Fanfics Brasil - Espólios Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Espólios

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— Ele foi adotado — disse Ucker.


— Isso não deveria ser permitido — Starkweather falou, tomando outro gole do vinho que tinha classificado como nojento. Suas bochechas estavam começando a se avermelhar — é como dar uma criança humana para se amamentar com lobos. Antes dos Acordos...


— Se há alguma pista de seu paradeiro — Ucker continuou, gentilmente tentando desviar a conversa de volta para a pista — nós temos muito pouco tempo.


— Muito bem, muito bem — retrucou Starkweather — há pouca informação sobre o seu precioso Mortmain aqui. Tem mais informações sobre os pais dele. Pareceu suspeito quando foi descoberto que o bruxo, John Shade, tinha posse do Livro Branco. Um livro completamente poderoso, vocês sabem, desapareceu da biblioteca do Instituto de Londres em circunstâncias suspeitas por volta de 1752. O livro é especializado em feitiços de amarração – ligamento e de desligamento da alma do corpo, ou desvinculação, como o caso. Foi identificado que o bruxo estava tentando animar as coisas. Ele foi encontrado desenterrando cadáveres ou comprando-os com os estudantes de medicina e substituindo as partes mais danificadas com mecanismos. Em seguida, tentou trazê-los para vida. Necromancia é contra a lei. E nós não tínhamos os Acordos naqueles dias. Um grupo do Enclave pegou ambos os bruxos.


— E a criança? — Poncho perguntou. — Mortmain?


— Não encontramos nem um fio de cabelo dele. Nós procuramos, mas nada. Assumimos que ele estava morto, até que se tornou atrevido como você, exigindo reparações. Em seu endereço...


— No endereço dele? — Poncho exigiu. Essa informação não estava incluída no livro que olharam no Instituto. — Em Londres?


— Não. Bem aqui em Yorkshire — Starkweather bateu a página com um dedo enrugado — Ravenscar Manor. Um grande monte antigo ao norte daqui. Está abandonado, eu acho, por décadas. Agora que penso nisso, não consigo entender como ele poderia ter dinheiro para viver lá, em primeiro lugar. Não é o lugar onde os Shade viviam.


— Ainda assim — Ucker respondeu — é um excelente ponto de partida para nós começarmos a procura. Se ele foi abandonado desde a sua locação, pode haver coisas que ele deixou para trás. Na verdade, ele pode muito bem ainda estar usando o lugar.


— Eu acho — Starkweather soava sem entusiasmo sobre o negócio todo — que amaioria dos pertences dos Shade foi levada para espólios.


— Espólios — Anahí ecoou fracamente.


Lembrou-se do termo do Códex. Qualquer coisa que um Caçador de Sombras tira de um feiticeiro que fora pego infringindo a lei lhe pertencia. Aqueles eram os despojos de guerra. Ela olhou através da mesa para Ucker e Poncho; os olhos suaves de Ucker descansando nela com preocupação, Poncho com seus olhos azuis assombrados que prendiam todos os seus segredos. Será que ela realmente pertencia a uma raça de criaturas que estava em guerra com a de Ucker e Poncho?


— Espólios — Starkweather retumbou. Ele tinha terminado seu vinho e pegara o copo intocado de Poncho — isso lhe interessa garota? Temos uma boa coleção aqui no Instituto. Deixa a coleção de Londres na vergonha, ou assim me disseram — ele levantou-se, quase derrubando sua cadeira — venha. Vou mostrá-las a você, e dizer-lhe o resto deste conto, embora não haja muito mais a contar.


Anahí olhou rapidamente para Poncho e Ucker buscando uma sugestão, mas eles já estavam de pé, seguindo o velho para fora da sala.


Starkweather falou enquanto eles andavam, sua voz flutuando por sobre o ombro, fazendo com que o resto deles se apressassem para combinar com seus passos largos.


— Nunca pensei muito nesse negócio de Reparações — ele disse, enquanto passaram por outro corredor de pedra mal iluminado interminavelmente longo — os feiticeiros são arrogantes, pensam que têm o direito de tirar algo de nós. Todo o trabalho que fazemos e não dizem obrigado, apenas estendem as mãos para mais, mais, mais. Não acham isso, senhores?


— Bastardos todos eles — concordou Poncho, cuja mente parecia estar a milhares de quilômetros de distância. Ucker olhou para ele de lado.


— Absolutamente! — Starkweather falou, claramente satisfeito. — Não é que se deva usar esse tipo de linguagem na frente de uma senhora, é claro. Como eu estava dizendo, este Mortmain foi protestar contra a morte de Anne Shade, e seu marido disse que ela não tinha nada a ver com os projetos dele, não sabia sobre eles, afirmou. Sua morte foi imerecida. Queria um julgamento dos culpados do que ele chamou de “assassinato”, e os pertences de seus pais de volta.


— Foi o livro Branco o que ele pediu? — Ucker perguntou. — Eu sei que é um crime para um bruxo possuir tal volume...


— Sim. Foi recuperado e colocado na biblioteca do Instituto de Londres, onde sem dúvida permanece intocado. Certamente, ninguém iria dar para ele.


Anahí fez um rápido cálculo mental. Se ele tinha 89 anos agora, Starkweather teria tido 26 no momento da morte dos Shade.


— Você estava lá?


