. Empurrando seu cabelo úmido para longe dos olhos, Anahí sorriu para ele exatamente quando Poncho voltou com um carregador ofendido – vendo aliviado quando Cyril partiu com ele carregando a bagagem apressadamente, o trem não iria esperar o dia todo.
Poncho viu o carregador olhar para a bengala de Ucker, e de volta para ele. Seus olhos azuis se estreitaram.
— Ele vai esperar por nós — Poncho falou com um sorriso mortal.
O carregador olhou confuso, mas disse “senhor” em um tom decididamente menos agressivo, e começou a levá-los em direção à plataforma de embarque.
Gente – tanta gente! – Anahí pensou, enquanto abria caminho entre a multidão, agarrando Ucker com uma mão e o chapéu de Jessamine com a outra. Ao longe, no final da estação, onde os trilhos estavam visíveis, ela podia ver o céu cor de aço, sujo de fuligem.
Ucker a ajudou a encontrar seu compartimento; havia muita agitação com a bagagem, e Poncho ia empurrando o carregador entre de gritos e assobios enquanto o trem se preparava para partir. A porta se fechou atrás deles assim que o trem começou a andar, com o vapor correndo e passado pelas janelas em desvios brancos, rodas batendo alegremente.
— Você não trouxe nada para ler na viagem? — Poncho perguntou, estabelecendo-se no banco oposto ao de Anahí. Ucker estava ao lado dela, a bengala inclinando-se contra a parede.
Ela pensou na cópia de Vathek e em seu poema, mas havia deixado no Instituto para evitar a tentação, como quando você deixa guardada uma caixa de doces longe das vistas quando não deseja engordar.
— Não — ela respondeu — não encontrei nada que eu particularmente gostaria de ler no momento.
Poncho apertou a mandíbula, mas não disse nada.
— Há sempre algo tão emocionante com o início de uma jornada, você não acha? — Anahí virou o rosto para a janela, mas ela só podia ver fumaça e fuligem, e uma chuva cinzenta, Londres era uma sombra escura na névoa.
— Não — Poncho respondeu, ele sentou-se e puxou o chapéu sobre os olhos.
Anahí manteve o rosto contra o vidro quando a cinza de Londres começou a ficar para trás deles, e com ela a chuva. Logo eles estavam correndo através de campos verdes pontilhados com ovelhas brancas, aqui e ali havia uma torre de vila à distância. O céu tinha se transformado de aço para um pano úmido, de um nebuloso azul e pequenas nuvens negras. Anahí assistia a tudo com fascinação.
— Você nunca esteve no campo antes? — perguntou Ucker, embora, ao contrário de Poncho, sua pergunta teve o sabor de curiosidade real.
Anahí balançou a cabeça.
— Eu não me lembro de ter deixando Nova York, a não ser para ir para Coney Island, e não é realmente campo. Suponho que passei por alguns quando vim de Southampton com as Irmãs das Sombrias, mas estava escuro, e elas mantiveram as cortinas das janelas fechadas.
Ela tirou o chapéu, que estava pingando água, e colocou-o no banco entre eles para secar.
— Mas eu sinto como se eu tivesse visto isso antes. Em livros. Ficava imaginando ver Thornfield Hall subindo além das árvores, ou Wuthering Heights no cume de um penhasco rochoso...
— Wuthering Heights é em Yorkshire — disse Poncho, debaixo de seu chapéu — e nós estamos longe de Yorkshire ainda. Nós nem sequer chegamos a Grantham. E não há nada impressionante em Yorkshire. Colinas e vales, montanhas, como temos no País de Gales.
— Você sente falta de Gales? — Anahí perguntou.
Ela não sabia por que fez isso, sabia que Poncho não gostava de falar sobre o seu passado. Era como picar um cão com uma cauda ferida, mas ela não conseguiu evitar. Poncho encolheu os ombros levemente.
— O que há para perder? Ovinos e cantos. E a linguagem é ridícula. Queo f’ar to bebo q nn vaooi mie lheiblraer prarpaproprio mnomen.
