Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Pelo Anjo — disse Poncho, raspando o garfo na gosma castanha em seu prato — oque é isso?
Anahí tinha que admitir, era difícil dizer. Os servos de Starkweather – homens e mulheres idosos e uma governanta de cara azeda – fizeram o que foi-lhes mandado, colocando três lugares extras para a ceia. Ela consistiu em um guisado escuro e irregular que foi servido em uma terrina de prata por uma mulher em um vestido preto e chapéu branco, curvada e velha. Anahí teve que se conter para não dar um pulo e ajudá-la com o serviço. Quando a mulher foi, se arrastando, ela deixou Ucker, Anahí e Poncho sozinhos na sala de jantar olhando um para o outro de cada lado da mesa.
Um lugar havia sido definido para Starkweather, certamente, mas ele não apareceu. Anahí teve de admitir que, se fosse ele, ela não estaria correndo para comer o guisado esquisito. Um pesado cozido de legumes e carne, que não era mais apetitoso na penumbra da sala de jantar.
Havia ali apenas umas velas acesas bem espaçadas, o papel de parede era castanho escuro, o espelho sobre a lareira apagada era manchado e descolorido.
Anahí se sentiu terrivelmente desconfortável em seu vestido de noite, um duro tafetá azul emprestado de Jessamine que Sophie reformou, que deixava uma cor de contusão na luz insalubre.
Ainda assim, foi um comportamento muito peculiar para um anfitrião, ser tão insistente em reuni-los no jantar e, em seguida, não aparecer. Uma serva tão frágil e velha como aquela que tinha trazido o guisado levara Anahí para o seu quarto, uma grande caverna escura cheia de móveis esculpidos e pesados. Também estava mal iluminado, como se Starkweather estivesse tentando poupar dinheiro em óleo ou velas, embora, tanto quanto Anahí sabia, luz de pedras enfeitiçadas não custasse nada. Talvez ele simplesmente apreciasse o escuro.
Ela tinha encontrado o seu quarto frio, escuro e mais do que um pouco sinistro. O fogo baixo queimando na lareira tinha feito pouco para aquecer o ambiente. Ambos os lados da lareira foram esculpidos com um raio irregular. O mesmo símbolo estava no jarro branco cheio de água fria que Anahí tinha usado para lavar as mãos e o rosto. Ela se secou rapidamente, se perguntando porque não conseguia se lembrar do símbolo no Códex. Aquilo devia significar algo importante.
O Instituto de Londres inteiro era decorado com símbolos da Clave, com o Anjo subindo do lago, ou o Cs representando Clave, Conselho, Contrato e Cônsul. Pesados retratos antigos estavam por toda parte, bem como em seu quarto, nos corredores, alinhados na escadaria.
Depois de colocar seu vestido de noite e ouvir o sino do jantar, Anahí descera as escadas, encontrando uma grande obra de arte. Ela parara para apreciar o retrato de uma menina muito jovem, com cabelos longos e louros, usando um vestido de uma criança à moda antiga, uma fita enorme aparecendo em sua cabeça pequena. Seu rosto era magro, pálido e doente, mas seus olhos estavam brilhantes, a única coisa brilhante neste lugar escuro, Anahí tinha pensado.
— Adele Starkweather — viera uma voz ao seu lado, lendo a legenda abaixo do quadro — 1842.
Ela virou-se para olhar para Poncho, que estava com os pés afastados, as mãos atrás das costas, olhando para o retrato e franzindo a testa.
— O que foi? Você olha como se não gostasse dela, o que é difícil fazer. Ela deve ser a filha de Starkweather... não, neta, eu acho.
Poncho tinha balançado a cabeça, olhando do retrato para Anahí.
— Sem dúvida. Este lugar é decorado como uma casa de família. É claro, o Instituto de York foi por gerações dos Starkweather. Você viu os raios por aí?
Anahí assentiu.
— Esse é o símbolo da família Starkweather. Há tanto dos Starkweather aqui como não há da Clave. É um mau jeito de se comportar, como se eles fossem os donos de um lugar como este. Uma pessoa não pode herdar o Instituto. O guardião de um Instituto é nomeado pelo Cônsul. O lugar em si pertence à Clave.
— Os pais de Maite comandavam o Instituto de Londres antes dela.
— Entendo em parte o pavio curto dos Lightwood quanto à sucessão do Instituto— respondeu Poncho — Institutos não se destinam necessariamente a ficar em famílias. Mas o Cônsul não teria dado o cargo a Maite se não achasse que ela era a pessoa certa para ele. E é apenas uma geração. Este — ele abriu os braços como se para abranger tudo – os retratos, os raios, o estranho e solitário Aloysius Starkweather, tudo isso — bem, não acho estranho ele pensar ter o direito de nos expulsar do lugar.