Seus olhos vermelhos dançaram sobre ela, e Anahí percebeu que, mesmo agora, um pouco bêbado, ele não parecia querer olhá-la diretamente.


— Eu estava onde?


— Você disse que um grupo do Enclave foi enviado para lidar com os Shade. Você estava entre eles?


Ele hesitou, então deu de ombros.


— Sim — ele respondeu, seu sotaque de Yorkshire por um momento mais forte — demoramos um pouco para chegar. Eles não estavam preparados. Nem um pouco. Me lembro deles caídos em seu próprio sangue. A primeira vez que vi bruxos mortos, fiquei surpreso que sangrassem vermelho. Eu podia jurar que seria de outra cor, azul ou verde ou algo assim — ele deu de ombros — nós tiramos as capas deles, como se arranca a pele de um tigre. Foi-me dado a guarda deles, ou mais corretamente, para meu pai. Glória, glória. Aqueles eram os dias.


Ele sorriu como um crânio, e Anahí pensou no quarto onde Barba Azul guardava os restos das esposas que ele tinha matado. Ela se sentiu muito quente e fria ao mesmo tempo.


— Mortmain nunca teve uma chance — ela disse calmamente — com a apresentação de sua queixa. Ele nunca ia conseguir suas reparações.


— Claro que não! — Starkweather rosnou — é péssimo tudo isso – alegar que a esposa não estava envolvida. Que mulher não conhece a profundidade do negócio de seu marido? Além disso, ele não era mesmo seu filho de sangue, não poderia ser. Provavelmente mais um animal de estimação para eles do que qualquer outra coisa. Aposto que o pai o teria usado como peças para reposição. Ele estava melhor sem eles. Deveria ter nos agradecido, não pedido um julgamento.


O velho parou quando chegou a uma pesada porta no final do corredor e apoiou seu ombro nela, sorrindo para eles por baixo das sobrancelhas salientes.


— Já foram ao Palácio de Cristal? Bem, isto é ainda melhor.


A sala estava cheia de armários de vidro, e sobre cada um estava montado uma iluminação de pedra enfeitiçada, clareando o conteúdo. Anahí viu Poncho endurecer, e Ucker chegar perto dela, sua mão apertando o braço dela em um aperto gentil.


— Não — ele começou, mas ela já tinha entrado, e estava olhando para o conteúdo dos armários.


Despojos. Um medalhão de ouro, aberto e uma foto antiga de uma criança rindo. O medalhão estava salpicado de sangue seco.


Atrás dela, Starkweather estava falando sobre a retirada das balas de prata dos corpos de lobisomens recém-mortos e sobre derretê-las para reformular. Havia um prato cheio das tais balas, de fato, em um dos armários, enchendo uma tigela de sangue. Conjuntos de dentes de vampiro, filas e filas deles. Algo parecia ser folhas de gaze ou tecido delicado pressionado no vidro. Somente em uma inspeção mais próxima Anahí pôde percebe que eram as asas de fadas. Um duende, como a que ela viu com Jessamine no Hyde Park, flutuava de olhos abertos em um grande frasco com líquido conservante.


E os restos de bruxos. Mãos em garras mumificadas, como a da Sra. Black. Um crânio totalmente aberto, de aparência humana, só que tinha presas em vez de dentes.


Frascos de sangue com aparência lamacenta. Starkweather começou a falar de bruxos, especialmente que quando um bruxo tinha uma “marca”, ele poderia ser vendido no mercado.


Anahí sentiu-se tonta e quente, os olhos ardendo. Ela virou-se, as mãos tremendo.


Ucker e Poncho olhavam para Starkweather com expressões mudas de horror. O velho estava segurando outro troféu de caça – uma cabeça de aparência humana montada em um suporte. A pele tinha encolhido e ficado branca, atraída de volta contra os ossos. Chifres em espiral sem carne se projetavam do alto de seu crânio.


— Este foi eu mesmo que matei — ele contou — vocês não acreditariam na luta que ele me colocou...


Ao ouvir a voz de Starkweather, Anahí sentiu de repente falta de ar e sentiu-se flutuar. Escuridão tomou conta dela, e depois havia braços a sua volta ela, e a voz de Ucker. Palavras flutuavam por ela em frases irregulares.


— Minha noiva... nunca visto espólios antes... não aguenta a visão de sangue... muito delicada...


Anahí queria se soltar de Ucker, queria correr para Starkweather e atacar o velho, mas sabia que ia estragar tudo se fizesse isso. Ela cerrou os olhos e apertou o rosto contra o peito de Ucker, sentindo o ar entrar. Ele cheirava a sabão e madeira de sândalo.


Em seguida, havia outras mãos sobre ela, puxando-a para longe de Ucker. Servas de Starkweather. Ela ouviu Starkweather dizendo-lhes para levá-la para cima e ajudá-la a deitar na cama. Anahí abriu os olhos para ver o rosto conturbado Ucker quando ele olhou para dela, até que a porta do quarto de despojos fechasse entre eles.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Anahí demorou muito tempo para adormecer, naquela noite, e quando o fez, teve um pesadelo. No sonho, estava algemada à cama de bronze na casa das Irmãs Sombrias... Luz cinza fina atravessava as janelas. A porta se abriu e a Sra. Dark entrou, seguida por sua irmã, que não tinha cabeça, só o osso branco de sua coluna vertebral ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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