— O que significa isso?
— Significa: “Quero ficar tão bêbado que não vou me lembrar do meu próprio nome”. Bastante útil.
— Você não parece muito patriota — observou Anahí — você não estava exatamente recordando as montanhas?
— Patriota? — Poncho olhou presunçoso. — Eu vou dizer o que é patriota. Em honra da minha cidade natal, eu tenho o dragão de Gales tatuado no meu...
— Você está com um temperamento encantador, não é, Alfonso? — Interrompeu Ucker, apesar de não haver rispidez em sua voz.
Ainda assim, tendo observado os dois juntos e separados depois de algum tempo, Anahí sabia que significava alguma coisa quando eles se chamavam por seus nomes completos, e não pelo apelido.
— Lembre-se, Starkweather tem um problema com Maite, por isso, se está é a forma como vai agir...
— Eu prometo que vou encantar o diabo — interrompeu Poncho, sentando-se e reajustando seu chapéu esmagado — vou encantá-lo com tanta força que quando for feito, ele estará deitado inerte no chão, tentando se lembrar de seu próprio nome.
— O homem de tem 89 anos — murmurou Ucker — ele pode muito bem ter um problema de qualquer maneira.
— Suponho que você está economizando todo o seu encanto agora? — Anahí comentou. — Não quer perder nada com a gente?
— É exatamente isso — Poncho concordou, parecendo satisfeito — e não é com Maite que Starkweather tem problemas, Ucker. É com o pai dela.
— Pecados dos pais — disse Ucker — eles não estão inclinados a gostar de qualquer Perroni, ou qualquer um associado com eles. Maite não iria mesmo deixar Henry vir...
— Isso porque cada vez que se deixa Henry sair de casa por conta própria, corre-se o risco de um incidente internacional — Poncho respondeu — mas, sim, para responder à sua pergunta não feita, eu entendo Maite, e agradeço a confiança que ela depositou em nós, e pretendo me comportar. Eu não quero ver Benedict Lightwood e seus filhos hediondos responsáveis pelo Instituto mais do que qualquer outra pessoa.
— Eles não são hediondos — disse Anahí.
Poncho piscou.
— O quê?
— Gideon e Gabriel. Eles são realmente bons, não horríveis em tudo.
— Eu falei — disse Poncho em tom sepulcral — das profundezas negras do interior de suas almas.
Anahí bufou.
— E de que cor você acha que é o interior de sua alma, Poncho Herrera?
— Malva — Poncho respondeu.
Anahí olhou para Ucker pedindo ajuda, mas ele apenas sorriu.
— Talvez devêssemos discutir a estratégia. Starkweather odeia Maite, mas sabe que ela nos enviou. Então, como iremos fazer com que esse verme caia em suas boas graças?
— Anahí pode utilizar seus encantos femininos — Poncho apontou — Maite disse que ele tem uma queda por meninas bonitas.
— Como Maite explicou a minha presença? — Anahí perguntou, percebendo tardiamente que ela deveria ter perguntado isso antes.
— Ela não explicou, só deu os nossos nomes. Ela foi “curta” — disse Poncho — acho que cabe a nós inventar uma história plausível.
— Não posso dizer que sou uma Caçadora de Sombras, ele vai saber imediatamente que não sou. Não há marcas.
— E não têm marcas de bruxo. Ele vai pensar que ela é uma mundana — Ucker opinou — ela poderia mudar, mas...
Poncho olhou especulativamente. Embora Anahí soubesse que não significava nada, de verdade, ainda sentia seu olhar sobre ela como cócegas em sua nuca, fazendo-a estremecer. Ela se forçou a voltar o seu olhar com frieza.
Autor(a): Alien AyA
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— Talvez pudéssemos dizer que ela é uma tia louca e solteirona que insiste em nos acompanhar em todos os lugares. — Minha tia ou a sua? — Ucker perguntou. — Ela não é realmente parecida com qualquer um de nós, é? Talvez se ela fosse uma menina que se apaixonou loucamente por mim e persist ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....