— Louco de pedra, minha tia teria dito. Vamos descer para jantar?
Em uma rara demonstração de gentileza, Poncho tinha oferecido seu braço. Anahí não olhou para ele quando fez o gesto. Poncho vestido para o jantar era bonito o suficiente para tirar o fôlego, e ela teve a sensação de que perdia todo seu juízo.
Ucker já estava à espera na sala de jantar quando eles chegaram, e Anahí acomodou-se ao seu lado para aguardar seu anfitrião. O lugar dele já estava definido, o prato cheio de cozido, até mesmo a taça estava preenchida com um vinho vermelho escuro, mas não havia nenhum sinal dele.
Foi Poncho que deu de ombros primeiro e começou a comer, embora ele logo olhasse com cara de arrependimento.
— O que é isso? — Continuou ele, espetando um objeto feio no garfo e elevando-o ao nível dos olhos. — Isso... esta... coisa?
— Uma cenoura? — Ucker sugeriu.
— Uma cenoura plantada nos jardins de Satanás — Poncho replicou. Ele olhou em volta — suponho que não há um cão que eu poderia alimentar por aqui.
— Não parece ter nenhum animal de estimação — Ucker amava todos os animais, até mesmo o inglorioso e mal-humorado Church.
— Provavelmente todos morreram envenenados com a cenoura — Poncho apontou.
— Oh, poxa — disse Anahí, infeliz, colocando o garfo para baixo — eu estava com tanta fome.
— Há sempre os pãezinhos do jantar — disse Poncho, apontando para uma cesta coberta — embora devo avisá-la, eles são tão duros quanto pedras. Você pode usá-los para matar besouros, se algum te incomodar no meio da noite.
Anahí fez uma careta e tomou um gole de seu vinho. Era tão azedo quanto vinagre.
Poncho baixou seu garfo e começou a recitar alegremente, na forma do Book of Nonsense, de Edward Lear:
“Era uma vez uma moça de Nova York
que se encontrou com fome em York.
Mas o pão era como rocha,
e a cenoura em forma de...”
— Você não pode rimar “Nova York” com “York” — interrompeu Anahí — étrapaça.
— Ela tem razão, você sabe — concordou Ucker, seus dedos delicados tocando a base de sua taça de vinho — especialmente quando as palavras são iguais.
— Boa noite — sombra desmedida de Aloysius Starkweather surgiu de repente na porta; Anahí se perguntou com embaraço há quanto tempo ele estava ali — Sr. Herrera, Sr. Uckermann, Srta, ah...
— Portilla — Anahí completou — Anahí Giovanna Portilla.
— De fato.
Starkweather não preocupou em se desculpar, apenas sentou-se pesadamente na cabeceira da mesa. Ele estava carregando uma caixa, quadrada e plana, do tipo que banqueiros usavam para manter os documentos, e colocou ao lado de seu prato. Com um flash de emoção, Anahí viu que tinha um ano marcado sobre ele – 1825 – e ainda melhor, três conjuntos de iniciais. JTS, AES, AHM.
— Sem dúvida, sua jovem senhorita terá o prazer de saber que eu me adiantei às suas solicitações e procurei nos arquivos durante todo o dia e metade da noite —Starkweather começou em um tom injuriado.
Anahí levou um momento para entender que nesse caso, “jovem senhorita” significava Maite.
— É sorte de vocês que meu pai nunca jogou nada fora. E no momento em que vi os jornais, eu me lembrei — ele bateu na mesa — oitenta e nove anos, e nunca esqueço nada. Diga ao velho Wayland a respeito disso quando ele falar da minha substituição.
— Nós certamente diremos senhor — concordou Ucker, seus olhos dançando.
Starkweather tomou um gole generoso de seu vinho e fez uma careta.
— Pelo Anjo, isto é nojento — ele colocou a taça na mesa e começou a puxar papéis da caixa — o que temos aqui é um pedido de Reparações em nome de dois bruxos. John e Anne Shade. Um casal. - Agora, aqui está uma coisa um pouco estranha— o velho continuou — o pedido foi feito por seu filho, Axel Hollingworth Mortmain, de 22 anos de idade. Algo realmente estranho, uma vez que os feiticeiros são estéreis.
Poncho se mexeu desconfortavelmente na cadeira, os olhos inclinando-se para longe de Anahí.
Autor(a): Alien AyA
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— Ele foi adotado — disse Ucker. — Isso não deveria ser permitido — Starkweather falou, tomando outro gole do vinho que tinha classificado como nojento. Suas bochechas estavam começando a se avermelhar — é como dar uma criança humana para se amamentar com lobos. Antes dos Acord ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....